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“Plano de Vôo”, de Robert Schwentke.

Flightplan, de Robert Schwentke

Flightplan, de Robert SchwentkeJodie Foster deve estar sofrendo por conta de alguma estigmatização de seus personagens. Talvez a origem seja de um de seus filmes mais recentes, “O quarto do pânico” . Talvez, essa idéia remonte a algo ainda mais anterior, como “O silêncio dos inocentes”. Fato é que seu agente, ou os produtores de hollywood, devem achar que ela é atualmente a melhor ou mais popular divulgadora de personagens de filmes de ação/suspense. Não nego isso. Jodie Foster atua muito bem nesses pápeis, dosando atuação física e emocional de forma absurdamente precisa. No entanto seu agente ou os já citados produtores poderiam lhe oferecer tais personagens em filmes de melhor qualidade. “Plano de vôo” , sua mais recente incursão no gênero, não chega a ser um desastre, mas com certeza causa algum aborrecimento no expectador.
Jodie é uma mulher que inicia uma viagem de avião da Alemanha para sua terra natal, os Estados Unidos, levando como sua principal bagagem o corpo do marido recentemente falecido. Tão logo entra no vôo, tira um cochilo com sua filha de 6 anos. Ao acordar, se dá conta de que a filha desapareceu dentro de uma enorme aeronave quase lotada. Seguem-se aí tentativas enlouquecidas de descobrir o paradeiro da filha. O detalhe é: estaria ela simplesmente enlouquecendo já que os passageiros e membros da tripulação afirmam não ter a mais remota lembrança de vê-la acompanhada por uma criança?
É justamente este o maior dos vários furos do roteiro do filme. Impossível crêr que ninguem, no meio de um avião lotado, não a tenha visto com a filha. E este é apenas o ponto de partida para mais uma série de situações inverossímeis que não conseguem, de maneira nenhuma, convencer o espectador. Ah! E tem o final do filme. Aquele típico final americano heróico e redentor, pelo qual eu, pelo menos, não consigo passar sem ter uma náusea qualquer. É um final tão moralizante que até um simpático árabe conseguiram enfiar na cena. Mais politicamete correto (e demagógico) pós 11 de setembro, impossível. Pode-se dizer que é regular. Mas há argumentos o bastante para coloca-lo em patamar ainda mais inferior.

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