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“Lost”: 5ª temporada [sem spoilers].

Lost - Quinta TemporadaNesta penúltima temporada de Lost – é bom nem pensar que depois de 2010, tudo acabou – os espectadores do seriado tiveram as dúvidas sobre a Iniciativa Dharma solucionadas de um modo definitivamente genial, com todo o projeto científico sendo trazido à tona como principal evento e cenário deste ano da série. Mas isso só foi possível graças a complexa dinâmica que os roteiristas desenvolveram para esta temporada: a noção de tempo foi o elemento chave para que todos os acontecimentos tomassem lugar, para que as relações entre eles fosse evidenciada e para que os efeitos e consequências desencadeados fossem delineados. Tanto o passado, quanto o presente e o futuro deixaram de ter suas definições mais usuais para ganhar novo status e função e um intrincadíssimo ballet que alterou, definiu e reafirmou a história da ilha e de seus habitantes. Os dois únicos acontecimentos que deixam o público sem saber o que pensar da próxima temporada são justamente os que fecham este quinto ano da série: o evento ocorrido no “passado” – aspas necessárias devido ao fato de que ele não é passado para os agentes do evento, bem como devido às suas possíveis consequências – e um evento do futuro/presente, cuja principal vítima, que há muito os fãs da série gostariam de ter conhecido, foi finalmente apresentada apenas nos dois últimos episódios da temporada.
Justamente aí estaria talvez um dos fatos negativos deste quinto ano da série, visto que este personagem, que teve sua primeira referência na série na terceira temporada, nem bem foi revelado talvez não volte a dar as caras em Lost. A própria concepção dele é um tanto quanto confusa, muito provavelmente porque seu contato e ligação com os protagonistas do seriado teve que ser delineado em curtos instantes no decorrer destes dois últimos episódios – tivesse sido antecipado, seu surgimento poderia ter mais impacto e credibilidade, mas isso teria sido feito sob o custo de não ser uma surpresa para o fim da temporada.
Alguns, com certeza, também podem ter considerado a revelação sobre a transformação de outro personagem de suma importância para a série, usado como elemento surpresa adicional do fim deste quinto ano da produção, como algo negativo. É fato, agora, que seu destino e participação no seriado daqui em diante tomará rumo totalmente diverso. A bem da verdade, pelo que nos foi revelado, sua participação em grande parte desta temporada que se encerrou já foi bastante diverso do que estávamos pensando ser, pois as suas motivações e intenções para todo o seu comportamento neste ano era radicalmente oposto ao que estávamos sendo levados a crer. Penso, porém, que isto vai ter consequências interessantes para o último ano da série, configurando-se verdadeiramente como o primeiro passo da reta final do seriado.
E já que falamos em reta final, os dois últimos episódios de Lost também sugeriram, no horizonte de probabilidades que sempre foram cogitados pelos fãs, uma fusão entre duas das mais fortes correntes defendidas por eles. Possivelmente, o desfecho da série reuniria idéias advindas da teoria que sugere que os eventos da ilha tem uma causa natural/realista e outras daquela que aponta origens e intervenções divinas para tudo, o que transformaria a história numa espécie de estudo de campo entre duas forças que aparentemente nutrem crenças opostas – e nada mais pode ser dito sob pena de revelar detalhes essenciais. Claro que tudo são meras divagações quando se fala do epílogo de Lost, série das que mais ludibria os pressupostos que os espectadores já tomam como verdadeiros sobre a história e seus eventos – e o fim desta temporada é das provas mais concretas desta característica do programa -, porém, como temos restando apenas 16 episódios, as chances de que as idéias apontadas sejam as que de fato tomem corpo e se materializem como a conclusão tão aguardada são bastante grandes. A única coisa que não dá mesmo pra conceber direito é o início da última temporada – culpa, claro, do final literalmente bombástico que presenciamos há poucas semanas, que destruiu qualquer suposição sobre como pode ser retomada a série e, ao mesmo tempo, reconstruiu o estado de ansiedade nos espectadores. Agora, só em Janeiro de 2010 os fãs terão os ânimos acalmados – ou não.

2 Comentários

  1. edd edd

    Lost para mim é engraçado, assisti as duas primeiras temporadas totalmente fascinado, mas quando comecei a ver a terceira perdi totalmente o tesão – sabe-se lá porque…

    Acho que vou dar uma olhada à falta de um bom seriado gay – que saudade do QAF.

    Em tempo e off- topic:

    Acabo de reparar na capinha do Let’s Dance aí ao lado, um dos discos mais gostosos e facinhos do D. Bowie. Adoro TODAS as músicas deste disco,

  2. ois gio (:

    bom, como você bem sabe, eu acho Lost simplesmente magnifíca. Queria comentar mais, mas não quero entregar os momentos dos episódios.

    Mas acho que uma das melhores coisas foi mesmo o ritmo adotado pra série, sempre respondendo as perguntas geradas nas temporadas anteriores e, ainda assim, mantendo o suspense e a vontade de ver o próximo episódio. E, se tratando de Lost, que já tinha perdido crédito com muita gente por ser uma série ‘perguntas-demais-respostas-de-menos’, conseguir esse feito é mesmo genial.

    Esperando ansiosamente pela próxima temporada!

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