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“A Passagem”, de Marc Forster. [download: filme]

Stay, de Marc Forster

Sam Foster, psiquiatra, assume o caso de um homem amargurado e transtornado depois que a encarregada do tratamento se afasta por questões pessoais. Inicialmente contrariado, Henry Letham, o paciente, logo mostra seu apego por Sam, que não muito depois começa a se sentir envolvido em eventos incomuns relacionados à Henry.
Filme imediatamente anterior à “Mais Estranho que a Ficção”, no longa-metragem “A Passagem”, o diretor Marc Forster traz novamente personagens que atravessam juntos uma trama pontuada por elementos que destoam do plano real – porém, diferentemente do filme seguinte, onde desde o início se tem a certeza sobre o que está ocorrendo, é a dúvida que envolve o espectador neste longa-metragem com roteiro escrito por David Benioff. O texto mergulha o psiquiatra de Ewan MacGregor pouco a pouco nos aparentes devaneios do paciente com tendências suicidas de Ryan Gosling, homem torturado pela culpa relativa à um acidente que pode ou não ser real tanto quanto os distúrbios que o psiquiatra começa a vivenciar, todos relacionados ao paciente e aqueles que são de suas relações. Dando apoio à estes componentes que contrariam a percepção da realidade, além do trabalho excepcional dos protagonistas Ewan McGregor e Ryan Gosling, que projetam a alma torturada e a certeza fragilizada de seus personagens, respectivamente, e da presença magnética de Naomi Watts, a fotografia com contraste forte e ostensivo uso de halos luminosos e a edição que funde a cenografia de uma cena à seguinte e amplia a desorientação narrativa materializam fenomenalmente a sensação de incerteza do médico, levando esta sensação também ao público, que se vê o tempo todo intrigado por micro-flashes repetitivos de um evento que pode ser ilusão ou lembrança, “déjà vus” misteriosos de acontecimentos aparentemente sem importância e episódios bizarros. A narrativa, assim, ao mesmo tempo que é linear, avança entrecortada por uma série de sequências, eventos e falas que negam a veracidade do que está sendo visto, interrompendo a compreensão da narrativa com um pulso contínuo de dúvida cujos elementos não necessariamente se interligam, o que torna difícil, durante a desenrolar da trama, materializar uma teoria suficientemente sólida que negue ou confirme a realidade do que se vê. É só na surpreendente e emocionante conclusão da história, após alguns instantes que o espectador leva pondo em ordem o que está ocorrendo, que é elucidada a dinâmica da trama e sua razão de ser, revelando que a narrativa obtusa e todo o exercício de estilo exposto na edição e fotografia que se vê durante todo o filme não é maneirismo gratuito, e sim um trabalho muito bem pensado que tenta “fotografar” um mecanismo complexo de um evento cujo retrato é certamente impossível de se obter, mas que nas mãos de Forster e seus colaboradores tornou-se o mosaico impressionante de um momento único e definitivo na vida de um ser humano. É mais um pequeno brilhante longa na filmografia de um diretor um pouco irregular, como muitos em Hollywood. Porém, como costuma acontecer, são cineastas com filmes bem menos intrigantes e relevantes que recebem todo o hype de público e crítica – se é que estes foram um dia relevantes.

legendas (português):
legendas.tv/info.php?d=28b66f1c7fde469199a2a6cbd0e04b76&c=1

http://hotfile.com/dl/69966664/975dca7/Staoy.2005.DvDrip.AC3-aXXo.part1.rar.html http://hotfile.com/dl/69966862/b576bf7/Staoy.2005.DvDrip.AC3-aXXo.part2.rar.html

3 Comentários

  1. Gabriel Gabriel

    Muito bom.

  2. Dean Dean

    Esse filme é otimo. Recomendadissimo

  3. Gus Gus

    Olá,

    Filme maravilhoso, obrigado.

    A mente individual não é uma ilha. Ela interage com outras mentes. A existência da alma e do espírito é uma crença, mas a mente é uma realidade.

    Um feliz ano novo para você e os seus!

    Grande abraço!

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