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Tag: pop-rock portugues

David Fonseca – Seasons: Falling [download: mp3]

Lançada já no segundo semestre do ano passado, a segunda parte (Seasons: Rising, a primeira parte, você encontra neste link) do projeto concebido por David Fonseca para o ano de 2012 confirmou o incrível ciclo criativo que o grande artista português saboreou nos últimos anos. Impressiona como o arsenal de composições de Fonseca não se esgota, sempre repleto de canções que seduzem os sentidos mesmo em primeira audição, como já acontece na faixa de abertura, “I’ll Never Hang My Head Down”, que com seus riffs hipnóticos de guitarra preparam o bote irresistível do refrão e do outro da melodia, onde os instrumentos enovelam-se em uma explosão emocionante. Emoção, aliás, é algo que transborda nesta segunda parte do projeto Seasons. Apesar deste disco ser permeado por momentos mais cheios de energia, como na faixa “It Means I Love You”, uma celebração frenética ao amor com guitarras farfalhantes, pianos embevecidos, bateria acelerada e sintetizadores em pleno êxtase, Falling é um disco feito para atingir em cheio o coração do público, como na doce balada “All That I Wanted”, onde violões dão o andamento enquanto guitarras reverberam com suavidade por toda a música. “It Shall Pass”, não deixa por menos, trazendo um dueto delicado com Luísa Sobral em que os violões avançam em um crescendo onde bateria, sintetizações e arranjo de cordas comungam em plenitude. Em seguida, a fulminante “At Your Door” já traz lágrimas ao olhos ao iniciar com não mais do que a voz de David e sua guitarra cintilando como uma estrela perdida no cosmo, mas a canção ainda expande-se em uma associação infalível entre piano, bateria, violões e arranjo orquestral que deixa o refrão da canção circulando prazerosamente nos ouvidos por longas horas. Na power-ballad “Heartbroken” órgão e piano criam a atmosfera na qual o artista português pinta e borda com seu instrumental pop/rock, alternando entre momentos de extroversão e introspecção melódica. Em “On My Feet Again” múltiplos vocais de fundo harmonizam-se com a música, no qual o trabalho da guitarra e bateria despontam esplendorosos. E fechando este disco impecável, “I’ll See You In My Dreams” é uma vitrine musical onde David Fonseca exibe todo o seu talento na produção (tarefa que divide com Nelson Carvalho) e arranjo da canção, harmonizando os loops de pequenos samplers com o seu instrumental variado em uma música cujas letras expõem o arrebatamento de um homem completamente apaixonado – e apaixonados pela música de David acabam todos os que ouvem este trabalho que é, sem dúvidas, um dos mais bem acabados deste grande artista do pop/rock – aprecie sem moderação.

http://www.mediafire.com/file/w2ilvzfm2ecw1z6/fonseca-falling.zip

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David Fonseca – Seasons: Rising [download: mp3]

David Fonseca - Seasons Rising

Projeto do português David Fonseca para o ano de 2012, Seasons é dividido em dois discos, Rising, que acaba de ser lançado esta semana, e Falling, previsto para setembro próximo. No primeiro volume da empreitada, o artista europeu atenua a vibração rock de suas composições, privilegiando bem mais os contornos pop nos quais sempre embebeu fartamente suas canções. Por conta disso, sintetizações e teclados ganham maior preponderância melódica, bem como acordes de guitarra modificados ou estendidos pelo uso de pedais. O intenso frenesi eletrônico está presente com muita força em faixas como o single “What Life is For”, que conta com uma introdução de sintetizador que sobrepõe-se enormemente à bateria bem coordenada, ao baixo e mesmo ao vocal completamente mergulhado em filtros de eco e distanciamento, e em “*Go*Dance*All*Night*”, que conta com várias camadas de samples de vocais afogados em filtros, synths nebulosos e uma bateria acústica farta em plena cadência de dance music no refrão da canção. Em outras canções, a abordagem da programação eletrônica é bem menos invasiva e mais ponderada, misturando-se mais homogeneamente com elementos acústicos e mesmo os não-acústicos, como na faixa de abertura, “Under The Willow”, que inicia com orgão e loop de um sampler de guitarra que constitui a base sobre a qual outras harmonias são sobrepostas, incluindo violões, bateria, baixo, toques ao piano, e alguns acordes extensos e malemolentes de guitarra que ficam registrados na cabeça de quem ouve, e o dueto “Heavy Heart”, cujos teclados nostálgicos e programação dançante lembram algo da atmosfera saudosista de “Morning Tide (I Just Can’t Remember)”, deliciosa faixa do disco de 2009, Between Waves.
Apesar da mão pesar um tanto no synth-pop destas faixas, o David Fonseca mais equilibrado e cauteloso que os fãs conhecem tão bem e amam tanto ainda se faz presente neste volume de Seasons, exibindo tanto a sua faceta de rockeiro vigoroso quanto a de contumaz compositor de baladas que transbordam romance. No frêmito rockeiro do português, temos “Armageddon” e “Whatever the Heart Desires”, a primeira com um acorde de guitarra longo e ondulante pontuando a introdução e refrão da melodia, que é atravessada por uma percussão marcada, mas que se mantém na retaguarda, sem interferir muito na harmonia para deixar mais espaço para que riffs das guitarras de apoio, baixo e os vocais múltiplos a acompanhem em pé de igualdade; na segunda, riffs mais gingados de guitarra fazem o corpo dançante da melodia rock, mas aqui a bateria injeta mais energia e provoca, ao lado dos riffs irresistíveis, uma propulsão poderosa que inevitavelmente convida a sacolejar o corpo ao seu ritmo. Já trafegando pelas baladas do disco, “Every Time We Kiss”, entra com violão sutil e alguns vapores de guitarra que logo tem suas harmonais mais incrementados e ganham a companhia de uma bateria bem sincopada, e em seguida “It Feels Like Something” traz um piano algo triste abrindo a frente para o vocal macio e emocionados do cantor, violões e guitarras sutis que ao final da canção ganham intensidade, encompassando todo o sentimento das letras que falam sobre o amor que sempre esperamos um dia encontrar.
Diferentemente dos dois discos imediatamente anteriores à este, Seasons: Rising não é um álbum que ganha de imediato o ouvinte. Embora a espessa cortina de sintetizações e intrumentais não seja tão onipresente a ponto de transformar todo o disco em um interminável wall of sound, são necessárias algumas sessões sucessivas para que o suas harmonias mais delicadas e elaboradas, um pouco ocultas pela cascata de synths e instrumentos, realmente emerja e se infiltre nos ouvidos de quem o ouve, e nisso ajuda muito “I Would Have Gone And Loved You Anyway”, a faixa que fecha esta primeira parte do projeto Seasons. Explorando com maestria toda verve pop/rock que arrebatou fãs tanto de Portugal quanto no Brasil, a canção reune em um amálgama perfeito riffs e reverberações de guitarra, baixo bem marcado, bateria escandalosamente ritmada em um corpo sonoro intenso e sedutor que deixa nos ouvidos não apenas a sensação de um possível segundo single para o disco, mas lembra os fãs uma vez mais que este é o David Fonseca que sabe como poucos fazer pop/rock que dê satisfação e orgulho de ouvir.

senha: seteventos

ifile.it/wbco8kt/david_-_rise.zip

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David Fonseca – Between Waves. [download: mp3]

David Fonseca - Between Waves

David Fonseca - Between Waves
Tarefa não muito fácil a de David Fonseca de conceber o sucessor de Dreams In Colour, disco lançado em 2007 que arrebatou público e crítica. Sempre que um cantor ou banda é alçado à consagração ao lançar um álbum considerado impecável, apresentam-se os dilemas inevitáveis: encarar ou não a nova empreitada como uma tentativa de superar ou ao menos igualar o feito anterior? E quanto a manter ou não a sonoridade desenvolvida com sucesso?
As respostas às perguntas acima parecem vir de imediato, mas a verdade vai se revelando ao longo de audições mais cuidadosas. Assim, a primeira vista, “Walk Away When You’re Winning” e sua enorme energia do vocal, da bateria, da gaita, do violão e da guitarra conduzidos em uma procissão de melodiosos riffs e seguidos por muitas palmas, metais e backing vocal no trecho final, “There’s Nothing Wrong With Us” e seu xilofone hiperativo, sua bateria que entra de forma cada vez mais massiva e cadenciada, suas sintetizações insaciáveis e sua guitarra de riffs breves, que vibra simulando harmonias vocais, todos sendo silenciados para retroceder e retornar para um breve prólogo sonoro com o dobro de volume, e “Owner of Her Heart”, que ressalta o caráter faiscante de seus múltiplos riffs de guitarra e das intrépidas vocalizações que lhe fazem parceria e compõe o refrão que também introduz a canção e ganha até a companhia de um desatinado saxofone na transbordante sequência final são todas músicas que parecem não diferir em estilo de outras já compostas por David, porém nelas o artista português investe mais consideravelmente em um abarrotamento sonoro que persiste por mais tempo nas melodias – alguns ouvidos podem ficar um tanto fartos disso, mas ao longo de mais audições a sonoridade mais maciça vai entrando em acordo com os tímpanos alheios, que é exatamente o caso de “Morning Tide (I Just Can’t Remember)”: no início soando esdrúxula com seu compasso curto dos instrumentos, conduzido pelo tilintar ligeiro do xilofone e de uma programação intencionalmente amadora e nostálgica ao fundo, com algumas audições mais adiante a faixa cresce pouco a pouco a ponto de a emoção planejada por David acabar tornando-se clara ao derramar-se nos sentidos, muito por conta da latinidade melancólica do arranjo de metais que usurpa a melodia e a transmuta para o abarrotamento sonoro que é característica de grande parte das canções do disco.
Mas para os que estão acostumados à tradicional flexibilidade de David Fonseca, há faixas com sua emblemática pegada rock dançante, tanto quando há baladas de partir o coração e fazer qualquer um sonhar se jogar do Empire State Bulding de braços abertos gritando os versos até o impacto final. Integrando o primeiro perfil sonoro, “Stop 4 A Minute” provoca em quem a escuta uma desatinada vontade de dançar ao som dos “ah-hãs” e “hums” que dão partida na melodia, repleta de caudalosos riffs e solos de guitarra, com um trabalho esplendoroso na bateria e um potente vocal com o qual o cantor português testa os limites de sua verve rockeira. Já “It’s Just A Dream” representa com toda propriedade a faceta conhecidamente romântica de David: depois de uma introdução climática onde guitarra, violão e bateria encadeciam-se conjuntamente em acordes pujantes, encontramos David entoando os versos em um clamor comovido por compreensão e afeto que prossegue em um crescendo arrepiante até que a melodia é concluída exatamente como começou, novamente tomando de assalto os ouvidos e lançando-os em um epílogo sonoro emocionante – a canção é tão tocante que ela dificilmente sai da cabeça, atacando os sentidos inesperadamente a qualquer momento e em qualquer lugar. Apesar do que diz o título da faixa que encerra o disco com uma balada guiada por um violão, laceada por uma bateria ritmada em compasso firme, alguns acordes leves na guitarra e no orgão e um solo de gaita, “This One’s So Different”, “Between Waves” não é assim tão diferente. No conjunto, este novo disco traz apenas algumas ondas desconhecidas dentro do oceano sonoro tão familiar aos fãs do cantor português – o que, de modo algum esteja eu querendo dizer que seja ruim. Ao contrário, ao procurar permanecer nesse “entrelugar”, como já indica o título do disco, mergulhando apenas um pouco mais fundo, sem nunca perder de vista a segurança da praia logo atrás, David Fonseca estabelece para si e para seus ouvintes uma mudança apenas sutil em sua musicalidade, certamente procurando nunca ferir sua tão fabulosa proposta pop/rock – e qual seria a necessidade de mudá-la tão radicalmente, visto que ela é tão boa, não é mesmo?

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David Fonseca – Dreams In Colour (Tour Edition com 7 faixas ao vivo). [download: mp3]

David Fonseca - Dreams in Colour

David Fonseca - Dreams in Colour
Pelo sobrenone já da pra desconfiar, não? Sim, o cantor David Fonseca é português, mas o moço insiste em compor canções, em sua maioria, na língua inglesa. Porque raios ele faz isso, eu nem imagino, mas sou obrigado a confessar aqui, com o perdão de meus amigos blogueiros e internautas do lado oposto do atlântico: o pop/rock de suas canções me cai nos ouvidos muito melhor no seu inglês sem resquício de sotaque do que no seu português genuíno. A língua portuguesa é linda, é esplêndida, porém acredito que me acostumei tanto em ouvi-la cantada nas matizes da nossa MPB e, no caso da música portuguesa, na tecitura ao mesmo tempo rústica e moderna de coisas como Madredeus que as composições de coloração tão cosmopolita/contemporânea como as de Fonseca nasceram mesmo para ser cantadas na língua inglesa. E neste disco cheio de “sonhos à cores” David caprichou, superando o seu álbum anterior, Our Hearts Will Beat As One, por exibir mais soltura e desprendimento e, a meu ver, por harmonizar melhor o seu vocal um tanto empostado e propenso ao vibrato com os arranjos deliciosos. Contudo, é bom dizer que o “gajo” não deixou de ser um menino ambicioso, como o mostra a bela e brevíssima “Intro”, cuja iluminada reverberação e empilhamento de sonoridades remete à faixa que dá nome ao disco, uma balada feita sobre um violão triste de harmonia reduzida que tem seu magnífico encanto na “ponte” sonora onde guitarra, bateria, piano e baixo revelam-se grandiosos, incontidos e apaixonados. Outras belas baladas do disco são “This Wind, Temptation” – composta sobre um crescendo melódico que inicia-se apenas com violão e guitarra de acordes secos e vocais graves e limpos que logo ganham a companhia de bateria, pratos, palmas e vocais de fundo bem abundantes -, “Kiss Me, Oh Kiss Me” – com melodia composta de violão e piano de acordes doces e matinais, baixo e vocais de fundo harmoniosos e uma percussão que tem seu maior charme nas palmas de cadência suave, assim como suave também é o cantar de Fonseca nesta canção – e “I See The World Through You” – com violões, programação e orgãos de delicadeza noturna.
Contudo, o disco conquista o ouvinte nas faixas mais agitadas, resplandecentes em exultação pop/rock, como acontece nas canções “4Th Chance” – na qual, ao som de bateria e violões de alegre compasso paralelo, metais gritantemente latinos e iluminuras vocais que encorpam ainda mais a parte final da canção, David confessa entender cada tentativa e falha no amor como um caminho para o amadurecimento -, “Silent Void” – onde os versos que pregam o amor como espaço de refúgio de um mundo muitas vezes cansativo são acompanhados pelo compasso sólido e rápido da bateria e do baixo e por vocais e teclados vistosos, “This Raging Light” – cuja intro de acordeão, violão e vocal climáticos é logo suplantada por um ritmo mais acelerado e semi-eletrônico, repleto de loops bateria, programação polifônica e vocais encorpados – e na recriação fulgurante de “Rocket Man” – que conta com vocal farto, profusão de pratos ressoando e palmas, teclados, baixo e guitarras que concedem resplandecente doçura à melodia.
O que garante a satisfação de escutar este novo lançamento do cantor português é o modo com que ele injeta, sem dó, doses fartas de impressões e emoções nas melodias e letras, sem temer em momento nenhum assumir seus ímpetos artísticos, desavergonhadamente mostrando-se um apaixonado por melodias hora repletas de doçura, hora recheadas de gozo e contentamento. Sim, o maior êxito de Dreams In Colour é ser incansável e profusamente pop/rock – e vamos combinar que, quando bem feito, isso satisfaz o mais sedento dos fanáticos musicais.

senha: seteventos.org

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Texto dedicado ao B.

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