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Tag: olimpiadas

“Vem cá meu puto!” ou “Joga água gelada que separa!”

César Cielo: vem cá meu puto!
Adoro Olímpiadas – acho divertidíssimo, assim como acho a Copa do Mundo. Até poucas horas o Brasil era o país do bronze nas olímpiadas – estava morrendo de medo de que essa olimpíada tivesse uma vibe Sydney 2000 para o Brasil -, mas não mais: o nadador César Cielo ganhou a medalha de ouro na prova dos 50m livre da natação e diminuiu ao menos um pouco a dimensão desse possível déjà vu desastroso.
Foi lindo o rapaz vibrando na chegada, foi emocionante ele não conseguindo segurar o choro na hora do hino – e confesso ter chorado junto com ele -, mas o melhor do evento todo não foi isso e nem mesmo o fato de que aquele mala do Michael Phelps ficou meio que apagado no meio de tanta simpatia que o rapaz despertou no público do chamado Cubo d’Água. Teve coisa MUITO melhor.
Mais estranha, ao menos.
Eu diria até que não foi uma, mas duas coisas muito estranhas.
A primeira: foi só eu ou alguém mais aí viu, na saída dos três primeiros colocados da prova dos 50m, o nadador francês Alain Bernard puxando o zíper nas costas do colant do César Cielo pra baixo? Juro que fiquei sem entender na hora. Tá, depois pensei que pode ser que aquela roupa especial seja muito justa e o rapaz – um francês muito simpático, por sinal -, de posse da própria experiência pessoal, se compadeceu do brasileiro e queria dizer pra ele se livrar logo daquilo. Não acho difícil que esse traje seja assim tão desconfortável a ponto de “deszipar” o companheiro de piscina ser prática entre os nadadores, mas não deixa de ser estranho e aí estraga a piada, né? Assim, pra não desperdiçar a deixa, não descarto as outras possibilidades. Na hora que eu vi o acontecido minhas impressões foram outras, e nelas o Bernard me pareceu ter incorporado uma Paula Toller cantando “diz pra eu ficar muda, faz cara de mistério, tira essa bermuda que eu quero você sério”. Em uma delas, tive a sensação de que o francês queria que o brasileiro tirasse o colant e ficasse de dorso nú pra platéia, pra fazer a linha “narciso exibicionista”, como alguns nadadores fazem logo que saem da piscina – essa, definitivamente, não torna a coisa menos comprometedora para o francês, já que ele também seria platéia, e privilegiada. Pode ter sido um ato falho, um “vem cá meu puto” instântaneo e efêmero de euforia de Alain Bernard. Meu sarcasmo não me permite pensar outra coisa.
E é a euforia que nos leva a segunda coisa estranha: Gustavo Borges nos comentários da vitória de César na transmissão da Globo. E ex-nadador brasileiro ficou tão, mas tão animado que chamou ele de boa-pinta, disse que ele vai voltar para o Brasil mais bonito do que ele já é e que ia até beijar o rapaz na congratulação da vitória – só faltou chamar o César de gostoso, tamanho o tesão do Gustavo Borges em meio a euforia. Fiquei até meio constrangido – porque, vamos combinar que o Gustavo podia ter passado a transmissão da Olímpiada sem essa salivação toda pelo rapaz. Tá certo que os dois são muy amigos, chapas chegados mesmo, mas convenhamos que o Gustavo se excedeu. Se a puxada de zíper do Alain Bernard no colant do César Cielo pode ser subvertida como um ato falho, a excitada euforia – pleonasmo necessário – de Gustavo Borges teve o agravante de ser um ato falho de longa-duração com prefácio e notas de rodapé. E ele não se conteve: mesmo não sendo permitido por fazer parte da imprensa em Pequim, desceu e foi lá abraçar o rapaz na hora da comemoração. Galvão Bueno ficou com medo dele ser preso por quebrar o protocolo. Eu fiquei é com medo de que fosse necessário jogar água gelada no Gustavo naquele momento – nada a ver o líquido aqui com a natação em si, mas sim com aquele velho hábito de dar um susto nos cachorros quando eles, errr…”grudam”.
Agora, assistam vocês o episódio da “deszipada” do Bernard no Cielo – é só olhar em 2:06min deste vídeo no YouTube – e divirtam-se tirando suas próprias conclusões aqui nos comentários do blog. Se alguém achar algum vídeo com as declarações impágaveis do Gustavo avise que eu coloco aqui também.

P.S. 1: aos trolls de plantão que não entenderam nada, eu dou uma dica: a palavra chave é…ironia! Não precisa ter mais que meio cérebro pra notar – mas pra facilitar a vida dos que tem menos do que isso, até adicionei depois uns marcadores de discurso – tipo, “OI? Isso é uma piada. Lá vem outra, tá?”. Como tem internauta que é retardado de nascença e que, portanto, vai escrever qualquer lixo nos comentários de qualquer jeito, também informo que meu Akismet é uma belezinha pra jogar qualquer asneira dita direto no porão do spam. E quem não gostou da brincadeira que vá ler a Folha Universal.

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