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Tag: rock alternativo noruegues

M83 & Susanne Sundfør – “Oblivion” [+ Extended Mix]

Convidada para emprestar seu vocal espetacular para a faixa dos créditos finais do novo filme de ficção-científica protagonizado por Tom Cruise, a música, composta por Joseph Trapanese e Anthony Gonzalez, este último mais conhecido por ser o mentor e único membro fixo da banda francesa M83, é mais canção que demonstra que qualquer coisa que envolva a cantora e compositora norueguesa é certeza de algo fantástico. Apoiada por uma melodia grandiloquente, com bateria hiper-encadeada, cintilações eletrônicas e orquestral fechando com pompa e circunstância a música, Susanne solta a voz à seu estilo, entregando-se aos versos sem hesitação, apesar de ter a linha do volume de seu vocal um pouco afogada no instrumental em parte da faixa, artifício certamente perpretado pela produção à cargo de Gonzalez, já que esta é uma das característicias mais habituais nas suas composições à frente do M83. Apesar dessa característica ligeiramente incômoda, a música é realmente bonita, e cai ainda melhor nos ouvidos ao ter sido aliada ao cantar sempre incondicionalmente tocante de Susanne Sundfør.

O arquivo de download abaixo inclui a versão extendida da faixa, com mais de 20 minutos de duração.

http://www.mediafire.com/file/6icfli1p30jyi4i/susanne-m83-oblivion-includes-extended-mix.zip

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Susanne Sundfør – The Brothel [download: mp3]

Susanne Sundfor The Brothel

Depois de um disco que esbaldou-se no oceano do pop clássico, no seu novo álbum, The Brothel, a cantora norueguesa Susanne Sundfør emergiu destas águas calmas e lançou-se às alturas na atmosfera artística, abraçando de modo esplêndido sonoridade mais densa ao introduzir tecituras eletrônicas aplicadas como elementos percussivos ou de adornamento melódico em suas composições baseadas em pianos e órgãos. As canções que nascem desta operação mais ambiciosa são enormemente luxuosas, épicas e sombrias, como a faixa-título que abre o disco com uma delicada harmonia que tintila nas teclas do orgão Rhodes enquanto a cantora embebe a melodia na tristeza de sua voz angelical e derrama ao final uma miríade de sintetizações orquestrais, operando na canção uma imensa aura sacra para sonorizar os versos tristes sobre homens e mulheres perdidos e infelizes no mundo do afeto comprado pelo dinheiro. Em “Lilith”, a faixa seguinte, a vertente elétrica de sintetizações que vai inundando os ouvidos quebra o efeito etéreo da canção de abertura, mas na sequência harmônica final a cantora encerra a tempestade eletrônica de súbito em detrimento de cintilações aquosas e toques leves em um violão. Em “Black Widow”, os doces vocais múltiplos de Susanne anunciam o breve solo elegante de piano que antecede a reversão da melodia, onde vocalizações distantes e harmonias no órgão expandem-se formando uma espécie de marcha fúnebre circense. Orquestrações rascantes de cordas abrem a faixa seguinte, “It’s All Gone Tomorrow”, e logo juntam-se cúmplices à uma base eletrônica sincopada em uma parceira que acaba em um dissonante e cacofônico samba, mas quem não desiste da faixa depois disso descobre que Susanne logo consegue encontrar o caminho quase perdido, e a faixa então se apruma incrivelmente a partir da metade da canção com a entrada do belo refrão e de um maior polimento da enorme massa sonora. Talvez sabendo que chegou perto de cometer um equívoco, a cantora norueguesa capricha na faixa seguinte, “Knight of Noir”, incorporando em seu vocal todo peso do romance narrado nas letras e sonorizado por uma melodia dramática e grandiosa, com piano e percussão de toques espaçados e sombrios, plenos de suspense, e uma reversão esplêndida e gloriosa, onde a instrumentação acelera e encorpa-se quase num tom marcial. Mais à frente, para nosso deleite, a garota volta a aliar com destreza impressionante a delicadeza do piano e de algumas sintetizações à uma base eletrônica percussiva em um pulso ligeiro e nervoso novamente assaltado por uma reversão melódica em “O Master”. Antes disso, porém, temos duas faixas de diferentes atmosferas: primeiro a tecitura complexa de “Turkish Delight”, onde sintetizações e cintilações pulsam e se enredam cautelosamente enquanto são banhadas por uma orquestração de cordas mergulhada em orientalismo, e em seguida a melodia instrumental mais serena, mas não por isso menos bela, de “As I Walked Out One Evening”, com seu órgão e sintetizações ondulantes, sutilmente metálicas, que lembram a produção de Marius De Vries para Björk em Homogenic. “Lullaby”, penúltima música do disco que apesar de ser iniciada com sutis harmonias no teclado, perde logo este caráter de canção de ninar para ganhar um certo teor technopop dos anos 90 devido ao fluxo de programação borbulhante entornado sobre a melodia. “Father Father”, onde uma garota despede-se com pesar de seu pai, encerra o disco com a cantora e compositora dedilhando graciosamente harmonias profundamente melancólicas no teclado enquanto desmancha-se em emoção no vocal impregnado de sofrimento. Poderia afirmar que a faixa é o ápice do disco não fosse ele todo um registro musical impressionante onde a cantora, com apenas 25 anos, expõe todo o seu potencial como artista tanto por falar de amor, dor, angústia e pesar com vigor e ternura quanto por definir uma identidade sonora coesa, ao mesmo tempo sombria e serena – motivo mais do que suficiente pra acompanhar de perto a carreira da garota.

senha: seteventos

ifile.it/0438uio/susanne_-_brothel.zip

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Ida Maria – Katla. [download: mp3]

Ida Maria - Katla

Não se engane ao ouvir “Quite Nice People”, a primeira faixa de Katla, segundo disco da norueguesa Ida Maria: apesar da toada de vocal tranquilo, violão e piano adocicados e bateria leve, a garota gosta mesmo é das farpas rockeiras que nascem a partir da faixa seguinte, “Bad Karma”. Sem medo de uma overdose melódica, Ida esguela-se nos versos da canção para acompanhar sua guitarra rascante e a bateria firme e não faz muito mais no refrão além de “la-la-las” em meio à riffs caudalosos de sua guitarra. Parece simples demais? Pode ser, mas a garota sabe fazer isso muitíssimo bem. Já na faixa seguinte, “10000 Lovers”, Ida brinca ainda mais com a música, numa espécie de rock de cabaret de ritmo gingado e guitarras malemolentes, atacando a melodia com uma fartura de vocais e backings que transformam a canção em um imenso desatino boêmio. O cio da norueguesa nas letras de “Cherry Red” são apenas a verbalização do que já ocorre no pulso bem marcado da melodia pop cheia de marcações de bateria e vocais lúdicos com gritinhos delirantes – mas a garota não acha isso suficiente, e ainda enfia um interlúdio intencionalmente esteoretipado de chanson française para escancarar um pouco mais o teor sexual da faixa – doida! E se havia alguma dúvida até este ponto de que Ida se diverte muito com sua música, ela sucumbe diante da sandice “I Eat Boys Like You For Breakfast”: possuída pelo espírito de uma mariachi inconsequente, a menina põe no menu de suas personalidades musicais a latina vingativa com seus vocais poderosos em meio ao arranjo de metais, da guitarra, do baixo e da bateria sangrando uma salsa turbinada pela frequência rockeira da cantora. E como quem já prevê questionamentos depois de tanta traquinagem, a guria se despe da latina e põe trajes de uma PJ Harvey em seus melhores dias de improvisação para quase dez minutos de guitarra, baixo, bateria e vocais em jam session de rock lânguido, sôfrego e melindroso em “Devil”. E como não pensar que Ida Maria sofre de transtorno de personalidade múltipla se a cadência melancólica do piano, bateria e baixo e a tonalidade dos vocais de “My Shoes” vertem discretos vapores do charme de Fiona Apple em início de carreira? Mas a evidente ninfomania musical da norueguesa não tem limites e ainda leva a garota a rasgar seu vocal em um blues-rock na faixa bônus, que ela começa soltando um “I’m gonna behave” no microfone – não, Ida: para nosso deleite, assim como o vulcão islandês que estampa a capa do seu disco, esperamos que você continue não se comportando.

senha: seteventos

ifile.it/ybca8pj/te_-_katlo.zip

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