A cantora e compositora Fiona Apple tinha apenas 18 anos quando lançou seu álbum de estréia, Tidal. Para alguém que tem constante contato com os adolescentes de hoje, ainda causa surpresa tal lembrança – já que mais da metade destes jovens, hoje, estão insuflados por um imenso vazio cultural. o trabalho da garota é de uma profundidade e complexidade inimaginável para alguém de sua idade. Melodias sofisticadas e repletas de sutilezas jazzisticas, letras que tratam de temas como amor e culpa com elegante ironia e um vocal em estilizadíssimo tom grave são coisas que fazem este disco soar estranhamente atraente para qualquer ouvido disposto a iniciar uma imensa evolução sonora em sua cultura musical.
Fiona não é uma artista de meios-termos: suas composições são intensas – até barrocas – na sua maneira desmedida de expressar emoções e atitudes. Assim é “Criminal”, que fala de uma mulher cheia de culpa que implora perdão ao seu amante, enquanto os acordes do piano assumem um belíssimo duelo com ons tons charmosamente graves da voz de Fiona e a bateria assume o papel de impor ritmo forte à canção. Em suas “baladas”, por sua vez, Fiona consegue compor melodias esplêndidas, sendo uma das únicas compositoras que conheci até hoje que emoldura letras cheias de rancor e sofrimento amoroso em harmonias que são um híbrido de melancolia e sensualidade. É o caso das canções “Sullen Girl” – que revela, com ironia, uma mulher melancólica e afetivamente amargurada que aguarda, com certo desespero, que algo a tire de sua criogenia – e “Slow Like Honey” – delírio irresístivel que transforma o flerte em uma verdadeira ode à arte da sedução. Em “The First Taste”, Fiona mostra ainda que uma música pop pode ser enriquecida com harmonias finas e elegantes, sem perder seu apelo imediato. “Carrion”, canção que fecha o CD, tem em suas letras um misto de desejo de resgate e fuga de uma relação amorosa, tudo embebido em uma melodia que inicia-se silenciosa e sutil, para arrebentar em uma harmonia luminosa e fulgurante. No entanto, é mesmo “Sleep to dream, faixa que abre o disco que resume o tom da composição lírica da cantora. Nos vocais desta canção, vemos uma mulher que se dispõe a abandonar uma relação, muito segura de si e completamente enfastiada com a fato de que aquele que amava não estava à sua altura. É justo. Não é qualquer um mesmo que pode com essa mulher. Baixe o disco utilizando os links a seguir.
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