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“Dim”, de Marek Skrobecki. [download: vídeo]

DimÉ da Polônia que vem este curta-metragem de temática existencialista do diretor Marek Skrobecki. A primeira coisa que chama a atenção é o fato de que os protagonistas do vídeo, apesar de sua enorme semelhança com humanos, são na verdade fantoches em proporções humanas reais – algo que deve exigir muito na composição das sequências quadro-a-quadro. O argumento do filme, bem como a trilha sonora, tem aquele caráter inconfundível de tristeza e emoção que os poloneses costumam saber explorar tão bem: um casal, imerso em uma vida anestésica que é feita apenas da repetição interminável de afazeres monótonos, só consegue encontrar sentido em suas vidas na visita diária que recebe através da janela de seu apartamento humilde – mas a eternidade não existe e a constância sempre encontra um fim.
Assista o curta via YouTube, neste link, ou baixe o vídeo utilizando este outro link.

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“Over Time”, de Oury Atlan, Thibaut Berland e Damien Ferrié. [download: vídeo]

Over TimeUma homenagem ao criador dos adoráveis fantoches conhecidos como “Muppets” – o americano Jim Henson -, “Over Time” traz dezenas de bonecos que lembram o seu mais famoso personagem, o sapo Kermit – aqui no Brasil conhecido como “Caco” – tentando superar a morte de seu criador. E, pela falta de entendimento sobre o acontecido – ou simplesmente por não aceitarem sua morte -, acabam o tratando como um fantoche, tentando dar-lhe vida novamente. No entanto, logo eles compreendem que a natureza de seu criador não é a mesma da que eles são feitos e, assim, finalmente se despedem dele. Os diretores Oury Atlan, Thibaut Berland e Damien Ferrié mostram-se donos de uma sensibilidade absurda na caracterização dos personagens, composição da pequena história e escolha de trilha sonora pra lá de impecável – é de chorar de tão bom. Não hesite e assista logo neste link, via YouTube, ou baixe – recomendadíssimo – através deste outro link.

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Suzanne Vega – Nine Objects of Desire. [download: mp3]

Suzanne Vega - Nine Objects Of DesireApesar de ser autora de dois dos maiores mega-hits do final da década de 80 e parte dos anos 90 – “Luka” e “Tom’s Diner”, que inundaram as FMs do mundo inteiro -, Suzanne Vega é uma artista mais admirada nos círculos mais “cults” devido à uma idéia de sofisticação excessiva de seu estilo em grande parte de sua carreira musical. Talvez por sentir-se cansada de soar tão sofisticada, ou simplesmente por vontade de estabelecer mudanças, Suzanne lançou em 1996 um disco que foi o ponto de partida para um processo contínuo de desenvolvimento da composição de uma musicalidade muito mais algodoada e coesa, tanto quanto sempre foi a sua voz sutil: Nine Objects of Desire. Neste disco, a artista soa muito mais quente, tranquila e sonoramente frugal do que possa jamais ter sido nos anteriores. Este balanceamento delicado é vísível na bateria e teclados e na maneira como guitarra e pratos soam pontualmente preponderantes em “Headshots” – em que um pôster 3×4 de um rapaz persegue uma mulher que caminha pela cidade, causando-lhe imensa nostalgia afetiva – na percussão, violões e orquestrações cálidas e sensuais da bossa de “Caramel” – onde apesar do desejo intenso, uma mulher não se atreve a sequer arriscar uma relação que, ela sabe, não terá futuro – na melancolia amarga dos acordes do violão e piano, da percussão de sincopamento leve e ressoamento dos pratos de “World Before Columbus” – em cujos versos a cantora reflete sobre como o mundo, e não apenas a sua vida, perderia muito do seu sentido sem a companhia de quem ama – e na delicadeza madrigal da orquestração e nostalgia solar da guitarra e órgãos de “My Favorite Plum” – baseada em brilhante analogia sobre desejos não confessos por um fruto sem igual, distante e inalcançável.
Porém, quando decide-se a não compor faixas tristes e melancólicas, como em “No Cheap Thrill”, quando a bateria, guitarra, metais e vocais atrevem-se a soar mais agitados, e como em “Tombstone” – relato de uma alma penada que não dá muita atenção ao paraíso e não deseja mais do que descanso – cuja música, com piano, bateria e baixo tão bem compassados entre si, tenha toda a cara de um aconchegante e animado piano-bar de primeira, poucas vezes elam lembram a aspereza de composições anteriores – é o que ocorre com “Casual Match”, que lembra muito “Blood Makes Noise”.
Me impressiona é que tamanha beleza, inventividade e equilíbrio tenham sido tão mal compreendidos tanto por crítica quanto por público. Para citar apenas um exemplo, basta conferir a manufatura irretocável de letras e música de “Honeymoon Suite” para entender a injustiça sofrida por este trabalho de Suzanne Vega: se não bastasse o exotismo da melodia doce e metálica do violão e órgão, ainda temos a prova, através do relato episódico de um casal em lua-de-mel, que serve apenas para mostrar o quão diferente é a maneira de homens e mulheres encararem uma relação, toda a habilidade e competência que Suzanne Vega detém como uma verdadeira poetisa.
Mais do que um álbum de qualidade inquestionável, que sinaliza a maturidade artística de uma artista pela maciez e calor quase táteis de suas melodias e pela notável polidez da poética urbano-contemporânea de seus versos, “Nine Objects of Desire” serve para deixar claro que nunca devemos guiar nossas experimentações culturais pelo que diz a crítica ou mesmo pela resposta do público à um artista ou um de seus lançamentos específicos – é sempre deixar seus próprios ouvidos decidirem o que é bom ou não pra você.

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“E Sua Mãe Também”, de Alfonso Cuarón. [download: filme]

Y Tu Mamá TambiénTenoch e Julio, dois adolescentes em férias escolares, o primeiro pertencente à uma família abastada e o à classe média, decidem aproveitar as férias ao máximo depois da viagem de suas namoradas para a Itália, mas frustran-se logo pela insucessos em sua investidas, principalmente com relação ao sexo oposto. É em uma festa de casamento, no entanto, que encontram Luísa, mulher casada com um primo de Tenoch e que decide, depois da descoberta de fato que muda completamente o seu futuro, embarcar em uma viagem México adentro rumo à uma praia fictícia.
Foi depois de ter assistido o fabuloso “Filhos da Esperança” que minha vontade de conhecer melhor o cinema de Alfonso Cuarón realmente ganhou impulso. Elogiadíssimo mundo afora, “E Sua Mãe Também” me causava certo temor justamente pelo consenso de sua qualidade – parecia ser bom demais pra muita gente. Felizmente, se trata de uma daquelas excessões raríssimas, que conseguem agradar a gregos e troianos a despeito de não cometer concessões – ao menos não de forma gratuita. Talvez seu sucesso seja fruto de sua camada mais aparente, o “road-movie” em ebulição contínua onde dois garotos, ajudados por uma mulher com quase o dobro de sua experiência e idade, começam realmente a conhecer a si mesmos, à um ao outro e as complexidades da vida – coisa que tanto o conforto da adolescência quanto o de suas condições financeiras não os permitia conhecer. A fartura de cenas de nudez e sexo, com certeza, agradou boa parte do público menos reflexivo – e isso deve ter lhes bastado como atestado de qualidade. Mas Cuarón, não é trouxa e sabe cobrar em dobro aquilo que oferece: assim como Tenoch e Julio, em troca de um pouco de diversão e sexo, foram obrigados a finalmente encarar verdades e fatos da vida que o conforto de sua rotina camuflava, o diretor oferece ao público a diversão mais pueril e lhes obriga a testemunhar ou, se possível, refletir sobre um sem número de coisas por vezes salpicadas – pelo narrador da história – e em outras costuradas aos próprios protagonistas – como a verdadeira condição de Luisa – à este rito de passagem da adolescência para a vida adulta. Histórias que deflagram a fugacidade de nossa existência, fatalidades repentinas, a condição miserável de grande parte do povo, o êxodo em busca de novas oportunidades de emprego, o rolo compressor da indústria do turismo contemporâneo, a natureza sórdida de fatos políticos, tudo é colocado diante de Tenoch, Julio e até mesmo da experiente Luisa, para que atestassem que uma vida de prazeres inconsequentes não duraria tanto e fossem obrigados a confessar que mesmo a fraternidade e cumplicidade que imaginavam ter, imagine, não era tão real e sincera assim. Depois de tamanha jornada pelo que era, até então, conhecido mas ignorado – ignorado até na relação que desfrutavam entre si – as coisas, mudam, claro. E tudo o que parecia menos provável, se não completamente inaceitável, se mostra como o rumo a ser tomado – não é de se estranhar, dado que, na essência, eles sempre tiverem uma atitude compassiva e conformista quando se deparavam com qualquer situação que lhes exigia uma reflexão mais cuidadosa. Calar-se e não pensar sempre é mais conveniente.
Tanto na construção da dinâmica do filme, em cujo engendramento o narrador tem papel principal ao exibir consciência plena não só sobre o passado, presente e futuro de quem quer que apareça na tela, mas também sobre os detalhes mais sutis, passageiros e reveladores do comportamento dos protagonistas, quanta na técnica, cuja fotografia, cenografia e montagem exibe a mesma prerrogativa por preservar um senso mais natural – que Cuarón apuraria ainda mais em “Filhos da Esperança” – tudo serve para dar apoio à malha temática complexa do longa-metragem, que entrelaça crítica política e social com a investigação de distúrbios relacionais e dramas pessoais e universais. “E Sua Mãe Também” é um armadilha saborosa e necessária: pintando seu cinema de picardias estudantis, os mexicanos agarram o público e o expõem ao que objetivam de fato – a reflexão sobre como nossas menores atitudes podem ter efeitos decisivos sobre a nossa vida e a alheia.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

OBS: links funcionais mas não testados.

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legendas disponíveis (português):
http://legendas.tv/info.php?d=c88e6c8003ebb8a2996c3197027abc68&c=1 (via legendas.tv)
http://www.opensubtitles.org/pt/download/sub/3093671 (opensubititles.org)

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Sarah Blasko – The Overture & The Underscore. [download: mp3]

The Overture & the Underscore - Sarah BlaskoA australiana de olhos expressivos, Sarah Blasko, lançou-se em 2004 em carreira solo com The Overture & The Underscore, que reúne canções compostas por ela e seu colaborador, Robert F. Cranny. Apesar de Sarah ter comentado que procurou não delimitar e definir um estilo em sua estréia, deixando-se apenas entregar as possibilidades que surgiram durante sua criação, o ouvinte fica com uma sensação de que, dentro daquela sonoridade pop/rock, há sim uma identidade já sendo desenvolvida – sensação que é provavelmente fruto do contato com suas melodias e letras melancólicas e singelamente poéticas, bem como a impressão obtida ao ouvir sua voz de sensibilidade tão apurada.
Talvez pela consciência do dom que detém, Sarah escolheu privilegiar seu vocal no arranjo de “All Coming Back”, canção que abre o disco e fala sobre uma mulher que reflete sobre como o amor que vive é feito apenas de lembranças e momentos ruins: a instrumentação escassa é alimentada apenas por uma guitarra de acordes quase monotonais e agudos, um piano distante e ocasional e alguma programação eletrônica sutil na ponte melódica. Mas em “Beautiful Secrets”, sobre como podemos nos enganar achando que nossos segredos estão bem guardados, Blasko já apresenta suas melodias bem compostas com uma música mais farta, onde guitarras e baixos de acordes mínimos mas densos dividem espaço com sintetizações metálicas e cintilantes e um loop, fruto de programação, faz a vezes de base rítmica. Parece que não vai sobrar espaço para mais nada, porém Sarah consegue encaixar muito bem a bateria acústica na sequência final da canção e, assim, potencializa a emoção dos seus vocais. Mas na reclamação feita para um homem cujas palavras tem a intenção de lhe causar confusão e culpa, Sarah resolve deixar por um momento a melancolia e injetar mais energia com acordes rápidos de violão e toques cristalinos da guitarra, e incrementa ainda mais “Don’t U Eva” com uma bateria encorpada e furiosa. Porém, logo somos imersos novamente nas melodias e letras agridoces que Sarah mostra compor tão bem: “Perfect Now”, em que uma mulher se prepara para abandonar seu amor enquanto dorme, concluindo que é melhor deixá-lo enquanto tudo é felicidade, é uma balada suave onde violão, bateria, vocais e principalmente a base orquestrada de cordas suscitam a atmosfera harmoniosa dos primeiros trabalhos dos irlandeses do The Cranberries e em “Cinders”, a doçura da programação eletrônica, teclados e vocais contrasta com as letras em que Sarah relembra, com amargor, que não há como esquecer tudo o que aconteceu no passado e simplesmente seguir em frente. Como acontece com frequência no mundo da música, Sarah resguardou-se e deixou o melhor de si só para o final, nas duas últimas faixas do álbum, “True Intentions” e “Remorse”. Na primeira a garota atinge, tanto no vocal quanto na melodia, o crescendo emotivo, a classe e a elegância dignos de uma Nina Persson, e em “Remorse”, sobre pessoas que “parasitam” seus companheiros em uma relação afetiva para abandona-los, indefesos e frágeis, em troca de novas “vítimas”, Blasko pluraliza seu vocal, adicionando mais camadas e vocalizações eventuais ao fundo, enquanto na melodia notas leves e mínimas do piano conferem um tom dramático, as orquestrações sintetizadas promovem reflexos luminosos e a programação eletrônica discreta realça a atmosfera da canção.
É uma estréia e tanto: a menina mostra saber o que faz, exibindo muita segurança em suas melodias e letras que mesclam diferentes matizes de tristezas, rancores, arrependimentos e alguma alegria acidental e temporária. Talvez por confiar tanto em si é que Sarah escolheu estampar a capa de seu primeiro disco com toda a simplicidade possível, em um retrato expressivo que mescla confiança, ironia e ira – a síntese absoluta de seu estupendo The Overture & The Underscore.

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“Arquitetura da Destruição”, de Peter Cohen.

Undergangens ArkitekturDocumentário de 1989 que apresenta como valores, idéias, conceitos e teorias foram encadeados e tomados de forma cada vez mais radical até resultar no movimento Nazista e no sonho de dominação, purificação e embelezamento do mundo pelo Império Alemão.
Peter Cohen expôs em 1989, no seu documentário “Arquitetura da Destruição”, o resultado de uma pesquisa que tomou 7 anos de sua vida: diferentemente da abordagem dada ao tema até então, que se resumia em buscar o impacto e estupefação fáceis nas platéias ao estampar a tela com cenas de extermínio e desgraça promovidas pelo regime Nazista, Cohen estava mais interessado em promover o seu alerta de forma mais inteligente, sutil e profunda, revelando todo o arcabouço de idéias e suposições sobre o mundo, o seu estado de então e o seu futuro, bem como os artifícios utilizados pelo governo alemão para propagar sua idéias e angariar todo o apoio de sua população para torná-las realidade. A epifania de Hitler diante de “Rienzi” de Wagner, sua obssessão com a estética perfeita das artes greco-romanas, sua admiração pelo regime de governo do Império Romano, a sua predileção pela arquitetura faraônica são todos expostos como fontes de inspiração para a formulação e desenvolvimento do regime e ideais nazistas, bem como serviram de instrumentos para sua sustentação e contínua manutenção – sim, porque a arte, a propaganda e a ciência foram utilizadas, cada uma em seus mecanismos mais dinâmicos – exposições em galerias, exibições de filmes, comícios e reuniões – como veículos de propagação dos ideais nazistas, afim de, ao mesmo tempo, legitimar o pensamento Nazista e difamar tudo o que não se enquadrava em seus ideais utópicos. Esse enraizamento do Nazismo com certos preceitos estéticos-artísticos não foi por um mero acaso: segundo o documentário, muitos dos maiores artífices do movimento tinham inclinações artísticas, ou mesmo eram artistas frustrados. O próprio Hitler, que fora recusado na Academia de Viena como pintor, dava vazão à suas ilusões artísticas ao desenhar, planejar e arquitetar – ou ao menos delinear as bases – de grande parte da estética do movimento, de seus eventos colossais, de sua arquitetura megalômana e de sua propaganda.
Assim, o longa-metragem documental de Peter Cohen não causa impacto pelo sensacionalismo mais preguiçoso, pela exploração óbvia e previsível de um episódio histórico envergonhante, mas sim por esclarecer sua gênese de forma profunda, jogando luz sobre aspectos obscuros e muito pouco discutidos, divulgados e escrutinados. É através de sua investigação detalhada, tanto sobre ilusões, conceitos e métodos de Hitler e seus homens de confiança quanto do próprio movimento Nazista e o seu “corpo do povo” – o ariano, claro – que Peter Cohen consegue nos alertar para o perigo que representam conceitos radicais do que é esteticamente aceitável, ideais de beleza levados ao extremo, subversão de discursos integrados em movimentos artísticos e a abordagem pinçada de afirmações científicas. Hitler era realmente um homem inteligente, mas a sua inteligência era, talvez, uma das mais burras que pode ter existido: uma inteligência dissociada de qualquer noção de humanidade e de entendimento das diferenças em detrimento do sonho de evolução para um mundo estático, preso em moldes idealizados de beleza e assepsia – uma idéia tão doentia que a contradição mais básica, a de que a evolução sem a existência da diferença não é evolução, mas meramente um engessamento do desenvolvimento humano, foi completamente ignorada.

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Amplifico – “Yeah, You Can Be My Muse” (dir. Liam Brazier). [download: vídeo]

Amplifico - Yeah, You Can Be My MuseApesar de não ser nada de novo, a animação do clipe da canção “Yeah, You Can Be My Muse” é singela e tem traços bastante singulares. No curta, um homem tenta obter a atenção da mulher que amava, até então, a distância. O melhor ainda é a música, uma baladinha gostosa que gruda no ouvido e não sai de jeito nenhum. Assista via YouTube clicando aqui ou baixe o arquivo, no formato FLV, neste link.

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Tanita Tikaram – Sentimental. [download: mp3]

Sentimental - Tanita TikaramContrastando diretamente com a opulência instrumental e o transbordamento pop de The Cappuccino Songs, o mais recente álbum de Tanita Tikaram, Sentimantal, aproveita do anterior apenas o desprendimento suave dos vocais bem colocados, deixando a impressão de uma vontade consciente da artista de que este novo disco soasse como o exato oposto do lançado em 1998: no lugar da quandriloquência e do extravasamento, quietude e instrospecção. Foi neste clima de intimidade que nasceram as melhores canções do disco, “My Love”, com versos que lamentam uma relação que, ao perder sua força e sua franqueza, só faz causar enorme sofrimento, e “Play Me Again”, em que a cantora suplica de forma contida por afeto. Em ambas as músicas, acordes desmesuradamente plácidos e estudados de piano, bateria leve e cautelosa, guitarras tímidas e quase desapercebidas e notas arredondadas e calmas de orquestrações de cordas e metais enfatizam fabulosamente o vocal de discreta gravidade de Tanita.
Mas, apesar do que faz crer o seu título, o disco não mergulha a todo momento em versos e harmonias sofridas e melancólicas. Mesmo que não sejam exatamente registros de alegrias e deleites, faixas como a classuda e delicadamente sexy “Got To Give You Up” e a balada “Something New” – na qual a cantora, cansada de relações que só a desgastam e não lhe fazem jus, reclama por um amores mais sinceros – suplantam a tristeza com melodias que transpiram esperança e contentamento recatados.
Neste trabalho, cuja sonoridade macia, acústica e intimista é comparável à do fenomenal álbum Birds, de Bic Runga – não por um acaso, já que sua sessões de gravação seguem a mesma proposta, fazendo a captação de som de todos os intrumentos ao mesmo tempo – o tempo mostra que é um remédio implacável e abençoado para alguns artistas: Tanita Tikaram revela em Sentimental como amadureceu suas composições, ao mesmo tempo abandonando a musicalidade áspera e exótica de seus primeiros trabalhos e peneirando sem piedade todos os excessos dos mais recentes. Seu esforço trouxe a vida um disco tão de tecitura tão coesa e sólida que conseguimos exalar docilidade e calor em cada verso e nota de suas canções.

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“Huset på kampen”, de Pjotr Sapegin. [download: vídeo]

Huset Pa KampenApesar de o diretor ser russo, a produção ser sueca e da narração ser em inglês, não há dificuldade em compreender esta animação feita com técnicas tradicionais. É tudo bem simples: um dia, um homem compra uma casa e, ao entrar nela pela primeira vez, descobre que ali há um rato, que decide logo tentar exterminar, mas a cada tentativa, o rato, ou melhor, a rata, entende aquilo de forma diferente…Divertido, sensível e com trilha sonora, composta por Randall Meyers, que remete aos temas fenomenais do mestre Zbigniew Preisner – o compositor preferido de outro mestre, o diretor polonês Krzysztof Kieslowski -, este curta-metragem é ganhador de vários prêmios mundo afora.
Assista o vídeo via este link do YouTube ou faça download em formato MPEG através deste link.

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“Últimos Dias”, de Gus Van Sant. [download: filme]

Last DaysJovem músico sai de clínica de tratamento e ruma, através de uma floresta, até sua mansão mal-conservada. Lá chegando ele tenta isolar-se dos amigos que ocupam a casa e evita contato com seu agente, sua gravadora e até um detetive, que o procuram para que dê continuidade as turnês de sua banda. Livremente baseado nos últimos acontecimentos da vida de Kurt Cobain, vocalista do grupo Nirvana.
Desde 2002, Gus Van Sant redirecionou sua carreira para o rumo independente e alternativo que teve no início, voltando também o seu olhar para as atribulações juvenis urbanas. Por isso, não é surpresa alguma o seu interesse em biografar os últimos momentos de vida do rockeiro Kurt Cobain, ícone do rock grunge dos anos 90 que encerrou ele mesmo sua vida com um tiro na cabeça – sem considerar, claro, as inevitáveis teorias de homicídio dissimulado.
Por ser substancialmente uma biografia, assim como também o era “Elefante” – mas que o era muito mais de um evento em si do que de personagens -, o diretor decidiu manter a abordagem adotada no filme anterior, ficcionalizando a superfície mais aparente de sua história, através da modificação de alguns personagens e acontecimentos, mas mantendo intacta, na essência do evento e de seus protagonistas, a fidelidade com os acontecimentos reais. Desta forma, se os afazeres, o comportamento e as atitudes modorrentas de Blake no filme reproduzem com algum apuro as de Kurt Cobain, então a pergunta feita na filme por Kim Gordon para ele deixa de ser uma dúvida e passa a ter um caráter incontestável de afirmação: Blake/Cobain era um cliché do rock. Para piorar, ao importar, junto com o modo de compor a história, a técnica narrativa singular do filme anterior – que guarda semelhanças com a tradição documental – Gus Van Sant transforma o estigma da juventude transviada em algo ainda mais pueril do que já é: ao contrário do que aconteceu em “Elefante”, onde esta técnica ajudou a trazer ainda mais a superfície a natureza e a multiplicidade do evento narrado, o encadeamento improvisado de ações cotidianas, que tomam o lugar do roteiro, a edição que prolonga as sequências, evitando ao máximo os cortes nas cenas, a câmera que quase não produz closes, preferindo perseguir os passos do protagonista da sequência de maneira distante, e o silêncio que tem maior preponderância do que as falas – quase sempre irrelevantes – só faz tornar ainda mais visíveis e intensos o vazio, a ausência de sentido e a obviedade presentes no evento e no personagem que são a razão de ser de “Últimos Dias”.
Penso que o desnudamento do lado mais pessoal e íntimo de um ídolo, via de regra, não traz qualquer benefício: não apenas lhe destitui esse caráter sempre interessante mas acaba também revelando que, na realidade, eles podem ser o tipo de pessoa para quem não dispensaríamos a menor atenção e apreço. Infelizmente, para os fãs de Kurt Cobain, esse é o único mérito do filme de Gus Van Sant.

OBS: links funcionais mas não testados.

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legendas disponíveis (português):
http://www.legendas.tv/info.php?d=41026cdf3eebe2767a87c0c53955f24b&c=1
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3093676
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/103521

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