No vídeo de um dos singles de Takk, quarto disco da banda islandesa Sigur Rós, uma trupe de crianças reune-se lentamente, numa jornada através do vasto ambiente islandês para, na conclusão do vídeo atirar-se sem pestanejar um imenso despenhadeiro. Todos o fazem sem hesitação, a não ser um garotinho, que mostra não ter certeza em unir-se às crianças que se dirigem ao horizonte. Com locações absolutamente deslumbrantes, o vídeo consegue retratar a canção e o universo musical da banda islandesa de forma precisa: uma atmosfera fabular e idílica se faz presente durante todo o vídeo, exatamente o que se sente ao escutar qualquer dos discos do Sigur Rós. Imperdível. Baixe o vídeo de “Glosoli” agora clicando aqui.
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Há certas coisas que o público nem precisa pedir: elas virão. Esse é o caso de Raphael Laus, o garotão fenomenal com cara de safado que foi capa do ensaio de Dezembro de 2002 do The Boy e eleito o melhor daquele ano. E olham que o ano de 2002 teve concorrentes poderosos – Rafael Monteiro, Leandro Becker, mas os visitantes, felizes com tantas opções espetaculares, fizeram a sua escolha.
Rapahel Laus guarda impressionante semelhança com Matheus Verdelho. Não estou me referindo aqui exatamente à semelhança física, mas nas sensações despertadas em qualquer pessoa que se depara apreciando-os: uma mistura primitiva de desenfreada libido e paixão. Assim como Verdelho, Laus consegue assumir feições ferozmente sexy e irresistivelmente doce: tudo depende de sua imensa capacidade de adequar sua infinita masculinidade àquilo que ele preferir no momento. Assim, o fabuloso garotão consegue ser o arquétipo da preferência de todos os gostos: o homem objeto – o sexo em estado puro – e o homem do ideal afetivo – o companheiro de toda uma vida. Não existem muitos homens como estes, que conseguem reunir em si tudo o que se deseja tão ardentemente. E, felizmente, no ensaio que produziu para o Terra, o fotógrafo invejado por todos os visitantes do The Boy soube exatamente como capturar essa química extraordinária de Raphael Laus: nestas imagens temos Rafael exibindo-se com todos os seus atributos de virilidade, doçura, malícia e sedução – fica aqui a devida reverência ao trabalho extraordinário do fotógrafo Cristiano Madureira.
Tão evidente quanto o chão que pisamos é o fato de que as fotos de Raphael Laus estariam logo aqui no blog – nem precisava pedir, viu? Bem, aqui estão tanto o álbum aberto e o álbum fechado desse deus. Novamente, faço o pedido para os visitantes de que se você possui alguma foto do ensaio fechado que não esteja aqui a envie prontamente pare o meu email. Divirtam-se!
Clique neste link para conferir todo o ensaio do site The Boy com o modelo Raphael Laus.
3 ComentáriosBaseando-se nos acontecimentos das Olímpiadas de 1972, onde um atentado palestino nos aposentos de atletas israelenses resultou em inúmeras mortes de ambas as partes, Spielberg desenvolve a estória dos agentes israelenses encarregados de eliminar palestinos supostamente involvidos no acontecimento.
O filme tem sido criticado pela imprensa especializada, e ainda mais por palestinos e israelenses, por não se aprofundar e não retratar adequadamente as minúcias das motivações do conflito entre os dois povos. Não endosso estas opiniões. Acho que Spielberg se saiu muito bem no retrato de um conflito no qual é um estranho – apesar da origem judia e, por consequência, raízes israelenses, seu olhar sempre será o do povo americano. O que israelenses e palestinos esperavam de “Munique”? Que o americano Spielberg decifrasse a verdade e a razão de ser de um conflito que os próprios envolvidos não conseguem, apesar dos esforços, analisar?
Tecnicamente o filme também é caprichado: o elenco está muito bem, a fotografia de Janusz Kaminski é sutilmente granulada e sépia – o que eleva a sensação de passado -, a direção é precisa. O roteiro adaptado de Tony Kushner e Eric Roth consegue ser preciso ao retratar a insensatez de toda violência – tenha ela alguma justificativa ou não – e realista ao mostrar que espiões assassinos não são um poço de frieza, charme e profissionalismo. Durante todo o filme a impressão mais forte é a de que aqueles agentes contratados, que no final são tidos como especialistas, não passam de corajosos amadores. Deve-se dar o dveido crédito ao elenco, claro, também responsável por transmitir adequadamente tal impressão.
No final das contas, este acaba sendo o filme mais bem acabado e relevante de Spielberg em muito anos. E a prova de que, atualmente, o diretor consegue ser mais efetivo em produções sérias do que em filmes repleto de efeitos digitais e pirotecnias derivadas.
No dia 21 de abril – Tiradentes no Brasil – fãs americanos de um dos mais fabulosos jogos de horror para a plataforma Playstation já tem compromisso marcadíssimo – é a estréia da versão cinematográfica do primeiro jogo da série Silent Hill. Assisitindo o trailer já se percebe que os realizadores conseguiram atingir grande parte da atmosfera sonora e visual do game e, no seu fim, ouve-se um breve trecho da música tema do jogo – e a indicação de que ela será igualmente utilizada no longa-metragem. Essas são as boas notícias. O que talvez possa aborrecer os fãs seja o fato de que a protagonização da estória foi trocada: no jogo é o pai que enfrenta os perigos da cidade-fantasma em busca de sua filha; no filme, por sua vez, quem parte nessa jornada de horror é a mãe – que é meramente citada no jogo. Isso é, notadamente, um artíficio para atrair o público, já que aproxima o longa da recente onda de sucesso de filmes de horror como “O chamado” , “Escuridão” e “Dark Water”. Eu disse cidade-fantasma? Este é justamente o segundo problema: enquanto no game a cidade é habitada apenas e tão somente por uns poucos personagens desavisados ou que se encontram sub o jogo demoníaco de Silent Hill, no trailer vemos um bom número de habitantes – o que não quer dizer gente “normal”, entenda-se. Porém, há de se compreendeer que esses são efeitos do instrumento de adaptação da estória – poucas adaptações que o fazem linha por linha de texto resultam em boas obras. Resta saber se esse é o caso do filme Silent Hill. Não há outro remédio: o jeito é esperar a estráia no Brasil e torcer que as modificações não destruam uma estória das mais ricas e inteligentes do horror no mundo dos games. Ficou curioso? Baixe já o trailer usando o link abaixo e não deixe de baixar no segundo link duas músicas da aclamada trilha sonora do jogo, composta por Akira Yamaoka.
trailer: http://mp3content02.bcst.yahoo.com/pub06root3/Pub06Share12/yahoointernal/8/21763902.mov
mp3: http://rapidshare.de/files/12162128/sh_theme_tears_of_pain.zip.html
2 ComentáriosEm Under The Pink, como o título já sugere, o condição feminina serviu como mote para a composição do disco. As relações afetivas, os conflitos, o modo da mulher encarar o mundo. Depois do primeiro álbum solo, Tori volta mostrando que tudo o que fez em Little Earthquakes pode ser ainda reelaborado, revertido e recriado, tanto melodicamente quanto liricamente falando. Isso faz o segundo álbum de Tori parecer uma espécie de segmento do primeiro disco, mas com uma exploração ainda mais profunda de tudo que foi abordado antes. Isso não significa perda de qualidade, bem pelo contrário. Do ódio entre mulheres ao ódio à religião, tudo acaba caindo na boca irônica e sarcástica da pianista americana. Arranjos ainda mais elaborados, melodias sofisticadas (tão únicas que até hoje não encontram precedentes no mundo da música) e letras complexas e confessionais continuaram sendo o tom da compositora norte-americana: em “Cornflake Girl” é feita uma crítica mordaz a mãe da “família do comercial de margarina” e “God”, por sua vez, não poupa nem mesmo deus com seus versos irônicos que questionam se o poder divino não precisaria de uma ajuda feminina. Em “Yes, Anastasia”, Tori constrói, sem pressa, uma verdadeira sinfonia, o que constrasta diretamente com alguns momentos da sua letra, que falam sobre atos dos mais ordinários. O confessionalismo é ainda mais impactante neste segundo disco: em “Icicle”, por exemplo, Tori fala sobre o que fazia em seu quarto – intimidades sexuais solitárias, para fazer uso de um eufemismo – enquanto pessoas, sob o comando de seu pai – um reverendo metodista -, oravam inocentemente mais abaixo. São letras como essas, e de todos os seus albuns posteriores, que fazem artistas como Madonna parecerem ingênuos se comparados a ousadia inteligente – e nada vulgar – de Tori Amos. Baixe já o álbum completo e comece a entender porque Tori Amos é o alvo da idolatria mais passionalmente apaixonada do mundo da música.
http://rapidshare.de/files/8496830/TA-UTP.rar
senha: BlueSuede
Deixe um comentárioOliver Stone, além de sua fixação por retratar a guerra – especialmente a do Vietnã – é um biógrafo por excelência – no sentido quantitativo: Talk Radio, The Doors, JFK, Nixon, Evita são todas obras com a direção ou participação de Stone e todas apresentam algum nível biográfico em seu conteúdo. A mais recente figura escolhida pelo cineasta para figurar em sua galeria de personalidades por ele tratadas foi Alexandre, o Grande. Com quase três horas de duração, o filme conta a história de Alexandre de sua infância até sua morte, aos 33 anos de idade, usando como artíficio a narração de Ptolomeu para confecção de uma biografia. Através do uso dessa artimanha, Stone faz sua a voz do narrador para, em alguns momentos, deixar elucidado que há alguns aspectos da vida de Alexandre que não passam de suposições.
Mas a certeza mais clara que surge logo que se começa a assistir o mais recente filme de Oliver Stone é que ele nunca decola. Apesar de ser muito bem produzido e ter boas atuações o longa sofre com dois fatores de certa forma externos ao próprio filme. O primeiro seria o desgaste de filmes épicos como este, onde grande parte da duração da obra é composta por violentas cenas de batalha ultra-realistas e onde muito de sua realização deve aos efeitos digitiais. Essa fórmula já se tornou tão banal no milionário cinema americano que já não serve para garantir o sucesso de filme algum do gênero. O segundo problema seria o próprio personagem de Alexandre: em momento algum do filme a figura do grande conquistador conseguiu me cativar, faltou muito na composição do personagem para gerar a atração necessária. E não podemos simplesmente culpar Colin Farrell pela falta de empatia – ele faz o que pode, dentro dos limites de sua atuação que não é fantástica, mas também não é ruim como insistentemente comentaram -, isso seria simplificar demais o problema. É muito mais um problema de composição do personagem na confecção do roteiro do que de sua intepretação pelo ator: Alexandre aborrece por sua teimosia, insegurança e sua personalidade confusa. Se o objetivo era reforçar estas características para humanizar ou desmisitifcar esta figura histórica o efeito ultrapassou a intenção de seus realizadores e Alexandre acabou por ser retratado como um conquistador de certa forma alienado e caprichoso.
Além de tudo isso, a tão falada bissexualidade de Alexandre que seria por esse filme abordada é tão insípida e heterossexualizada que pode ser considerada mera citação. Não há qualquer ousadia no tratamento da questão – e não estou falando aqui de colocar os atores em intermináves cenas de sexo no decorrer do filme. Falo aqui de um tratamento mais natural da suposta bissexualidade de Alexandre, algo que não foi feito pelo diretor em nenhum momento, apesar da insistência, no plano teórico/retórico, em querer mostrar que isso era encarado com certa normalidade na época.
Ao terminar de ver o filme a impressão que fica é que o maior mérito de Oliver Stone é ter conseguido gastar milhões de dólares e centenas de minutos num filme que gera menos interesse do que um documentário do History Channel. E isso é realmente um feito e tanto.
Esse vídeo foi o responsável pela introdução da francesa Camille no minha vida musical. Pela semelhança do título da canção com uma música de Fiona Apple, baixei-o ja pensando tratar-se de um cover. Engano meu: a música não apenas não guarda nenhuma semnelhança com Fiona Apple como é ainda melhor que a cantora americana. Mesmo confessando minha infeliz ignorância sobre a língua francesa, é evidente que letras e melodia – ainda mais esse último aspecto – são poderoíssimas e surpreeendentes: Camille inicia com suavidade a canção para então, quase ao seu final, encerra-la num clímax ensandecido de furor melódico. E a canção, ao vivo, ganha em sua performance ainda mais força e paixão. Entrou imediatamente para a minha lista de ídolos absolutos.
Faça download do vídeo em formato .MOV e torne-se mais um dos felizardos fãs da cantora francesa.
http://kidam.info/medias/docus/camille/movies/camille-paleseptembre_512k.mov
Deixe um comentárioO primeiro álbum solo de Tori Amos é totalmente marcado pela verve confessional, uma das coisas que tornou Tori famosa e que tantas outras celebridades da música copiaram sem dó nem piedade, e muito menos vergonha na cara. Pouco depois de lançar o fracassado álbum Y Kant Tori Read, quando dirigia seu carro para voltar para casa, Tori foi estuprada. O acontecido levou a cantora à meses de depressão e o seu primeiro álbum solo é o retrato da dor e da já famosa ironia da cantora sobre o que sentia. Com algumas músicas já prontas, Tori levou o material que já tinha composto para os executivos da Atlantic Records, que já tinham lhe dado à oportunidade de lançar o fracassado primeiro álbum. No entanto, ao conferirem o que Tori tinha feito, resolveram lhe dar mais uma oportunidade e pediram a ela que fizesse mais canções. Não deu outra: o álbum estourou como um sucesso incontrolável de crítica e público, arrecadando legiões de fãs ensandecidos e fidelíssimos a cantora americana. Little Earthquakes foi um sopro de vida – pedindo licença para parafrasear Clarice Lispector – no início da década de 90: enquanto a cena musical era infestada por bandas alternativo/grunge como Nirvana e Perl Jam, que se grudavam numa guitarra, Tori inundou tudo com suas melodias elaboradíssimas e letras complexas, com referências quase criptografadas à sua vida particular, e uma imensidão de outras coisas – como religião e mitologia -, que até hoje confundem os fãs: canções como “Mother” e “Silent all these years” são exemplos de letras e melodias rebuscadas, quase sinfônicas. Porém, há também músicas com melodias épicas e retumbantes e letras repletas de sarcasmo e ódio como acontece em “Precious Things” e a faixa-título do disco. Mas é impossível terminar este texto sem citar a música-símbolo do início da carreira de Tori Amos. “Me and a Gun”, melodicamente seca – é cantada “à capella” -, fala com ironia sobre o que passa na cabeça de uma mulher estuprada – antes e depois de ocorrida a violência. Um disco fabuloso e que pode ser considerado a pedra fundamental da inspiração de toda uma geração de cantoras/compositoras – para não falar sobre àquelas que descaradamente clonaram a persona genial de Tori Amos. Não deixe de baixar já esta preciosidade musical.
http://rapidshare.de/files/8466735/TA-LE.rar
senha: BlueSuede
Deixe um comentárioO modelo Rafael Monteiro foi capa do The Boy em Setembro de 2002. E, na minha opinião, esse moreno fabuloso de olhos eternamente azuis figura na galeria dos melhores ensaios do site. Rafael é daqueles homens raríssimos, cuja beleza alia coisas geralmente contraditórias: ingenuidade, beleza e sensualidade. E cada uma dessas coisas se impõe fortemente na beleza do modelo, pois tudo está lá, “ao mesmo tempo agora”: olhar de uma doçura insuportavelmente irresistível, traços do rosto e corpo que beiram a perfeição, sensualidade exacerbada. E basta olhar apenas algumas das fotos para confirmar isto. Posando com um boné na cabeça o modelo mostra aquela beleza furtiva dos garotões; numa cama, apenas com uma toalha sutilmente cobrindo o meio de sua cintura, e com olhar insuportavelmente malicioso, é um vulção de beleza e sensualidade explosivas. É homem pra agarrar e não largar nunca mais na vida, a não ser para pagar a promessa feita de cruzar ajoelhado todo o trajeto até o templo de Aparecida do Norte…todo ano, é claro. Ou você acha que é pouco pra pagar um presente genuinamente divino destes?
Infelizmente, não sei porque cargas d’água o Terra retirou todos os ensaio do The Boy anteriores ao seu retorno, em dezembro de 2004. Como só tenho acesso agora as fotos restritas do The Boy, fica difícil de saber se as fotos de Rafael desta categoria são realmente o ensaio completo só para membros do Terra. Caso alguém tenha alguma foto do ensaio restrito que não figure aqui, pode enviar diretamente para o meu email. Ficarei eternamente agradecido à quem fizer a eterna gentileza qualquer foto deste monumento. Aproveitem o ensaio!
Clique neste link para conferir todo o ensaio do site The Boy com o modelo Rafael Monteiro.
6 ComentáriosNo início dos anos 90, Alex sobrevive como garçonete em Lisboa com o namorado saxofonista que, na verdade, só consegue se sustentar participando como intermediário no contrabando de diamantes. No Brasil, Paco, um jovem universitário desiludido com seus estudos aspira como seu plano maior a carreira de ator. Manuela, sua mãe, sonha fazer uso de suas economias para voltar com o filho para sua terra natal, a Espanha. Porém, mudanças na economia do país gestadas pelo governo Collor vão causar mudanças abruptas na vida do jovem Paco.
Completamente filmado em preto & branco, Terra Estrangeira é uma obra-prima do cinema brasileiro do fim do século passado e o longa-metragem que colocou Walter Salles no rol dos grandes cineastas do país. O filme aproveita, na sua primeira meia hora, a desorientação política pós-ditadura do Brasil para transmitir com perfeita exatidão a desolação, impotência e abandono que os personagens do filme mostram sentir o tempo todo. Ao ser deslocada a ação para Portugal, todos os sentidos se potencializam, e ainda são acrescidos pela esmagadora sensação de falta de identidade. Seus personagens marginalizados e exilados, homens e mulheres que vivem uma vida vazia e desprovida de raízes, só tem como esperança a possbilidade de encontrar alguma motivação no amor: é no romance de Alex e Paco que conseguimos parar e respirar durante o filme, ainda que seja uma respiração suspensa pelo desespero desse amor. Todos os atores tem excelente atuações, mas Fernanda Torres, Fernando Alvez Pinto e Laura Cardoso levam o espectador ás lágrimas com o realismo vsiceral de suas intepretações. É um momento sublime e soberbo do cinema nacional e o argumento fatal para a derrocada daqueles que guardam a idéia ignorante de falta de qualidade da produção cinematográfica brasileira.