Enquanto no Oriente Médio uma base americana é atacada por um helicóptero que se transforma em um imenso robô desconhecido, o jovem americano Sam, depois de algum esforço e com a ajuda de seu pai, compra um velho e estranho carro esportivo. Na verdade o carro é outro destes estranhos robôs, designado para estabelecer contato com Sam para obter um artefato que está em sua posse e é o mote de uma guerra entre duas diferentes facções destes imensos robôs alienígenas: os Autobots, que tentam defender o universo – e a Terra – dos planos perigosos da outra facção, os Decepticons.
Michael Bay é um dos diretores mais desprezados pelos críticos de cinema americanos pela sua capacidade de conceber sequências de ação esquizofrênicas e pífias e seu tratamento muito além do superficial com todos os outros aspectos de um longa-metragem. Ao ser designado como diretor da versão live-action de “Transformers”, adorado desenho animado dos anos 80, os fãs destes personagens ficaram um tanto temerosos e os críticos vislumbraram um desastre eminente. E Michael Bay foi fiel à seu estilo e não decepcionou – no sentido de que as péssimas expectativas acabaram mesmo se concretizando.
O argumento e a trama do filme que acabaram sendo adotados foram concebidos graças a uma idéia básica do produtor executivo, Steven Spielberg: “tudo é sobre um garoto e seu carro”. Junte à esta “brilhante” abordagem a pretensão cômica rasa e o descaso de Michael Bay com tudo o que possa tornar seu longa mais denso e sério e a desgraça está feita. Como se um filme que se ocupa em seu roteiro em empilhar por duas horas e vinte minutos as aspirações adolescentes americanas mais cretinas já não fosse ruim o suficiente, ainda temos o elenco do longa-metragem, que consegue fazer com que os personagens já caricaturais e rasos se tornem uma afronta à qualquer noção de complexidade e inteligência da raça humana: o jovem protagonista irrita até quando está parado e não abre a boca, seu pretenso par romântico, a gostosa da escola que não entende porque se sente atraída pelos lindos e imbecis atletas estudantis (hã? sexo, talvez?), torna seus irreais conhecimentos de mecânica automotiva ainda menos intoleráveis do que sua presença, a hacker de plantão, loira e linda, dá tanto embasamento à sua artificialidade que é deixada de lado no meio do filme e a platéia sequer se dá conta disso, e o protagonista do núcleo militar da trama, o lindo loiro Josh Duhamel, torna ainda menos natural os seus inacreditáveis conhecimentos em anatomia bio-mecânica extraterrestre – não sabia que os militares americanos aprendiam esse tipo de coisa no seu treinamento…
Diante disso tudo só nos restam as máquinas, certo? Tirando-se o fato de que estes personagens foram concebidos pelos mesmos roteiristas responsáveis pelos protagonistas terráqueos, e dessa forma eles reproduzem nas maquinas uma parte razoável da estupidez dos personagens humanos, ainda há algo que se salvou, graças aos senhores detentores da engenharia digital. Ao contrário do que vem se tornando cada vez mais frequente no cinema, o tratamento digital utilizado no filme materializa como real algo que jamais poderia o ser: os Autobots e os Decepticons não apenas foram caracterizados em cada minucioso e ardiloso detalhe, tanto no que se refere ao menor movimento quanto nos mais engenhosos e elaborados, como também toda a interação destes personagens com o ambiente e com os atores torna-se altamente convincente desde o primeiro segundo de animação – os esforços em efeitos visuais mais impressionantes que já conferi no cinema americano em muitos anos.
Se tivesse lido o perfil do filme no Wikipedia, teria refletido melhor sobre a noção do perigo que eu estaria enfrentando e não teria ido ao cinema. O único feito de Bay, que foi tornar mais interessante a transposição visual das máquinas do que a existência da humanidade, não é forte o bastante pra evitar você se sentir um idiota por estar vendo aquilo. No fim, você acaba achando até compreensível o desejo dos Decepticons de aniquilar a humanidade – se eles fizessem isso com uma parte razoável dos cineastas americanos, seria até um favor.
Baixe o filme utilizando os links a seguir e tente uma das legendas disponíveis.
OBS: links funcionais mas não testados.
http://www.rnbload.com/file/1380/rc-tfp-recode-part1-rar.html
http://www.rnbload.com/file/1381/rc-tfp-recode-part2-rar.html
http://www.rnbload.com/file/1382/rc-tfp-recode-part3-rar.html
http://www.rnbload.com/file/1383/rc-tfp-recode-part4-rar.html
http://www.rnbload.com/file/1378/rc-tfp-recode-part5-rar.html
http://www.rnbload.com/file/1384/rc-tfp-recode-part6-rar.html
legendas disponíveis (português) [via legendas.tv – necessário registro]:
http://www.legendas.tv/info.php?d=1a2a54e3431092ea0257d7ffc2d08e78&c=1
http://www.legendas.tv/info.php?d=e3900ef87dd6887e4a73dc55605e5700&c=1
http://www.legendas.tv/info.php?d=f5ed78f3c474fd0cffe46724ab5f644d&c=1
http://www.legendas.tv/info.php?d=0d1145a5560bcda9d6b8ed856ccd55bc&c=1
Olá Josedz.
Infelizmente, este filme eu vi no cinema, por isso não testei a versão para download que “linkei” por aqui e, assim, nem fazia idéia da exigência de senha para descompactar os arquivos. O mais estranho é que no local que peguei os links foi colocado um aviso que não há qualquer necessidade de senha para os arquivos. Você tem certeza que não é problema com o arquivo corrompido de uma das partes baixadas?
Sei que isso não deve ajudar muito, mas vou tentar colocar outros links a disposição que, já passado algum tempo, já devem estar mais testados pelos usuários da internet. Lamento muito o incômodo, já que você deve ter baixado tudo pra descobrir, no fim, que teve problemas.
Porém, antes de trocar os links, gostaria que você confirmasse a necessidade de senha para este arquivo. Desde o dia que coloquei estes links você foi o primeiro a comentar que precisam de senha – os outros usuários do blog que baixaram podem não ter reclamado do problema, mas também é possível que algum arquivo tenha corrompido no seu download.
muito obrigado pela visitas e, qualquer coisa, é só comentar aqui no blog mesmo ou mandar um e-mail.
abrações.
Prezado,
Acho que os arquivos do “Transformers” precisam de uma senha. Poderia me ajudar? Apesar de sua opinião sobre a má-qualidade do filme, resolvi dar uma olhada para tecer a minha própria opinião. Ficaria muito grato por uma resposta. E obrigado por manter um site como o seu, que para mim é uma referência de bom gosto e conteúdo que não se encontram em nenhum outro lugar da internet. Abraços, José
Primeiro: para sua informação eu nunca disse que um filme hollywoodiano é OBRIGATORIAMENTE um filme ruim – apesar de que a grande maioria o é, quer você goste disso ou não. Para seu conhecimento, como qualquer outra coisa feita no mundo, filmes comerciais podem ser bons ou ruins – e este aqui é péssimo.
Segundo: não, eu não digo isso porque quero parecer inteligente e (pseudo)-intelectual, digo isso porque é óbvio até para um aluno ginasial que o cinema comercial americano, a priori, tem conteúdo tão relevante quanto o de uma revista Contigo.
Terceiro: se um filme – hollywoodiano ou não – não se propõe a “ter seriedade e profundidade dos personagens ou mesmo da trama”, resta O QUE? Efeitos especiais? Isso justifica a existência de um longa-metragem? Meu caro, até videogames – que seria o maior exemplo de algo que poderia sustentar sua existência apoiado apenas no impacto visual – exigem, no minímo, boas tramas.
Agora, se você tem uma idéia tão equivocada e estúpida de cinema a ponto de achar que efeitos especiais bastam para avaliar um longa-metragem como bom, sendo capazes de eclipsar todos os inúmeros defeitos que este filme apresenta, eu não imagino quando você vai achar um filme ruim. Talvez, nunca? Ou melhor: se ele não tiver nenhum efeito especial, e já que todo o resto não parece lhe fazer diferença, quem sabe, este não seria um péssimo filme?
Puxa, realmente…diante da sua concepção de cinema e de seu “esforço” analítico, qualquer pessoa com um mínimo de capacidade de discernimento cinematográfico vai mesmo parecer um intelectual empolado, quando na verdade você é que prefere desligar seu cérebro – se é que ele ligou algum dia – diante de qualquer espetáculo produzido a custa de explosões e manipulações digitais.
Pra que um filme desse vai querer ter seriadade e profundidade dos personagens ou mesmo da trama. Ele sequer se propõe à isso? Porque esse papo de que um filme hollywoodiano é ruim porque não tem profundidade ou um apelo mais inteligente é velho e pseudo-intelectual.
Eu cá confesso que era totalmente fanático dos Tranformers quando era pequeno e que o filme trouxe de volta a criança que há em mim e parecia um menino pequenino no cinema. Eu gostei 😉