Em meio a uma Hong Kong que alterna entre a explosão de suas cores saturadas e a obscuridade fria de sua urbanidade caótica, uma garota (Teresa Sheung Yan) vagueia com visível displicência, eventualmente observando com melancolia detalhes da vida que se desdobra em cada canto da cidade. Só no fim, quando se contempla a garota afastada da pluralidade incessante do ambiente da metrópole, é que se acaba entendendo que as sensações anestesiadas não eram fruto de um comportamento fleumático, e sim de um conflito subjacente. Esbanjando talento na combinação do trabalho de fotografia, montagem, edição e demonstrando enorme sensibilidade na uso esplêndido da trilha sonora, o diretor Jean-Julien Pous criou neste curta-metragem uma sucinta e precisa biografia do eclipsamento do indivíduo em meio a coletividade, que os torna incapazes de perceber o perigo iminente que se esconde por trás de uma expressão aparentemente plácida.
“Drift Away”, de Jean-Julien Pous: Vimeo (assista) – download
Bom dia!
Antes de falar qualquer coisa, peço desculpas por não mandar um e-mail. Provavelmente seria mais adequado, mas enfim, preguiça…
Retomando o porquê do comentário, então: encontrei seu blog muito por acaso e, logo de cara, achei muito inteligente. Com a enxurrada de blogs inúteis que o google encontra em pesquisas de download foi realmente uma surpresa vir parar aqui.
Ao descer a barra de rolagem, fui ficando cada vez mais interessada em tua ironia (suuuuper cáustica) e críticas. Apesar de divergir em alguns posts (estranho seria se eu concordasse com tudo), são leituras deveras enriquecedoras.
Creio que não há espaço para crítica na mídia. E você dá conta, com inteligência e sagacidade, de suprir a necessidade de crítica dos leitores.
Enfim, virará leitura diária.
Uma pena que eu tenha conseguido baixar nada dos sons que disponibilizas, porque o rapidshare é um saco…
Parabéns pelas palavras e pela paciência em disponibilizar materiais tão bons para os ouvidos alheios.