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Categoria: musica

críticas e comentários sobre CDs de música.

Marina Lima – Lá nos Primórdios. [download: mp3]

Marina Lima - Lá Nos PrimórdiosApesar de não ser um fanzão de Marina, como um grande amigo meu, que se descobriu como tal ao perceber que estava sofrendo de um surto obsessivo de compras de CDs e LPs da artista, sei admitir os grandes méritos da cantora e compositora brasileira. Com a perda da potência e gradação vocal, que se acentuou há alguns anos, a cantora percebeu que suas canções deveriam ganhar em interesse melódico o que ela não poderia oferecer cantando. E assim foi que, desde O Chamado a cantora começou a compor melodias fantasticamente modernas, com uma elegância e classe ímpares. Lá nos Primórdios não é um disco excelente, mas vale pela mistura de canções inéditas e releituras de canções antigas que resultou em algumas faixas, de fato, excelentes. Um exemplo é “Três”, que apresenta a conhecidíssima construção de versos de Antônio Cícero, versos que falam de amor com uma entrega total, sobre uma soturna melodia de baixo e guitarra discreta, um baque eletrônico meio sujo como fundo, cordas sintetizadas em teclado e um piano de acordes cuidadosos, que ganha mais destaque no meio da canção. “Valeu” traz bateria e percussão acústica e sintetizada de tonalidades samba-bossa, junto com uma programação de sons delicada, assim como são os acordes do piano, que fecha a canção com toques breves mais sempre classudos ao extremo. O vocal de Marina é doce e algo sofrido, o que combina com as letras, que reclamam o sofrimento amoroso mas que, ao mesmo tempo, agradecem tudo o que já foi vivido. “Anna Bella” é um pop-rock elegante, com belo uso de guitarras, que apresenta solos mais genorosos e programação de teclados esperta, sobre o piano leve e animado. A letra, que parece uma conversa despretensiosa sobre amor, se revela, ao final, uma bela cantada. E como aconteceu em uma das canções de Pierrot do Brasil, temos nesta música uma das melhores e mais inusitadas tiradas do disco – ouça e me diga se a encontrou. “Difícil” fala sobre sexo casual e descompromissado, e apresenta uma bateria de compasso forte e seguro, com guitarras que crescem maravilhosamente ao longo da melodia, até explodir com mais vontade na sequência que fecha a canção – mais Marina que isso só mesmo com os metais de “Carne e Osso”. Os versos de protesto romântico, compostos pela própria Marina, são o retrato do abandono ao fim de um relacionamento e apresentam-se emoldurados por melodia rock agressiva, onde guitarras e baixos deixam-se usar de maneira absoluta. “Vestidinho Vermelho” é uma versão de Alvin L. para uma canção de Laurie Anderson, onde as letras são ponderações românticas e sexuais cantadas no refrão e apenas faladas fora destes. A melodia acompanha o vocal narcísico, petulante e malicioso de Marina, apresentando-se mais calma e intimista quando a cantora está falando e mais vigorosa e floreada quando ela canta o refrão. “$ Cara”, que inicia com um loop programado, logo revela melodia sonicamente forte com sua guitarra tempestuosa e bateria cheia de energia. O vocal de Marina, por vezes acompanhado por um dos músicos da banda que gravou o álbum, também está no seu melhor ao cantar os versos atualíssimos de amor e reflexão sócio-filosófica – sem dúvidas uma das melhores composições da cantora até hoje. Os remixes deste álbum estão mais elaborados: “Valeu”, em sua versão reeditada, ficou ainda melhor ao ganhar um supreendente solo de violoncelo algo nervoso e “Vestidinho Vermelho” tem melodia house-dance mais usual, mais ainda assim bem acima dos remixes normalmente produzidos.
Marina é em verdade a artista mais “cool” da música brasileira na atualidade, ao mostrar um trabalho que tem como marcas mais visíveis a real sofisticação e urbanidade de suas melodias e a malícia e poética das letras das canções, a cantora consegue passar ao largo de todas as tentativas mais falsas de parecer moderno e atual sem escorrergar um milímetro sequer e arriscar cair na vulgaridade. E a música brasileira é quem sai ganhando com isso. Baixe o disco utilizando o link a seguir.

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Thirteen Senses – The Invitation. [download: mp3]

Thirteen Senses - The InvitationJá fui mais radical e tive uma pré-disposta implicância com bandas de rock que pertencem ao chamado “indie”. Porém, já faz alguns longos meses que meus ouvidos se abriram para uma experimentação ainda maior – e isso vem acontecendo cada vez mais, a medida que o tempo passa: deve ser porque estou ficando velho. O fato é que esta abertura e permitiu encontrar bandas muito boas, como o Death Cab for Cutie – cujo maravilhoso último disco já tratei aqui no blog – e o Thirteen Senses. Iniciantes no ramo, os ingleses desta banda conceberam um álbum de estréia que agrada em cheio à qualquer fã de música alternativa ou independente, algo que assemelha-se à maior parte dos artistas que pertencem à este grupo mas que, ao mesmo tempo, tem uma identidade bem clara.
O álbum começa com o single “Into the Fire”, cujo destaque dentro da melodia vai para o piano de acústica maravilhosa, mas que trabalha belamente junto com a bateria ritmada mas suave e a guitarra de acordes sobrpostos e bem planejados. O vocal de Will South vai junto com a harmonia, alternando entre o delicado e o mais exaltado – apesar de que sua voz nunca deixa de ter algo de sussurrante e aveludado. A letra é suavemente poética, composta de versos que incentivam e desafiam. “Thru the Glass” tem introdução que inicial lenta, com bateria distante e guitarras algo lamentosas, mas que logo ganha ares mais agitadas, com entranda de acordes mais rascantes de múltiplas guitarras e bateria mais forte. A melodia alterna entre estes momentos mais intensos e algo mais suave, acompanhando o vocal, muitas vezes em falsetto, de Will South. A letra trata dos ímpetos e desejos repentinos que nos trazem uma vontade de fugir e fazer algo inesperado, que não faríamos normalmente – é realmente uma canção linda. “Gone”, que trata de nossas ilusórias tentativas de provocar uma mudança que, já sabemos, não ocorrerá. Os violões e a guitarra da introdução são bárbaros e – só agora me vem à mente, vejam só – lembram algo do The Cranberries, com seus acordes esparsos e melancólicos. A bateria tem cadenciamento encorpado mas sempre delicado e o vocal de Will está perfeitamente entrosado com a melodia triste e algo arrependida. “Do No Wrong” tem uma letra poética muito bem trabalhada, e trata, em seus versos de revolta e inconformismo. O vocalista põe um cantar ainda mais suave e aveludado do que o utilizado até o momento, o que combina com o dedilhar absolutamente transcendental das guitarras ao fundo e o piano, a bateria e as guitarras, que compõem a harmonia principal da canção, apresentam-se mais encorpados durante o refrão. Resignação é a tematica dos versos meio episódicos da belíssima “The Salt Wound Routine”, que investe em bateria suavemente “rocker”, piano de acordes dramáticos, guitarras que acompanham a melodia e orquestração de cordas ao fundo, que amplia o sentimento de conformismo. “Saving” prossegue no poetismo contemplativo que trata novamente de conformismo, agora também com uma sensação que mistura fracasso e desistência. A música é baseada em piano e bateria de melodias cadenciadas, com guitarras e baixos acompanhando, e um epílogo melódico solo no piano fechando a canção. Tristeza e sentimento de resignação diante da incapacidade de ir além é o que nos traz as letras de “Lead Us” – já diz o título: alguém nos guia, não somos nós que tomamos a frente e desbravamos o caminho. A melodia utiliza com imensa beleza o piano e as guitarras, de acordes dedilhados que se destacam na música. “Last Forever” fala de um amor mas que sempre sobrevive, mesmo sacodido por alguns contratempos, e tem uma melodia que investe em uma bateria mais incorpada e guitarras mais profusas, além de um vocal um pouco mais alto no refrão. “History”, composta de versos de amor curtos, traz na sua melodia a partiicpação de um teclado à frente da melodia da música, que inicia-se com ele, tranquila, e ganha corpo com a entrada da guitarra de acordes rápidos e da bateria de cadenciamento rápido, ainda que suave. Porém logo a música volta a trafegar em uma suavidade guiada pelo teclado e por guitarras de acordes esparsos. “Undivided”, que traz versos que tratam de amizade e despreparo diante das situações na vida que nos desafiam, tem melodia muito bem trabalhada, com uma intodução baseada em acordes silenciosamente dramáticos no piano, e que ganha intensidade com o uso da bateria, guitarras e baixo, tão logo encerra-se o vocal. Em seguida temos a melodia de consistência suave e triste de “Angels and Spies”, com vocal lento e melancólico, e onde o piano e as guitarras quietas ganham a companhia da bateria somente na sua metade final. A letra sobre algum sentimento de complacência e alívio, diante do fim da sensação de confusão e do sofrimento que se impunha ainda há pouco. “Automatic” belíssima, fecha o disco com sua letra intensamente poética e música baseada no vocal sofrido e em acordes meio lentos e espaçados do piano e da guitarra, ganhando uma mudança melódica em sua parte final, onde os acordes do piano, mais adocicados, e a guitarra de acordes mais exaltados, intensificam a melancolia.
O disco de estréia desta banda, originária da mesma Cornwall que hoje é a casa de Tori Amos, tem a beleza complacente e algo transcendente de bandas como Death Cab for Cutie, e em alguns momentos lembra um pouco Keane, provavelmente devido à incidência do dramatismo produzido pelo piano. É sem dúvidas uma banda promissora, cujo trabalho tem a mesma qualidade da banda de Ben Gibbard, bem como compartilha com esta as letras intensamente poéticas e a melancolia sempre onipresente. É de ouvir vezes seguidas, ainda mais se for aproveitando uma caminhada descalço em uma praia ao entardecer.
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Tori Amos – Strange Little Girls. [download: mp3]

Tori Amos - Strange Little GirlsDepois de ter presenteado os fãs com o álbum duplo de canções originais e registros ao vivo, o disco to venus and back, boatos de que o novo trabalho de Tori Amos seria um álbum de covers surgiram na net. Como de costume com a cantora, os detalhes foram revelados muito lentamente, e os fãs se surpreenderam ao descobrirem, aos poucos, que o disco estava mesmo tomando esta forma. Apesar do desânimo de alguns, ao constatarem que se trataria de um disco sem sequer uma canção nova, de autoria da própria compositora, outros mostraram-se muito animados, pois a cantora é reconhecidamente uma artista que apresenta covers fantásticos, completamente renovados de sua forma original. E, em se tratando de Tori Amos, este não seria mesmo um simples álbum de covers.
Strange Little Girls vai mais muito mais longe do que apresentar regravações de canções: o disco traz reinvenções e reinterpretações de cada uma de suas 12 músicas, todas compostas por homens, sob o ponto de vista feminino. Para incrementar o projeto e melhor delinear a reinterpretação das músicas, Tori Amos criou um personagem feminino para cada canção e, desta forma, cantou cada verso da música interpretando tal personagem. Os personagens também foram criados visualmente, pois cada um deles apresenta-se no encarte do disco – todos encarnados pela própria Tori -, obtendo, na caracterização de cada um deles, a ajuda do maquiador Kevyn Aucoin. O resultado são 13 personagens, um para cada canção, dentre eles dois – irmãs gêmeas – para uma das músicas.
O disco abre com um clássico da banda Velvet Underground: “New Age”. A versão de Tori, ao mesmo tempo que é moderna, remete à época em que a música foi composta – os anos 70 – devido a presença de acordes de guitarra deliciosamente espaçados, bem ao estilo da trip altenativa daquela década, mas que ganham corpo com o avançar da melodia. Nos vocais, a cantora também não deixa pedra sobre pedra: do início ao fim da música, quando entoa o verso, Tori emposta a voz, como uma mulher apaixonada e cheia de desejo pelo que vive no momento. O verso final da canção, “it’s the beginning of a new age”, torna-se um mantra orgásmico tão intenso que consegue levar qualquer um a berrar junto com ela. Em “’97 Bonnie and Clyde” Tori Amos decidiu liquidir o ritmo da canção original de Eminem – se é que seria possível retirar alguma melodia dali – e o recriou em algo que lembra uma trilha sonora digna de um filme clássico de terror. A melodia inicia com uma sonoridade propositalmente estranha repetida à cada vez que Tori Amos entoa “just the two of us”, o refrão da canção. Quando não se encontra nesse momento, a música tem ao fundo sopros em tom grave e de sonoridade minimalista e cíclica e cordas de acordes que sugerem um suspense contínuo, que parecem antever com temor o horror do acontecido – o trecho melódico que estes intrumentos constroem se repete continuamente pela música toda. Aos poucos também surge uma percussão sincopada em tom marcial, ampliando uma certa sensação de claustrofobia claudicante. Os vocais de Tori são repletos de um sentimento de dor e impotência diante do destino e são susurrados como num esforço repremido em alguns trechos – é, sem dúvidas, uma melodia incomum até mesmo dentro que Tori apresentou até hoje em sua carreira.
Na sua versão da canção do Stranglers, “Strange Little Girl”, é deliciosamente a mais pop do álbúm:guitarra gingadíssima, bateria esperta e vocais charmosamente raivosos. A letra não foi sequer tocada, mas a personagem que Tori Amos criou para a canção consegue modificá-la totalmente: a mulher da canção é, na verdade, a criança que inadverditamente participou do despojo do corpo de sua mãe junto com seu pai – o assassino desta – na canção anterior à esta, “97 Bonnie and Clyde”. e a garota, evidentemente, vive um eterno conflito do qual não consegue escapar – essa é a canção que melhor mostra a maneira absolutamente fenomenal como Tori Amos conseguiu tornar completamente sua uma canção que não foi por ela composta, sem mexer em uma letra sequer da composição. Preparando a ambientação da música cuja personagem é uma showgirl de um cassino qualquer em Las Vegas, que testemunha diariamente os abusos sofridos pelas suas jovens colegas de trabalho, Tori Amos despiu “Enjoy The Silence” de seus trajes tecnopop, e resolveu aplicar-lhe um traço de simplicidade, fazendo-o até mesmo quando colocou violinos e violoncelos ao fundo para acompanhar o piano. O vocal que segue o mesmo tom da instrumentação, com Tori cantando os versos com resignado sofrimento. “I’m not in love”, canção da personagem algo dark que se encontra envolvida com um homem casado é, junto com “’97 Bonnie and Clyde” uma das canções que foi mais alteradas de sua melodia original. Aqui, Tori arremessou a quilômetros de distância a famosíssima melodia pop-anos-80 dessa música e concebeu uma melodia com um pé no trip-hop mais soturno e silencioso, baseando-se em acordes e tons minimalistas de bateria e programação eletrônica. Os vocais são tentam ironizar o amante apaixonadao, mas ao mesmo tempo deixam transparecer exatamento o oposto daquilo que é cantado, ou seja, ela também está apaixonada, apesar de não admiti-lo – é uma das canções mais maravilhosamente viciantes do disco. Em “Rattlesnakes”, Tori Amos recompõem a melodia com todos os instrumentos a que tem direito, com farto uso de violões como fundo para os acordes adocicados do teclado, tudo acompanhado por uma bateria e percussão tranquilas. Para melhor personificar na melodia a personalidade impetuosa, fascinante e independente da “girl” desta música, ela utilizou um chocalho, ou algo que o valha, mimetizando o som que o rabo de uma cobra faz ao chacoalhar – charmosíssimo. A versão de Tori Amos para “Time”, de Tom Waits, é profundamente emocionante: o piano Bösendorfer, enfim, dá o ar de sua graça com peso semelhante ao das canções clássicas da cantora, acompanhando com sensibilidade e complacência as notas que compõe esta música e p vocal entristecido de Tori. “Time” é interpretada do ponto de vista de um personagem fascinante: a Morte. Através dela, são cantados os versos de uma canção extremamente triste, que desfila a rotina de alguns personagens com uma vida bastante infeliz, que parecem fazer nada mais do que esperar o seu dia final. Para a canção que apresenta irmãs gêmeas como personagens, criminosas de altíssimo gabarito que trabalham com espionagem econômica, Tori abandonou o sorumbatismo da faixa anterior e sacode o ouvinte com uma melodia rock de sonoridade cinematográfica, altamente hollywoodiana, que serviria com perfeição como tema dos melhores filmes de James Bond – guitarras absurdamente enlouquecidas, gingadíssimas e baterias ritmadas em um dia pra lá de inspirado fazem a base de toda a canção e duelam com a voz duplicada de Tori Amos, que faz frente à toda essa chacoalhante energia rock. Eu não estou exagerando, a mulher arrebentou: a versão de “Heart of Gold” de Tori Amos, com sua melodia gritante, funciona como um hino hedonista, despertando no ouvinte uma vontade irrefreável de levantar-se para dançar como nunca na vida ou, bem no estilo das personagens da canção, pegar uma reluzente pistola automática cromada e sair pela noite invadindo o escritório de uma importante multinacional, sem pensar nas consequências do fato. Ouça: é garantia de gozo múltiplo total. “I Don’t like Mondays” volta à uma temática menos feliz, apresentando como personagem uma policial que vive um drama típico de sua profissão: ela é uma das oficiais que chega à uma escola, depois de ocorrido um daqueles inexplicáveis massacres que só algum norte-americano armado até os dentes, e sem qualquer sinal de sanidade, seria capaz de produzir. A melodia e o vocal da Tori Amos procuram não atrapalhar a atenção do ouvinte à letra canção, sendo utilizados como instrumentos apenas baixo e teclado de acordes suaves e o vocal sendo guiado de forma delicada, conferindo-lhe à canção uma atmosfera de inocência e ingenuidade, o que se contrapõe à violência da realidade ali apresentada. Em “Happiness is a Warm Gun”, Tori Amos ignorou a letra da canção composta por John Lennon e Paul McCartney, à exceção de alguns poucos versos, repetidos como um mantra de intenções políticas, e mergulhou numa instropecção sonora que tranformou a canção numa elegia ao desarmamento mundial. Isso já fica claro quando a faixa se inicia, trazendo falas de personalidades da política americana, como o atual presidente George Bush e seu pai, o ex-presidente Bush, sobre a venda legalizada de armas no país. Melodicamente a musica já começa ritmada, com guitarras, baixos, bateria e um teclado nostálgico. A música proseegue desta forma, enquanto as falas dos políticos dão lugar aos poucos versos entoados por Tori. De repente, a melodia dá uma guinada – algo que lembra muito “Dàtura”, do álbum to venus and back, mas é algo mais no estilo eletro-blues -, e segue diminuindo o ritmo cada vez mais, numa lógica inversa à da maior parte das canções, concluindo de maneira esplêndida. A personagem aqui tem tudo a ver com os compositores da música: ela é a prostituta que esteve com o assassino de Lennon, horas antes de seu assassinato. “Raining Blood”, com sua melodia soturna e mórbida, trazendo um Bösendorfer dark e apoiado por ruídos eletrônicos fatalistas, apresenta como personagem uma artista de clube parisiense assistindo, horrorizada, seu clube ser invadido por soldados da alamanha nazista. Nos vocais, o tom é equivalente ao da melodia dos instrumentos: Tori entoa os versos em tonalidade sofrida e algo etérea, enchendo a melodia de terror e suspense ainda maior. O suspiro de total desfalecimento perpretado pela cantora ao final da canção atesta ao ovinte a certeza de que se não soubesse se tratar de um álbum de regravações, podería-se afirmar de pés juntos que essa canção foi composta pela própria Tori. Trazendo como personagem uma figura andrógina, que questiona ironicamente nos versos que canta a maneira de ser e de agir socialmente imposta para o homem, “Real Men”, mais uma vez, ludibria o ouvinte com uma música que foi totalmente transformada para o estilo próprio de Tori Amos: a melodia, baseada na grandiosidade do piano, além de discretíssimas participações de baixo e guitarra, é suave e delicada, mas ganha um toque de sarcasmo e ironia devido ao vocal certeiro de Tori Amos. Foi a escolha perfeita para fechar esse projeto denso e indispensável, que surpreendeu até mesmo os menos animados à primeira hora e que mostrou o quanto a cantora e compositora americana é uma artista complexa, de fabulosa genialidade.
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PJ Harvey – Is this Desire? [download: mp3]

PJ Harvey - Is this Desire?PJ Harvey (redução de Polly Jean Harvey) é uma cantora e compositora britânica magnífica, e em cujas composições a artista costuma entregar-se completamente. Entre todos os seus discos lançados até o momento, sem dúvidas o idiossincrático Is This Desire? foi o disco no qual a cantora mais derramou-se em vocais e instrumentação. O álbum foi uma fuga repentina do rock seco e cru, com vocais entoados geralmente em tons graves, predominante nos disco anteriores, para algo bastante diverso: ruídos de sonoridade suja, produzidos eletronicamente, piano, baixo e guitarras distorcidas são a tônica melódica deste disco sombrio e repleto de fobias.
“Angelene” abre o álbum e faz parte das canções mais calmas e acústicas dele: um piano triste, guitarras e baixos em acompanhamento e bateria cadenciada constroem a moldura para o vocal largadamente rock de PJ Harvey, que canta sobre as falsas esperenças e as ilusões de uma vida menos degradante de uma garota de programa. “The Sky lit up” tem letras que celebram uma noite de atos irresponsáveis, ou simplesmente desplanejados e cuja sonoridade revela a primeira das canções em que foi construída uma melodia repleta de ruídos eletrônicos retalhados, com bateria sintetizada feita de samplers e loops cíclicos, tudo compondo um conjunto melódico esplêndido, de tons repressivos e negros. O vocal de PJ Harvey é intenso e repleto de curvas tonais de graves e agudos, particularmente no ápice final da canção. “The Wind” alterna declamações sussurradas e vocais agudos, sob harmonia primordialmente sintética composta por loops, baixo, guitarra e bateria de sutilezas soturnas e com alguma frugalidade dark pontual. A letra fala sobre uma dama de espírito e personalidade algo mediavel, cheia de ingenuidades românticas, tentando aplacar seu sofrimento e solidão afetiva isolando-se em uma colina a escutar o soprar do vento. Aprimorando ainda mais a temática dreprê-underground, “My Beautiful Leah” trata em seus versos curtos da busca de um homem pela sua amante desaparecida, ao que parece, há meses. A base é primordialmente sintetizada, toda construída com eletronismos sujos, batida repetitiva e pratos pontuais que intensificam o desespero custusamente controlado do eu lírico das letras. O vocal de PJ Harvey permanece a totalidade da canção em um tom baixo, inseguro e sofrido. “A Perfect Day Elise” conta, de modo episódico, o ato criminoso ocorrido no calor do desespero de um homem rejeitado – é uma das melhores que conheço em termos de rock, ao mesmo tempo intensamente poética e realista. A melodia é um primor punk-rock, composta de loops e samplers de cadência forte, ruídos sujos pontuais e vocais intensos, modificados por uma filtragem eletrônica, o que intensifica a atmosfera de romance fadado à fatalidade e à desgraça – se um dia eu dirigisse um longa-metragem, estejam certos que uma das opções para fundo do crédito de abertura seria esta música. Pra lá de melancólica e depressiva, “Catherine” narra o interminável lamentar de um homem que sofre por amor, na sua inconsolável dor de cotovelo. A melodia permanece o tempo todo na mesma toada, construída com uma programação de teclados minimalistas e com vocal diferenciado de PJ Harvey, sofrido e suplicante. Essa é mais canção que mostra a impressionante capacidade que a cantora compor vocais tão diversos de uma canção para a outra, parecendo mesmo outra pessoa a guiar as letras – e isso não é, de forma alguma, competência exclusiva de pós-produção da canção. “Electric Light” prossegue no tom dark-minimalista, explorando mais uma melodia de base eletro-acústica, com silenciosos ruídos sintetizados acompanhados por uma batida de cadência repetitiva e letras breves, mais de complacência amorosa. Em “The Garden” temos, ao que parece, a exploração episódica de um romance gay, já que os protagonistas da letra são dois personagens masculinos. Mesmo que a analogia de homossexuais com seres alados divinos seja, para mim, algo absolutamente cafona e de mal gosto, os versos são sofisticados e apresentam o episódio em conformidade com a temática do disco. A melodia utiliza um orgão sutil ao fundo, sob bateria e loops encorpados, bem como belos acordes dramáticos de piano que pontual com classe e melancolia a melodia de quando em quando. O título da próxima canção, “Joy” é de um sadismo e ironia absolutos, visto que as letras que exploram e falta de esperança de uma mulher e sua imobilidade diante das desgraças da vida são tudo, menos contentamento. A música completa o tom opressivo das letras, sendo quase que inteiramente construída em programação, com profusão de loops sujos, soturnos e macabros, e tendo como ápice o vocal desigual de PJ Harvey, que assemelha-se ao extertor de sofrimento de um condenado. “The River” é outra canção de desilusão e incompatibilidade afetiva, novamente apresentando belos versos de tonalidades poéticas – nada mais literário do que transpor ao ambiente que cerca os personagens a variação de seus emoções e a intensidade da sua dor. A melodia é lindíssima, baseada principalmente em um piano de acordes perfeitos, de andamento triste e arrependido, com bateria discreta e alguma sonoridade sintética ao fundo. “No Girl So Sweet” apresenta em sua temática mais um romance marginal, fadado mais a trazer dor do que alegria aos amantes, com músicalidade marcante, de loops intensos, bateria acústica forte e guitarras muito bem compostas, que complementam o tom gritante do vocal distorcido de PJ Harvey. Finalmente temos a faixa título do disco, que surpreende ao despir-se quase inteiramente do eletronismo e priorizar uma musicalidade mais simples e sensual, baseada em bateria, um baixo de acordes fantasticamente esparsos e vocal lento e preguiçoso da cantora. A letra fala sobre mais um casal refletindo sobre o estado de seu relacionamento desigual.
Apesar de Is this desire? flertar com ruídos e sonoridades compostas sinteticamente, o produto final tem mais alma rock do que se poderia imaginar. Isso é resultado de uma produção muito bem planejada, que priorizou a utilização de experimentações apenas dentro do exigido. De musicalidade sofisticada e temática que explora romances marginais despedaçados pela confusão e imaturidade emotiva de seus personagens e pelas fatalidades da vida, este é um dos melhores álbuns de rock que já tive a sorte de ouvir e se faz obrigatório para entender a trajetória desta artista complexa e inovadora que é a britânica PJ Harvey – mais do que obrigatório para fãs de música. Baixe já o disco utilizando o link e senha abaixo.

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Camille – “Les Ex” (live). [download: vídeo]

Les Ex - Live A Prix ConstantinNa cerimônia de entrega do Prix Constantin a francesa Camille mostra porque suas apresentações ao vivo são tão elogiadas: com uma multidão de gente tão doida quanto ela no palco, Camille se diverte brincando com seu vocal na performance de “Les Ex” – uma das melhores canções do álbum Le sac des Filles -, acompanhada por todos os outros. Quem já ouviu qualquer coisa de Camille ao vivo já sabe que é muito difícil resistir imóvel à suas intepretações lúdicas ou repletas de plena emotividade. Delicioso para fãs ou qualquer pessoa inteligente o bastante para aventurar-se por algo maravilhosamente novo. Faça o download do vídeo utilizando o link abaixo.

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Festival Campari Rock: The Cardigans.

The Cardigans - Festival Campari RockE chegou o momento.
Aquele lugar tinha mais filas do que posto da Previdência Social: fila para ingresso tradicional, fila para ingresso online (eu ali), fila para VIPs, filinha para imprensa (eu, sinceramente, desconfio que há assim tanta gente de imprensa em Florianópolis para acompanhar esse show…). A fila dos ingressos online estava mais lenta do que procissão espanhola, então quando entrei de fato no recinto uma banda local já tinha se apresentando – foi sorte?
Bem, ao entrar ganhava-se um vale Campari Energy. Mas, o que vem a ser esta exótica bebida? Bem, vou tentar explicar com o mínimo de ironia possível, visto que já não bebo álcool nem fumo. Era assim: copo. Gelo. Metade do copo de Campari e metade de um Flash Drink, um energético qualquer. Fiquei decepcionado, se é que é possivel me decepcionar ainda mais com alguma bebida alcoólica. Então era só misturar Campari com uma coisa em latinha que eles abriam na hora? Tá bom, dispenso. Bebi o negócio intragável e segui para o espaço de show.
Depois de algumas atitudes necessárias que todos devem fazer quando chegam num lugar desses – evito comentar – me dirigi lá para frente. E consegui. Não fiquei encostado na grade, mas fiquei a coisa de um metro e meio dela. Na cara do palco, portanto. Uma vez lá, vi que se apresentava uma das bandas locais, tal de Samambaia. O vocalista, por sinal, me soava parecido com um cara que se julgava muito cool e que via no ônibus de vez em quando, há muitos anos, quando morava na periferia e onde morava até o ano passado. Meu irmão tratou de confirmar, mais tarde, que era ele mesmo. Nunca fui com a cara do dito cujo, mas, verdade seja dita, ele era a melhor coisa da banda – divertidíssimo ele. O cara não tinha vergonha nenhuma de ser um bobo no palco, requebrando-se, soltando a franga e fazendo caras e bocas, ironizando em sua performance a infundada pretensão que estas bandinhas costumam ter. Eu fiquei rindo o tempo todo. Refletindo que trata-se apenas de uma bandeca local, não há porque eles mesmos se levarem à sério, há? Foi isso que gostei neles, eles tem noção do que são, e, portanto, tratam apenas de se divertir no palco. Mas chega dessa nóia. Em seguida veio o tal de DellaMarck. Jesus abençoado, eu não consigo saber até agora se o vocalista era homem ou mulher – um homem ou mulher hediondo, diga-se. Eu não entendi uma sílaba sequer do que essa criatura cantou durante sua apresentação e, como comentou a garota simpatíca com quem eu fazia piadas o tempo todo, até o momento do Cardigans chegar no palco, era melhor mesmo não entender coisa alguma. E chega desses andróginos que juram pela mãe deles que são hardcore. Chegou o momento esperado? Que nada, Gang of Four tocou primeiro – saquinho. Eu não fazia idéia que se tratava de uma banda de dinossauros, mas era uma banda bacaninha, com energia e som legaizinhos. Fica aqui o registro que esses caras beberam na fonte do Talking Heads, ok? E quando o vocalista trouxe para o palco um taco de baseball e um microondas Sanyo 30 litroseu tive certexa disso. Para compor – bem na linha Talking Heads – o estilão “mamãe, somos indies”, ele fez parte do som da bateria esmurrando o microondas com o taco de baseball. E eu aqui em casa louco para ter um forninho 30 litros desse! Se ele não queria mais, porque ele não deu o item para quem estava precisando, heim? Judiação, ora vejam. Mas enfim, a banda era bacaninha – nada além de bacaninha – mas não fazia muito o estilo da maioria do público ali.
Então, SAIAM COADJUVANTES!!!!!
E começou a arrumação de praxe no palco. E não é que, de repente, aparece o Bengt para colocar ele mesmo uns pratos na bateria e dar uma averiguadinha básica? Todo mundo delirou! E ele ali, se achando apenas um contra-regra, Jesus amado! E ele voltou para o backstage.
Mas, não levou muito tempo eeee a BANDA ENTROU!!!
Primeiro o Bengt, depois o Magnus, o Lars e o Peter, todos preparando o terreno com “In The Round” para, por último, a entrada da Nina!!
Aí todo mundo foi a loucura. A banda começou meio devagar, mas sentiu que tava todo mundo ali à espera deles, plena 3 horas da matina, e o público todo cantando certinho cada verso da música junto com a Nina. Aí, não teve jeito, a banda sentiu a energia do público e eles se animaram. Aí rolou uma emplogação tão grande que aconteceu de um tudo, inclusive a Ilha do Cascaes mostrando a qualidade paupérrima do material. Primeiro o Peter subiu na base do teclado e bateria para se animar lá com a Nina e o Lars e, na saída, caiu um tombo de costas no palco, tocando a guitarra e tudo. A Nina e o Lars se mataram de rir, mas o público deu apóio e fez que não era nada. Tadinho do Peter, ele é uma gracinha! Depois, a Nina, animada durante uma das músicas, socou o pedestal do microfone no chão e sentiu que aquilo não deu muito certo e disse para nós, sempre sorrindo: “This is not strong!”. Foi aí que, durante a música, um dos contra-regras (dá para chamar assim num show?) se ajoelhou aos pés da Nina e ficou consertando o estrago. Ela, fofíssima e pra lá de simpática, simplesmente abaixou uma das mãos e ficou acariciando a orelha dele!!! Que lindo!!! Todo mundo amou – e o contra-regra deve ter amado mais ainda, claro. Depois disso ela comentou que tinha conversado com ele naquele dia algo que eu não consegui entender o que era, por conta do barulho no momento. Por último, lá pela parte final do show, o Magnus sentou-se no chão e ficou tocando ali um pouco…quando ele levantou a Nina olhou para o público, apontou para o chão e disse: “Ladies and gentlemen, there is a hole on the stage!”. Todo mundo virou o cabeção para olhar, é óbvio. Mas a banda estava muito animada e feliz com a energia da apresentação, e não se incomodou com nada disso, levando todas essas adversidades com bom humor – inclusive quando a produção tratou logo de levar um tapume imenso para cobrir o buraco no palco!
Bem, eu até leve a câmera fotográfica da ex-namorada do meu irmão, mas como se trata de um modelo daqueles Sony P-72 que já podem ser considerados antiquésimos, aí, já viram né? Parece foto de estrela ou galáxia feita por um teléscopio. “Olha, é a Nina”. “Esse borrão aqui? Nunca!”. Fiz uns vídeos também, mas a qualidade é só ligerimente acima de 4 e meio. Dá para ver, por exemplo, o momento que o Magnus sentou – e esburacou o palco – e quando o Peter, logo depois, foi lá tapar o buraco com um pano – que amor ele!!!! Para quem quiser arriscar, aí estão eles, via YouTube para assisitir. O setlist segue antes – foi mais ou menos este, captado no Orkut, visto que minha euforia era tanta que não deu para lembrar a ordem exata. Mas deve ter sido isso mesmo.

1.In The Round
2.Rise and Shine
3.You’re the Storm
4.Little Black Cloud
5.Erase and Rewind
6.Hanging Round
7.Don’t Blame Your Daughter
8.For What it’s Worth
9.Live and Learn
10.Lovefool
11.Godspell
12.I Need Some Fine Wine
13.My Favourite Game
Bis:
14.Communication

httpv://www.youtube.com/watch?v=n-Hla-ESHzE

httpv://www.youtube.com/watch?v=Nmm15xQf3Jg

httpv://www.youtube.com/watch?v=taXDGsMTiLU

httpv://www.youtube.com/watch?v=HvahacAS9oY

httpv://www.youtube.com/watch?v=DeFwtkupWuw

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The Cardigans – Gran Turismo. [download: mp3]

The Cardigans - Gran TurismoGran Turismo é um álbum bastante rítmico, mas sua essência é algo seca, fazendo o uso mínimo de acústica – há total ausência de orquestrações dessa ordem aqui -, ou mesmo transformando os intrumentos que tem esta sonoridade num som mais chapado. Isto não é, de forma alguma, uma crítica. A banda The Cardigans construíu no seu álbum de 1998 melodias sincopadas idiossincráticas: assim como o The Cranberries no seu álbum de estréia, difícil achar uma ourtra banda que tenha feito um disco com uma identidade tão própria como este quarto lançamento da banda sueca.
O disco abre com a maravilhosa “Paralyzed”, que em seus versos fantásticos descreve de maneira precisa como o amor é um sentimento que devassae e desestrutura a realidade de quem o atravessa – o verso “This is where your sanity gives in and love begins” é simples, mas absurdamente efetivo. A melodia é a outra faceta fantástica da canção: como na maior parte do disco, é concebida uma batida seca e fugaz, que mistura o sintético e o acústico, e obtem-se uma base sincopada irresistível. A guitarra aqui servem de fundo harmônico, mesmo em sua construção minimalisticamente distorcida, e são usadas para dar apóio ao vocal totalmente cool de Nina Persson. “Erase/Rewind” continua com bateria sincopada, mas traz as guitarras mais para frente na harmonia, além de alguns acordes de violões e teclados que agora fazem o papel de fundo que a guitarra fazia na faixa anterior. Como sinaliza o título, a música traz versos simples que falam sobre a mudança de planos sobre aquilo que afirmamos. “Explode” tem letras e vocais de melancólia e desesperança afetiva, apesar do companheirismo também confesso nelas. A música, em si, compõem-se em uma balada linda, com bateria desnudada de acústica me primeiro plano e novamente com as guitarras – pra lá de sonoramente metalizadas – compondo um acompanhamento da emotividade do vocal de Nina, particularmente no refrão. A próxima faixa, “Starter”, tem breve introdução de teclados nostálgicos e deixa mais visível a mistura de bateria acústica e eletrônica, trazendo as guitarras de riffs breves no refrão e acordes levemente esparsos no restante da melodia. As letras falam sobre como as ações do passado persistem em exercer sua influência e mostrar-se presentes mesmo quando decidimos deixar tudo para trás e ensaiar um recomeço. “Hanging Around”inicia-se com um ruído sintetizado mínimo, e logo mostra os acordes deliciosos da guitarra e apresenta a bateria bem composta e com som propositalmente abafado. Não faltam também frugalidades esparsas na percussão e nos teclados e baixos, onde tudo acaba se misturando – bem ao gosto da banda – na parte final da melodia. As letras tratam de como, as vezes, tentamos mas não conseguimos compor uma identidade e acompanhar quem amamos – um dos meus versos preferidos deste disco está nessa música: “I hang around for another round until something stops me”. Em seguida temos “Higher”, linda balada repleta de suaves vocais de fundo, que ajudam a montar o painel de tristezas amorosas e da tentativa de elevação das letras. A melódia da canção se baseia em instrumentação sutil, com guitarra e baixo de acordes leves e espaçosos, bateria minimalista e teclados de apoio. “Marvel Hill” tem versos simplísticos que falam sobre como sempre buscamos algo só para nos sentirmos insatisfeitos e desejar muito mais. A melodia é uma das mais idiossincráticas do disco, fazendo uso eventualmente estranho de melodias secas, metálicas e algo “sujas” da guitarra e dos teclados e com uma bateria eletrônica mais evidente sobre a acústica. “My Favourite Game” é o grande hit do disco, merecidamente: a música, que tem letras de fúria e revolta amorosa, tem melodia pop/rock irresistível, com um riff certeiro de guitarra que pontua a música, bateria acústica muito e bateria sintetizada que incorpa muito bem a sonoridade da canção – o ápice rock do álbum. “Do You Believe” tem apenas 8 versos, que questionam as crenças ingênuas do amor, mas é tremendamente deliciosa em cada um deles. Guitarra, baixo e bateria acústica/sintetizada encorpam a sonoridade cadenciada que introduz a música e surge toda vez que some o vocal de Nina Persson; um orgão ao fundo faz o acompanhamente das letras nos momentos mais tranquilos, quando a vocalista entoa os versos em tom de descrença. “Junk Of The Hearts”é mais uma balada linda da banda, onde violões dão o ar da sua graça para adoçar a melodia desta música algo melancólica – isso praticamente no fim do álbum -, acompanhando o bela trabalho da bateria, baixo e teclados, que ajudam a compor o cenário de tristeza, e que ganha força com riffs mais viçosos de guitarra no refrão. O vocal de Nina é triste e afetuoso, transmitindo com precisão o lamento afetivo que compõem as letras. Por último temo “Nil”, uma pequena peça instrumental concebida toda com o teclado, cuja melodia é calma e algo depressiva – é linda e, com certeza, renderia ainda mais com um vocal de Nina em tom baixo.
Com certeza, depois do sessentista Life e do pop/rock de First Band on the Moon, a banda inovou ainda mais o seu trabalho com esse álbum, jogando pela janela a indentidade que, à época, a crítica musical construia da banda, vista como um grupo de musicalidade composta basicamente por uma nostlagia pop festiva dos anos 60. É certo que mesmo os discos anteriores tratavam do sofrimento amoroso, mas em “Gran Turismo” a banda começa a fazê-lo com sinceride emocional, transmitindo nas melodias exatamente a dor que se encontra nas letras. O disco foi um marco no trabalho de composição da banda, influenciando definitivamente tudo o que seria feito posteriormente. É obrigatório para qualquer pessoa que queria conhecer, a fundo, esta fantástica banda sueca.
Sendo assim baixe o disco pelo link a seguir e utilize a senha para extrair os arquivos. Bom proveito!

senha: seteventos.org

http://www.megaupload.com/?d=TVBZCHRZ

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The Cardigans: é hoje!

The Cardigans - Festival Campari RockTrazida pelo Festival Campari Rock, a banda sueca The Cardigans se apresenta hoje na casa noturna Ilha do Cascaes, uma coisa perdida lá na puta que o pariu do norte de Florianópolis, quase afundando na beira do mar. O show inserido no festival é o que promove o último disco da banda, recebendo assim o nome de “Super Extra Tour”.
E eu? Estou pra lá de eufórico, claro! Qualquer coisa do Cardigans vale, mas se eles tocarem mais músicas dos três últimos discos, ou até algo de “A Camp”, eu caio morto e fulminado no chão!
Como já tivemos shows deste festival em outras cidades do Brasil esta semana, dizem que a segurança não está permitindo câmera fotográfica, tiranda a pilha da dita cuja. Para burlar isso, pilha no tênis e até na cueca tá rolando – ora, vejam aí a influência dos acontecimentos políticos na trangressão de regras, não?
Como eu não tenho câmera fotográfica, uso só as alheias, isto não faz muita diferença. Eu até queria ver se tirava uma fotinho com a banda, mas isso é quase remotamente impossível, eu imagino, dado o número de pessoas que desejaria o mesmo!
Porém, comentam também que a banda está sendo muito simpática, até entregando pessoalmente as baquetas da bateria para àqueles que levam cartazes pedindo isso – bacanérrimo!
Eu até pensaria seriamente em levar dois cartazes – um pedindo algo de “A Camp” e outro pedindo a foto. Vejam só:
Primeiro cartaz: “ELEPHANT” or “ALGEBRA”, pleaseeeee!!!!
Segundo cartaz: Can I take a picture with you, “Please, Sister” ????
Quem é fã de Cardigans entendeu a mensagem do segundo cartaz. Claro, se tiver umas camisetas bacanudas com versos de músicas da banda eu compro na hora. Se eu fizesse uma, com certeza ela teria este verso:
“Nerve-wrecking-acrobatic-backwards-bend”
Sem dúvidas, um dos meus versos preferidos em músicas.
Bem, é isso. A expectativa é pra lá de grande. Amanhã os posts de costume, além de um falando do show, é óbvio!

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The Cranberries – Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We? [download: mp3]

The Cranberries - Everybody Else Is Doing It, So Why Can't We?O vocal de Dolores O’Riordan é a marca distintiva mais forte da banda irlandesa The Cranberries. Apesar das comparações feitas à época com a também irlandesa Sinéad O’Connor, a banda logo superou as críticas que apontavam similaridades entre seus trabalhos, e mostrou que sua música era muito distinta não apenas da grande cantora e compositora irlandesa, mas de todo o cenário musical da época. E isto não é nada difícil de perceber: com uma acústica exótica muito difícil de definir, onde até as guitarras soam como algo excepcionalmente estranho, as músicas de letras simples e sensibilidade acachapante que compõe o disco de estréia do Cranberries surpreenderam até ouvidos dos mais experientes.
“I Still Do”abre o disco marcando o terreno da banda: múltiplas camadas de vocais e backing vocals construindo uma reverberação distante, trabalhando em conjunto com guitarras e baixos de acordes dramaticamente esparsos e um piano profundamente minimalista. A letra, composta de uns poucos versos, fala da dor afetiva com a naturalidade de quem sofre por amor. “Dreams”, que continua investindo na temática lírica central do disco – as lamentações amorosas -, transformou-se em um sucesso estrondoso. Para entender o sucesso que o single fez, basta ouvi-lo: a música é uma balada pop que atinge o ouvinte como poucas, onde todos os instrumentos foram trabalhados de forma absolutamente integrada para construir uma melodia que desse apoio total ao vocal devassadamente em emotivo de Dolores. A música tem uma força tão impressionante que tornou-se um dos marcos maiores da identidade da década de 90 – não há como não mergulhar-se em lembranças da época ao ouvir “Dreams”. Em “Sunday” temos uma ligeira variação na melodia, deixando de ser preponderantemente melancólica para travestir-se de uma exaltação sutil e elegante – tudo por conta dos acordes marcantes do baixo e da beleza reluzente das cordas que compõem, particularmente, a abertura de tom contemplativo e o fechamento suavemente irascível da melodia. A letra de “Sunday” reflete os questionamentos de alguém que se sente rejeitado e retrata o comportamento inseguro e confuso de quem se vê em tal situação. A próxima faixa, “Pretty”, mostra como mesmo utilizando poucos recursos a banda consegue manter a sua sonoridade inovadora: a música esbanja simplicidade em seus poucos versos repetidos, que são um misto de ode e conclamação amorosa, e na sua melodia repleta de languidez, com sua base concebida no teclado idiossincrático, bateria e guitarras. “Waltzing Back” expressa em seus versos econômicos o temor de ter alguém retirado de nossa convivência. No entanto, a melodia não emoldura estas letras em uma sonoridade triste, mas o faz em tonalidades de urgência dramática e súplica furiosa, utilizando-se um teclado de acordes acúsiticos e os intrumentos básicos da banda, guitarra, bateria e baixo. Em “Not Sorry” os vocais de Dolores soam especialmente belos, trafegando entre o tom sussurrante e o brado mais lamuriante. As letras, em tom de confissão, falam sobre alguém que sofre, mas que ainda preserva seu orgulho. A melodia faz uso espetacular dos teclados, especialmente no refrão hiper-dramático, compndo sons reverberantes e distantes que se encaixam na expressão sofrida, mas altiva da vocalista. “Linger”, cujas letras tratam de alguém que declara àquele que ama que sente estar sendo enganado, é mais uma balada esplêndida, com guitarras e violões que constroem uma melodia pop muito bem estudada, de tonalidades nostálgicas absolutamente certeiras. As canções “Still Can’t” e “How” tem melodia semelhante, em ambas os instrumentos formam uma música forte, tempestuosa e urgente. As letras das duas canções também expressam sentimentos contíguos de estupefação e cólera em uma relação amorosa cuja dedicação nunca é recíproca. “I Will Always” e “Put me Down” também guardam semelhanças e complementam-se: enquanto uma fala de um amor que se encontra em seu limite, a beira do seu fim, a outra trata da decisão de abandonar uma relação que não traz mais o contentamento. A melodia de ambas é tranqüila e doce: com presença marcante de violões e teclados, e tonalidades contemplativas de bateria, baixo e guitarras, a música ganha cores mais dramáticas nos refrões, onde Dolores sempre demonstra toda a potencialidade e sensibilidade de seu vocal, especialmente nos vocais de fundo de “Put me Down” que tem algo de celestial e elevante.
O primeiro disco do The Cranberries foi o trabalho mais marcante da banda até hoje. O álbum seguinte consegue captar muito ainda da inovação sonora deste primeiro, mas a semântica composta de mágoa e ira afetiva das letas e as melodias reverberantemente tristes, repletas de nostalgia acústica e de cólera e orgulho afetivo atingiram a perfeição em Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We. Com o advento do terceiro disco, apesar de ser um bom trabalho, a banda já preferu abandonar a identidade que fazia dela um marco diferencial no mundo da música pop-rock. Resta, para aqueles que preferiam o som mais exótico inicial, apreciar os dois primeiros discos para saciar a vontade de escutar algo que foi tão inovador que jamais se repetiu novamente.
Sendo assim, baixe já o disco utilizando o link e senha abaixo.

senha: seteventos

ifile.it/l2059fr/thecranberries_-_everybody.zip

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Smashing Pumpkins – Adore. [download: mp3]

Smashing Pumpkins - AdoreA banda Smashing Pumpkins tem uma história de existência meio turbulenta e confusa, brigas internas levaram a banda a perder membros, que mais tarde retornarm depois de algum tempo. Tendo sido declarado o fim da banda depois do lançamento de Machina/The Machines of God. Neste ano foi declarado o retorno da banda, que grava neste momento um novo disco – resta saber quem é o Smashing Pumpkins agora, já que James Iha e D’arcy já declararam não estar interessados em fazer parte do retorno.
O início da queda da formação original da banda foi com o disco Adore, lançado em 1998. A mudança foi grande: com a demissão do baterista Jimmy Chamberlin na turnê que promoveu o disco Mellon Collie and the Infinite Sadness, a banda retornou como um trio, apresentando como membros apenas Billy Corgan, James Iha e D’arcy Wretzky. O álbum que este trio concebeu foi sutilmente influenciado pela eletrônica, porém ainda mais repleto de silêncios e soturnismos disolutos, algo que difere bastante da sonoridade primordialmente rock dos discos anteriores, onde as guitarras conduziam a melodia.
“To Sheila” abre o disco e dita as normas melódicas: quietude, placidez e beleza depressiva, atmosfera esta composta por alguns acordes de piano, riffs suavíssimos de guitarra e ainda mais discreta orquestração de cordas e harpas. As letras da música, que falam sobre como a paixão intensa por Sheila muda a realidade de seu amante, também seguem a tônica do disco, e são de um rebuscamento poético quase simbolista. Depois da refinamento sonoro da primeira faixa, a eletrônica mostra um pouco mais de seu influência no disco em “Ava Adore”, belíssima música em que a guitarras e a bateria – em boa parte sintetizada – surgem com presença mais marcante. Os vocais anasalados de Billy Corgan estão igualmente mais empostados em um formato mais rock nesta faixa, e as letras formam uma ode estranha à um amor de certa forma doentio e dependente. “Perfect” surge gostosamente ritmada, com bateria e eletrônica ritmada e esparsas guitarras de fundo; a letra, prossegue na temática do disco, sobre as reflexões de um homem ao declarar o fim de seu relacionamento afetivo. Em “Daphne Descends” temos uma eletrônica composta por ruídos chapados e camadas de instrumentos que confundem o ouvinte e compõem com exatidão a atmosfera das letras da canção, onde Daphne vê-se dominada por um amor contra o qual não consegue lutar. Com melodia brilhantemente emotiva, composta por violões e bateria melancólicos e sutis iluminuras eletrônicas – que constroem a sensação de distanciamento e perda -, “Once Upon a Time” seja talvez uma maneira de Corgan de exteriorizar o seu sofrimento pela perda de sua mãe, já que a letra fala justamente de um filho que já não consegue mais levar à frente a sua vida sem a presença daquela que o criou – a canção é uma das músicas mais lindas já gravadas pela banda. “Tear” é uma das canções mais emblemáticas deste álbum: sua música tem trabalhadíssima harmonia grandiloquente, que se dá ao luxo de ser pontuada por dois momentos de inquietante calma sonora, um deles logo após a abertura dramática, que é o tema que é extendido ao longo da canção. A letra, que trata do sentimento de desnorteamento diante da morte de alguém amado em uma fatalidade, é lírica ao extremo, digna de ser considerada um poema apócrifo do “Eu” de Augusto dos Anjos. E a tristeza, solidão e sofrimento prosseguem na letra de “Crestfallen”, que trata mais uma vez de uma relação afetiva turbulenta e apoiada na dependência mútua; sua melodia faz uso delicado de toda sua instrumentação, mas sua identidade é marcadamente sintetizada. “Appels + Oranjes” se utiliza do eletronismo sincopado que marca também a terceira faixa do álbum, e tem letras baseadas quase que totalmente em questionamentos reflexivos a vagos. “Pug” tem uma melodia desigual mais deliciosa, meio rock, meio eletrônica, com uso saboroso tanto de riffs de guitarra quanto de bateria eletrônica, assimo como acontece na esplêndida “Ava Adore”. As letras são forjadas no desejo intenso despertado por uma paixão devassante. Mais à frente temos, “Annie-Dog”, canção com melodia mais acústica, baseada quase que primordialmente em um piano de acordes graves e bateria econômica e com letra um pouco confusa, mas que novamente fala sobre o amor á uma mulher. “Shame”, “Behold! The Nightmare” e “Blank Page” por outro lado, utilizam-se de letras mais lineares – sendo que as duas últimas são um pouco mais elaboradas e poéticas -, compostas basicamente por versos de lamentação romântica. A melodia delas também investe em eletrônica e acústica simplificadas, onde tudo foi muito bem organizado para não escapar à atmosfera de melancolia romântico-saudosista das letras – “Blank Page” sendo a mais sorumbática e contemplativa das três. Porém, Adore guarda uma pequeno acalento para os que sentiram falta de composições que remetessem ao estilo que consagrou a banda: a suavidade cadenciada do piano, bateria e vocais em grande parte da melodia de “For Martha”, bem como o repentino soar seguro das guitarras, lembram muito algumas músicas do álbum anterior da banda, Mellon Collie and the Infinite Sadness.
Não há como entender porque um disco tão bem trabalhado não tenha feito sucesso entre os fãs do grupo, fracasso esse que, junto com as divergências internas, levou a banda a separar-se. A única resposta que imagino possível é a de que a maior parte dos fãs dos Smashing Pumpkins à época era feita não de fãs da banda propriamente dita, mas do rock guiado pelas guitarras do grupo. Desta forma, faz sentido que estes “fãs” tenham abandonado o Smashing Pumpkins em dretimemento de uma outra banda qualquer no estilo, tão logo tenham verificado a mudança de sua sonoridade. Isto é, no mínimo, uma tremenda limitação cultural desses fãs ocasionais da banda, uma vez que não possuem a maturidade e flexibilidade musical necessárias em sua personalidade para entender que todo artista vai apresentar mudanças em sua produção artística ao longo de sua carreira. Isto é inegável. Acorrentar-se à um único estilo é muito mais danoso aos que apreciam a arte do que àqueles que a produzem: o resultado disso, bem sabemos hoje, são pessoas que não tem qualquer tipo de conhecimento sobre o mundo exterior à seu micro-universo de preferências, sendo incapazes de compreendê-lo e avaliá-lo adequadamente. Os guetos musicais, culturais e comportamentais estão todos aí para nos demonstrar isso todo santo dia. Graças à tudo que é sagrado – não necessarriamente aquilo que é divino -, eu venci esta limitação tão logo a percebi insidiosamente querendo estar em minha personalidade. E “vive la différance!”

senha: seteventos.org

http://www.megaupload.com/?d=LIKV9K1Z

Para burlar o sistema de limite de download do Megauploadpara o Brasi faça o seguinte:

no navegador Mozilla Firefox:
a) instale esta extensão para o firefox: http://addons.mozilla.org/firefox/59/
b) reinicie o neavegador
c) vá no menu “Ferramentas” > “User Agent Switcher” > “Options” > “Options” >, selecione “User Agents”, clique em “Add”
d) no campo “Description” digite (sem as aspas) “MEGAUPLOAD”
e) no campo “User Agent” coloque Mozilla/4.0 (compatible; MSIE 6.0; Windows NT 5.1; SV1; Alexa Toolbar)
f) dê “OK e “OK” novamente.
g) agora, quando quiser baixar algo do Megaupload, vá no menu “Ferramentas” > “User Agent Switcher” e escolha “Megaupload”. Depois disso você pode digitar o endereço do Megaupload para baixar o arquivo.

no navegador Windows Internet Explorer 7 (beta):
a) clique no menu “Iniciar”, “Executar” e digite (sem as aspas) “regedit”. Clique em OK
b) Navegue no menu lateral de pastas do editor de registro que você acaba de abrir usando o seguinte caminho:
HKEY_LOCAL_MACHINE>SOFTWARE>Microsoft>Windows>CurrentVersion>Internet Settings>User Agent>Post Platform
se você usa uma versão anterior do Internet Explorer, o caminho é o seguinte:
HKEY_LOCAL_MACHINE >SOFTWARE>Microsoft>Windows>CurrentVersion>Internet Settings>5.0>User Agent>Post Platform
c) clique com o botão direito do mouse sobre a coluna maior, à direita, e selecione o seguinte no menu do mouse que surgir: “Novo> Valor da sequência” e digite como nome do arquinho que surgir o seguinte: Alexa Toolbar
d) reinicie o navegador e agora acesso o enderelço desejado do Megaupload.

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