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seteventos Posts

Yeah Yeah Yeahs – “Gold Lion”. (dir. Patrick Daughters). [download: vídeo]

Yeah Yeah Yeahs - Gold LionImunda como uma suína no Reveillon na primeira parte do vídeo, Karen O dá o sangue no clipe da magnífica canção “Gold Lion”, se des-mundando e surgindo linda, maquiada e pra lá de abrilhantada na segunda metade do curta, mais performática do que uma uma atriz do cinema mudo. A premiação de “Melhor Performance” no poderoso e influente blog de vídeos Antville, onde acabou concorrendo com o também brilhante vídeo “Sheena Is A Parasite”, que Chris Cunningham fez para a música do “The Horrors”, é mais do que merecida – a premiação para qualquer um dois dois vídeos é justíssima. Assista ao vídeo agora e confira o porque do fato de que o rock nunca vai perder o status que tem. Baixe o vídeo neste link ou neste outro link ainda.

http://umusicmedia.ca/yeahyeahyeahs/video/showyourbones/goldlion_320.mov

http://pdl.stream.aol.com/aol/us/aolmusic/artists/universal/yeahyeahyeahs/yeahyeahyeahs_goldlion_dl.mov

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“Syriana”, de Stephen Gaghan. [download: filme]

SyrianaUma multinacional perde contrato de exploração de pretóleo em país do Oriente Médio, em detrimento de uma outra empresa chinesa, e trata logo de iniciar uma fusão com pequena indústria que acaba de adquirar direitos de exploração no Cazaquistão. Enquanto isso, um agente da CIA tenta descobrir as implicações do sumiço de um artefato bélico, ao mesmo tempo que um especialista em assuntos de energia e dois garotos que trabalhavam como imigrantes vêem-se implicados pelas consequências de suas novas relações.
Stephen Gaghan foi o responsável pelo roteiro primoroso e tenso de “Traffic”, dirigido por Steven Soderbergh em 2000. Em, “Syriana”, onde Stephen resolveu também se encarregar da direção, a sua habilidade como escritor de estórias complexas e intrincadas mostra-se ainda muito afiada. Alguns críticos, com certa razão, consideraram que este filme peca justamente pela complexidade excessiva do roteiro: devido à simultaneidade dos inúmeros acontecimentos sócio-políticos, de suas consequências e de seus eventos inter-relacionados – muitas vezes de maneira pouco evidente – o expectador acaba quedando-se confuso, sendo inevitável rever mais de uma vez algumas cenas – o que me leva a pensar que o cinema não teria sido o ambiente ideal de vislumbração deste longa-metragem. Porém, apesar deste aspecto negativo da natureza do roteiro e, portanto, do filme, o argumento de “Syriana” é de modo geral excelente, devido à abordagem ousada, explícita e sincera dos reveses do capitalismo predatório, tratando especialmente do modo como esta prática é utilizada pela nação mais rica e poderosa do mundo: as consequências geo-políticas, econômicas e sociais dos atos do governo americano e de seus bilionários conglomerados financeiros são muito bem retratados na relação e razão de um evento sobre o outro no filme, mesmo que, em alguns monentos, isso seja feito correndo o risco de confundir o espectador em algum nível. Este não é nunca um filme de arroubos ou peripécias técnicas e artísticas: direção, fotografia, trilha sonora, produção e elenco resumem-se a cumprir o seu papel, fazendo-o bem mas sem qualquer merecimento ao destaque de algum deles. Isso revela claramente que é a metade roteirista do agora diretor Gaghan que sobressai de maneira vistosa, tornando o seu trabalho atrás das câmeras até desnecessário – um bom roteiro seu, nas mãos de um diretor ainda melhor e mais inventivo, poderia gerar um filme ainda mais impactante. Porém, isso que estou dizendo pode ser bobagem: apesar dos excelentes achados técnicos de “Traffic” não ofuscarem o roteiro brilhante de Stephen, sempre corre-se o risco de que a má utilização destes eclipsem ou até mesmo destruam o argumento do longa-metragem. Assim sendo, é melhor mesmo deixar os roteiros de Gaghan serem empacotados em embalagens simples – desta forma teremos mais garantias de um filme que se contenta em ter uma estória inteligente, audaciosa e reflexiva, o que basta, e muito bem, pra qualquer cinéfilo assumido.
Baixe o longa-metragem utilizando os links a seguir.

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baixar legendas (português):
http://www.opensubtitles.org/pb/search/sublanguageid-pob,por/idmovie-10004

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Coldplay – X&Y. [download: mp3]

Coldplay - X&YEscutando com mais atenção o segundo álbum da banda Coldplay, comentado por mim aqui no blog semana passada, conclui que, apesar da beleza intensa de suas melodias, a dramaticidade excessiva das composições, tanto melodicamente quanto liricamente, deixa um gosto de pretensão suspenso nos ouvidos. O lançamento posterior da banda, X&Y, é um trabalho com muito menor ostentação sonora, visivelmente menos inchado. A tônica do álbum é a rítmica de agitação leve, que exala um breve e agradabilíssimo calor sonoro. Este calor é obtido pelo uso inteligente de programação eletrônica, cujas sonoridades compostas pelo grupo foram introduzidas de forma homogênea nas melhores canções, ao mesmo tempo conferindo-lhes um perceptível destaque na melodia. Assim são “Square One”, “Talk” e “Speed of Sound”. “Square One”, que fala sobre expectativas e reciprocidade nas relações humanas, chama atenção pelo refrão encorpado por guitarras ansiosas e pela sua sequência final contemplativa, baseada em violão. “Talk”, que comenta a confusão, a falta de rumo e sentido da vida contempôranea, surpreende por explorar esplendorosamente a introdução da canção “Computer Love”, da banda alemã Kraftwerk. Porém, no lugar do teclado, as guitarras ficam encarregadas de dar novas cores ao trecho retirado da criação do grupo alemão. E “Speed of Sound”, feita de versos de lirismo abstrato e reflexivo, gerou debates por iniciar-se com acordes de piano que lembram, vagamente, a canção “Clocks”. No entanto, e apesar das críticas por esta similaridade, a música tem identidade propria, sendo um pouco menos minimalista que a do álbum anterior.
Até mesmo as baladas do grupo sofreram alterações devido à maturação artística da banda. No novo disco, fica-se com uma impressão nítida de que elas tem um sentimentalismo menos grandiloquente em suas melodias, uma dramaticidade bem reduzida se comparadas à de “The Scientist”, por exemplo, o que as faz canções menos incômodas para o ouvinte, já que o dramatismo pretensioso das belas baladas do disco anterior arrebatam nas primeiras audições, mas tornam-as cansativas depois de algum tempo. Desta forma, músicas como “What If” e “Fix You” tornam-se músicas bem mais longevas, menos sujeitas ao aspecto nocivo de sucessivas audições. “What If”, que pondera sobre as consequências do afastamento de uma relação afetiva, carrega o piano para o fronte musical novamente, em acordes lentos e tristes, mas menos sofridos do que em composições anteriores da banda, o refrão floresce no ar, sem o peso de querer transformar a música em um hit instânteneo. “Fix You”, que fala sobre o apoio incondicional à alguém que se sente cansado e derrotado, temos um orgão usado de maneira radiante na melodia, que divide-se entre uma primeira parte mais silenciosa e plácida e sua sequência final, arrebatadora.
Porém, a música que me deixou mais estarrecido em todo o disco foi “Twisted Logic”, cujos versos parecem ser mesmo de cunho eco-político. Utilizando a instrumentação tradicional do grupo, a banda conseguiu, novamente utilizando a tônica comedida do álbum, criar uma canção ainda mais pungente que a espetacular “Politik” do disco anterior – a brevíssima reverberação, que ensaia um retorno da melodia na sequência final da música, é de arrepiar.
Depois de três discos, há quem diga, com alguma razão, que o Coldplay é, ou quer ser, o “novo U2″ – obviamente que a maior parte das pessoas que o dizem são fãs da banda irlandesa. Faz sentido se pensarmos que alguns aspectos deste disco o aproximam de “Zoroopa” do U2 (comentado há pouco no seteventos.org), como a participação de Brian Eno e o desejo de que a canção escondida do disco fosse cantada por Johnny Cash, se refletirmos sobre as performances ao vivo do grupo, que ganham o status de experiência única pelos fãs, também encontraremos semelhanças, bem como a tendência ao ativismo politizante das duas bandas. Contudo, o Coldplay, mesmo em seus momentos e facetas mais populistas, é uma banda bem menos afeita à grandiloquencia ambiciosa do U2. E X&Y, com sua vísivel atmosfera equilibrada, é um bom exemplo do caráter mais sutil da banda.
Baixe o disco utilizando o endereço e senha a seguir para abrir o arquivo.

senha: seteventos.org

http://www.gigasize.com/get.php/1164628/coldxy.zip

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Coldplay – “Talk” (dir. Anton Corbijn). [download: vídeos]

Coldplay - TalkE já que eu confessei estar contrariando a certa dose de antipatia blasé que eu nutria pela banda, só me resta assumir que estou vivendo este momento Coldplay da minha vida e colocar o vídeo da canção “Talk” por aqui. O diretor Corbijn acertou ao criar um vídeo divertido, engraçado e com visual inspirado em filmes de ficção-científica meio “trash”, ou simplesmente retrô. A banda, aparentemente, entrou no clima e se divertiu muito com o seu companheiro de clipe, o robozão simpático e que garante um final hilariante para o grupo.
Baixe já o clipe utilizando um dos links de dua preferência.

http://d.turboupload.com/d/1358299/Coldplay_-_Talk.flv.html [Flash Video]

http://d.turboupload.com/d/1358423/coldplay_-_talk.mp4.html [MP4 iPod Video]

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“O Gosto dos Outros”, de Agnès Jaoui.

Le Gout Des AutreEste filme fez imenso sucesso de crítica, chamando atenção para as colaborações anteriores de Agnès Jaoui, como atriz e roteirista. Ao assistir ao longa, nota-se pelo filme em si e pela ficha técnica que esta foi uma produção pequena, feita colaborativamente entre amigos, já que dois dos maiores responsáveis pelo projeto atuam no filme. Há que se reconhecer alguns dos méritos do longa-metragem, todos relacionados ao argumento. A maneira como este foi tratado é um deles, pois desenvolve uma temática já tão explorada – o processo de transformação, para melhor, da personalidade de alguém – pelo cinema mundial sem cair na pieguice e sentimentalismo barato – o oposto do que aconteceu com o celebrado filme argentino “O Filho da Noiva”, dos piores que já vi com este argumento. Talvez isto ocorra por ser uma produção francesa, país que sabe lidar de maneira inteligente com as emoções dos personagens e com situações algo emotivas, podando os excessos causados por estes. Outro mérito, ainda relativo à esta temática do argumento, é mostrar com muito realismo a maneira como algumas pessoas conseguem modificar sua conduta e personalidade enquanto outras nunca conseguem fazê-lo – ou nem mesmo se dão ao trabalho de tentar fazê-lo. Um último aspecto positivo foi mostrar com precisão como, muitas vezes, superestimamos a maneira como o gosto pessoal determina o círculo de nossas relações humanas, nos fazendo menosprezar alguém apenas por ter menor conhecimento ou apuro artístico que nós. O conjunto destes aspectos deram ao longa de Agnès Jaoui a fama que mereceu. Porém, deve-se entender que trata-se de um bom filme, que consegue, por conta de um bom roteiro, chamar a atenção mesmo sem grandes atuações ou arroubos técnicos – em outras palavras, um bom filme a ser visto. Não se trata, de maneira nenhuma, de uma obra-prima ou um filme imperdível e arrebatador, como alguns críticos e fãs de cinema alardearam tanto.

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Coldplay – A Rush Of Blood To The Head. [download: mp3]

Coldplay - A Rush Of Blood To The HeadColdplay é uma banda capaz de canções irresistíveis e outras aborrecedoras. Seus três discos lançados até agora tem essa mesma cararacterística: cerca de metade do disco, ou ainda menos, anima muito, enquanto a outra metade faz o oposto. A Rush Of Blood To The Head é o disco da banda que tem maior quantidade de boas músicas, superando o álbum de estréia e o seu sucessor. “Politik” é a primeira das boas músicas, canção cuja melodia tem dois momentos distintos, mas que na verdade são a variação de uma mesma música: um mais silencioso e intimista, baseado quase que somente em acordes minimalistas de piano, e a sua variação grandiloquente, que intensifica exponencialmente a melodia antes discreta, invadindo o espaço que antes era habitado pelo silêncio com uma profusão de orquestração de cordas, bateria, piano e guitarras – insturmentos que já estavam ali, mas em absorto silêncio. A letra poética tem uma abordagem universal, tratando de coisas que desejamos por toda nossa vida, nas relações humanas que travamos. A faixa seguinte, “In My Place”, é um single clássico, com uma melodia pop/rock bastante atraente e bonita, com bom uso de riffs de guitarra e de bateria cadenciada, com letras românticas simples. “God Put A Smile Upon Your Face” usa em primeiro plano riffs insinuantes de violão, que tem um sutilíssimo sabor meio country/rock. Logo a melodia rock toma a música, quando surgem então uma bateria fortemente sincopada e guitarras que delineam o restante de música, preenchendo todo o espaço restante. A letra fala de maneira irônica sobre como perdemos tempo em algo que parece muito mais uma competição do que uma relação afetiva, por estar repleta de egoísmo, orgulho e esnobismo. “The Scientist” é uma balada linda, guiada em primeiro plano pelo piano triste e sensível, apresentando ainda um violão que mimetiza os mesmos acordes do piano, guitarras, bateria e baixo discretos, e backing vocals e base orquestrada complementar. A letra amplifica a emoção da melodia, falando sobre o desejo de voltar no tempo para recomeçar uma relação que já não existe mais, evitando e corrigindo todos os erros que levaram ela ao seu fim. “Clocks” cuja cujos versos algo retratam pensamentos confusos sobre o que achamos que somos e aquilo que queremos, é a última destas canções. A melodia faz desta, junto com “Politik”, as duas melhores canções do disco: ela foi feita utilizando o mesmo acorde mínimo de piano e leves variações deste pontuando, ciclicamente, toda a música, que vai ganhando a participação de outros instrumentos, mas sempre baseando-se na repetição da mesma melodia mínima. Ainda que sejam só cinco faixas que interessem, A Rush Of Blood To The Head já se destaca pela qualidadade destas canções, que fisgam o ouvinte desde a primeira audição, permanecendo na cabeça por horas, dias. Vale a pena conferir o álbum, mesmo que seja apenas por estas poucas – mas excelentes – faixas.
Baixe o álbum utilizando um dos links a seguir.

senha: seteventos.org
http://rapidshare.com/files/8262428/cold_to_the_head.zip.html

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Björk – “Pagan Poetry” (dir. Nick Knight). [download: vídeos]

Björk - Pagan PoetryEste vídeo é um clássico, mas seteventos.org também é um blog de clássicos! Vespertine não foi apenas um álbum de canções celestiais irretocáveis, mas de vídeos espetaculares, cuidadosamente estudados e elaborados para não usurpar a atmosfera das músicas. “Pagan Poetry” mostrou Björk nua da cintura para a cima, com um vestido cujos adereços, feitos de correntes de pérolas, foram colocados simulando estarem costurados ao corpo da artista. Entre composições e distorções gráficas, vemos Björk em pé, em uma intepretação vigorosa e emocionante da fabulosa música, ou somos expostos a breves “flashes” da agulhas perfurando a pele ou do vestido sendo costurado, presumidamente, no corpo da artista. Imperdível.
Baixe já o vídeo diretamente do site da artista, utilizando este link.

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Galerias do blog: brisa soprando

As prioridades mudam: como vocês devem ter percebido, o blog deixou de celebrar tanto os famoso ensaios do The Boy e Paparazzo. Duas razões para tanto: os últimos modelos não me animaram tanto E eu deixei de ter acesso ao conteúdo para membros do Terra.
…mas agora eu consegui acesso novamente – não me perguntem como: o que eu fiz não foi nada bonito, apesar de não ter maiores consequências.
Mas como as prioridades continuam outras, resolvi adaptar esse conteúdo à esta fase do seteventos.org, para não decepcionar quem continua querendo as fotos por aqui: os homens agora vão ficar de castigo, ali em um setor da barra lateral do blog, embaixo do muso máximo do seteventos.org, que no momento é Matthew Fox, ou num local itinerante mais abaixo. Já podem conferir agora mesmo: os links dos álbuns dos atuais modelos do mês de Dezembro de 2006 do The Boy já podem ser acessados por ali, incluindo o conteúdo só para membros do Terra.

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“Um Filme Falado”, de Manoel de Oliveira.

Um Filme FaladoJovem professora universitária de história viaja de navio com a filha, saindo de Portugal, com o objetivo de alcançar a Índia, onde seu marido, piloto de aviação, a aguarda para que juntos aproveitem suas férias. No caminho ela apresenta para a filha diversas cidades e algumas de suas estórias, ao mesmo tempo que em cada parada que o navio faz ganhamos um novo personagem daquele país em questão.
O diretor português Manoel de Oliveira concebe uma obra de elementos interessantes em “Um Filme Falado”: ao mesmo tempo que eles fazem a qualidade do filme também integram igualmente os seus defeitos – ou seja, os pontos positivos dos aspectos do longa também são os negativos, sob um outro ponto de vista. Usando como mote a viagem da professora universitária de história e sua filha cuiriosa, o diretor faz paradas em diversas cidades de diferentes países, ao longo do trajeto do navio, revelando fatos históricos curiosos, mitos e lendas de alguns de seus pontos turísticos. É delicioso acompanhar esta viagem, admirando belíssimos cenários do Mediterrâneo e Oriente Médio, constatando algumas de suas curiosidades, mas numa certa altura do longa-metragem isso fica demasiadamente cansativo, pelo seu caráter excessivamente didático que, por sinal, ocupa mais da metade do longa-metragem. Os dialógos entre os demais figuras do filme, de diferentes nacionalidades, é curiosamente engendrado por cada personagem em sua língua materna – fato reconhecido pelos próprios -, o que lhe concede uma atmosfera cosmopolita e erudita. Porém, o conteúdo das conversas, apesar de relevante, acaba logo caindo num certo pedantismo, uma intelectualização e filosofar que pesam demais e tornam as cenas arrastadíssimas, desnecessariamente lentas. A sequência final, baseada em uma ótima idéia, é realista, visto que surge de maneira inesperada, sem qualquer pista sobre a possibilidade disto poder ocorrer. No entanto, também fica algo díspare e perdida no filme, sendo finalizada de forma muito apressada, quase desinteressada – Manoel de Oliveira poderia ter planejado este prólogo de forma mais cuidadosa, planejada e dedicada, sem prejuízo de perder o caráter realista do fato e sem colocar em risco a atmosfera autoral e artística do seu longa-metragem.
Ao cabo da expectação, conferimos que Manoel de Oliveira produziu um fillme relevante, mas que acabou prejudicado pelos excessos do cineasta, que tornou assim seu filme bastante cansativo, mesmo para espectadores treinados, tolerantes e pacientes. É um filme a ser visto, como a maior parte dos longas que vem da Europa, mas que não apresenta muitas razões que justifiquem de ser lembrado entre os seus filmes preferidos.

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Cowboy Junkies – Lay it Down. [download: mp3]

Cowboy Junkies - Lay It Down

Cowboy Junkies - Lay It DownEsta banda canadense, onde três dos quatros integrantes são irmãos, nunca obteve o sucesso que tanto almejou. O seu country-rock, suave, sutil e econômico mantém sua identidade quase intacta até hoje, e atingiu a perfeição no álbum “Lay it Down”, lançado em 1996. Este é um disco de difícil análise, por um motivo muito simples: as músicas mantém um estilo muito homogêneo, com os mesmos vocais macios de Margo Timmins e cujas melodias utilizam praticamente a mesma instrumentação e estrutura. No entanto, há algumas ligeiras diferenças nas melodias de algumas canções, com a destaque sutil para algum dos intrumentos utilizados. As guitarras, por exemplo, ganham uma tonalidade muito compacta, discreta e organizada, sem um mínimo de rebeldia, mesmo quando utilizada de maneira mais vistosa em “Something More Besides You” (que traz questionamentos sobre o amor que sempre esperamos encontrar, e se paramos de buscar algo a mais mesmo quando o encontramos) e na canção que a sucede, “A Common Disaster” (que mostra a altivez de uma mulher segura de que conquistará quem tanto deseja, mais cedo ou mais tarde). Na música-título do disco (cujos versos falam brevemente sobre uma estória de desgraças e resignação), temos a utilização episódica de irresistíveis riffs comportadinhos de guitarra, ao mesmo tempo que amplia-se ainda mais a quietude sonora que é a maior identidade do grupo. “Speaking Confidentially” (com versos repletos de metáforas e comparações muito bem compostas, retratando sentimentos de ódio, revolta e confusão) tem como seu diferencial a bateria mais claramente ritmada, cuja sonoridade foi trazida mais para o primeiro plano da melodia, assim como também destaca-se por utilizar de maneira mais ostensiva um arranjo de cordas que incrementa – e muito – a canção. No entanto, a homegenidade sonora predomina no disco, como podemos conferir nas clássicas baladas suaves e delicadas, que é uma das coisas que a banda faz de melhor. Exemplos disso são “Hold on to me” (que traz em seus versos o comportamento algo indiferente que as pessoas, por vezes, adotam no amor), “Lonely Sinking feeling” (com letras fabulosas, que revelam, atraves de diálogos e pensamentos de dois namorados, o eterno sentimento de confusa insatisfação que nos abate quando atingimos aquilo que mais almejamos no amor) e “Musical Key” (em cujas letras imensamente tocantes Margo canta, utilizando a tradição musical como mote, sobre lembranças doces da convivência com seus pais em sua infância). Porém, apesar do comportamento caráter conservador do trabalho da banda – o que, em nenhum momento, se configura como defeito -, ela ainda conseguiu perpretrar alguma ousadia, como podemos conferir na canção “Come Calling” (que fala sobre um casal cujo relacionamento amoroso está em suspenso) que tem duas versões de diferentes melodias mas com a mesmíssima letra: as versões “His Song” e “Her Song”. A primeira é a versão que retrata os sentimentos de arrependimento do homem, com melodia mais agitada e rápida, e a segunda transmite com exatidão a melancolia e sofrimento pelo qual passa a mulher, com sua música triste, quieta e lenta. Fechando o disco, e preservando o ritmo melancólico, da faixa anterior, temos “Now I know”, canção de curta duração cujo destaque na melodia fica para o violão e em cujas letras resume-se, em poucos versos, o âmago do que é sofrer.
“Lay It Down” é um disco de audição fácil, que mantém em seu todo uma textura tranquila e algo contemplativa, feito para ser escutado seguidamente no mesmo dia, desfiando nas audições cada detalhe elegante dentro das ligeiras diferenças melódicas das canções. Baixe já o disco utilizando o link abaixo e a senha para abrir o arquivo.

ifile.it/2dokwp7/junkies_-_lay.zip

senha: seteventos

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