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Tag: bic-runga

Bic Runga – Beautiful Collision. [download: mp3]

Antes do tremendamente bem-sucedido Birds, seu terceiro disco, a neo-zelandesa Bic Runga já apontava o amadurecimento do seu trabalho no seu segundo lançamento, Beautiful Collision. A diferença entre os dois discos é visível, e faz todo o sentido com o polimento da musicalidade de um artista: enquanto a imensa beleza de Birds é obtida pela coesão e uniformidade da atmosfera do disco, onde todas as canções não escapam de suas reminescências no luminoso pop dos anos 70 e 80, o seu antecessor, Beautiful Collision obtém sua beleza através da uma maior pluralidade sonora. Por exemplo, “Precious Things” e “Election Night” – mesmo que esta segunda distingua-se da primeira pela energia da instrumentação no refrão, onde guitarras e bateria soltam-se da rigidez que impera no restante da melodia -, tem seu destaque na bateria de rítmica circular e constante, fazendo com que pianos de delicados toques esparsos sirvam apenas para ressaltar a beleza hipnótica do outro instrumento. Diferentemente, “The Be All And End All” – de versos que tratam de como passamos relações, cujo fim já prevemos no início, na tentativa de encontrar aquela que sonhamos ser a definitiva -, assume inspiração algo country através de seu banjo, violão, e vocais de fundo tristes e cristalinos. Porém, além da bela melodia, algumas canções destacam-se pela forma como conseguem retratar tão bem contratempos comuns de nossa vida amorosa: “Listening For The Weather” – onde gaita, bateria, teclados e orquestrações carregam o ouvinte para uma melodia pop deliciosa no melhor estilo “allegro ma non troppo” -, ilustra com perfeição de detalhes a dinâmica problemática de uma relação à longa distância e em “Counting The Days” – cuja melodia do piano, bateria, guitarra, baixo, banjo, clarineta e vocal compõe um conjunto sem qualquer traço de falha – alguém confessa que a rotina e os afazeres lhe afastam tanto de seu companheiro que apenas uma hora do dia ao seu lado já faria diferença.
Como se tudo isso já não fosse o bastante, ainda temos as faixas “She Left On A Monday”, “When I See You Smile” e “Gravity”, exemplos da já conhecida habilidade matadora de Bic Runga em compor um conjunto de melodia simples e versos que se encaixam em um perfeito todo poético. Na primeira, “She Left On A Monday”, vemos o conjunto violão, baixo, bateria, guitarra e piano trabalhando delicadamente para que Bic possa falar para um homem, cuja amada abandonou-lhe uma vez mais, que deve engolir seu orgulho e trazê-la novamente para si, pois nada mais tem sentido sem ela. “When I See You Smile”, é ainda mais sintética em sua melodia breve, composta apenas de violão e vocal estarrecedoramente suave, tudo para emoldurar os versos onde uma mulher reflete sobre a pureza de seu amor toda vez que contempla o sorriso de seu companheiro ao acordar pela manhã. E “Gravity”, última faixa do disco é, em sua totalidade, inacreditavelmente linda: Bic entoa os versos, que falam sobre como o mundo muda e silencia quando estamos ao lado de quem amamos, com uma tristeza e sensibilidade que casa de maneira incomparável com a melodia estupidamente bela do piano, baixo, guitarra e bateria – uma fusão de perfeição rara. Assim como o rosto de Bic, que une delicadeza em traços firmes e expressivos, Beautiful Collision é uma coleção de canções de musicalidade doce envolvendo letras de emoções plenas – uma colisão da qual não se poderia esperar outra coisa senão profunda beleza.

Ouça:

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Bic Runga – “Say after me” (dir. ?). [download: vídeo]

Bic Runga - Say after meClassuda ao extremo no disco Birds, Bic Runga acertou em cheio no clima do clipe para a música “Say After Me”. Como incita a primeira parte da música, a ambientação da sequência inicial do vídeo e a performance da artista é totalmente cabaret. Com o avançar do elegante climax orquestral da canção, um belíssimo espetáculo composto de fogos de artifício serve de fundo para a focalização dramática e algo teatral da câmera e o caminhar glamouroso da artista neo-zelandesa. É a perfeita transposição para imagem da sonoridade da canção. Baixe já o vídeo pelo link a seguir.

http://www.bicrunga.com/bicrunga-sayafterme-vhigh.mov

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Bic Runga – Birds (Special Edition) [download: mp3]

Bic Runga, a Neo-Zelandesa de traços orientais, é a artista de maior sucesso nos últimos anos lá por aquelas bandas. Apesar de pouco conhecida por aqui, quem tem sorte de ser movido por uma curiosidade cultural natural já a conhece, pelo menos, desde seu segundo álbum, Beautiful Collision. E a moça parece ter aprimorado seu sonoridade desde o seu trabalho anterior. Para criar Birds, que foi produzido por ela própria, Bic isolou-se com uma banda em um belíssimo casarão em estilo clássico, em uma região campestre da Nova Zelândia; uma vez lá, a compositora decidiu gravar cada canção em uma única sessão, sem separar cada instrumentação em um canal de som diferente, à maneira que eram feitas as gravações há algumas décadas atrás. Todo esse cuidado resultou em um trabalho coeso, de uma elegância fenomenal e luminosidade sensitiva impressionante. O tom melódico preponderante do disco veleja entre um jazz anos 50 e um pop romântico anos 70. Esbanjando glamour em suas composições, Bic joga no chão, pisa em cima e tripudia com todas as estrelinhas solo atuais que compõe no gênero. As duas primeiras canções da edição especial do disco – que apresenta uma ordenação diferente da edição normal – usam os pássaros do título do álbum como metáfora para o sofrimento que acompanha a paixão: “Captured” tem uma melodia de estupenda beleza melancólica, recheada de cordas suaves e também temerosas, uma bateria lenta, que remete a um caminhar pesado e triste, uma harpa discreta e luminosa e uma guitarra brilhante, com uma sonoridade distante que remete à algo metálico – e devido ao título da canção, o objeto metálico que se forma na mente do ouvinte é uma gaiola. A letra, por sua vez, aprimora a sensação de dor, desenhando um ambiente repleto de escuridão, iluminado o suficiente apenas para revelar que há ali uma mulher aprisionada e inerte pelo sofrimento e desespero amoroso – a canção é simplesmente brilhante. A faixa seguinte, “Birds”, exala uma elegância desmedida, onde piano e cordas classudíssimos servem de moldura para a voz doce de Bic, e onde a artista canta sobre amantes que tentam lidar com o amor que sentem um pelo outro, sentimento este que pode acabar aprisionando-os. Em “Winning Arrow” – um delicioso pop romântico, cujas letras celebram o amor e promovem a superação de toda e qualquer dificuldade – e “Say After me” o clima suscitado pelas melodias é de nostalgia pop setentista, no melhor estilo Olivia Newton John, ao mesmo tempo em que há algo bem ao sabor “cabaret” na metade inicial de “Say After Me”, cheia de brilhante glamour e instrumentação esplendorosa e com letras que revelam o fim de uma relação amorosa sem perder um centímetro de elegância. “If I had you” prossegue no climão romântico e no nostalgismo, com letras sobre um amor silencioso e passional que não é correspondido e com mais backing vocals que remetem aos clássicos dos artistas americanos, conseguindo o que só mesmo artistas como Barbra Streisand conseguiam fazer, unindo romantismo e classe na medida exata para não soar excessivamente cafona. “Listen”, por sua vez, avança as referências melódicas um pouco no tempo, apresentando refrão e coros de fundo que lembram algo no estilo Aimee Mann, porém, com mais classe e estilo do que esta. O mesmo lembra o piano e o refrão cheios de estirpe da irresistível “Blue Blue Heart”, mais uma canção onde o orgulho tende a se manifestar mesmo quando a sua vida afetiva se desmorona à sua frente. “That’s Alright”, com letras que falam sobre como é difícil deixar uma realação amorosa com o sentimento persistindo no coração, é outra canção que soa conhecida, já que sua melodia de guitarras elegantes e refrão saboroso suscitam uma Sade muito menos chata e mais divertida. “Ruby Nights”, música de andamento lento, tem letras poéticas – abandono afetivo, o tom primordial do disco – e melodia sorumbática e silenciosa. “It’s Over” é um caso à parte: sozinha, valeria a compra do disco todo, não tivesse o álbum outras canções excelentes. A música dilacera qualquer coração já machucado com seus versos diretos e sua melodia e coro de um lirismo triunfantemente depressivo – os maiores representantes da música romântica da América do Norte, como Burt Bacarach e Leonard Cohen, não fariam canção que atingisse emotividade tão sublime com tamanha simplicidade. Fechando esta edição especial do disco tmeos ainda duas canções extra. “Somewhere In The Night”, cuja harmonia sutil lembra o vai-e-vem da maré ou o soprar de uma brisa mais forte, utiliza-se de elementos da natureza como comparação para ilustrar a suavidade da voz daquele que é amado. Se você está interessado em alguém, essa música serve como uma cantada esplendorosa – e se, ainda assim, a pessoa não lhe der a menor atenção, esqueça-a: alguém que não manifesta qualquer reação diante de tamanha beleza não deve ter mesmo a menor classe e ser culturalmente desprezível. A segunda faixa bônus, “Something’s Gotten Hold Of My Heart” é um cover gostosinho, onde Bic Runga se dá ao direito de se divertir e soltar um pouco mais a voz.
Pode soar estranho para você uma artista que promove uma mistura de influências melódicas pop tão variada, mas o projeto mantém a coerência e nunca perde o fio da meada sonoro, preservando o estilo, elegância, charme e sutileza que a cantora impõe do início ao fim do álbum. É pra ouvir vezes seguidas. Baixe o disco através do link abaixo.

Baixe (senha: seteventos): http://www.mediafire.com/file/b8qossdx44kalks/bic_-_birds.zip

Ouça:

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