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Tag: cate-blanchett

“Babel”, de Alejandro González Iñárritu. [download: filme]

BabelDois garotos marroquinos, perigosamente lidando com um rifle pela primeira vez, um casal de turistas americanos, vivendo uma crise conjugal, uma babá, de origem latina, tentando comparecer ao casamento do filho, uma adolescente japonesa muda, em conflito silencioso com o pai – todos estes personagens, ocupando diferentes espaços e vivendo diferentes realidades, estão, em algum nível interligados por um incidente que que terá consequências para todos.
“Babel”, filme que fecha a trilogia desenhada por Iñárritu, sofre com as decisões equivocadas do diretor e seu roteirista, Guillermo Arriaga. Nos dois filmes anteriores, pelo fato de os personagens ocuparem o mesmo espaço geográfico, era desnecessário que eles se conhecessem antes do evento que os envolvia (como acontece em “21 Gramas”) ou mesmo que travassem algum tipo de relação após o evento que atingia a todos (como foi em “Amores Brutos”). Neste último longa-metragem, o diretor decidiu misturar as duas diferentes formas de abordar os personagens e desenvolver o argumento e, ainda, distribuiu os personagens em diferentes pontos do mundo, o que acaba por enfraquecer a fragmentação e a não-linearidade, tão bem arquitetada nos filmes anteriores. É por conta disso que o incidente, característica maior da trilogia, já não envolve todos os personagens e, consequentemente, eles não chegam a travar contato, mesmo que momentaneamente, tendo muitas vezes uma ligação indireta e fraca: um exemplo claro é a ligação dos personagens do núcleo japonês com o incidente, tão tola e desnecessária que fica muito difícil de aturar.
Mas, se evitarmos comparar este filme com os dois anteriores de Iñárritu ele acaba não sendo tão problemático, repousando na categoria dos filmes com qualidade regular – graças ao bom desempenho dos atores, à qualidade técnica e à direção competente. Porém, ainda vamos encontrar pelo menos uma característica incômoda, já que o grande diferencial que o diretor e o roteirista planejaram para este filme não tem qualquer efeito de importância para a trama: a impossibilidade de comunicação entre pessoas de diferentes línguas e culturas não apenas não acontece como não tem qualquer razão de ser no longa-metragem, já que os eventos da trama tomam lugar sem qualquer relação de causa desta falta ou dificuldade comunicativa e cultural.
A impressão que se tem, ao terminar de ver a película – que além de tudo é desnecessariamente longa -, é que tudo o que há de marcante e original nos filmes anteriores diluí-se demasiadamente em aqui, tornando o longa-metragem bastante insípido. Como disse minha melhor amiga, com a inteligência que lhe é tão cotidiana, “Babel” é o resto de história de “Amores Brutos” e “21 Gramas”.
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“Notas sobre um Escândalo”, de Richard Eyre. [download: filme]

Notes On A ScandalBarbara, uma professora já na casa dos 60 anos, desenvolve um interesse obssessivo pela sua nova colega de trabalho, Sheba, que é casada e tem dois filhos. Quando ela descobre que Sheba se envolveu com um aluno de 15 anos, usa deste conhecimento para aprofundar sua ligação com ela.
Antes de qualquer coisa, é bom pontuar que a maior – se não a única – crítica que o longa-metragem recebeu foi sobre a música de Philip Glass: segundo os críticos, a trilha sonora composta por Glass é demasiadamente intrusiva e onipresente, atrapalhando os acontecimentos do filme. Sem dúvidas, a música composta por Glass já teve este efeito negativo muito vísivel, como aconteceu no fraco “As Horas”, do diretor Stephen Daldry, mas não é o que aconteceu em “Notas sobre um Escândalo”: Richard Eyre utilizou a música da maneira mais habitual possível. O filme realmente tem um grande problema, mas ele é bem outro.
A caracterização da personagem de Cate Blanchett, que seria a catalisadora de toda a polêmica e conflito no argumento, é o grande equívoco do roteiro adaptado do livro de Zoë Heller: Sheba é desenhada de maneira muito fraca pela atriz – sem dúvidas sua pior interpretação até hoje -, mas o próprio personagem carrega culpa em si, já que o envolvimento de uma professora casada, com dois filhos adolescentes, com um aluno de 15 anos, tão ordinário quanto qualquer outro, nunca se torna crível para o público. O roteirista até tenta mas não consegue, em momento algum, fundamentar adequadamente a razão da paixão de Sheba, uma mulher madura, por um adolescente tão comum quanto qualquer outro e, com isso, quanto mais a trama se desenvolve, mais a personagem parece infantil e inverossímil – para não dizer ridícula e patética.
Não é de se estranhar, portanto, que o filme acabe mesmo se concentrando na personagem de Judi Dench – que tem desempenho exemplar no papel. Barbara é uma mulher possessiva, dominadora, egoísta e egocêntrica, e não consegue desenvolver relações afetivas – as poucas que tem – sem excluir estes elementos do seu caráter, deixando-se sempre levar por ilusões amorosas que só fazem alimentar sua falta de limites. Ao conhecer Sheba, e afeiçoar-se por ela, Barbara adiciona ao seu comportamento a perfídia e a sordidez, particularmente ao utilizar-se do segredo de Sheba para fortalecer seu contato com ela. Deste modo, a infeliz, solitária e amarga Barbara de Judi Dench e o esquadrinhamento de seu comportamento sedimentado, incansável, imutável e calculado acabam sendo os únicos atrativos de um filme que se propôs abordar uma polêmica que não soube retratar. Richard Eyre deveria se sentir imensamente agradecido por contar com uma personagem intrigante e uma atriz inspirada, a única motivação para o espectador manter-se assistindo seu longa-metragem. De outro modo, seu filme soaria tão insosso quanto o romance adolescente de Sheba.
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legenda (português):
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