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Tag: danis tanovic

“Inferno”, de Danis Tanovic. [download: filme]

L'EnferSophie, que sofre com a infidelidade e o desinteresse de seu marido, Anne, jovem universitária que nutre um amor obssessivo por um homem que não está mais interessado por ela, e Céline, uma mulher solitária que vive viajando para cuidar da mãe enferma, são irmãs mas não se vêem a muitos e muitos anos. A medida que seus problemas vão se agravando vamos perceber que talvez eles tenham um denominador comum, e que seus dramas só serão sanados quando o passado for devidamente resolvido.
Li algumas poucas coisas sobre este que é o segundo filme a ser feito baseado na trilogia esboçada pelo magnífico diretor polônes Krzysztof Kieslowski antes de sua morte, em 1996, e cujo argumento foi finalizado por Krzysztof Piesiewicz, fiel colaborador do falecido diretor polonês. O comentário mais comum é o de que é inevitável assistir ao filme sem, de quando em quando, perguntar a si mesmo como teria sido se Kieslowski tivesse o dirigido. Isso faz tanto sentido que não apenas eu fiquei me fazendo essa pergunta enquanto assistia, mas cheguei mesmo a imaginar que o próprio diretor acabou fazendo isso enquanto rodava o longa-metragem. Não se trata de uma impressão vaga, pois além de uma referência assumida à uma sequência que Kieslowski repetiu em seus filmes mais famosos – quem conhece o cinema do diretor polonês vai reconhecer instantaneamente -, o diretor Danis Tanovic – celebrado pelo filme “Terra de Ninguém”, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro – desenha, em alguns momentos, enquadramentos, movimentos de câmera e cortes nas sequências que remetem aos comumente empregados por Krzysztof em seus filmes mais consagrados. A fotografia do longa-metragem, em especial a utilizada em espaços internos, razoavelmente saturada, reforça igualmente esta idéia de “emular” o estilo kieslowskiano. Apesar do correr o risco de prejudicar o senso de naturalidade do filme ao utilizar, deliberadamente, aspectos pertencentes ao cinema de Kieslowski, Danis Tanovic o faz de forma cautelosa e bem dosada, mantendo sua identidade como diretor preservada pela direção muito consistente. Nisso ele também é auxiliado pelo ótimo elenco, particularmente pela bela trinca de atrizes que incorpora as três protagonistas do longa, e pelo roteiro sempre muito bem composto de Krzysztof Piesiewicz que, a partir da idéia original de Krzysztof Kieslowski, inspirou-se nos três cantos da obra mais famosa de Dante Alighieri“A Divina Comédia” – para, sem nunca soar piegas, criar a história de três mulheres que tiveram suas vidas e seu comportamento influenciados por um trauma de infância e para escrever uma sequência final elegantemente pungente que, com imensa crueldade e ironia, despe o filme inteiro de todo e qualquer traço de moralismo e mostra o quanto o sofrimento humano é desperdiçado diante da incapacidade de arrependimento – brilhante.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

OBS: links funcionais mas não testados.

http://www.megaupload.com/?d=5RFVCO30
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legendas (português) [via legendas.tv]
http://legendas.tv/info.php?d=bcbf867cb19d41520a4819be304b247d&c=1

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“11 de Setembro”, de Alain Brigand

Onze curtas de onze minutos e nove segundos. Os números aqui remetem aos acontecimentos ocorridos na New York de 11 de Setembro de 2001. Mas esta seria uma das únicas regras estabelecidas aos onze diretores convidados para colaborar cada um com um curta que integrasse ao projeto do francês Alain Brigand. Afora o fato de que a inspiração para os curtas partisse do atentado de 2001 e a duração dos mesmos foi dada total liberdade aos diretores dos mais distantes recantos do mundo. Os resultados são, geralmente, bastante interessantes e, por vezes, insatisfatórios. O diretor mais criativo foi mesmo Sean Penn, que causa espanto e risos com seu uso das sombras das torres gêmeas. As tentativas mais humanitárias foram do mexicano Iñarrítu e da indiana Mira Nair, infelizmente seus episódios suspenderam juntos, e cada um a sua maneira, uma pieguice que incomoda. O curta mais equivocado é o do egípcio Youssef Chahine: encerram-se seus onze minutos e você acaba perguntando pra si próprio se Kika foi mesmo a pior coisa que já viu. No mínimo merece estar ao lado do filme de Almodóvar. Por último, temos o curta mais sem relação com o fatídico 11 de Setembro, no qual um soldado japonês volta da guerra exibindo comportamento idêntico ao de uma cobra. O curta de Shohei Imamura só poderia mesmo ter vindo daquela parte do oriente, responsável por algumas das invenções mais idílicas do planeta. O que não necessariamente é sinônimo de qualidade…

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