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Tag: darren aronofsky

“Cisne Negro”, de Darren Aronofsky. [download: filme]

Black Swan, de Darren Aronofsky

Nina, bailarina de famosa companhia de New York luta para encontrar a interpretação perfeita de dois dos mais famosos personagens do mundo do ballet enquanto, ao mesmo tempo, é aterrorizada por situações estranhas. Darren Aronofsky é um cineasta que costuma ter idéias promissoras e muito bem realizadas, porém, em algum ponto de sua execução o diretor americano acaba sempre cometendo equívocos que atrapalham o conjunto final do longa-metragem e frustrando, portanto, as expectativas do público. Foi assim com praticamente todos os seus filmes anteriores, sem dúvidas sendo o pior caso o de “A Fonte da Vida” – praticamente uma hecatombe. Todo o entusiasmo gerado por “Cisne Negro” me fez pensar que finalmente ele tinha encontrado a medida. Infelizmente, a tradição se manteve mais uma vez.
“Cisne Negro” é, como já poderia se prever, mais um filme de impecável realização na filmografia do diretor. Mas isso não é de causar surpresa alguma, já que Aronofsky é conhecidamente um daqueles cineastas que conseguem achar o tom certo para tramas de naturezas diversas que decidem abordar, o que se configura na principal contribuição para que seus filmes sustentem um clima sólido durante toda a sua duração e para lhe conferir a ótima reputação que detém estréia após estréia – reputação um tanto quanto exagerada, já que beira o hype que cerca David Fincher, por exemplo, mas na maior parte é justificável a celeuma em torno de Darren já que isso se deve à sua competência ao lidar com as diferentes camadas de uma produção cinematográfica, técnicas e artísticas, e conceber um todo mais coeso e coerente. Com o apoio da interpretação em grande parte física e gestual de Natalie Portman, a sedutora composição de Mila Kunis, a presença sempre magnética do francês Vincent Cassel, além da fotografia e cenografia frias e depressivas e da trilha sonora climática, o diretor consegue encenar com considerável precisão o avançar de um surto psicótico e paranóico em uma mulher de personalidade reprimida e fragilizada sem que ninguém, à exceção de seu ente mais próximo, se dê conta disso – algo, diga-se, bem comum de se ocorrer. Sob esse ponto de vista, o diretor obteve sucesso e atingiu plenamente seu objetivo.
Há, porém, dois pontos que mudam consideravelmente esta avaliação, ambos da ordem da promoção e também concepção do longa-metragem que acabam, em consequência, problematizando a trama por trair prováveis expecativas do espectador. O primeiro está relacionado ao gênero ao qual o filme foi enquadrado inicialmente, o terror. Aronofsky se utiliza de alguns artifícios do cinema de horror, mas eles não apenas não são suficientes para caracterizá-lo como pertencente ao gênero como são, a meu ver, um tanto desnecessários e desconcertados. Segundo, e em parte relacionado ao primeiro, o diretor de “Cisne Negro” parece ter considerado por algum tempo durante a produção do longa-metragem sustentar nele um caráter de mistério – e “Cisne Negro” até chegou a ser promovido com tais pretensões -, o que daria sustentação à utilização das poucas e frágeis sequências de horror, mas em cerca de 20 minutos de sessão do filme já não há, intencionalmente, qualquer segredo sobre a natureza dos estranhos eventos da trama e o público já se dá conta de que qualquer perturbação experimentada pela protagonista é fruto de seu crescente estado de desequilíbrio, o que torna o filme não mais do que o retrato do gradual avançar de um surto de ordem psicótica e a platéia, portanto, a sua testemunha silenciosa. Isso de modo algum faz deste um filme ruim, mas a meu ver o longa deixaria de ser apenas um bom filme e poderia se revelar uma experiência muito mais impactante se de fato a dúvida fosse seu elemento chave e toda a subversão comportamental perpretada por Nina não ficasse quase completamente no plano do delírio. Claro que por ser fruto de expectativa, isso não é inteiramente culpa de Aronofsky. Contudo, se desta forma considerado, o filme, que ainda assim não deixa de ser um êxito, o é sobre o alicerce de falsas ousadias escondidas sob um manto de ortodoxia dissimulada – bastava somente suprimir e inserir alguns elementos aqui e ali e o ballet mórbido de “Cisne Negro” seria convertido de um grasnido breve e tímido para um canto que ecoaria bem mais triunfante, trágico e perene.

OBS: legenda embutida em português

http://fileserve.com/file/GZ4v8cV/CisneNegroLeg.rmvb

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“A Fonte da Vida”, de Darren Aronofsky. [download: filme]

The FountainEm três diferentes épocas, um homem empreende uma busca impossível: Tomas, no século XVI, procura, a mando de sua rainha e objeto de amor, a árvore da vida, que lhes conferiria vida eterna; no tempo presente, o cienstista Tommy busca incansavelmente a cura para o agressivo tumor cerebral que cada vez mais reduz o tempo de vida de sua esposa, Izzy; em um futuro distante, Tom, a bordo de uma bolha espacial, tenta alcançar uma nebulosa distante, onde acredita que uma estrela morta recobre as forças de uma árvore que leva junto e que, consequentemente, traga novamente à vida a mulher que sempre amou.
Hugh Jackman e Rachel Weisz tem atuações comoventes e, com certeza, foram os únicos acertos do terceiro longa-metragem do diretor Darren Aronofsky, o cineasta mais hyped dos últimos tempos. A princípio, o filme parece interessante, mas a medida que avança ele revela-se uma das coisas mais confusas e pretensiosas que já se ousou produzir. Sem qualquer resquício de dúvida, o maior problema do filme é a tendência quase infantil de Aronofsky em querer basear toda a existência de seus projetos – e assim guiando toda a composição do roteiro – em uma mensagem. Com “a mensagem” explícita de seu longa imediatamente anterior, “Réquiem para um Sonho”, Darren mostrou ser um dos integrantes mais moralistas da nova seara de cineastas; com “A Fonte da Vida”, contudo, Aronofsky obteve mérito ainda maior, já que, agora, ele é também o diretor mais brega e piegas desta geração recente: como negar tal afirmação se os temas que justificam este seu filme mais recente são coisas como a aceitação da morte como parte fundamental da vida, a morte como ponto de partida para outro plano existencial, ou ainda a eternidade da vida através do amor? As tentativas de trazer reflexões filosóficas e transcendentais profundas, bem como as atitudes e soluções visuais assumidamente zen-budistas que lhes dão apoio, tornam a meia hora final do filme tão constrangedora que chega a dar vergonha assistir aquilo na companhia de mais alguém. A Warner, uma das distribuidoras e produtoras do filme, quis ser inteligente ao reduzir o orçamento pela metade, mas teria sido muito mais se tivesse cancelado o projeto, nos poupando de tamanha temeridade e, de lambuja, evitaria desperdiçar um dinheiro considerável. Espera-se que depois dessa imensa ego-trip que é “A Fonte da Vida”, Darren Aronofsky, que expôs a imensidão faraônica de seu ego ao declarar sua intenção de redefinir o conceito de ficção-científica com este filme assim como aconteceu com “2001: Uma Odisséia no Espaço”, esteja com sua bolinha bem baixa em Hollywood – o que nos garantiria alguns anos para respirar aliviados sem o medo de que algo tão pretensioso quanto este filme surja em uma prateleira de vídeo-locadora.
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legenda (português)
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