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Tag: estados unidos

Tori Amos – Scarlet’s Hidden Treasures. [download: mp3]

Tori Amos - Scarlet's Hidden TreasuresCom o lançamento de Welcome To Sunny Florida, o DVD ao vivo de Tori Amos que trouxe aos fãs o último show da turnê do disco Scarlet’s Walk, a cantora resolveu presentear os fãs com algo mais: acompanhando o DVD havia um EP bônus com 6 canções provenientes do projeto Scarlet’s Walk que acabaram não entrando no disco, algumas até então disponíveis apenas por streaming no colossal site especial do disco, o Scarlet’s Web. Estas canções foram cortadas da edição final do álbum por atrapalharem de alguma forma o conceito do disco por dissonância ou mesmo semelhança com outras faixas, por exemplo. A sonoridade e a temática são praticamente as mesmas do álbum original, trafegando entre a melancolia explícita e o rancor irônico. Nos domínios da primeira sonoridade estão “Ruby Through The Looking Glass”, a história de uma gestante que sofre abusos de seu marido, prometendo que jamais permitirá que sua filha testemunhe esse sofrimento, “Seaside”, sobre uma menina que conta como perdeu repentinamente uma amiga, uma das inúmeras vítimas de uma guerra, “Apollo’s Frock”, que tematiza sobre a eterna diferença entre masculino e feminino e “Indian Summer”, de poética extramente bem desenhada, recorrendo a sensação de algo que desperta tardiamente dentro de nós e o sentimento de plenitude e satisfação que vivenciamos neste momento, além de fazer, simultaneamente, referência à erradicação dos nativos americanos e ao mais recente estado contínuo de guerra – todas elas tem o piano e voz como principais agentes sonoros, ambos envoltos em complexa harmonia melódica, com introduções carregadas de emoção e tristeza palpável, contando apenas com eventual e tímida participação de alguns poucos acordes de violão. Dentro do esquema sonoro da segunda vertente, temos “Bug A Martini”, que brinca com o mundo da espionagem, e “Tombigbee”, que versa sobre como os americanos tomaram uma grande porção de terra indígena nos arredores do rio que dá nome a canção, ambas sem contar com a presença do piano – no seu lugar temos os teclados Wurlitzer e Rhodes em acordes repletos de devaneios semi-sensuais ou amargamente animados, acompanhados de bateria e baixo em igual proporção de volume e ritmo.
Curiosamente, algumas das canções mais sonoramente elaboradas e poeticamente marcantes da “era Scarlet” estão neste EP, fora do que foi posto como retrato oficial daquele momento musical de Tori Amos. O único senão deste lançamento foi a cantora não ter adicionado a faixa “Mountain” aos “tesouros escondidos” de Scarlet, a mais poderosa sonoramente entre as faixas que não entraram no disco – e mesmo entre as que entraram oficialmente em Scarlet’s Walk. “Mountain” é um delírio melódico e lírico comparável apenas com as improvisações que ela faz ao vivo, em suas apresentações. Mas não tema: segue, logo depois do link para download do arquivos com as 6 faixas de Scarlet’s Hidden Treasures o link para você baixar “Mountain” – e prepare-se: a faixa é gozo pleno.
Baixe o disco utilizando o link e a senha informada para extrair os arquivos.

senha: seteventos.org

http://www.gigasize.com/get.php/-1100208893/amos_-_treasures.zip

“Mountain”http://www.gigasize.com/get.php/-1100204077/Mountain.mp3

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“Obrigado Por Fumar”, de Jason Reitman. [download: filme]

Thank You For SmokingVice-presidente da associação dos estudos do tabaco, Nick Naylor trabalha para dissuadir a visão negativa das pessoas sobre o fumo e a sua indústria e, de forma indireta, persuadir as pessoas a tomar parte no vício. Separado e com um filho extremamente observador e curioso, Nick resolve passar mais tempo ao lado do garoto – isto é, fazer com que o filho o acompanhe em sua mais recente missão para a indústria do cigarro: fazer com que Hollywood volte a divulgar o fumo como um símbolo de status e prazer.
Aaron Eckhart está ótimo a frente do elenco deste filme no papel do irônico e astuto Nick, o lobista cujo trabalho divide-se um dois diferentes modos de agir: na camada mais pública e aparente, Nick surge como o porta-voz de uma instituição – sustentanda pelo conglomerado do cigarro – que procura colocar em dúvida as afirmações dos males do fumo à saúde humana fazendo uso de uma retórica caleidoscópica que confunde os detratores do cigarro para que as certezas deles tornem-se dúvidas e, consequentemente, as suas ganhem validade sem precisar defender abertamente este hábito como algo positivo e saudável; por baixo dos panos, por sua vez, Naylor trabalha para ampliar o número de consumidores do cigarro, usando o caixa bilionário desta indústria para, por exemplo, “convencer” outra indústria, a do cinema, a divulgar para o seu imenso público uma imagem positiva e prazerosa do hábito de fumar.
Se pararmos para pensar, o cigarro aqui poderia ser substituído por tantos outros itens, mostrando que o roteiro deste longa-metragem, adaptado pelo diretor diretamente do livro de Christopher Bucleky, é muito menos sobre uma indústria específica e muito mais sobre o modo de agir destas poderosas companhias para defender e ampliar, a qualquer custo, o consumo de seus produtos no voraz mercado mundial. Pensado desta forma, o filme tem muito mais relevância do que simplesmente atracando sua razão de ser à uma sátira sobre o detratores e defensores do tabagismo – o que já seria bem interessante, mas o limitaria à um campo específico. A agilidade de Jason Reitman na condução e na edição confere ainda maior tenacidade ao tom irônico e satírico de seu filme e a destreza crítica do roteiro. “Obrigado Por Fumar” é um bom empurrão para fazer mais aparente a carreira do novato Reitman que, até então, na sua diminuta filmografia, não tinha produzido nada digno de nota. Hollywood, sempre atenta em assimilar os talentos que despontam de última hora, com certeza, não vai deixar este passar batido.
Baixe o filme utilizando o link a seguir.

http://www.megaupload.com/?d=9BT78GGR
(legenda em português embutida)

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“Lost”: 3ª temporada (ciclo final). [sem spoilers]

Lost - 3ª Temporada - Ciclo FinalE encerrou-se o ciclo final da 3ª temporada de “Lost”. A retomada da série, que teve uma interrupção de quase dois meses depois do 6° episódio, teve alguns engasgos em capítulos que diziam quase nada, mais especificamente nos chamados “episódios de transição”, que tiveram a função de interligar deslocamentos de personagens, ações de naturezas diferentes ou o encerramento de um período de atividade para a retomada de outro. A meu ver, estes foram os episódios mais problemáticos e, possivelmente, os mais desnecessários: na essência, os episódios 9, “Stranger in a Strange Land”, 17, “Catch-22” e 18, “D.O.C” tem conteúdo fraco e desinteressante – quase uma enrolação -, fazendo-me acreditar que teria sido melhor deslocadar, encaixar e sintetizar em outros episódios as poucas sequências que apontam para novos acontecimentos ou revelações. O episódio de número 14, “Exposé”, que marcou o fim de dois personagens que foram apresentados nesta mesma temporada e que, a bem da verdade, sequer foram abordados, não foi exatamente ruim pelo seu conteúdo, já que a trama foi muito bem costurada e desenvolvida, mas pelo fato de que serve unicamente para encerrar a história de personagens que não foram, em momento algum, enraizados na mitologia da série e para também aparar arestas que ficaram aparentes, como a relacionada à personagem Sun – e que, novamente, poderia muito bem ter sido encaixada em outro capítulo.
Mas, considerando-se a equivalência entre erros e acertos, o saldo foi muitíssimo positivo. Alguns dos mistérios introduzidos na primeira temporada foram mesmo retomados e, em parte, elucidados. Digo em parte porque, por exemplo, apesar de a causa dos eventos que ocorrem com mulheres grávidas na ilha não ter sido elucidada, seu destino, dependendo da origem de sua gravidez, foi revelado – e, consequentemente, acabou sendo explicado o interesse do grupo dos “Outros” no processo da gravidez. Outro importantíssimo dado, que foi sugerido no primeiro ciclo desta temporada, ressurgiu de maneira sombria e dúbia nos últimos episódios: tanto o norteamento das ações dos “Outros” quanto os estranhos eventos da ilha podem ter uma causa, ou até um agente causador, central – e ele tem até um nome.
As novidades, então, foram razoavelmente numerosas e ousadas. Muitas delas tomaram lugar dentro dos eventos ocorridos nos já famosos flashbacks – traços dos mais simbólicos da dinâmica deste seriado. Personagens pertencentes ao chamado grupo dos “Outros” tiveram seus próprios episódios de lembrança, o que possibilitou aos produtores explicar a presença destes na ilha e sua origem, o comportamento irregular de alguns deles e pelo menos indicar o porque de seu posicionamento de franca oposição aos sobreviventes do vôo 815 da Oceanic – o que está diretamente relacionado ao misterioso agente que torna possíveis os estranhos eventos da ilha. Além disso, novas relações entre os personagens foram reveladas para o público em flashbacks mas, não necessariamente, reveladas para os próprios personagens: dúvidas e dívidas que Sawyer tinha deixado de cobrar no seu passado tiveram o conhecimento do seu personagem, mas a relação de Claire com mais alguém na ilha foi mostrada apenas aos espectadores, sem que a própria garota tenha se dado conta disso.
Mas a mais chocante e surpreendente revelação tomou lugar mesmo nos dois últimos episódios da temporada e pode mudar radicalmente o que pensávamos ser o destino da trama do seriado e de seus próprios personagens. Esta revelação tem direta relação com os já citados flashbacks, tão tradicionais no conceito de “Lost”. De acordo com o que foi mostrado, podemos concluir algumas coisas: primeiro, podemos não ter mais flashbacks em “Lost”, ou tê-los com muito menor frequência; segundo, podemos ter o conteúdo destes flashbacks parcialmente alterados, já que, daqui pra frente, a sua substância pode envolver muito mais os eventos da ilha do que poderíamos imaginar; podemos não ter mais flashbacks simplesmente porque eles serão substituídos por outro recurso que envolve revelações dos personagens – e eu não poderia ser mais explícito aqui sob pena de revelar o grande evento do final desta terceira temporada -; quarto, podemos nem mesmo ter mais episódios de “Lost” dentro da situação que tivemos até hoje; quinto, podemos, por fim, prever os eventos básicos que tomarão lugar na quarta temporada e, até mesmo, o que poderá ser o argumento base da quinta temporada e das subsequentes.
Por último, os rumos e ações de alguns personagens na próxima temporada, se não foi revelado, foi ao menos sugerido: Sawyer, Locke, Jack e Kate – estes dois últimos de forma impressionante – já tem apontados seus papéis no próximo ano da série – e nenhum deles, de diferentes modos, vai ter um desenrolar muito positivo.
Vai ser difícil aguentar 9 meses para acompanhar a sequência de uma série que, em meio há alguns solavancos, muitos deles fruto de planos, tramas e personagens abortados, conseguiu, pela 3ª vez, construir um desfecho surpreendente. Ansiedade maior do que esta que se encontra o público só há aquela de já ter conhecimento sobre quando “Lost” chegará ao seu fim, com a sexta e última temporada, em 2010. Algumas pistas sobre a conclusão da série, inegavelmente, já foram deixadas nos dois últimos episódios desta terceira temporada, mas, apesar da curta duração dos próximos anos, de apenas 16 episódios cada, quem duvida que eles não virem “Lost” do avesso, como foi feito com o esquema dos flashbacks nestes mesmos dois últimos capítulos?

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Juliette and The Licks – Four on the Floor. [download: mp3]

Four on The Floor - Juliette And The LicksA banda formada pela também atriz Juliette Lewis exala aroma rock tanto em sua atitude quanto na musicalidade – o que, já há algum tempo, não é necessariamente algo coincidente. Juliette encarna nos vocais e na performance toda a ousadia e audácia de uma legítima representante do movimento – algo que o público já poderia vislumbrar mesmo em suas performances como atriz. As composições de Lewis para sua banda também respondem perfeitamente ao gênero, sempre velozes e furiosas. “Smash and Grab” já abre o disco em velocidade acelerada, com bateria, guitarra, baixo e vocais tão adrenalínicos quando a busca desenfreada e inconsequente por amor e emoção que os versos retratam. A faixa seguinte, “Host Kiss” traz uma parede de guitarras sobre bateria cadenciada e vocal sexy e rascante para sonorizar a letra que mostra uma mulher cuja volúpia e sede sexual excedem as de seu companheiro. “Killer” dispara com rapidez ainda maior seus acordes de guitarra e golpes de bateria, tornando a letra, que compara a voracidade de um homem por mulheres à de um assassino por vítimas, ainda mais frenética, alucinada e irônica. “Bullshit King”, que fala sobre as armadilhas de um homem cheio de charme mas que não vale nada, também investe na rapidez da bateria e das guitarras, mas o delicioso riff utilizado fora do refrão da música dá uma maior elasticidade as guitarras na melodia. Diferentemente de grande parte do disco, “Get Up”, uma ode ao rock e à luta pelo que tanto queremos na vida, tem melodia menos ácida e mais sinuosa, com guitarras de acordes malemolentes e espaçados e bateria gingada que lembram o blues rock do Rolling Stones.
Neste segundo disco, Juliette e sua banda dão uma amostra do quanto merecem ser citados como representantes dignos do rock, sem qualquer perigo de estarmos ratificando algo que é fruto puramente de um produtor esperto e de uma artista com intenções puramente lucrativas: ela compôs, em parceria com membros da banda, todas as canções do álbum, fez a produção executiva e ainda foi co-responsável pelo arranjo e mixagem de uma das faixas do disco. Se alguém aí ainda nutre algum tipo de dúvida sobre a autenticidade do trabalho da banda, experimente baixar o disco – mas prepare a salinha pra sacudir muito o esqueleto.
Baixe o disco utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

senha: seteventos

ifile.it/izm6hpq/juliette_-_floor.zip

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“A Fonte da Vida”, de Darren Aronofsky. [download: filme]

The FountainEm três diferentes épocas, um homem empreende uma busca impossível: Tomas, no século XVI, procura, a mando de sua rainha e objeto de amor, a árvore da vida, que lhes conferiria vida eterna; no tempo presente, o cienstista Tommy busca incansavelmente a cura para o agressivo tumor cerebral que cada vez mais reduz o tempo de vida de sua esposa, Izzy; em um futuro distante, Tom, a bordo de uma bolha espacial, tenta alcançar uma nebulosa distante, onde acredita que uma estrela morta recobre as forças de uma árvore que leva junto e que, consequentemente, traga novamente à vida a mulher que sempre amou.
Hugh Jackman e Rachel Weisz tem atuações comoventes e, com certeza, foram os únicos acertos do terceiro longa-metragem do diretor Darren Aronofsky, o cineasta mais hyped dos últimos tempos. A princípio, o filme parece interessante, mas a medida que avança ele revela-se uma das coisas mais confusas e pretensiosas que já se ousou produzir. Sem qualquer resquício de dúvida, o maior problema do filme é a tendência quase infantil de Aronofsky em querer basear toda a existência de seus projetos – e assim guiando toda a composição do roteiro – em uma mensagem. Com “a mensagem” explícita de seu longa imediatamente anterior, “Réquiem para um Sonho”, Darren mostrou ser um dos integrantes mais moralistas da nova seara de cineastas; com “A Fonte da Vida”, contudo, Aronofsky obteve mérito ainda maior, já que, agora, ele é também o diretor mais brega e piegas desta geração recente: como negar tal afirmação se os temas que justificam este seu filme mais recente são coisas como a aceitação da morte como parte fundamental da vida, a morte como ponto de partida para outro plano existencial, ou ainda a eternidade da vida através do amor? As tentativas de trazer reflexões filosóficas e transcendentais profundas, bem como as atitudes e soluções visuais assumidamente zen-budistas que lhes dão apoio, tornam a meia hora final do filme tão constrangedora que chega a dar vergonha assistir aquilo na companhia de mais alguém. A Warner, uma das distribuidoras e produtoras do filme, quis ser inteligente ao reduzir o orçamento pela metade, mas teria sido muito mais se tivesse cancelado o projeto, nos poupando de tamanha temeridade e, de lambuja, evitaria desperdiçar um dinheiro considerável. Espera-se que depois dessa imensa ego-trip que é “A Fonte da Vida”, Darren Aronofsky, que expôs a imensidão faraônica de seu ego ao declarar sua intenção de redefinir o conceito de ficção-científica com este filme assim como aconteceu com “2001: Uma Odisséia no Espaço”, esteja com sua bolinha bem baixa em Hollywood – o que nos garantiria alguns anos para respirar aliviados sem o medo de que algo tão pretensioso quanto este filme surja em uma prateleira de vídeo-locadora.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

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legenda (português)
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Tori Amos – American Doll Posse (+ 3 faixas bônus). [download: mp3]

Tori Amos - American Doll PosseTori Amos nunca se deixou abater por qualquer tipo de crítica, seja por parte da imprensa ou de fãs. Com o lançamento do seu novo álbum, American Doll Posse, felizmente, podemos ver que isso não mudou: apesar de The Beekeeper ter decepcionado parte do fãs pela sonoridade macia e “frugal”, Tori Amos não abandonou a herança deixada por esse trabalho e manteve muito dos traços mais característicos em seu novo trabalho, apurando ainda mais a sonoridade que desenvolveu em 2005 ao adicionar uma maior pulsação pop/rock. A guitarra e vocal aveludados e o teclado, piano e vocais lúdicos da irresistível “Mr. Bad Man” (em que Tori/Isabel coloca a música como arma contra o belicismo contemporâneo), a delicadeza do piano e guitarra, além dos múltiplos e constantes vocais de fundo de “Almost Rosey” (em que a mesma Tori/Isabel fala sobre quando perdemos o nosso lado mais aguerrido), bem como a bateria e piano de cadência quase sincronizada da suave “Beauty of Speed” (que chama atenção para a beleza dentro do processo de mudança que todos acabamos vivendo algum dia) tem esse caráter muito visível, mesmo na primeira audição. Só que as referências mais visíveis aos trabalhos anteriores de Tori não ficam apenas no que ela fez mais recentemente: o hino anti-guerra “Dark Side of The Sun”, com uma melodia impecável, que ganha guitarras mais intensas a medida que avança para sua conclusão, tem o mesmo charme de “Spring Haze”. Os sabores de To Venus And Back podem também ser degustados na bateria e guitarra de riffs tristes, e nos acordes lentos e lamuriantes do piano da fabulosa balada “Digital Ghost”, que fala sobre o temor da perda – até a temática dos versos relembra a clássica “1,000 Oceans”.
Contudo, na maior parte do álbum, tanto as melodias quanto as letras não refletem exatamente os traços de algum disco específico de Tori Amos: boa parte das canções mescla, a um só tempo, características de vários dos seus trabalhos anteriores. Nisso se assemelham a balada “Girl Disappearing” (de versos extremamente confusos e abstratos), com o elaborado destaque que a orquestração de cordas tem na melodia, guiada pelo piano e vocal melancólicos, a densa “Smokey Joe” (sobre o medo de enfrentarmos algo que, sabemos, não está nos fazendo bem), com sua percussão e guitarra algo nebulosas, além dos vocais de Tori/Pip e do piano cheio de sofrimento, e a ardilosa “Code Red” (sobre alguém que se prepara para uma nova vida, mas ainda sente atração pelo que pretende deixar para trás), com seus riffs certeiros da guitarra, a bateria cadenciada e o piano de acordes cíclicos, e cuja única fraqueza é a maneira equivocada com que Tori entoa o refrão, que pedia algo bem mais estridente.
Porém, em um álbum com 23 faixas (25 se contarmos as faixas bônus) há espaço não apenas para recorrer ao passado, mas também para avançar um pouco para o futuro: e o futuro, para Tori, são as guitarras – uma overdose delas. “Teenage Hustling”, em que Tori/Pip dá um chega pra lá em uma desavisada que se engraçava com o que não lhe pertencia, é a mais simbólica canção desta nova fase da música de Tori Amos: acompanhado por uma bateria espancada e um vocal portentoso e altivo, no melhor estilo glam-rock, o piano, que se ouve claramente apenas na introdução, cede lugar à uma verdadeira profusão de guitarras carnais e furiosas. No entanto, nas outras faixas em que Tori põe o misterioso Mac Aladdin para trabalhar, o instrumentos dividem o espaço de maneira mais igualitária. A melhor entre estas é mesmo aquela em que Tori/Santa-Pìp prega a comunhão de corpo e alma pela luxúria, “Body and Soul”, onde a guitarra encontra seu lugar certeiro, misturando-se de forma homogênea a presença do piano grave e minimalista e ao ritmo rock explosivo no refrão da faixa, imposto pela bateria e baixo delirantemente enérgicos.
Tori só preferiu arriscar com instrumentos um tanto mais incomuns na sua musicografia nos pequenos interlúdios que compôs para pontuar diversos momentos do disco. Afora o interlúdio que critica abertamente o presidente Bush, “Yo George”, uma das coisas mais fabulosas que Tori já compôs usando apenas o piano, todos os outros caracterizam-se por sua melodia diferenciada: “Fat Slut”, em que Tori/Pip brada contra a falsa moralidade, compõe-se apenas do vocal endiabrado, furioso e sarcástico da cantora sobre um fundo de guitarras distorcidas e contínuas, “Devils and Gods”, de tonalidades políticas, ganha aroma folk pelo uso de Ukelele e bandolim; “Programmable Soda”, na qual Tori/Santa compara sua flexibilidade à de um refrigerante, obtém um irresistível caráter lúdico com sua orquestração de metais e cordas e o piano solto; “Velvet Revolution”, em que Tori/Pip não deixa de lado sua elegância nem para ser profética, tem sangue verdadeiramente cossaco devido as tonalidades do piano e do bandolim.
E quando todo mundo pensa que já acabou, depois de atravessar um mar de guitarras e interlúdios, surge “My Posse Can Do” (faixa extra no DVD bônus da edição limitada), em que Tori/Santa fala do poderio das personages de American Doll Posse. A música é de chorar alegremente de tão boa: com uma melodia ao piano, guitarra, bateria e baixo que tem um pé na agitação efusiva dos musicais e cabarés, náo há como segurar a vontade de cantar e dançar entusiasmadamente ao seu ritmo.
De uma artista inquieta, arredia e politizada como Tori Amos não poderíamos esperar outra coisa se não este disco que temos agora, saindo do forno: ao mesmo tempo que é um compêndio de todas experiências da artista até hoje, também é o pontapé inicial para novas experiências na carreira da artista – pontapé este dado através das confissões e receios da paixão e da fúria de Santa, Clyde, Isabel, Tori e Pip, as “dolls” do projeto, diferentes personagens que representam facetas da personalidade de Tori Amos e das mulheres. Se as guitarras, a grande novidade do disco, parecem um tanto egocêntricas para alguns fãs em certos pontos do disco, para outros a sonoridade do disco anterior, que não tinha os agradado, foi melhor lapidada, até formar melodias mais coesas e equilibradas. Isso pode servir de consolo para os que cansaram da preponderância glamour rock – entre os quais não me incluo – de American Doll Posse: no seu próximo lançamento, essa estupenda e inigualável artista americana deve encontrar o equilíbrio e, mais uma vez, agradar os eternamente insatisfeitos – como ocorreu agora com as influências de The Beekeeper neste novo disco.
Baixe o álbum utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

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http://www.gigasize.com/get.php/1232177/amosdolls.zip

faixas extra:

“My Posse Can Do”:
http://rapidshare.com/files/72678257/24_My_Posse_Can_Do.mp3

“Miracle”:
http://rapidshare.com/files/72681678/25_Miracle.mp3

“Drive All Night”:
http://rapidshare.com/files/72682890/26_Drive_All_Night.mp3

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Tori Amos – Scarlet’s Walk (+ 2 versões alternativas). [download: mp3]

Tori Amos - Scarlet's WalkHá tanto a falar sobre o conceito deste CD em si quanto de cada música que o integra. O primeiro projeto de Tori Amos na Sony/Epic é um disco ambiciosíssimo, onde ela – mais uma vez – encarna um personagem que guia toda a produção e idéia do álbum. O personagem é Scarlet, e cada uma das canções do disco trata de um trecho da jornada dela por grande parte dos Estados Unidos, retratando tudo que ela enfrentou pelo caminho e seu ponto de vista sobre os eventos que vivenciou e as pessoas que conheceu em sua viagem. Adicionalmente, toda uma experiência foi criada – como é de praxe com Tori nos últimos anos – para dar suporte ao conceito elaborado em Scarlet’s Walk, incluindo um website que trazia fotos e anotações de Scarlet, além de um diário da turnê de Tori Amos para divulgação do álbum e streaming de alguns B-sides – canções que foram feitas nas mesmas sessões mas não entraram na edição final do álbum.
Apesar de formarem, em conjunto, todo o painel da viagem da personagem Scarlet, as dezoito músicas também funcionam perfeitamente por si só, excluídas de uma inter-relação. E, ainda que exista uma variação melódica em alguns momentos do disco, pode-se dizer que todas as canções compartilham de uma incomensurável suavidade e complacência harmônica. É por conta disso que não há risco algum em dizer que “Strange” e “Crazy” são a cara do disco. O modo delicado como o Wurlitzer é utilizado na primeira, junto com a bateria lenta e triste, assim como a presença do piano e de uma orquestração de cordas no refrão, constroem com perfeição a melancolia necessária, presente nas letras de “Strange” – quando Scarlet reflete sobre o modo como camufla a sua personalidade para tentar manter mais uma relação amorosa, decide abandonar mais esse amor. Já nos versos de “Crazy” vemos que Scarlet é quem foi abandonada por um homem que, apesar de não ser o ideal era quem lhe dava alguma segurança e apoio no momento. A canção tem a mesma delicadeza que sente-se em “Strange”, notadamente pelo uso do teclado Rhodes e pela guitarra e bateria lentas e reflexivas, mas não conta com a presença do piano e de orquestração. Contudo, entre as baladas presentes no disco, há algumas que ainda carregam algo da Tori pré-Sony/Epic, como vemos em “Your Cloud”, onde o piano volta a ter maior presença na construção da harmonia da canção, acompanhado apenas pelo baixo quase imperceptível e a bateria de cadência suave – uma constante no disco. “Another Girl’s Paradise” é uma das canções em cuja melodia a bateria é manuseada com um pouco mais de intensidade e com uma rítmica mais elaborada, o mesmo acontecendo com os acordes do piano, mais vistosos na melodia. A sensualidade exposta nos vocais de Tori Amos, intensificados pela guitarra, faz a beleza dessa canção esplêndida, cujos versos falam sobre um mundo tomado pela cobiça e desejo – particularmente o femino. O tom de “Don’t Make Me Come To Vegas” também é o da sensualidade, bem como os acordes do piano continuam mantendo preponderância, mas sua bateria segue uma harmonia sutilmente mais latina, e o baixo surge mais evidente na canção. Na letra, Scarlet tem que ajudar sua sobrinha em Las Vegas, mas teme voltar à cidade devido a um poderoso homem com quem se envolveu, e que a maltratou. “Virginia”, que relembra a forma como a América foi colonizada e tomada pelos europeus, destruindo a identidade e cultura dos nativos americanos, também possui cadenciamento mais complexo da bateria e dos acordes do piano, mas a atmosfera e vocais sensuais de “Another Girl’s Paradise” e “Don’t Make Me Come To Vegas” são substituídos por uma melodia de espetacular tristeza e revolta.
Contudo, não é surpresa que uma das canções mais deliciosas e viciantes do disco seja a curtinha “Wednesday” – qualquer fã de Tori Amos já está acostumado com o habilidade dela neste tipo de composição -, em que a personagem Scarlet encontra-se em uma relação amorosa com um homem cheio de segredos e vive assombrada por amores antigos – não se engane, analogamente esta canção é sobre a América e os americanos. A melodia alterna a sutil agitação das guitarras e da bateria ritmada com a melancolia contemplativa do piano e do vocal no refrão desta faixa.
Scarlet’s Walk, que floresceu do estilo de concepção artística que surgiu em Strange Little Girls é, até o momento, o álbum mais cuidadosamente planejado de Tori Amos, além da obra que influenciou de maneira definitiva, tanto melódica quanto liricamente, os rumos atuais de sua carreira. A sonoridade plácida, contemplativa e suave das canções, assim como as letras mais brandas, menos irascíveis e com maiores colorações sociais e políticas surpreendeu os fãs, acostumados com uma Tori mais pessoal, combativa e furiosa. Apesar de ser considerado o início da perda de parte da vitalidade artística da cantora e compositora, o álbum conseguiu conquistar os fãs – para muitos um dos discos preferidos – e é sempre tomado por eles como referência e prova cabal da superioridade, qualidade, criatividade e profundidade de Tori Amos como artista. Mesmo que alguns tomem este disco como responsável pelos equívocos e falhas recentes de Tori, não há como negar que ele também conseguiu sacramentar e propagar ainda mais uma verdade que todos já conhecem – que Tori Amos é uma das artistas mais importantes do cenário musical dos últimos vinte anos.

senha: seteventos.org

http://www.gigasize.com/get.php/1155068/scarlettori.zip

OBS: o arquivo inclui versões “alternativas” de duas músicas do álbum: “Strange” (Radio Edit) e “Pancake” (Extra Verses).

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“Casino Royale”, de Martin Campbell. [download: filme]

Casino RoyaleJames Bond, recentemente promovido a função de agente “00”, que lhe concede licença para matar, recebe a missão de desfazer um esquema de lavagem de dinheiro e levantamento de fundos para terroristas por um banqueiro com habilidades incomparáveis no jogo de cartas. É em um jogo de pôquer milionário, que tomará lugar em Montenegro, que Bond deverá derrotar o banqueiro Le Chiffre.
O primeiro filme da franquia 007 trazendo Daniel Craig como James Bond não inova apenas ao tornar a agente um homem loiro e o mais atlético dos Bonds – essa é apenas a mudança mais aparente, a mais superficial. Elas não se resumem a isto – até a natureza da histórias de Bond, com as quais estávamos acostumados até hoje, foi radicalmente alterada.
A decisão dos roteiristas de retirar a figura de “Q”, o engenheiro e inventor de armas e bugigangas variadas do MI6, apesar de parecer um tanto sem importância, foi o que motivou muitas das mudanças neste filme. Sem a figura do inventor, os roteiristas sentiram-se motivados a livrar o argumento de “Casino Royale” da presença de equipamentos engenhosos, diminuindo sensivelmente a importância destas ferramentas na trama. Consequentemente, o próprio Bond sofre mudanças comportamentais: sem o apoio destes instrumentos e armas sofisticadas, o agente torna-se um 007 mais físico, violento, truculento – e acaba sendo um personagem bem mais realista. Essa ideía também avança sobre o principal antagonista do agente britânico: ao invés de termos um vilão que pretende dominar o mundo com o uso de apetrechos altamente fictícios e futurísticos, Le Chiffre é um jogador habilidoso, e é utilizando-se de seus dons na arte do jogo que ele pretende obter dinheiro para financiar terroristas e criminosos, sem o uso de qualquer arma de última geração para ameaçar o mundo – algo bem mais crível do que nos longa-metragens anteriores.
O caráter e a personalidade de James Bond também sofreram algumas alterações consideráveis: apesar de ainda ser bastante egocêntrico e orgulhoso, este Bond é sensivelmente mais sisudo e capaz de – suprema ousadia – apaixonar-se, cogitando mesmo a possibilidade de largar tudo para viver uma vida pacata ao lado do seu amor – eu posso não ser um especialista em 007, mas eu duvido que alguma vez o agente já tenha vislumbrando tal idéia.
Com direção eficiente e elenco afinado – particularmente Daniel Craig que, a despeito de todas as críticas que sofreu, conseguiu criar um Bond que é o mais viril, sexy, sensível e inteligente que já vi -, as ousadias do diretor e dos roteristas de “Casino Royale” inauguram uma nova cronologia para o personagem, reiniciando toda sua saga – como aconteceu recentemente com Batman no longa-metragem “Batman Begins” -, o que deixa para os produtores a chance de criar uma série de filmes menos carnavalescos e exagerados do que os anteriores. Resta saber se Hollywood vai segurar sua ânsia megalomaníaca e permitir que os próximos filmes com o personagem sejam tão bons quanto este – a meu ver, de longe o melhor da franquia até hoje.
Baixe o filme utilizando o link a seguir.

http://www.megaupload.com/?d=75R6FGDP (legenda em português embutida)

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A Camp (Nina Persson & Mark Linkous). [download: mp3]

A CampEm 2001, antes de sua banda, o The Cardigans, embarcar na mistura de rock com uma pitada de country que resultou no emocionante disco Long Gone Before Daylight, Nina Persson já ensaiava em seu único – até hoje – projeto independente cujo estilo influenciaria a brusca mudança na sonoridade da banda sueca. Junto com a produção de Mark Linkous, do Sparklehorse, Nina compôs as canções do que foi simplesmente chamado de A Camp, um apanhado de canções por vezes agitadas, em outras melancólicas e sensíveis. O maior exemplo deste último estilo, presente no disco, é “Algebra”, em cujos vocais Nina atinge seu ápice emocional, cantando cada verso com imensa doçura e paixão. Com letras em que uma mulher conta como um homem, apesar da aparência contida e centrada, tinha seu coração “fora do peito” – tamanha era a maneira como não conseguia conter seu amor -, o violão dedilhado com suavidade e a bateria ao mesmo tempo forte e terna incrementam a docilidade da canção. “Frequente Flyer”, sobre uma mulher que não lamenta nunca conseguir ter um paradeiro devido à sua volubilidade afetiva, é igualmente grandiosa em sensibilidade e ternura, apresentando mais vocais delicados de Nina trabalhando perfeitamente com a melodia de bateria suavemente cadenciada e guitarras e teclados lentos e sôfregos. “Elephant”, que fecha o disco, prossegue remando nos infortúnios amorosos, já que em suas letras Nina reclama ter desperdiçado tanto amor com um homem que termina uma relação de uma forma tão sardônica. A bateria continua em uma cadência forte e lenta e os pianos e riffs de guitarra graves e dramáticos ganham mais importância à medida que a canção chega à sua apoteótica sequência final.
Como primeira representante do lado mais melodicamente agitado do disco, “Hard As Stone” surpreende com sua base de guitarras dissonantes e sua bateria agitada, forte e ligeira, tudo devidamente acompanhado pelo vocal algo irônico de Nina ao cantar versos que revelam o comportamento leviano e insensível de um conquistador barato. Os versos de “The Oddness Of The Lord” comentam brevemente a crença em algo superior, utilizando como melodia uma camada de ruídos de programação eletrônica e distorcões de guitarras, bateria e baixo.
Este ensaio delicioso para o que se sucederia na carreira do The Cardigans, infelizmente, não rendeu uma sequência até hoje – Nina voltou sua atenção para a banda, realizando com seus companheiros dois excelente discos. Ao contrário de muitos vocalistas e compositores, que sonham o tempo todo com vôos solitários, longe da proteção e segurança de seus conjuntos, Nina mostra encontrar satisfação dentro de sua banda de origem. Contudo, devido à qualidade do seu trabalho solo, não há entre os fãs quem não torça para que a artista sueca volte a arranjar um tempinho para compor preciosidades como “Algebra” e “Elephant”.
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“Motoqueiro Fantasma”, de Mark Steven Johnson. [download: filme]

Ghost RiderJohnny Blaze, jovem motoqueiro, faz inadvertidamente um pacto com o diabo para curar seu pai. Depois de quinze anos o diabo retorna, fazendo com que a noite Johnny torne-se um ser indestrutível. Seu objetivo: destruir, a mando do diabo, os quatro seres renegados que pretendem encontrar um contrato maldito de mil almas que dará o domínio da terra para aquele que o possuir.
O filme “Motoqueiro Fantasma” tem ótimos efeitos especiais e um bom ritmo de ação mas, peca em algo básico na construção de um filme: o roteiro. O diretor Mark Steven Johnson, que também se encarregou da função de roteirista, não deu muita atenção na composição da estória, criando um argumento que se sustenta em soluções simplistas que sacrificam a verossimilhança da estória, ou até mesmo optando por não explicar algumas coisas que exigiam um mínimo de justificativa. O maior problema esta relacionado ao interesse do diabo em ter servos – cavaleiros ou motoqueiros, o que quer que sejam: como nunca é explicado porque o próprio senhor das trevas não faz o serviço que designa a outros, a existência e necessidade deles perde muito do sentido – não seria difícil inventar qualquer desculpa que impedisse o diabo de agir por si só. Além disso, não há qualquer esclarecimento de como o tal contrato, tão desejado, permaneceu escondido por tanto tempo: se ele dava tanto poder aquele que o possuiria, por que o seu verdadeiro dono – o diabo, poderoso como seria – perdeu interesse por ele, voltando a lhe dar atenção apenas quando poderia ser tomado por outros? Um outro defeito na composição do argumento é a maneira como Johnny Blaze é relacionado com o Motoqueiro Fantasma, depois de sua última aparição “anônima”: em meio a tanta destruição, incluindo inúmeros automóveis, como uma placa de moto seria o suficiente para justificar sua culpa? Não faria sentido que ela estivesse ali, como tantas outras, por efeito de tudo o que foi demolido na passagem dessa entidade? Ou ainda: será que uma frágil placa de moto resistiria aos efeitos fantásticos da passagem do motoqueiro, quando nem automóveis estacionados e edifícios passaram ilesos? Há outros tantos furos no roteiro – o modo como o Motoqueiro mata os seres que buscam o contrato, especialmente o relacionado à água, é outro problema -, mas como o três acima expostos organizam a base do argumento, muito da história fica bastante comprometida. De bom, mesmo, só resta a atuação de Peter Fonda como o diabo, que mesmo com uma participação limitada consegue conferir alguma qualidade ao filme, sem cometer os exageros que este papel, sedutor como é, acaba sempre causando na interpretação dos atores – basta lembrar de Al Pacino em “Advogado do Diabo”.
Apesar do sucesso nas bilheterias, “Motoqueiro Fantasma” é a primeira adaptação dos quadrinhos – da atual colheita – que assisti e avaliei como suficientemente ruim. Um tantinho mais de atenção à história dariam um pouco mais de crédito ao filme e ao seu personagem principal – do jeito que ele está, o adorado Motoqueiro é tão bobo, cafona e desprovido de charme quanto as figuras barbudas e tatuadas que inspiraram sua existência.
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legenda (português):
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