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Tag: pop-sueco

Frida Hyvönen – To The Soul [download: mp3]

Frida Hyvonen - To the Soul

A estranha capa de To the Soul, novo disco da sueca Frida Hyvönen, a meu ver, mais atrapalha do que ajuda: diferentemente da capa de seu disco anterior, Silent is Wild, de uma beleza poética e resignada, esta não funciona como cartão de visitas ao seu mundo de composições melancólicas recheadas de uma ironia peculiar. O nome, no entanto, resume perfeitamente a matéria do qual é feito o novo lançamento da artista européia: este é um conjunto de músicas que falam diretamente à alma, e Frida é uma das melhores à dilacerar a sua na atualidade, uma especialista em derramar a vida pessoal, sem hesitação, em faixas de despedaçar o coração, como “Farmor”, uma ode à avó recentemente falecida, onde Frida, sobre pianos e vocais tristes e uma orquestração impecável, revive lembranças da infância ao seu lado e constrói uma breve narrativa da vida dela. Os episódios em família continuam nas duas faixas seguintes, “Picking Apples” – uma faixa com um groove bem equilibrado entre piano, orgão, bateria e baixo que aproveita o hábito de catar frutas na casa de parentes para lembrar o quanto é ao mesmo tempo perecível, ordinária e marcante a passagem humana pelo mundo – e “Hands” – que com andamento lento e pesado ao piano e bateria e alguns violinos lentos e cheios de remorso que soltam-se um pouco mais na ponte melódica, dão um tom mais sério para o refrão onde a cantora repete “hands, look at my hands, they are my mother’s hands” para salientar que, inevitavelmente, acabamos por levar muito de nossos pais conosco, ainda que muitas vezes não nos damos conta disso.
Assim como em Silent is Wild, estão presentes no disco tanto canções irônicas que satirizam hábitos da vida moderna, caso da divertida “California”, que tem como principal personagem o stalker pós-moderno às voltas com um álbum de fotos em uma rede social e é composta de versos como “it’s been a while now since we last meet but we are friends on the internet, its a shortcut to all the new acquaintances”, como baladas irremediáveis e sentimentais, que sempre estão entre as melhores coisas que se pode ouvir no estilo. Além da doce “Enchanted”, que apesar de triste, tem leveza e até ingenuidade com seu feitio quase nostálgico de trilha plena de romantismo para baile adolescente dos anos 60, de “In Every Crowd”, com orquestrações de cordas transbordantes acompanhando o piano amuado de Frida, tão característico quanto a ironia de versos como “this evening could have been such a delight if it wasn’t for the unfortunate fact that I am here”, e de “The Wild Bali Nights”, misto de narrativa de uma noite romântica à beira do mar e de homenagem à ilha da Indonésia com piano, bateria e múltiplos vocais servindo de trilha, há ainda as baladas “Gold”, que fecha o disco com direito à violinos pomposos e piano ressoando a belíssima narrativa episódica e enormemente simbólica de dois amantes e uma aliança de casamento destruída, e “Saying Goodbye”, um baladão que põe os dois pés nos anos 80 sem medo de ser feliz, incluindo versos que remetem ao lirismo grandiloquente da época e uma melodia que lembra o estilo então preponderante, como a presença de uma segunda voz e de uma bateria em cadência crescente para intensificar o caráter dramático à medida que a canção aproxima-se do refrão.
A referência nostálgica, porém, não fica resumida à balada de despedida: o primeiro single do álbum, “Terribly Dark”, é uma faixa equilibrada e dançante com sintetizações, órgãos e vocais alterados eletronicamente que visitam a irresistível década que se tornou a fonte de inspiração para muitos artistas nos últimos anos. Em outra faixa, a referência de carinho e saudade pela época é ainda mais direta, já que nos versos de “Postcard”, enquanto piano e percussão gingam faceiros e brincalhões pelos ouvidos, Frida cita uma musa do cinema americano da década quando diz que “there is no easier way to please me now than to remind me of Diane Keaton”. É Frida, e o que eu posso dizer depois de ouvir To The Soul é que não há modo de me agradar mais do ouvir um novo disco seu.

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Frida Hyvönen – Silence Is Wild [download: mp3]

Frida Hyvonen - Silence is Wild

Nascida na Suécia, Frida Hyvönen é mais uma entre várias cantoras européias que demonstram imenso talento já no início de sua carreira. Depois de sua elogiada estréia em 2005 e do projeto especial para um grupo de dança, seu álbum Silence is Wild revelou os traços de sua música de forma ainda mais complexa. Não me refiro simplesmente a dificuldade em definir onde algumas de suas melodias guiadas por piano se encaixam, cujas exemplos são as faixas “Enemy Within”, que recheada de múltiplos vocais de fundo que dialogam com o vocal principal em versos como ‘be kind and fight at the same time/one too many things to keep track of’ tem andamento que não se permite rotulações, e a esplêndida “Birds”, cuja melodia introduzida por baixo, conduzida por órgão e sintetizador para embalar letras que se servem dos pássaros migratórios para divagar sobre a passagem da vida e o que fazemos dela tem uma sutil singeleza pop, mas é por demais sofisticada para ser acomodada como tal. A complexidade que me refiro nasce na rara habilidade da cantora entregar-se ao canto sem comedimento emocional ao mesmo tempo em que consegue administrar esta abordagem mais emotiva de modo a jamais resvalar na pieguice ou exagero. É o que acontece já na faixa de abertura, “Dirty Dancing”: com um piano lacrimoso embalando a bateria, a sueca desmancha os versos em uma confissão tocante sobre uma paixão de infância que, ao reencontrar na vida adulta, mostra como nossas expectativas sobre o futuro são frustradas, para o bem ou para o mal. Lamentações de um romance em crise preenchem as notas de piano de duas faixas próximas: “Highway 2 U”, na qual o piano triste acompanha a bateria que alterna discrição e drama enquanto Frida se desfaz em um vocal de fazer sangrar mesmo os corações mais duros, e “Science”, em cujos versos temos o rompimento de uma relação onde o excesso de lógica e ponderação de uma de suas partes faz ruir toda a paixão. Contudo, a artista sueca, que se dá ao direito de brincar com o estereótipo de seu povo na surpreendente explosão de alegria de “Scandinavian Blonde”, com direito à pianos e bateria em ritmo frenético e dançante, não tem pena do coração de seus fãs. Quanto mais à frente se vai no disco, mais variadas e profundas são as emoções com as quais a cantora e compositora lida. Com uma combinação esplendorosa de vocais encobertos de emoção com melodias sofridas e delicadas, temos desde “December”, na qual Frida apresenta um piano de melodia lúdica e quase infantil apenas para denunciar o quanto a narrração irônica da visita de um casal à uma clínica de abortos disfarça a dor da situação, passamos pela poesia impressionante nas letras de “Sic Transit Gloria”, que flutua como uma ode à pequenez humana em meio à grandeza da vida e do mundo, até chegarmos à simplicidade de “Why Do You Love Me So Much”, com pouco mais que piano e xilofone para emoldurar os versos plenos de sarcasmo onde a partir do título a cantora confessa sua surpresa em ser amada por alguém apesar de toda a sua displicência afetiva. Curiosamente, Frida tem por hábito compor homenagens carinhosas à cidades que por ventura tenha visitado. Neste álbum, duas foram agraciadas com belas canções: “London!” na qual a cantora, entre observações sobre como o clima pouco atraente e os modos curiosos de seus habitantes podem parecer afastá-lo da cidade, mas são justamente o que mais atraem nela, e “Oh Shangai”, balada com vocais impecavelmente emocionantes onde piano e bateria sincopada levantam-se em um crescendo emocionante que ganha ao final a companhia de uma instrumentação mais encorpada, porém inequivocamente doce, que faz referência à musicalidade chinesa.
Fabuloso compêndio recheado de baladas melancólicas cuja sinceridade irônica de alguns versos pode soar estranha no início, Silence is Wild é um disco que à medida que mais se ouve, mais se descobre sua fustigante beleza poética e incomensurável profundidade, tanto melódica quanto lírica. Poucos cantores ou cantoras tem a coragem de derramar-se em sentimento, e menos ainda são os que tem a segurança de que podem fazê-lo sem jamais perder a elegância – Frida Hyvönen é inequivocamente uma delas.

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Jay-Jay Johanson – Spellbound

Infelizmente, o blog do meu amigo não está mais online, e por esse motivo, tomo a liberdade de reproduzir aqui um backup da resenha que fiz originalmente como blogueiro convidado no saudso Zé Offline. Logo depois da resenha segue a postagem original, para fins de “fidelidade histórica”, como diria Mark Hamill.

Conheço Jay-Jay Johanson de apenas dois dos seus discos, Poison e The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known, ambos ambientados dentro dos domínios do trip-hop com algumas fusões de pop e jazz. De modo geral, não seria errado alinhar o cantor e compositor dentro da seara da música eletrônica, mas isso já não é mais tão simples com o lançamento de Spellbound, seu mais novo disco. Para minha surpresa, à exemplo do que fez Beck no disco Sea Change, o artista sueco mudou consideravelmente de direção, enveredando por melodias profundamente contemplativas cujas bases em boa parte acústicas não vão muito além de pianos e violões e de algumas reluzentes doses de orquestrações. Aparentemente, a mudança parece ter sido influência do legado de seu trabalho na composição da trilha do filme “La Troisième Partie du Monde”, sua segunda experiência do tipo na carreira. A ambiência cinemática, trazida do trabalho no filme, aparece tanto nos silêncios significativos quanto nas orquestrações que reforçam o caráter dramático das melodias, o que já fica patente na faixa de abertura, “Driftwood”, composta pela alternância entre versos cantados por Johanson e uma harmonia orquestral breve e sutil que os sucedem, fazendo-lhes um contraponto melódico extremamente sofisticado. “Dilemma”, a faixa seguinte, recupera brevemente na cadência pop-jazz do piano de notas esparsas e graves e na percussão leve a musicalidade nostálgica do cantor sueco, apresentando grande parentesco com músicas que seriam certamente liveset de algum cabaret. Já em “On The Other Side” a harmonia doce e triste do piano traz como referência canções marcantes que foram trilhas de séries e filmes clássicos dos anos 70. Mais à frente, o violão de “Monologue”, dedilhado com parcimônia sobre sintetizações distantes e difusas, evoca o mesmo sentimento de placidez que pode ser experimentado à beira do leito de um rio em meio à uma floresta calma e vasta. Evocativa também é a melodia de “The Chain”, porém a programação-base que irradia-se em uma ondulação delicada, os toques abafados no piano e os acordes sufocados e arranhados em um violão buscam como reminiscência o remanso de outras águas: as do mar. Adiante no disco, além da clara inspiração pictórica, a música de terras mais distantes e paisagens mais tropicais também parece ter motivado as novas composições do artista sueco, já que, apesar dos acordes hesitantes e narcolépticos ao piano e do trompete solitário e melancólico de “An Eternity” terem um gosto inconfundível de jazz, o vocal do cantor, em registro baixo e silencioso, tem o sabor todo marcante da bossa-nova. Mas, se me fosse exigido escolher uma única canção de Spellbound para servir como a mais representativa desta fase renovada de Johanson, ela certamente seria a pungente “Ouf Of Focus”: sobre o melancólico ressoar de um orgão, o registro cálido e resignado do músico ao encerrar o disco cantando o triste verso “because of the tears in my eyes I saw her leaving out of focus” é de calar mesmo a mais atormentada das almas.

O post desta semana vai ser um pouco diferente: fui chamado pelo meu grande amigo a publicar uma resenha, como autor convidado, no seu blog, o Zeoffline.com. Recebi dele toda a liberdade do mundo quanto ao conteúdo da resenha: poderia ser sobre qualquer das coisas às quais já tenho hábito de escrever nos meus dois blogs: cinema, música, vídeos…e até homens. Mas eu penso que todo mundo, quando entra como convidado em algum lugar, faz questão de respeitar a casa do anfitrião e adequar-se ao ambiente. Por essa razão, decidi que o texto seria sobre um disco, que é a grande tônica do excelente blog do Zé. Aliás, se você ainda não conhece o Zeoffline.com, ta aí a melhor oportunidade pra fazê-lo: dê um pulinho lá pra conferir a minha resenha da semana e aproveite pra conhecer o blog.
É isso.
Na próxima resenha, tudo volta ao normal: vai ser aqui no blog mesmo.
Abrações e divirtam-se!

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Lykke Li – “Get Some” (single + 1 faixa). [download: mp3]

Lykke Li - Get Some

Lykke Li, que chamou a atenção com sua mistura de pop, indie e folk no belo álbum de estréia Youth Novels, se prepara para lançar seu segundo disco em breve e, como um petisco de luxo para seus fãs, a artista liberou no seu site oficial o download gratuito de uma faixa que já está pronta e de mais um B-side. O single, “Get Some”, tem na impecável ginga da sua base percussiva todo o charme e balanço sedutores do pop cintilante cheio de calor e animação que foi o grande trunfo do seu debut. As letras completam o serviço e coroam a glória pop da canção: embaladas por várias camadas do vocal da cantora, sempre cheio de charme e com aquela levíssima pitada blasé que é uma das marcas da cantora, Lykke compara-se à uma prostituta por estar envolvida em uma relação amorosa um tanto egoísta e utilitária. Já, “Paris Blue”, o B-side que acompanha o single, é fruto da faceta indie-folk da garota sueca: com interpretação melancólica em um lamento amargurado da cantora à cidade de Paris, a faixa é feita de esparsos acordes sôfregos de violão, um orgão de notas apagadas e sofridas ao fundo e uma percussão lenta e opaca, que parece carregar todo o peso do mundo.
Bela idéia da menina liberar duas faixas de atmosferas completamente opostas, já que além de aplacar bem a ânsia dos fãs pelo novo material a ser lançado, “Get Some” e “Paris Blue” também servem de cartão de visita “dupla-face” para os que ainda não conhecem a artista, apresentando eficientemente a sua já conhecida flexibilidade musical. Então, clique aqui para fazer download – basta preencher o cadastro rápido no mailing list da cantora para receber no seu e-mail o link de download das faixas. Se preferir, ambas as músicas também estão disponíveis para serem ouvidas via streaming neste outro link. Bom proveito!

agradeço o toque do @fuckbubbles no Twitter sobre a liberação do single!

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A Camp – Covers EP. [download: mp3]

A Camp - Covers EPEnquanto a banda The Cardigans não dá o ar de sua graça com um novo álbum, Nina Persson promove seu projeto paralelo, cujo segundo lançamento, o álbum Colonia, ganhou vida no fim de janeiro deste ano que está em vias de se encerrar. Das sessões deste disco, ao menos três regravações de canções de outros artistas e bandas foram feitas, duas das quais foram liberadas ao público como B-sides do single “Love Has Left The Room”. Em junho último, porém, a banda formada por Nina, seu marido Nathan Larson e o músico Niclas Frisk decidiu por bem reunir as duas faixas lançadas e a única ainda inédita em um álbum no formato exclusivamente digital, que foi batizado simplesmente como Covers EP. Nas três músicas que compõem o disco, Nina e seus comparsas procuraram redecorar as melodias de forma não-evasiva, impregnando-as com o estilo preponderante do A Camp de Colonia mas preservando a essência que forma a identidade original de cada uma das canções. Em “Boys Keep Swinging”, originalmente gravada por David Bowie no seu álbum Lodger, o trabalho do A Camp lembra enormemente o do cantor britânico, já que a melodia continua tomada de uma verborragia sonora proveniente da esquizofrenia das guitarras e do saturamento promovido pelos backing vocals, a diferença mais perceptível seria o andamento levemente mais acelerado da música, mas que ainda refaz a rítmica sacolejante tão famosa do Bowie dos anos 80. “Us and Them”, conhecida faixa do disco Dark Side of the Moon, dos ingleses do Pink Floyd, também mostra-se razoavelmente fiel ao original, recuperando nos vocais, tanto na reverberação dos versos entoados por Nina Persson quanto nos que preenchem o fundo com tonalidades gospel, a melancolia com ares épicos que é característica de muitas composições do Pink Floyd – algo, por sinal, que eu já tinha notado o A Camp ter utilizado de forma primorosa em Colonia na faixa “Chinatown”. E em “I’ve Done It Again”, a linha harmônica do baixo permanece com as propriedades originais da versão de Grace Jones inalteradas, assim como o ritmo da música, que ganha apenas a companhia de alguns toques ao piano, sopros e sintetizações ocasionais.
É claro que três faixas são bem pouco, mas com elas o A Camp dá uma idéia do que como a banda soaria se decidisse se aventurar em um disco de covers: cautelosa com o trabalho alheio sem deixar de colocar sua porção de charme e elegância em cada uma das canções escolhidas. Eu só esperaria um repertório um pouco mais garimpado, já que a música de Grace Jones bem poderia ter sido substituída por tantas outras muito mais interessantes.

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Jenny Wilson – Hardships!. [download: mp3]

Jenny Wilson - Hardships!Há cerca de 15 anos que não se sintoniza uma estação de rádio em qualquer período do dia e da noite sem correr o perigo de expor seus ouvidos à agressão causada pela insuportável mistura de ritmos antes distintos da música negra norte-americana, e que hoje pode ser resumido à um punhado de beats já catalogados featuring moçoilas lançando gritos e “miados” pretensamente sensuais e “manos” que nutrem a ilusão de encarnar a canastrice bad boy ao empostar um vocal que mais se assemelha a um arroto ou por, ao contrário, mimetizar uma voz que, ironicamente, é bem mais frágil e aguda do que a das moças. O conteúdo (?) coincide com a forma, procurando limitar-se a uma ostentação emergente de riqueza ou a enumerar peripécias sexuais do modo mais rasteiro permitido. Pra ajudar a deixar tudo o mais pasteurizado quanto o possível, encarregue um ou no máximo dois sujeitos para produzir os discos de TODOS os contratados do gênero pelas gravadoras e está feito: temos devidamente fabricado metade do catálogo de maior investimento das gravadoras e em média 80% do que estacionou há muitos anos em absolutamente qualquer top ten pelo mundo afora.
Por conta desse massacre sonoro que se mantém onipresente desde meados dos anos 90, fica difícil acreditar que algo de bom possa ser feito dentro destes gêneros musicais. Mas a sueca Jenny Wilson, com a mesma sensibilidade e ironia com as quais tripudiou sobre as agruras do amor e os rituais juvenis em seu disco de estréia, decidiu que essa seria a tarefa para Hardships!, o seu segundo disco.
A princípio isso pode parecer uma idéia que já nasce fracassada por conta dos excessos plantados sem qualquer noção de limite nos ritmos mais em voga da música popular negra norte-americana e que desse modo acabaram sendo fossilizados como suas maiores características. Porém, foi justamente ao manipular ao seu favor as suas excrecências, transformando em beleza e poesia o que na sua origem não passa de sujeira que a compositora conseguiu evocar a graça desejada aos ritmos.
“The Wooden Chair” e “Anchor Made of Gold” são duas das faixas que mais escancaram o poderio de subversão de Jenny ao lidar com o estilo. A primeira adota a rítmica lasciva e dançante dos hits que exploram a sensualidade e a converte em uma música elegante e estudada guiada por um baixo de pulso grave e ornada por clacks, palmas, estalos e tiques percussivos dos mais variados, além claro, de uma linha de vocais impecável; a segunda, com sua melodia entre a balada r&b e o hino soul normalmente resultaria em um single chato e enjoativo, mas trabalhados pelas mãos da cantora sueca os toques de piano e bateria e o cingir dos pratos dão um volume encantável a melodia enquanto os “claps” e backing vocals, tão maltratados pelos americanos, lhe dão um acabamento arrojado.
E são de fato os vocais, tão polidos e reluzentes quanto as jóias de um ourives, que compõe o encanto do musicalidade deste novo disco da artista sueca, como bem prova a música “Hardships” e a curta faixa que lhe faz introdução, “Motherhood”: surgindo em fade in, um coro de vozes em plena sintonia e afinação fascina os ouvidos com uma animada toada de feição gospel sobreposta à um pulsar grave e maciço tão natural que é possivelmente resultado do sapatear em piso de madeira, tudo apenas para abrir espaço para a melodia percussiva e acústica de “Hardships”. Esta apresenta uma música cravejada de cintilantes beats e acordes de piano, violinos e vibrafone com um brilho platinado intenso, mas é o reluzir dourado ofuscante dos vocais ondulantes que dá corpo e sofisticação a harmonia. A balada “We Had Everything” levanta ainda mais os vocais para o primeiro plano, numa composição fabulosa de vozes junto ao cantar esplendoroso de Jenny com o lamuriar deslumbrante de violinos e pianos preenchendo o ar com o aroma doce de sua melodia. Encerrando o disco, “Strings of Grass” sintetiza a experiência de Hardships! com uma música que, assim como o disco, apresenta sinuosidades sonoras rebuscadas que tornam difícil sua classificação, mas que no entanto consegue preservar com tranquilidade nuances suaves ao unir aos vocais piano, sax, flauta e alguma percussão em delicada consonância.
Nem todas as faixas que nascem do flerte da idiossincrasia natural das composições da artista sueca com o soul e o r&b soam atraentes, é verdade, porém os triunfos de Hardships! são suficientemente bons para fazer os poucos insucessos figurarem como meros detalhes. Era de se esperar, uma vez que a moça até se apresentou na capa do disco com a sóbria serenidade de um vestuário à moda Coco Chanel, mas fez questão de mostrar a sua disposição empunhando um belo e amedrontador rifle. Nem era necessário: para dissipar qualquer reminescência que as moças trajadas com o figurino tipicamente Daspu deixaram no r&b, o requinte e a classe de Jenny Wilson, assim como o estranho calor do seu falsetto escandinavo, foram suficientes.
Baixe o disco utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

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Se quiser, leia uma outra opinião sobre o mesmo disco no texto escrito pelo .

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A Camp – Colonia. [download: mp3]

A Camp - ColoniaAproveitando o intervalo que sua banda The Cardigans tirou desde a última apresentação da turnê do fantástico disco Super Extra Gravity, Nina Persson voltou-se ao seu side-project, A Camp, que fez sua estréia em 2001 com um disco que injetou elegância ao country-rock. O novo álbum ainda conta com interferências do parceiro Niclas Frisk, de Mark Linkous, que produziu a primeira incursão do A Camp, e de músicos presentes na primeira incursão do grupo, como a americana Joan Wasser (da banda Joan As Police Woman), mas novas participações ganham papel integral, como Nathan Larson, marido de Nina e James Iha, ex-guitarrista do Smashing Pumpkins. Em Colonia, o novo disco, as referências ao country-rock somem quase que por completo, cedendo lugar à um pop que remete ao produzido no meio do século passado e que difere razoavelmente do que Nina já fez no início da carreira do The Cardigans, já que o produzido pelo A Camp é menos festivo e acelerado, preferindo fazer florescer melodias que sempre tem um “que” de tristeza e pisando no acelerador com muito maior parcimônia. É claro que esse caráter mais melancólico de Colonia fica mais óbvio em baladas de melodias tranquilas e sóbrias como “It’s Not Easy To Be Human”, que interrompe os poucos versos acompanhados de guitarra e sintetizações de tonalidades doces, calmas e tristes com uma epifania sonora de violinos e vocais de fundo sutis, e “The Weed Had Got There First”, cujo compasso letárgico e profundamente romântico é resultado da combinação das queixas de Nina ao microfone, do andamento lento da bateria, das cordas em ondulações levemente sensuais e da discreta participação da guitarra e de sintetizações, mas a atmosfera plangente está igualmente presente, ainda que de modo atuenado, nas canções mais sonoramente fartas. Isso se reflete na cadência arrastada da guitarra e da bateria e nos sopros e coro glamourosos que se alastram por todos os cantos da faixa “Stronger Than Jesus”, primeiro single do novo álbum, no ritmo imperioso que a bateria impõe no refrão da música suspendida por coros e pianos celestiais e pelas cordas graves que lançam-se em jatos precisos na melodia de “Love Has Left The Room” e até mesmo na aparente extroversão dos vocais e do compasso power-rock da bateria e do baixo e na pontuação deliciosamente dramática produzida pelas palmas e riffs de guitarra em “Here Are Many Wild Animals”.
Contudo, o que me chamou a atenção em A Camp foi a semelhança que me despertaram duas de suas faixas com outros representantes do mundo da música: enquanto “The Crowning”, desde os versos que pintam o cenário de uma irônica festa de homenagem até o ritmo do violão, piano, bateria, guitarra e harmonias dos sopros e cordas lembra, em cada detalhe, os momentos mais afetadamente teatrais de Rufus Wainwright – até mesmo o vocal de Nina remete ao cantar altivo e sarcástico do compositor americano -, algo disfarçado pela verve pop da espetacular “Chinatown”, provavelmente resultado da ambientação criada no trecho final da canção na combinação dos riffs resplandencetes da guitarra com o coro de múltiplas vozes que preenche o fundo da música com uma aura majestosa, me suscita…Pink Floyd. Não, eu não fiquei louco ou digitei errado – eu disse mesmo Pink Floyd. Por ter ouvido até gastar o cassete de The Division Bell em meu finado e nada saudoso Walkman em 1994, a ponto de não conseguir sequer olhar mais para esse disco, me acho no direito de estabelecer essa relação a primeira vista tão estapafúrdia – mas imagino que aqueles que conhecem bem este álbum conseguem, como eu, encontrar uma pontinha da sonoridade de algumas canções de The Division Bell em “Chinatown”.
Excetuando-se algumas faixas um pouco enjoativas, este novo disco do A Camp exala uma atmosfera ao mesmo tempo clássica e sofisticada, cujas melodias e letras persistem de maneira deliciosamente prazeirosa nos ouvidos como as notas aromáticas de um bom perfume o fazem no olfato de quem o percebe. Colonia é isso mesmo: uma nova fragrância de Nina que é resultado da sua alquimia sensível, que sempre consegue obter aromas requintados na união dos mais diversos ingredientes – sejam eles ervas, flores e frutos velhos conhecidos seus ou novas adições ao seu rico catálogo de botânica sonora.
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Lykke Li – Youth Novels. [download: mp3]

Lykke Li - Youth NovelsDigam a verdade: o nome Lykke Li já vem à mente associado à alguma cantora oriental daquele j-pop bem tutti-fruti. Estranhamente, ele é o pseudônimo de uma artista sueca que já morou em diversos países do mundo, como Índia e Marrocos. Talvez por essa vivência tão versada em cosmopolismo, a garota anuncie já no nome uma certa ambivalência sonora: há no seu disco canções de um pop glamouroso e cintilante tanto quanto há algumas de um outro, mais experimental, que só entra ouvido adentro se arrastando com alguma aspereza. Em sua maioria, as canções do primeiro grupo perfazem o gênero de forma mais rasgada e assumida, como acontece nas faixas “I’m Good. I’m Gone” – recheada com piano, bateria e palmas em andamento fortemente cadenciado que ganha ainda um brilho fabuloso no refrão com a entrada de um vibrafone e vocais adicionais -, “Breaking It Up” – cuja introdução de piano, violoncelo e coro multivozes, que é repetida no refrão, é encaminhada para uma música de síncope bem marcada pelo vocal de Lykke e por palmas, que concedem uma sonoridade mais orgânica à melodia -, “Let It Fall” – onde a melodia lúdica e jovial em loop de cadência travada casa como goibada e queijo com a letras em que a cantora confessa gostar de sentir lágrimas correndo pelo seu rosto por causa de seu sabor e pela sensação agradável que desperta na pele – e na graciosa “Dance. Dance. Dance” – que para dar voz à confissão de uma garota que só consegue se expressar e libertar de sua timidez enquanto dança, faz uso de uma melodia que funde o sabor pop nostálgico do saxofone e do baixo com a sonoridade da percussão tilintada e do coro que remete à algo como ritos festivos africanos. O trajeto mais experimental do disco, por sua vez, possui uma concepção melódica mais artesanal, como se pode conferir na inspiração latina da faixa “This Trumpet In My Head”, que soa como um lamento improvisado por uma viola flamejando em melancolia e por um trompete de tonalidade algo lutuosa e na canção “Time Flies”, feita de um piano, vocal e bateria de pulso sonoro soçobrante laceados por um vocal frágil e doce da cantora sueca.
Youth Novels desliza em um ou outro passo quando sua mentora mergulha na idiossincrasia abrasiva, buscando não limitar-se à exploração de uma sonoridade pop mais óbvia, mas acerta o passo justamente quando não demonstra medo de ostentá-la sem receios. Aí sim, a garota demonstra todo o seu potencial: sua capacidade de compor faixas para, sem qualquer pudor, sacodir esqueletos e bater cabelos.

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Jay-Jay Johanson – The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known. [download: mp3]

Jay-Jay Johanson - The Long Term Physical Effects Are Not Yet KnownO voz do sueco Jay-Jay Johanson não assemelha-se à tonalidade de minha preferência, no que se refere à voz masculina: Johanson tem uma voz e maneira de cantar que lembra o britânico Morrisey, por exemplo. Contudo, no que tange aos arranjos de seu mais recente disco, The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known, as influências parecem ser outras: não fosse ali um homem cantado, com uma certa dose de lirismo distante, em certas faixas você acreditaria piamente estar ouvindo o mais novo álbum do Portishead, que não lança nada há dez anos. O mesmo negrume e a morbidez saudosista do conjunto britânico, com doses cavalares de baixos cavernosos, riffs de guitarra e pratos de bateria sampleados, além programação eletrônica que abusa do low-fi e de orgãos lúgubres, encontramos em “Jay-Jay Johanson Again” – na qual o cantor declara não tolerar mais insatisfações afetivas -, “Time Will Show Me” – em que Jay fala que segredos, no amor, não duram muito tempo – e na balada melancólica “Coffin” – sobre um homem que, perdido em uma ilha, também perdeu a sua companheira.
Mas o trip-hop cede lugar em muitas faixas à outras sonoridades, como quando os samplers e loops de pratos e bateria e a docilidade do teclado fazem o electro-jazz de “As Good As It Gets” – onde Jay diz ter dado vazão à nostalgia em uma noite de sono, ao lado de sua companheira – e como em “Only For You” – na qual um homem, para evitar o fim de sua relação afetiva, tenta convencer sua companheira de que fará tudo o que ela quiser, do modo que for – onde acordes lentos e tristes ao piano, com coro e programação eletrônica quase inaudíveis ao fundo, constroem uma melodia que surpreende pela estupenda beleza de sua simplicidade.
Em meio à atmosfera por vezes soturna do trip-hop, em outras com a melancolia do pop/rock, “Breaking Glass” – em que Jay afirma ser necessário esquecer os erros do passado para começar um novo futuro – rende-se à uma melodia pop menos complexa, com programação eletrônica e vocais bem menos audaciosos, que lembram os discos menos ambiciosos do Depeche Mode.
Apesar da aparência algo frágil e da voz delicada, que sugeriria um músico afeiçado ao pop mais desprovido de ambição, Jay-Jay Johanson ao que consta, nutre uma atração inegável pelo que há de mais sombrio melodicamente, regado por boas doses de pessimismo e descontentamento amoroso nos versos. E produto final são canções sensíveis e imensamente climáticas, que agradam em cheio quem não tem qualquer medo de experimentar nos seus ouvidos as belezas e prazeres da infortúnios amorosos.
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The Cardigans – Gran Turismo. [download: mp3]

The Cardigans - Gran TurismoGran Turismo é um álbum bastante rítmico, mas sua essência é algo seca, fazendo o uso mínimo de acústica – há total ausência de orquestrações dessa ordem aqui -, ou mesmo transformando os intrumentos que tem esta sonoridade num som mais chapado. Isto não é, de forma alguma, uma crítica. A banda The Cardigans construíu no seu álbum de 1998 melodias sincopadas idiossincráticas: assim como o The Cranberries no seu álbum de estréia, difícil achar uma ourtra banda que tenha feito um disco com uma identidade tão própria como este quarto lançamento da banda sueca.
O disco abre com a maravilhosa “Paralyzed”, que em seus versos fantásticos descreve de maneira precisa como o amor é um sentimento que devassae e desestrutura a realidade de quem o atravessa – o verso “This is where your sanity gives in and love begins” é simples, mas absurdamente efetivo. A melodia é a outra faceta fantástica da canção: como na maior parte do disco, é concebida uma batida seca e fugaz, que mistura o sintético e o acústico, e obtem-se uma base sincopada irresistível. A guitarra aqui servem de fundo harmônico, mesmo em sua construção minimalisticamente distorcida, e são usadas para dar apóio ao vocal totalmente cool de Nina Persson. “Erase/Rewind” continua com bateria sincopada, mas traz as guitarras mais para frente na harmonia, além de alguns acordes de violões e teclados que agora fazem o papel de fundo que a guitarra fazia na faixa anterior. Como sinaliza o título, a música traz versos simples que falam sobre a mudança de planos sobre aquilo que afirmamos. “Explode” tem letras e vocais de melancólia e desesperança afetiva, apesar do companheirismo também confesso nelas. A música, em si, compõem-se em uma balada linda, com bateria desnudada de acústica me primeiro plano e novamente com as guitarras – pra lá de sonoramente metalizadas – compondo um acompanhamento da emotividade do vocal de Nina, particularmente no refrão. A próxima faixa, “Starter”, tem breve introdução de teclados nostálgicos e deixa mais visível a mistura de bateria acústica e eletrônica, trazendo as guitarras de riffs breves no refrão e acordes levemente esparsos no restante da melodia. As letras falam sobre como as ações do passado persistem em exercer sua influência e mostrar-se presentes mesmo quando decidimos deixar tudo para trás e ensaiar um recomeço. “Hanging Around”inicia-se com um ruído sintetizado mínimo, e logo mostra os acordes deliciosos da guitarra e apresenta a bateria bem composta e com som propositalmente abafado. Não faltam também frugalidades esparsas na percussão e nos teclados e baixos, onde tudo acaba se misturando – bem ao gosto da banda – na parte final da melodia. As letras tratam de como, as vezes, tentamos mas não conseguimos compor uma identidade e acompanhar quem amamos – um dos meus versos preferidos deste disco está nessa música: “I hang around for another round until something stops me”. Em seguida temos “Higher”, linda balada repleta de suaves vocais de fundo, que ajudam a montar o painel de tristezas amorosas e da tentativa de elevação das letras. A melódia da canção se baseia em instrumentação sutil, com guitarra e baixo de acordes leves e espaçosos, bateria minimalista e teclados de apoio. “Marvel Hill” tem versos simplísticos que falam sobre como sempre buscamos algo só para nos sentirmos insatisfeitos e desejar muito mais. A melodia é uma das mais idiossincráticas do disco, fazendo uso eventualmente estranho de melodias secas, metálicas e algo “sujas” da guitarra e dos teclados e com uma bateria eletrônica mais evidente sobre a acústica. “My Favourite Game” é o grande hit do disco, merecidamente: a música, que tem letras de fúria e revolta amorosa, tem melodia pop/rock irresistível, com um riff certeiro de guitarra que pontua a música, bateria acústica muito e bateria sintetizada que incorpa muito bem a sonoridade da canção – o ápice rock do álbum. “Do You Believe” tem apenas 8 versos, que questionam as crenças ingênuas do amor, mas é tremendamente deliciosa em cada um deles. Guitarra, baixo e bateria acústica/sintetizada encorpam a sonoridade cadenciada que introduz a música e surge toda vez que some o vocal de Nina Persson; um orgão ao fundo faz o acompanhamente das letras nos momentos mais tranquilos, quando a vocalista entoa os versos em tom de descrença. “Junk Of The Hearts” é mais uma balada linda da banda, onde violões dão o ar da sua graça para adoçar a melodia desta música algo melancólica – isso praticamente no fim do álbum -, acompanhando o bela trabalho da bateria, baixo e teclados, que ajudam a compor o cenário de tristeza, e que ganha força com riffs mais viçosos de guitarra no refrão. O vocal de Nina é triste e afetuoso, transmitindo com precisão o lamento afetivo que compõem as letras. Por último temo “Nil”, uma pequena peça instrumental concebida toda com o teclado, cuja melodia é calma e algo depressiva – é linda e, com certeza, renderia ainda mais com um vocal de Nina em tom baixo.
Com certeza, depois do sessentista Life e do pop/rock de First Band on the Moon, a banda inovou ainda mais o seu trabalho com esse álbum, jogando pela janela a indentidade que, à época, a crítica musical construia da banda, vista como um grupo de musicalidade composta basicamente por uma nostlagia pop festiva dos anos 60. É certo que mesmo os discos anteriores tratavam do sofrimento amoroso, mas em “Gran Turismo” a banda começa a fazê-lo com sinceride emocional, transmitindo nas melodias exatamente a dor que se encontra nas letras. O disco foi um marco no trabalho de composição da banda, influenciando definitivamente tudo o que seria feito posteriormente. É obrigatório para qualquer pessoa que queria conhecer, a fundo, esta fantástica banda sueca.
Sendo assim baixe o disco pelo link a seguir e utilize a senha para extrair os arquivos. Bom proveito!

senha: seteventos.org

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