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Tag: rachel-weisz

“A Fonte da Vida”, de Darren Aronofsky. [download: filme]

The FountainEm três diferentes épocas, um homem empreende uma busca impossível: Tomas, no século XVI, procura, a mando de sua rainha e objeto de amor, a árvore da vida, que lhes conferiria vida eterna; no tempo presente, o cienstista Tommy busca incansavelmente a cura para o agressivo tumor cerebral que cada vez mais reduz o tempo de vida de sua esposa, Izzy; em um futuro distante, Tom, a bordo de uma bolha espacial, tenta alcançar uma nebulosa distante, onde acredita que uma estrela morta recobre as forças de uma árvore que leva junto e que, consequentemente, traga novamente à vida a mulher que sempre amou.
Hugh Jackman e Rachel Weisz tem atuações comoventes e, com certeza, foram os únicos acertos do terceiro longa-metragem do diretor Darren Aronofsky, o cineasta mais hyped dos últimos tempos. A princípio, o filme parece interessante, mas a medida que avança ele revela-se uma das coisas mais confusas e pretensiosas que já se ousou produzir. Sem qualquer resquício de dúvida, o maior problema do filme é a tendência quase infantil de Aronofsky em querer basear toda a existência de seus projetos – e assim guiando toda a composição do roteiro – em uma mensagem. Com “a mensagem” explícita de seu longa imediatamente anterior, “Réquiem para um Sonho”, Darren mostrou ser um dos integrantes mais moralistas da nova seara de cineastas; com “A Fonte da Vida”, contudo, Aronofsky obteve mérito ainda maior, já que, agora, ele é também o diretor mais brega e piegas desta geração recente: como negar tal afirmação se os temas que justificam este seu filme mais recente são coisas como a aceitação da morte como parte fundamental da vida, a morte como ponto de partida para outro plano existencial, ou ainda a eternidade da vida através do amor? As tentativas de trazer reflexões filosóficas e transcendentais profundas, bem como as atitudes e soluções visuais assumidamente zen-budistas que lhes dão apoio, tornam a meia hora final do filme tão constrangedora que chega a dar vergonha assistir aquilo na companhia de mais alguém. A Warner, uma das distribuidoras e produtoras do filme, quis ser inteligente ao reduzir o orçamento pela metade, mas teria sido muito mais se tivesse cancelado o projeto, nos poupando de tamanha temeridade e, de lambuja, evitaria desperdiçar um dinheiro considerável. Espera-se que depois dessa imensa ego-trip que é “A Fonte da Vida”, Darren Aronofsky, que expôs a imensidão faraônica de seu ego ao declarar sua intenção de redefinir o conceito de ficção-científica com este filme assim como aconteceu com “2001: Uma Odisséia no Espaço”, esteja com sua bolinha bem baixa em Hollywood – o que nos garantiria alguns anos para respirar aliviados sem o medo de que algo tão pretensioso quanto este filme surja em uma prateleira de vídeo-locadora.
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legenda (português)
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“O Jardineiro Fiel”, de Fernando Meirelles.

The Constant GardenerDiplomata acomodado desconfia das circunstâncias da morte de sua esposa, uma ativista que lutava contra a exploração da miséria, e resolve investigar por conta própria o acontecido. Logo descobre que a versão oficial para a morte de sua mulher está longe de ser a verdade.
Meirelles quis, em seu primeiro filme de produção estrangeira, não pisar em falso em momento algum, equilibrando a produção de maneira que despertasse a atenção de público e crítica sem chamar muita responsibilidade para si. O ponto de equilíbrio é bastante claro: enquanto vê-se uma produção financeiramente generosa, bastante requintada visualmente e com locações na Europa e na África, percebe-se que o diretor decidiu que iria conseguir controlar os rumos de seu longa na escolha da atriz para o papel de Tessa. Foi recusando atrizes da maginitude pública de Nicole Kidman e Kate Winslet – com a desculpa de não terem a idade apropriada -, e escolhendo uma atriz competente mas sem notoriedade pública excessiva, que o diretor garantiu para si as rédeas do controle autoral de seu longa-metragem, evitando tanto que sua produção fosse eclipsada pela fome de auto-promoção de atrizes como estas quanto que a presença de uma destas mulheres gerasse expectativas em excesso com relação ao seu filme. Foi assim que Rachel Weisz acabou sendo a escolhida para o papel, e o filme ganhou os contornos pleanejados pelo diretor brasileiro.
Fernando Meirelles consegue manter o conhecido nível de qualidade de suas produções em sua primeira incursão pelo mercado internacional. Os atores estão muito bem em seus papéis, limitando de forma inteligente suas atuações para não prejudicar a atenção do público com relação à estória do longa. O roteiro adaptado consegue organizar a fragmentação de sua estória de modo que o conceito não atrapalhe a compreensão do seu conteúdo. A fotografia, a montagem e a edição tem algo de saturação, imediatismo e imersão, sensações que potencializam o envolvimento do público com o desenvolvimento dos acontecimentos do filme. E a direção de Meirelles sabe deixar o registro de seu estilo sem prejudicar a unidade de cada uma das características já citadas. A palavra que melhor define o mais recente filme do diretor brasileiro é, sem dúvidas, “equilíbrio”.
Desta forma, “O jardineiro fiel” é realmente um filme muito bom, mas não se configura como uma obra-prima. Primeiro, pelo obra em si, que mostra ser um filme acima da média, mesmo entre as produções estrangeiras, mas não se torna referência imediata. Segundo, porque o filme é menos um marco na estória de diretores brasileiros que arriscam carreira internacional e muito mais um degrau acima no caminho percorrido há anos pelo trabalho competente dos cineastas brasileiros – ou seja, não se trata de que ganhamos respeito e reconhecimento internacional agora, mas sim de que já o estamos fazendo há um bom tempo, e este filme representa um avanço ainda maior neste caminho.
Por tudo isso, deve-se assitir à “O Jardineiro Fiel” com o nível de exigência no ponto certo. Nem todo artista nasceu para fazer história: a grande maioria está aí para contribuir na medida certa para o engradecimento da cultura e da arte.

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