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Tag: rock europeu

Dolores O’Riordan – Are You Listening? [download: mp3]

Dolores O'Riordan - Are You Listening?Enquanto o The Cranberries encara uma pausa, declarada em 2003, alguns membros do grupo levam a frente seus empreendimentos solo. Noel Hogan está trabalhando no seu projeto, entitulado de Mono Band, mas é a vocalista do grupo que já está com o seu próprio trabalho engatilhado, pronto para ser lançado.
O seu primeiro disco solo, Are You Listening?, mantém sutis similaridades com o The Cranberries – impressão alimentada, talvez, pelos vocais inconfundíveis de Dolores O’Riordan -, porém as canções dela tem um uso muito mais ostensivo de guitarras nas melodias. A título de comparação, não seria um crime muito grande dizer que Are You Listening? soa como um To The Faithful Departed com aroma rock mais intenso e vibrante. Nesse clima mais trepidante estão as faixas “Stay With Me”, sobre alguém que implora para não ser abandonado, e “In The Garden”, sobre uma mulher que, ao olhar sua filha, diz já ter sido feliz um dia, ambas com uma mesma estrutura melódica, sucedendo momentos mais delicados onde, além do teclado discreto ao fundo, há a utilização de violão – no caso da primeira – ou piano – na segunda -, com outros repletos de energia e fúria, com acordes densos e graves de guitarra, golpes fortes na bateria e vocais onde Dolores usa a já conhecida extensão de sua voz, sem qualquer economia no volume de seus brados. Apesar de serem boas canções, elas tornam-se um pouco enjoativas, muito devido ao estilo próprio de composição de Dolores, que tem o costume de escrever poucos e curtos versos, repetidos inúmeras vezes no refrão.
Já nas baladas e canções com assinatura mais pop, Dolores sempre teve mais eficência na composição. A mais bonita do álbum é a última faixa: “Ecstasy”, canção de amor com as lamúrias e promessas de amor clássicas, tem instrumentação das mais tradicionais – guitarra, baixo, teclado e bateria -, mas e com o uso dela que Dolores obtém uma melodia sossegada e muito tocante. “Ordinary Day” e “Angel Fire”, ambas com letras sobre alguém mostrando a intensidade e extensão de sua paixão para quem ama, são baladas igualmente tranquilas, em cujas melodias a instrumentação de guitarra e bateria surge mais pacata, em conformidade com o uso mais aplicado da programação no teclado e com o vocal mais ao sabor do utilizado pela cantora na banda onde ganhou fama. Porém, “Accept Things”, onde Dolores fala sobre alguém que, aparentemente, finge ser seu amigo, tem momentos ocasionalmente mais eufóricos, já que o violão e teclado serenos e o lirismo do backing vocal, característico da cantora, ganham a companhia de guitarras e bateria de instrumentação mais marcada no refrão, além de um vocal mais encorpado.
Mas a compositora traz também no seu primeiro disco solo alguma faixas que fogem de uma definição clássica. A origem irlandesa de Dolores, por exemplo, é lembrada na harmonia da flauta e do piano de “Human Spirit”, canção com versos mais simples, que falam sobre a condição humana, uma das únicas no disco onde as guitarras não sacodem a melodia e onde um loop discreto de bateria eletrônica é utilizado, além da uso da bateria acústica. E “Black Widow”, feita para o filme “Homem-Aranha 2”, sobre uma mulher que espera, inutilmente, pelo seu amante, tem a sua idiossincrasia na mistura que faz de um piano de acordes graduais, agudos e sucessivos com guitarras rascantes e graves.
Apesar da conhecida beleza do vocal de Dolores, da coloração vivaz que as guitarras concedem às faixas, bem como da sua beleza, o disco sofre com a repetição de temas melódicos, deixando a impressão de que todas as músicas tem a mesma cara, mesmo que isso não corresponda a verdade. Dessa forma, as canções acabam um tanto cansativas depois de algumas audições – um mal que poderia ter sido combatido pela compositora se ousasse um pouco mais nas composições, tentando fugir da homogeneidade algo opaca do álbum.
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OBS: tive a idéia de procurar saber se o álbum de Dolores já estava disponível na web ao me deparar com a postagem do vídeo de “Ordinay Day” no single white male. Quem quiser ler o post que me inspirou basta acessa-lo aqui.

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Petra Jean Phillipson – Notes On: Love. [download: mp3]

Petra Jean Phillipson - Notes On: LoveNotes On: Love teve um gestação de oito anos. Pode parecer muito, pode soar como um exagero, mas a simplicidade nem sempre é fácil de se atingir. E, no caso específico deste disco, a simplicidade, o cuidado e o apuro na composição da sonoridade do disco são seus diferenciais. É esse trabalho tão criterioso que faz com que as canções compartilhem uma identidade similar, mas ao mesmo tempo soem diferentes – o que torna sua analise um tanto difícil.
“Independent Woman”, que declara em seus versos a dinâmica e as agruras de uma mulher sem lar e sem rumo certo, por exemplo, chama a atenção com sua sonoridade seca, de guitarra, violões e bateria que mantém uma ritmica constante, além dos vocais anasalados e altivos. Em “I Want The Impossible”, em que Petra lista seus desejos impossíveis, alucinados e luxuriosos, por sua vez, é a suavidade obscura, possível graças à guitarra de acordes agudos, ao bandolim arrepiante e ao violão quase surdo ao fundo, que salta aos ouvidos. “Billy Steaks”, sobre uma mulher que lamenta que seu amante esteja casando com outra, poderia bem ser uma canção do Led Zeppelin, tamanha a semelhança do vocal de Petra e da atmosfera criada pela instrumentação, particularmente o violão e a gaita. Já “I’m Lying”, cujas letras falam sobre uma mulher que tenta sustentar-se sã sem o seu amor e tem vocais e guitarras sorumbáticas e melancólicas, com bateria e frugalidades suavíssimas, quase inaudíveis, soa como um country cantado por uma Janis Joplin bem mais sutil e sóbria. “Play Play”, sobre a busca de algo que não reside no meio cosmopolita e no urbano, que começa igualmente sorumbática, porém mais soturna, graças aos acordes agudos recorrentes da guitarra, logo é tomada, no refrão, por uma melodia mais doce e instrumentação levemente mais intensa. A última faixa, “Cradle Of Your Smile”, é a mais intensa entre todas, no que tange a melodia, onde Preta Jean compôs um punk rock gracioso, sem a visceralidade simbólica do gênero. Nela, o vocal de Petra é mais delirante e sexy, conciliando, de uma só vez, amor e luxúria delicados mas também gritantes e urgentes. A música, especificamente, tem tonalidade dark, reforçada pelo trecho cheio de sussuros indistintos e sobrepostos, e conta com guitarras distorcidas e ruídos abafados ao fundo. O resultado é uma canção que cairia como uma luva para sonorizar, de maneira esplêndida, uma sequência perturbadora e intrigante de um filme de David Lynch.
O disco de estréia desta cantora e compositora americana, valeu todo o tempo e o esforço empregados. Petra Jean Phillipson buscou, todos esses anos trabalhando neste disco, uma produção que sentisse como sua e que lhe dissesse algo. E esse saldo final, que decifra dores e anseios amorosos, musicados de maneira obscura, delicada e lúgrubre, em canções que guardam em si semelhanças mas que apresentam diferentes nuances de uma mesma temática e atmosfera, era o que a artista tanto perseguia. Só tormara que a artista, que já anunciou estar planejando seu segundo disco, leve bem menos do que oito anos para sentir que seu próximo disco está no ponto.

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Damien Rice – 9 (+1 faixa bônus). [download: mp3]

Damien Rice - 9Damien Rice, o cantor e compositor irlandês, tem auxílio constante da mesma equipe de músicos desde a sua estréia, o que fez seu trabalho ser, não-oficialmente, resultado do empenho de uma banda, e não de um artista solo. A participação crucial e ininterrupta de Lisa Hannigan no vocal e da violoncelista Vyvienne Long dedilhando o violoncelo, por exemplo, corroboram esta caracteristica de Rice. Ainda assim, todo o esforço e comando criativo é dele, e é exatamente isto que nos impede de nomear este grupo como uma banda. Isso chega mesmo a ser palpável ao escutar suas canções: sente-se com facilidade que a unidade algo melancólica e irascível delas é resultado da personalidade arredia e meio porra-louca de Damien Rice. 9, seu segundo álbum, não fica atrás de O no paralelismo das sensações de vigor e tristeza. “Me, My Yoke And I”, é a música do disco que retrata com mais clareza esse aspecto: os vocais bradam continuamente versos abstratos, uma imagem pujante da revolta, melancolia e fúria afetiva, onde guitarras e bateria trabalham em uma melodia de digressões e distorções robustas de volume intenso. Semelhante em estrutura melódica também é “Rootless Tree”, que utiliza violão, violoncelo, baixo, bateria e guitarra, sendo que estes dois últimos avolumam-se ainda mais no refrão, assim como o vocal maciço de Rice. Na letra, o cantor exige que os erros antes cometidos sejam esquecidos por sua amada, e que ela permaneça junto à ele, mesmo que o fator que os una seja o ódio.
A intensidade na mudança de atmosfera e humor melódico é a marca maior das composições de Damien Rice. Em “Elephant” temos uma bela amostra disto: a música, que quase ganhou o título “The Blower’s Daughter Part 2”, é feita de dois momentos instersectos: de início temos uma melodia mais acústica, silenciosa e sofrida, à base de violões e violoncelo discreto, para então estravasar-se em um climax de instrumentação e vocais mais encorpados. Nos versos temos um homem que confessa seu sofrimento para a mulher que o abandonou, afirmando que mesmo a lembrança dela, que ainda persiste como uma presença dolorosamente palpável quase física, deve acabar. Mesmo com esse temperamento difuso de suas canções, há espaço para climas consistentes. “Sleep Don’t Weep”, onde vemos um homem que confessa sua fragilidade e declara que seus dias foram feitos apenas de dor, possui uma persistência na melancolia suave do violão, piano e vocais de Damien e Lisa, ganhando logo a companhia de bateria, violoncelo e orquestrações ainda mais graciosas.
Esse caráter tão difuso, por mesclar melodias resignadas e ternas com momentos de exaltação e cólera, sustentando ao mesmo tempo uma coesão lírica e sonora tão potente é que faz de Damien Rice ser um músico tão insólito no cenário mundial – auxiliado igualmente pela sua fobia aos excessos da fama e da popularidade.

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Jenny Wilson – Love and Youth. [download: mp3]

Jenny Wilson - Love and YouthA sueca Jenny Wilson cantou, compôs as músicas, tocou todos os intrumentos e também produziu o seu disco de estréia, Love and Youth. Jesus, mais indie e alternativa do que isso só uma banda da Sibéria que toque berimbaus. Porém, não se assustem: ela fez tudo isso porque sabia que tinha cacife para tanto. Love and Youth é um disco de canções pop/folk que não te surpreendem de imediato, mas que vai construindo o seu espaço devagar no ouvinte. Duas faixas do disco, “Let My Shoes Lead Me Forward” e “Bitter? No, I Just Love To Complain”, se destacam por dividirem a mesma tônica nas letras e melodias: liricamente, ambas as canções falam sobre a resistência e a recusa em seguir regras e princípios – a primeira o faz ao recusar o que aprendemos em convívio durante nossa vida, a segunda concentra-se em recusar de modo sarcátisco e irônico os padrões estabelecidos pela indústria da música -; com relação a música, as duas apresentam uma ambiência pop mais animada, baseada em programação eletrônica variada dos teclados, e um vocal em falsetto durante toda a faixa. Mas a unidade da maior parte das músicas no disco é indicada pelo título do álbum, que não é puro acidente: o tema dominante são as desventuras juvenis, bem como o amor, sempre sob o ponto de vista sarcástico da compositora. Aí se encaixam o pop-rock baseado em guitarra e bateria ligeiras de Love and Youth, que em suas letras descreve com enorme apuro o universo escolar e seus personagens sempre marcadamente caricaturais, o folk-rock de violão e guitarra macios de “Common Around Here”, que narra os rituais de comportamento que fazem os jovens serem aceitos em grupos distintos, e a balada de programação eletrônica e guitarra tristes de “Those Winters”, que trata de um jovem que, aparentemente, é surrado pelas crianças da vizinhança. Contudo, Jenny não ocupa-se tão somente do mundo das amarguras juvenis – há bem mais do que isso em Love and Youth. Em “Would I Play With My Band”, balada de linda suavidade, baseada em programação de tecitura delicadíssima no teclado e em acordes rápidos e sutis de guitarra e violão, uma mulher pergunta-se sobre os caminhos que teria percorrido caso seu grande amor não tivesse morrido. Por outro lado, “Love Ain’t Just a Four Letter Word”, que tem melodia baseada em piano, guitarra, teclado e bateria de acordes e toques graves, breves, mínimos, fala de maneira irônica sobre os efeitos que o amor tem na personalidade de um apaixonado.
Love And Youth só é compreendido pelo ouvinte a medida que ele põe atenção nas letras, entendendo que a artista mostra enxergar o mundo por um viés irônico hiper-sensível. A partir deste momento, qualquer pessoa começa a se apaixonar por esse compêndio de agruras juvenis e amorosas, permeado com falsettos repentinos e meio estriônicos – sempre estriônicos, eu diria.
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Kasabian – Empire. [download: mp3]

Kasabian - EmpireEssa banda inglesa, com dois lançamentos de estúdio até o momento, faz um indie-rock superlativo, cujas canções tem melodia quase “over” de tão agitadas: é difícil encontrar um espaço vazio na música da maior parte das faixas. Vemos isso no modo quase incômodo como é explorada a programação eletrônica nas velozes e hipnóticas “Apnoea” (sobre uma revolução popular que almeja acabar com a opressão produzida pelos governantes) e “Stuntman” (que chama os soldados de “dublês”, devido à maneira como prontamente substituem os que já morreram lutando em uma guerra). No entanto, é a fusão de programação eletrônica e indie-rock que faz a tônica do álbum, já que a maior parte das canções foi feita dentro desta concepção harmônica. “Empire” (canção de teor esnobe, que canta os excessos de alguém por quem não temos muito apreço, bem como os nossos próprios), “Shoot the Runner” (que trata em suas letras, de maneira até algo ofensiva, de como os governantes deixam-se tomar pelo sentimento ilusório de supremacia, esquecendo-se que tudo é passageiro e fulgaz, até mesmo o poder) e “Last Trip (In Flight)” (que fala sobre um homem que, de maneira fatalística e inconsequente, tenta conquistar o amor de alguém já comprometido), as três primeira músicas, são um exemplo disso: todas tem instrumentação rock incansável e nervosa, onde guitarras, baixos e bateria são manipulados de maneira explosiva, com um vocal britanicamente arrogante e petulante e uma programação eletrônica profusa e sutilmente saudosista. Embora estas faixas tenham um equilíbrio na sua energia e profusão melódica, outras apresentam um destaque específico dentro da música. É o caso de “Me Plus One” (uma canção que fala sobre uma paixão mal-sucedida e doentia), cujo destaque fica para os acordes econômicos e minimalistas da violão durante toda a melodia e também para a programação eletrônica visivelmente inspirada na música árabe, e de “Sun Rise Light Flies” (que fala sobre o efeito anestésico de um domingo de sol sobre os males que nos afligem) cuja programação eletrônica, que se utiliza de guitarras distorcidas para forrar o fundo da melodia e criar ainda um loop fabuloso de alguns poucos acordes, invade a imaginação do ouvinte como o sol do amanhecer. Por outro lado, “By My Side” (que aparantemente trata dos efeitos de conflitos bélicos sobre as relações humanas ) mostra um Kasabian mais contido, que procura construir a luminosidade da fusão de programação eletrônica e rock com menos pressa e avidez. Porém a última canção do disco, “The Doberman” (que trata de um homem desiludido com a condição do mundo em uma Londres não menos caótica), é isoladamente o destaque absoluto do álbum. A música sustentaria o disco inteiro sozinha, com sua melodia que trabalha um crescendo contínuo de vocais, violões e guitarras algo tristes e bateria acústica marcante, até explodir em um devaneio latino-rocker, cheio de palmas e backing vocals múltiplos.
É bem verdade que tamanha profusão sonora possa estressar os ouvidos do ouvinte, mas também é verdade que a banda faz isso com enorme maestria: mesmo soando cansativo às vezes, Empire é um disco de energia contagiante, irrefreável do início ao fim.
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PJ Harvey – Stories From The City, Stories From The Sea. [download: mp3]

PJ Harvey - Stories From The City, Stories From The Sea

PJ Harvey - Stories From The City, Stories From The Sea
O penúltimo disco de canções inéditas da rockeira britânica PJ Harvey surpreendeu tanto crítica como público, já que ambos consideraram este o álbum com maior apelo comercial lançado pela artista até o momento. Muito além disso, Stories From The City, Stories From The Sea é um disco que prima pela homegeneidade, tanto narrativa quando melódica: no primeiro aspecto, é um disco repleto de canções agitadas, vertendo energia com sua sexy sonoridade punk-rock, mesmo nas poucas músicas mais contemplativas do disco; com relação ao segundo aspecto, o disco lida tematicamente com personagens algo desajustados, que vivem a vida de forma inconsequente e hedônica, em um cotidiano urbano cheio de luxúria e desventuras por vezes fatalísticas. Em cinco canções do disco – que conta com a participação do vocalista do Radiohead, Thom Yorke, em uma de suas faixas – este universo desenfreado e meio underground é abordado de maneira exuberante. Na primeira delas, “Big Exit”, toda a energia do projeto é resumida: para adornar a letra, que retrata o momento em que um casal de criminosos é cercado pela polícia, uma verborragia de guitarras acolchoa a melodia totalmente “rocker” da canção, enquanto Harvey entoa os versos em brados poderoros, o que transforma a música em um hino dos porra-loucas de plantão. A letra de “Good Fortune” ainda mostra um casal de párias sociais mas, ao contrário da anterior, retrata a consciência de uma hedonista que sabe que vive o momento mais intenso de sua vida ao lado de seu namorado, sonhando em viver ao lado dele as peripécias e perigos que viveu o famoso casal de ladrões Bonnie and Clyde. A música é hipnótica e cíclica, usando guitarras, bateria e baixo de maneira farta. Em “Kamikaze”, que conta com mais um vocal dissonantemente glorioso de PJ Harvey, baixo e guitarra são dedilhados de maneira inquieta e ansiosa, até atingirem um nervosismo hiperbólico junto com a bateria, quando quase repentinamente a canção é encerrada. Na letra primorosa da canção, Harvey traveste-se em uma guerreira audaciosa que encontra-se cercada por um exercíto de kamikazes – pilotos suicidas japoneses – prontos a atacá-la. “This Is Love” é uma canção de amor à maneira PJ Harvey de ser: nela, a cantora confessa o desejo de despir o seu amante e explorar o sexo como se não existisse outro dia. A melodia é sexy e angustiante, produzida aos custos de uma bateria esmurrada, baixo e guitarras em tons graves e pigarreantes. Entre as músicas mais tranquilas do disco, “We Float”, que fecha o álbum, é o destaque absoluto. Na música, com base em bateria suave e piano de acordes graves mínimos, o vocal da cantora soa menos delirante, mais sossobrante e reflexivo, alternando entre tons graves e ligeiramente mais agudos, partcularmente no refrão. A letra reflete mais uma vez sobre amantes que vivem sem destino, perdidos no ambiente urbano.
Artista de personalidade inquieta, inventiva e mutante, PJ Harvey procura sempre produzir discos de diferentes identidades, que se distinguam sonora e liricamente: depois de versar sobre o sofrimento e a fatalidade, utilizando-se do obscurantismo e minimalismo eletro-rock de “Is This Desire”, a cantora quis buscar o inverso, compondo, à sua maneira, canções cujos arranjos transbordassem luxo e beleza e falassem sobre viver o amor e o prazer de maneira mais inconsequente e despreocupada – isso tudo mantendo intacta a característica comum à todos o seus projetos: a intensidade sonora e narrativa.
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Coldplay – X&Y. [download: mp3]

Coldplay - X&YEscutando com mais atenção o segundo álbum da banda Coldplay, comentado por mim aqui no blog semana passada, conclui que, apesar da beleza intensa de suas melodias, a dramaticidade excessiva das composições, tanto melodicamente quanto liricamente, deixa um gosto de pretensão suspenso nos ouvidos. O lançamento posterior da banda, X&Y, é um trabalho com muito menor ostentação sonora, visivelmente menos inchado. A tônica do álbum é a rítmica de agitação leve, que exala um breve e agradabilíssimo calor sonoro. Este calor é obtido pelo uso inteligente de programação eletrônica, cujas sonoridades compostas pelo grupo foram introduzidas de forma homogênea nas melhores canções, ao mesmo tempo conferindo-lhes um perceptível destaque na melodia. Assim são “Square One”, “Talk” e “Speed of Sound”. “Square One”, que fala sobre expectativas e reciprocidade nas relações humanas, chama atenção pelo refrão encorpado por guitarras ansiosas e pela sua sequência final contemplativa, baseada em violão. “Talk”, que comenta a confusão, a falta de rumo e sentido da vida contempôranea, surpreende por explorar esplendorosamente a introdução da canção “Computer Love”, da banda alemã Kraftwerk. Porém, no lugar do teclado, as guitarras ficam encarregadas de dar novas cores ao trecho retirado da criação do grupo alemão. E “Speed of Sound”, feita de versos de lirismo abstrato e reflexivo, gerou debates por iniciar-se com acordes de piano que lembram, vagamente, a canção “Clocks”. No entanto, e apesar das críticas por esta similaridade, a música tem identidade propria, sendo um pouco menos minimalista que a do álbum anterior.
Até mesmo as baladas do grupo sofreram alterações devido à maturação artística da banda. No novo disco, fica-se com uma impressão nítida de que elas tem um sentimentalismo menos grandiloquente em suas melodias, uma dramaticidade bem reduzida se comparadas à de “The Scientist”, por exemplo, o que as faz canções menos incômodas para o ouvinte, já que o dramatismo pretensioso das belas baladas do disco anterior arrebatam nas primeiras audições, mas tornam-as cansativas depois de algum tempo. Desta forma, músicas como “What If” e “Fix You” tornam-se músicas bem mais longevas, menos sujeitas ao aspecto nocivo de sucessivas audições. “What If”, que pondera sobre as consequências do afastamento de uma relação afetiva, carrega o piano para o fronte musical novamente, em acordes lentos e tristes, mas menos sofridos do que em composições anteriores da banda, o refrão floresce no ar, sem o peso de querer transformar a música em um hit instânteneo. “Fix You”, que fala sobre o apoio incondicional à alguém que se sente cansado e derrotado, temos um orgão usado de maneira radiante na melodia, que divide-se entre uma primeira parte mais silenciosa e plácida e sua sequência final, arrebatadora.
Porém, a música que me deixou mais estarrecido em todo o disco foi “Twisted Logic”, cujos versos parecem ser mesmo de cunho eco-político. Utilizando a instrumentação tradicional do grupo, a banda conseguiu, novamente utilizando a tônica comedida do álbum, criar uma canção ainda mais pungente que a espetacular “Politik” do disco anterior – a brevíssima reverberação, que ensaia um retorno da melodia na sequência final da música, é de arrepiar.
Depois de três discos, há quem diga, com alguma razão, que o Coldplay é, ou quer ser, o “novo U2″ – obviamente que a maior parte das pessoas que o dizem são fãs da banda irlandesa. Faz sentido se pensarmos que alguns aspectos deste disco o aproximam de “Zoroopa” do U2 (comentado há pouco no seteventos.org), como a participação de Brian Eno e o desejo de que a canção escondida do disco fosse cantada por Johnny Cash, se refletirmos sobre as performances ao vivo do grupo, que ganham o status de experiência única pelos fãs, também encontraremos semelhanças, bem como a tendência ao ativismo politizante das duas bandas. Contudo, o Coldplay, mesmo em seus momentos e facetas mais populistas, é uma banda bem menos afeita à grandiloquencia ambiciosa do U2. E X&Y, com sua vísivel atmosfera equilibrada, é um bom exemplo do caráter mais sutil da banda.
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Coldplay – A Rush Of Blood To The Head. [download: mp3]

Coldplay - A Rush Of Blood To The HeadColdplay é uma banda capaz de canções irresistíveis e outras aborrecedoras. Seus três discos lançados até agora tem essa mesma cararacterística: cerca de metade do disco, ou ainda menos, anima muito, enquanto a outra metade faz o oposto. A Rush Of Blood To The Head é o disco da banda que tem maior quantidade de boas músicas, superando o álbum de estréia e o seu sucessor. “Politik” é a primeira das boas músicas, canção cuja melodia tem dois momentos distintos, mas que na verdade são a variação de uma mesma música: um mais silencioso e intimista, baseado quase que somente em acordes minimalistas de piano, e a sua variação grandiloquente, que intensifica exponencialmente a melodia antes discreta, invadindo o espaço que antes era habitado pelo silêncio com uma profusão de orquestração de cordas, bateria, piano e guitarras – insturmentos que já estavam ali, mas em absorto silêncio. A letra poética tem uma abordagem universal, tratando de coisas que desejamos por toda nossa vida, nas relações humanas que travamos. A faixa seguinte, “In My Place”, é um single clássico, com uma melodia pop/rock bastante atraente e bonita, com bom uso de riffs de guitarra e de bateria cadenciada, com letras românticas simples. “God Put A Smile Upon Your Face” usa em primeiro plano riffs insinuantes de violão, que tem um sutilíssimo sabor meio country/rock. Logo a melodia rock toma a música, quando surgem então uma bateria fortemente sincopada e guitarras que delineam o restante de música, preenchendo todo o espaço restante. A letra fala de maneira irônica sobre como perdemos tempo em algo que parece muito mais uma competição do que uma relação afetiva, por estar repleta de egoísmo, orgulho e esnobismo. “The Scientist” é uma balada linda, guiada em primeiro plano pelo piano triste e sensível, apresentando ainda um violão que mimetiza os mesmos acordes do piano, guitarras, bateria e baixo discretos, e backing vocals e base orquestrada complementar. A letra amplifica a emoção da melodia, falando sobre o desejo de voltar no tempo para recomeçar uma relação que já não existe mais, evitando e corrigindo todos os erros que levaram ela ao seu fim. “Clocks” cuja cujos versos algo retratam pensamentos confusos sobre o que achamos que somos e aquilo que queremos, é a última destas canções. A melodia faz desta, junto com “Politik”, as duas melhores canções do disco: ela foi feita utilizando o mesmo acorde mínimo de piano e leves variações deste pontuando, ciclicamente, toda a música, que vai ganhando a participação de outros instrumentos, mas sempre baseando-se na repetição da mesma melodia mínima. Ainda que sejam só cinco faixas que interessem, A Rush Of Blood To The Head já se destaca pela qualidadade destas canções, que fisgam o ouvinte desde a primeira audição, permanecendo na cabeça por horas, dias. Vale a pena conferir o álbum, mesmo que seja apenas por estas poucas – mas excelentes – faixas.
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U2 – Zooropa. [download: mp3]

U2 - ZooropaÉ mais do que verdade afirmar que tenho enorme ignorância no que se refere ao trabalho da banda irlandesa U2. Deles tenho conhecimento de poucas músicas de toda a carreira, algumas de suas origens, outras mais recentes. Mas esse ignorância confessa tem uma razão de ser: o único disco da banda que conheço integralmente é Zooropa, de 1993. Infelizmente, tentei começar a conhecer U2 no trabalho mais desafiador de sua carreira, e isso acabou gerando uma enorme frustração e desinteresse com os outros álbuns. Ouso declarar, dentro de minha ignorância, que tive o azar de começar com o melhor disco da banda, um dos únicos que ouvi até hoje que apresenta sete faixas fabulosas, consecutivamente.
A primeira delas é a soturna faixa título do disco. “Zooropa”, conta com fantástica introdução soturna, à base de piano e guitarras em solos dramáticos e distantes, e entre ruídos difusos e retrabalhados, registros de vozes captadas, vocais manipulados, samplers e loops de guitarras e eletronismos diversos, Bono Vox canta versos que celebram, de maneira irônica, o progresso da Europa pelo uso e aplicação da tecnologia. “Babyface”, maravilhosa canção de amor confesso à uma ninfeta, apresenta Bono cantando em vocal duplo, com sua voz natural e outra em meio-falsetto, com um delicado tilintar eletrônico e diversas guitarras de sonoridade distorcida e rústica ao fundo, tudo devidamente acompanhado pelos loops e samplers algo espaciais que invandem todas as canções do álbum. “Numb”, com letra repleta de versos que censuram tudo que possa ser imaginado, traz uma exceção na discografia da banda, já que o vocal à frente da melodia, em tom recitado, é o do guitarrista The Edge, com versos cantados em falsetto por Bono ao fundo e outros vocais difusos. A música inicia com uma percussão minimalista e samplers de acordes cortantes de guitarra. A medida que avança a bateria vai sendo encorpada e a canção ganha exponencialmente mais ruídos indistintos, até virar um caos sonoro, guiado pelo vocal genialmente blasé de The Edge. Voltando à crítica tecnológica, em “Lemon” a banda fala sobre como o homem, ao alterar a sua vida com a o avanço tecnológico, esquece as coisas mais simples que almeja. O vocal em completo falsetto de Bono Vox guia a música, e é acompanhado pela sua própria voz multiplicada e coberto pela melodia cuja base é toda feita em samples sôfregos, loops hipnóticos e bateria compassada. “Stay (Faraway, So Close!)” foi tema de “Tão Longe, Tão Perto”, a sequência do idolatrado “Asas do Desejo” do diretor alemão Win Wenders. A música é uma das primeiras, depois de quatro faixas, a deixar a guitarra soar seus acordes com naturalidade. Apesar da estrutura clássica, uma espetacular melodia triste e pesairosa cantanda por Bono sem medo de deixar brotar a sua emotividade, a base de samplers retorcidos prossegue ao fundo, com mais descrição. A letra retrata um cotidiano de eventos imutáveis, tão automatizados que nos torna insensíveis e já não nos afeta mais. “Daddy’s Gonna Pay for Your Crashed Car” apresenta introdução opressiva, lembrando um pomposo hino militar, que logo é suplantado pela mistura agitada de reverberante bateria acústica e programação eletrônica de loops agitados e nervosos. Bono solta seu vocal com ironia e muita vontade em boa parte da música, o que coincide com as letras que falam sarcasticamente sobre a tentativa de independência de alguém que não consegue se livrar dos cuidados paternos. “Some Days Are Better Than Others” é feita de versos perfeitos que encantam o ouvinte na primeira audição ao listar inúmeras situações e sensações positivas e negativas em nosso aparentemente interminável cotidiano. Da mesma forma que as letras, a melodia captura logo quem a escuta, com seu baixo gingado e deliciosos loops de riffs de guitarra que surgem no refrão da música, seguida por programação eletrônica fantástica.
Não sei se foi sorte ou azar, apenas sei que Zooropa satisfaz com folga a minha vontade de ouvir U2. Da forma como se encontra hoje, considerada fenomenal, altamente politizada e inteligente até por uma pedagoga ignorante que mal sabe o que é música, duvido que a banda consiga produzir algo tão excitante musicalmente quanto esse maravilhoso universo de canções irônicas e tristes, iluminadas por um eletro-rock espetacular – em grande parte graças ao toque pós-moderno da produção de Brian Eno. Eu não reclamo – tenho meu Zooropa aqui a meu dispor, satisfatoriamente alimentando com louvores a minha paradoxal nostalgia futurista.
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Thom Yorke – The Eraser. [download: mp3]

thom_yorkeMesmo não sendo fã da banda Radiohead, gostando apenas de algumas poucas faixas de seus álbuns, resolvi arriscar ouvir The Eraser, o álbum solo do vocalista da banda. Foi uma boa idéia – mesmo o disco não se revelando estar entre as minhas preferências, há ali um projeto sonoro bastante coeso e faixas bem acima da média.
O disco inicia com a idiossincrasia da faixa título do álbum que, como a maior parte das faixas do disco, é essencialmente eletrônica. O sampler de um piano repete-se continuamente ao fundo, enquanto ruídos intencionalmente sujos encorpam a base da canção e sobrepostos pelo vocal anasalado de Yorke, que ao mesmo tempo segue e foge da limitada melodia. Na parte final da canção a base eletrônica é re-sampleada e ganha um ruído abafado ainda maior, sumindo aos poucos e deixando o cantarolar baixo do cantor para encerrar a música. A letra trata dos jogos de aparência, as traições e segundas intenções que integram ambos os lados de uma relação afetiva. Logo depois temos “Analyse”, um dos pontos altos do disco, com letras que falam sobre a insistente busca humana de um sentido maior na vida que, geralmente, deixa os que travam esta busca mais confusos do que antes de terem a iniciado. A melodia é bem menos minimalista e seca do que a anterior: os acordes do piano ousam ser mais melódicos e emotivos, acompanhados por uma base eletrônica complementar constante que, apesar de bastante sincopada, complementa estranhamente bem a beleza do piano e vocais fabulosamente sensíveis de Thom Yorke. “The Clock”, a faixa seguinte, tem baixo bem mercado e um loop curto constante, feito à base de ruídos eletrônicos e samplers hiper-minimalistas de guitarra e de percussão. O vocal de Thom aparece em várias camadas diferentes pela melodia, que no âmbito geral produz uma sensação de desconforto urbano pós-moderno. A letra, como indica o título da canção fala do tempo, mas dentro do espaço da relação afetiva e das ilusões e desejos dentro delas construídas. “Skip Divided” é a canção em que Yorke menos utiliza os seus famosos falsettos, preferindo cantar com uma voz menos empostada e mais natural. Funciona muito bem dentro da melodia de tons noturnos, recheada de eletronismos obscuros e vocais de fundo distorcidos e redistorcidos que, de tão bruxuelantes, me lembram as melhores passagens da inspiradíssima trilha sonora de Wojciech Kilar para o filme “Drácula”, idealizado por Francis Ford Coppola. Na letra, Thom Yorke disseca a dor, agonia e descontrole doentios que a simples visão e proximidade de alguém por quem nos apaixonamos pode despertar. “And It Rained All Night” inicia com uma miríade de ruídos eletrônicos que se entrelaçam em uma espiral sonora, até serem estranhamente sobrepostos pela acústica de baquetas de bateria sendo batidas uma contra a outra. O loop das baquetas prossegue continuamente, enquanto surge na música mais um riff marcante do baixo e um teclado que lembra o som de um temerim, algo claramente inspirado em filmes de terror e suspense cheios de soturnas figuras alienígenas – loops e samplers sujos de ruídos indistintos ou de guitarras deformadas também perfazem a melodia delirante da canção. A letra contribui na preservação do clima perturbardo da melodia, falando sobre uma noite de sono perdida por um ruído incômodo de chuva, o que abre espaço na mente cansada para ser tomada por delírios de Nova Iorque ser completamente alagada por águas torrenciais – faixa de clima mórbido interessantíssimo. “Harrowdown Hill” é outra canção que se destaca no álbum, apresentando um baixo (ou guitarra?) de presença forte na música, funcionando quase como uma bateria, cujos acordes dedilhados se repetem ciclicamente durante toda a canção. Sonoridades sobressalentes são construídas pelos loops minimalistas que complementam a base da canção e também pelo constante orgão de leve variações melódicas, que potencializa a sensibilidade do vocal de Yorke e produz uma pausa na sequência final, acompanhada brevemente por acordes espaçados e adocicados de piano que deixam o ouvinte suspenso na melodia por alguns instantes. Yorke declarou que sua letra foi baseada na morte de David Kelly, o cientista que derrubou, usando provas e estudos, as motivações britânicas – e consequentemente americanas – para a invasão do Iraque. Mas, analisando a revelia deste dado, pode-se dizer que a letra trata do desejo humano de fuga e de revolta diante da confusão e desprezo sobre as individualidades e sentimentos.
The Eraser não compraz ainda uma sonoridade que grade em extremo, nem faz seu criador passar muito mais notado por aqueles que nunca o tiveram como preferência. No entanto, o disco revela que Thom Yorke é capaz de modificar a sua idiossincrática veia criativa para atingir uma outra parcela de público sem, no entanto, colocar em risco a identidade musical criada com tanto esmero e afinco à frente da banda Radiohead. É um grande mérito já que, algumaa vezes, projetos solo descambam para algo sem novidade alguma, servindo apenas ao propósito de apaziguar o ego de uma artista que se sentia tolhido ou pouco livre para expressar-se.
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senha: seteventos.org

http://d.turboupload.com/d/1223894/Yorke_-_Eraser.zip.html

Sim, eu já tinha postado este álbum por aqui. No entanto, tinha feito isso sem escrever uma resenha. Me dei ao direito de refazê-lo, agora que o escutei com cuidade e avalei. (Re)Aproveitem.

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