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seteventos Posts

“Estamos Bem Mesmo Sem Você”, de Kim Rossi Stuart. [download: filme]

Anche Libero Va BeneGaroto, criado pelo pai na companhia da sua irmã mais velha, vê o cotidiano de sua enxuta família ser interrompido pela chegada repentina de sua mãe, que já outras vezes abandonou e retornou ao convívio de filhos e marido por conta de romances ao lado de homens financeiramente mais estáveis.
Ao deparar-me com a notícia deste filme do ator e diretor Kim Rossi Stuart – que também atua no papel do pai desta família disfuncional – tive a esperança de encontrar mais um longa-metragem italiano que herdasse o estilo sóbrio e elegantemente sensível de “O Quarto do Filho”, de Nanni Moretti – há até uma cena de “cantoria automotiva descontraída” muito semelhante à do filme de Moretti e que, sem dúvidas, confessa abertamente a inspiração no cinema deste diretor. Mas a expectativa foi frustrada por um certo gosto pelo exagero mais italiano e pelo dramalhão mais mexicano, ambos devidamente alimentados pelo diretor e seus três co-roteiristas em mais sequências do que o que seria saudavelmente permissível durante o filme: tanto o personagem de Renato, o pai, hora com seus arroubos de fúria e em outras com sua constrangedora animação exacerbada, quanto Stefania, a mãe, que passa a maior parte do filme com cara de coitada vitimada, e por isso acaba não convencendo no momento que se veste de impetuosa e inoportuna coragem tentando desvencilhar-se da barreira sentimental (desconfiança) que tem com seu filho, são responsáveis pelos momentos mais irritantes e constrangedoramente piegas – a redundância é necessária, acreditem – do longa-metragem. E com tudo isso, quem sai ganhando é o personagem do filho caçula, Tommaso, que é – não por acaso, provavelmente – o verdadeiro protagonista deste filme, guiando com seu olhar melancólico, sua desconfiança silenciosa e sua perspicaz maturidade todo o filme. O garoto, de um lado sentindo-se por vezes atropelado pelo pai turrão e opinioso e de outro sentindo-se invadido pela intimidade forçada e falsa que sua “mãe esporádica” quer construir faz crer que não poderia ter outro comportamento se não o de uma criança comedida e um tanto tímida. No entanto, entendo como sendo esta a natureza própria da personalidade de Tommaso, muito mais do que fruto de um trauma ou desgosto com os descaminhos de sua família – e o comportamento mais fartamento emotivo, jovial e alegre de sua irmã, envolvida nos mesmos episódios desta família, serve para mostrar que isso é verdade. É por conta unicamente de sua presença sempre delicada e por mostrar o quanto os pais muitas vezes erram ao considerar sempre como algo não-saudável o comportamento arredio, solitário e tímido de uma criança, sem nunca parar para refletir que esta pode ser uma das muitas possíveis personalidades que um ser humano pode vir a desenvolver, e que isto deveria ser visto como algo muito natural e não como algo nocivo, que “Estamos Bem Mesmo Sem Você” vale ser assistido – não fosse o roteiro repleto de passagens do mais barato folhetim e o prazer do diretor em evidenciá-los ainda mais, o filme poderia deixar muito mais do que isso para o espectador.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

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legendas (português) [via legendas.tv]
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Madredeus – Faluas do Tejo. [download: mp3]

Madredeus - Faluas do TejoFaluas do Tejo, lançado em 2005, é mais um disco que pode ser definido como um dos melhores do grupo Madredeus, ao lado de Ainda, trilha sonora do filme “Céu de Lisboa”, de Win Wenders. Plácido e tranquilo, o disco parece ter sido fruto de um momento iluminado da banda, onde a inspiração para composição apresentou-se no mais alto grau de sofisticação, a sensibilidade dos músicos surgiu extremamente apurada e a clareza e emoção da voz de Teresa Salgueiro encontravam-se ideais. Talvez toda essa conjunção de estados perfeitos deva-se à grande inspiração temática do disco: o encanto da cidade de Lisboa. Três das melhores composições do disco citam diretamente as belezas da capital portuguesa em suas letras: tanto “Lisboa Rainha do Mar”, que recorda a era dourada da cidade, quando Portugal lançava-se mar adentro a desvendar velhas e novas terras, fascina com violões e vocais gentios e suavíssima programação ao fundo, fruto de um orgão Hammond divinamente discreto, quanto “Adoro Lisboa”, uma declaração apaixonada à cenários e paisagens da cidade sobre alguns violões de acordes doces e marolantes e outros dedilhados com ligeireza e maestria que fazem com o teclado, cuja sonoridade lembra flautas distantes que preferem nunca aproximar-se muito, e “Faluas do Tejo”, que com enorme nostalgia melódica, aguçada pelo orgão, violões e vocais tristes, rememora o tempo em que embarcações singravam tranquila e solicitamente as correntes do rio Tejo, buscam inspiração nos cenários da cidade, reconstruindo-os com perfeição em seus versos e tons.
Mas não necessariamente as cores de Lisboa são passagem obrigatória em cada faixa deste álbum tão bem cuidado do Madredeus. Há espaço para outros “sítios”, outras sensações, outros temas, como mostram as canções “Na Estrada de Santiago” – que concilia dois vocais de Teresa, um cantado a afastado bem ao fundo, e outro falado e seguro de si, no primeiro plano, enquanto ouve-se um ruído constante como o caminhar dos peregrinos pela estrada de chão batido de Santiago de Compostela – e “Lá de Fora” – com melodia alegre, levemente festiva dos violões de agudas notas trotantes e do teclado de sons malemontes, tudo condizente com os versos que falam sobre sensações furtivas de contentamento e prazer que nos invadem durante o dia.
Para quem conhece com seus próprios olhos a cidade de Lisboa, bem como o restante deste país maravilhos que é Portugal, o disco deve ter um sabor especial, mas mesmo quem não conhece pessoalmente as terras de além mar consegue, ainda assim, sentir o farfalhar delicado de seu vento, o leve ondular de suas águas doces e salgadas e as cores suaves de seus campos em cada nota, verso e timbre de Faluas do Tejo, em uma viajem sonora cortezmente conduzida pelo melhor grupo português da atualidade.

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“Coisa Ruim”, de Tiago Guedes e Frederico Serra. [download: filme]

Coisa RuimAo mudar-se de Lisboa para um vilarejo, uma família começa não apenas a viver conflitos no relacionamento de seus membros, mas enfrenta também a ocorrência de fenômenos estranhos nos domínios da residência antiga que veio a ocupar.
Este filme ganhou a fama de adentrar em um gênero que não é comum a produção de longa-metragens portugueses, o do terror. Contudo, não é difícil peceber que “Coisa Ruim” não é bem, na verdade, um filme que pertence à este estilo: apesar de o argumento composto por Rodrigo Guedes de Carvalho apoiar suas linhas básicas em uma história que possui características muito comuns ao terror, tanto a forma como esta temática foi desenvolvida e aprofundada pelo roteirista, bem como a abordagem dada pelos diretores Tiago Guedes e Frederico Serra, mais afasta “Coisa Ruim” do parentesco com este gênero do que o aproximam dele: a condução lenta, onde os acontecimentos tomam lugar de forma vagarosa, evitando a todo custo o artifício do repentino, um dos traços mais emblemáticos do terror, o modo como as feições do sobrenatural e fantástico da história são explorados de forma comedida, dificilmente assumindo a dianteira nas cenas, a utilização de uma trilha sonora atípica, que com distorções de guitarra e baixo faz algo bastante diverso do obtido com a tão usual orquestração de cordas, tudo aqui contribui para tornar este um “filme de terror” que se recusa a sê-lo de todo.
Mas, a propósito, qual seria a importância em rotulá-lo, classificá-lo, catalogá-lo? Talvez, o grande mérito de “Coisa Ruim” esteja justamente neste ponto: apesar do bom desempenho dos atores – muito naturais em seus papéis – do roteiro sóbrio – que faz boa inserção de crendices e lendas no decorrer dos eventos retratados – e da direção competente – que explora bem os cenários naturais e faz uso econômico tanto do enquadramento quanto do movimento de câmera – nunca alcançarem níveis de excelência e sublimação que o tornassem um longa-metragem excepcional, a já citada atipicidade dos artifícios nele utilizados e da abordagem dada à uma história desta natureza, que impedem o seu enquadramento e agrupamento à um gênero em particular, é que foram responsáveis pela sua popularidade insólita, pela recepção tão positiva por crítica e público. É apenas isto que faz de “Coisa Ruim” um filme a ser visto: faltam-lhe predicados que lhe garantissem o selo de um grande filme, mas toda essa sua simplicidade trabalha a favor do seu caráter extremamente incomum.
Baixe o filme utilizando os links e a senha abaixo.

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Koop – “Koop Island Blues” (dir. JF Julian). [download: vídeo + mp3]

Koop - Koop Island BluesO duo sueco Koop – com o auxílio inestimável de Ane Brun no vocal -, ao lançar “Koop Island Blues”, uma faixa de imensa elegância, fez por bem encomendar um vídeo que fizesse jus a atmosfera cheia de classe e brilho da canção. No vídeo dirigido, por JF Julian, somos expostos à rotina de uma garota de programa, que quando não se joga nas ruas de Paris para ganhar dinheiro com o esforço do sexo prostra-se, fumando ou em intermináveis e ociosas lamentações no seu apartamento – cuja decoração é mais marcada por garrafas de bebida do que por mobília. Apesar da estilização extrema do vídeo, cuja fotografia e enquadramentos da câmera são seus pontos mais altos, e apesar da igualmente bela música do Koop, o encaminhamento da história, bem como o seu desfecho, deixam no clipe aquele gosto de “como ser uma prosti chique, mesmo que no fim você acabe tão na sarjeta quanto a Rê Bordosa”. Delicioso – inevitável colocar logo a música no iPod e sair andando sem rumo pelo centro da cidade, fingindo-se tão elegantemente miserável quanto a protagonista do vídeo. Assiste no YouTube por este link ou baixe o vídeo usando este outro link. E se você gostou tanto da música quanto eu, use o link a seguir para baixar o mp3.

“Koop Island Blues”: http://www.badongo.com/file/5267964

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“A Ascensão”, de Larisa Shepitko. [download: filme]

VoskhozhdeniyeDois guerrilheiros russos saem em busca de comida para seu grupo da resistência contra os nazistas, mas ao chegar no local onde desejariam obter comida descobrem que tudo foi destruído pelos invasores alemães. Sem querer voltar de mãos vazias, os dois resolvem se arriscar em território ocupado pelos alemães em busca de mantimentos.
Esse filme, que não tem cópia em DVD e, eu imagino, possivelmente nem em VHS, é o tipo de coisa que só se vê por culpa e graça da existência da internet e por conta de um filantropo digital, que decidiu lançar na rede a gravação captada de uma TV européia. Não fosse isto o filme soviético de 1976, que tematiza sobre a luta contra a invasão alemã em meio ao inverno russo, não estaria disponível à qualquer criatura com uma banda larga mediana.
O impacto do filme de Larisa Shepitko já não é coisa que se obtém hoje em dia da forma como ela o fez. Enquanto grande parte dos filmes da atualidade, que retratam mazelas de guerra, só conseguem se ocupar do tema aliados à orçamentos astronômicos e ambições galácticas, a diretora russa – como muitos dos seus conterrâneos – o fez utilizando-se apenas do esforço de sua equipe e de idéias simples e diretas. O produto final desta equação é bem diverso daquele obtido com todo o conforto e apoio de um bom punhado de cifras: seu realismo não é obra de um detalhismo gráfico, quase perverso no modo como expõem mutilações e carnificinas, neste longa ele é obtido pela crueza da situação, pela utilização dos mecanismos mais naturais e pela sujeição dos atores e das filmagem à eles; a sua força não vem de um clímax pomposo, cuja redenção ou superação é uma dúvida ilusória e a punição aos malfeitores certa, mas do seu caráter hiper-realista, que não se propõe em momento algum a ter pena do público nem de seus protagonistas, jogando ambos a mercê de um destino onde a esperança não (sobre)vive. Ainda assim, mesmo dispondo de não muitos recursos e lidando com um argumento simples, a diretora consegue trabalhar com a estética – compondo sequências poéticas, de beleza plástica e teor emocional intensos como se observa nos momentos de agonia sublimada de Sotnikov ou na estupefação dos personagens, refletindo sobre a miséria de suas vidas e a infelicidade de seus destinos, frente a vastidão branca do inverno russo que trafega ao seu redor – e explorar a fundo a complexidade do comportamento humano diante de situações limite, revelando através de seus erros, de seus atos, de seus receios e medos, o perdão, a redenção e o terror da morte, esta última capaz de desvendar, ao mesmo tempo, a bravura de alguns em enfrentá-la com honradez e a submissão humilhante de outros, que jogam na neve ideais que defendiam tão prontamente para evitá-la a todo custo. A sequência final tem a pungência extrema do melhor cinema russo: dentro de um quartel nazista e diante de um portão esperançosamente aberto, um homem percebe que mesmo que conseguisse passar por ele, seu caminho seria marcado por uma prisão existencial cujas paredes seriam formadas pela traição e pela negação de seus ideais e de sua própria identidade – apesar de ter ficado com sua vida, ele estava só, e a liberdade, ela jamais seria possível.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

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Beth Gibbons & Rustin Man – Out of Season. [download: mp3]

Beth Gibbons and Rustin Man - Out of SeasonA algo imateral voz de Beth Gibbons é normalmente lembrada sempre associada ao uso de samplers, ruídos estranhos, batidas sinistras e maneirismos de DJs dos mais diversos. Isso porque ela é mais conhecida trabalhando com a sua banda, o Portishead, que até hoje só lançou dois discos, ambos soberbos no desvendamento de um mundo melancólico e sombrio. Porém, depois do lançamento do último disco da banda britânica, Beth deu-se o direito de ceder seu talento para contribuir com um projeto aqui e ali, e entre estas aventuras lançou, em parceira com Paul Webb, assinando sob o pseudônimo Rustin Man, o disco Out of Season. Nele Gibbons dá vazão à um lado mais acústico de sua personalidade musical, utilizando-se basicamente de violão e baterias, acompanhados de perto por orgão e piano que aprofundam o senso de nostalgia que permeia todo o disco. As melodias das faixas “Mysteries” e “Show” são bem características desta faceta mais plácida, ainda que amarga, que a artista revelou: na primeira, na escolta do violão de acordes pálidos e da “colcha” de vocais tristes ao fundo permite-se apenas ruídos e sonoridades suaves que aprimorem a rusticidade da música, na segunda, um lamento tardio sobre um mundo repleto de ilusões e sofrimento, o clima plangente é obtido tão somente com o uso de uma pequena harmonia de acordes no piano repetida incansavelmente e vez ou outra envolvida em um contrabaixo tão lento e arrependido quanto o vocal de Beth Gibbons. Em outros momentos Gibbons e Webb autorizam-se melodias um pouco mais grandiloquentes, como as de “Spider Monkey” e “Funny Time Of Year”: enquanto na primeira os violões, baixos e guitarras ensaiam um crescendo melódico, que não se realiza por completo, para sonorizar os versos sobre as feições fugazes e traiçoeiras de tudo que vivemos em meio à ditadura irreversível do tempo, em “Funny Time Of Year” este crescendo atinge a sua plenitude no lamento emocionante de violões, bateria, guitarra, baixo, acordeão, teclados e no vocal transbordante de sentimento de Beth Gibbons, que mostra aqui porque é tão prestigiada tanto pelos fãs como pela crítica do meio.
Assim, Out of Season funciona como uma espécie de stripped-down Portishead: apesar da sonoridade mais acústica, que recorre bem menos à inserção de orquestrações de metais e cordas e de ruídos e interferências eletro-mecânicas que usurpem a melodia, o clima obtido com elas é o mesmo presente nos álbums da famosa banda de Beth Gibbons, explorando detalhada e soberbamente a melancolia, agonia, sofrimento e solidão em cada verso e nota das canções.
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Lolly Jane Blue – “Worms” (dir. Sil van der Woerd). [download: vídeo + mp3]

Lolly Jane Blue - WormsA holandesa Lolly Jane Blue nem tem o seu álbum de estréia finalizado ainda mais já deixou candidato a single e vídeo prontos para qualquer eventualidade. E logo que se termina de assistir ao clipe dirigido por Sil van der Woerd, que também está contribuindo com o disco ao lado de Mosan Tunes, fica-se com a impressão de que a cantora está com sérias pretensões de encarar a fila de Björk ou mesmo de uma Madonna com o modo “Bedtime Stories” ligado. O vídeo tem uma concepção visual impressionante e sofisticada, mas as vezes resvala em algum excesso de breguice, como na sequência “mamãe sou um híbrido de Marilyn Monroe e Princesa Léia flutuando no espaço”. Apesar de alguns exageros, que bem podiam ter sido enxugados, tanto música quanto clipe, na maior parte do tempo, despertam o interesse e enchem olhos e ouvidos.
Assista ao vídeo via YouTube neste link ou baixe o arquivo, em alta qualidade, neste outro link. Se você por um acaso gostou da proposta, baixe as duas versões disponíveis da canção usando os links a seguir.

“Worms”: http://www.badongo.com/file/5167971
“Worms Revisited (Acoustic)”: http://www.badongo.com/file/5167990

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Vienna Teng – Dreaming Through the Noise. [download: mp3]

Vienna Teng - Dreaming Through The NoiseApesar da americana de traços orientais Vienna Teng já dispor de três discos na praça, resolvi, como geralmente faço, ter o primeiro contato com suas canções ouvindo seu mais recente lançamento, Dreaming Through the Noise. E, se você se permitir uma avaliação apressada e sem muita atenção deste disco de Vienna, vai encontrar em faixas como “Transcontinental, 1: 30 A.M.”, devido à sua percussão, piano e vocais brandos, as marcas para classificar a artista como pertencente aquele jazz silencioso, meditativo e um tanto esnobe que faz a alegria de muitos críticos. Mas isso seria realmente um erro: a verdadeira identidade das composições desta americana emerge depois de algum tempo dispensando atenção cuidadosa às suas melodias. Só então percebe-se a sutil variedade musical da cantora e compositora americana: há algumas passagens de inspiração um tanto country – como no modo rústico, levemente campestre, do piano, da viola e do bandolim, de “City Hall”, bem como na presença dos vocais de fundo, bem à moda do gênero – outras de sutil calor pop – como acontece nas faixas “Love Turns 40”, na sua sequência final, aquecida pelo bandolim ligeiro, pelo piano adocicado, pela orquestração grandiosa de cordas e metais e pela bateria mais encorpada, e em “Whatever You Want”, com piano, percussão, cordas e vocais que tocam com carinho e maciez os ouvidos, da mesma forma que a areia fina da praia toca nossos pés -, além de melodias que bebem em influências eruditas – como acontece em “Now Three”, cujo conjunto piano, violino e violoncelo dá vazão à uma música de beleza inominável, que só consigo descrever como imensamente delicada, terna e afetuosa, assim como o são seus versos, que retratam o estado de encantamento de uma mulher pela vida que está gerando dentro de si. E apesar do manso fascínio que estas faixas tecem nos ouvidos de quem as escuta, Vienna guarda o melhor de seu trabalho neste disco para o fim, arrebatando o ouvinte com a poética dos versos e das melodias de “Pontchartrain” e “Recessional”: enquanto nos versos da primeira Teng descreve o cenário de desolação e desgraça deixado em New Orleans pelo furacão Kathrina, recheando a percussão e arranjo de cordas de mistério e drama e desenhando na ponte melódica uma referência à música sacra com o uso de acordes do piano e vocais etéreos, na última faixa ela nos entrega um delicado rito de despedida que relata, de forma impecável, as impressões e sensações de alguém que observa a partida para muito longe de alguém que tanto ama, sonorizando-o com piano, percussão e contrabaixo amenos, além da guitarra e metais pontuais que laceiam a melodia impecavelmente.
Mesmo que ainda possa, de certa forma, ser alinhada entre as inúmeras compositoras que bebem nos mais variados gêneros, como pop, jazz e folk, e que compõe melodias de atmosfera serena com técnica bem aparada, creio que Vienna diferencia-se destas por conseguir construir melodias e letras que estão sempre cobertas de sofisticação e elegância sem prejuízo de sentimento e emoção. O resultado final é sensivelmente diferente do usualmente alcançado por suas colegas, pois Vienna acaba, com todo esse cuidado, carregando suas composições para outra direção e aprofundando o efeito da música no ouvinte.
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“Day Night Day Night”, de Julia Loktev. [download: filme]

Day Night Day NightGarota chega a New York e é preparada para executar um atentado suicida com uma bomba na famosa e movimentada Times Square.
No currículo da diretora de origem russa Julia Loktev, além de “Day Night Day Night”, há apenas o documentário que fez, em 1998, sobre o acidente que arremessou seu pai em um estado de quase-morte. Com base nesta informação, pode-se tomar a liberdade de fazer algumas conjecturas e deduções: talvez Loktev nem seja uma diretora profissional – é possível que nem mesmo ela se veja desta forma – ou, para ser menos agressivo, não é difícil enquadrá-la como cineasta de ocasião, que só assume tal perfil quando encontra uma idéia que considere relevante e instigante. Porém, de concreto a dizer só mesmo que a diretora prefere a abordagem mais realista possível, já que seu primeiro filme é um documentário e a estrutura do longa-metragem mais recente, mesmo sendo uma obra de ficção, assemelha-o ao gênero do primeiro filme devido à trilha sonora inexistente, a captação direta do som e iluminação, a cenografia natural, a câmera sem uso de tripe ou trilho e aos atores – até prova em contrário – amadores. O roteiro, se é que existiu algum, também ajuda a promover este caráter do longa, já que, excluindo-se os parâmetros gerais da história, que podem ser resumidos à algumas poucas linhas, todo o resto pode ter sido perfeitamente obtido através da improvisação dos atores. E este é o seu grande problema: falta história. Mesmo nos movimentos mais radicais do cinema mundial, como o famoso “Dogma 95”, ainda que estes pregassem a exclusão de tudo o que se considerasse supérfluo e artificial na realização do longa, o esforço em cima da composição de um bom argumento, de um roteiro com apelo, era preservado em toda sua importância. Ainda que a secura quase nordestina do argumento tenha o objetivo de preservar o feitio naturalista da história e demonstrar como seria fácil perpretar um plano como o descrito no filme, Loktev pecou pela falta de conflitos, por ignorar produzir um plot com um mínimo de obstáculos e desventuras, que sempre são passíveis de acontecer, todos sabemos. De interessante fica a tensão desenvolvida pela possibilidade concreta de que a protagonista concretize o seu objetivo, assim como o conflito simples, mas sincero, que passa a viver quase no final do longa-metragem, potencializado pela aparência quase infantil da atriz, pela expressão sempre melancólica de seu rosto e pela forma como conseguiu imprimir sua falta de rumo na conclusão da história.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

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legendas (português):
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Junte as partes em um único arquivo utilizando um programa como o HJSplit.

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“Jojo In The Stars”, de Marc Craste. [download: vídeo]

Jojo In The StarsEste curta metragem, ambientado em um mundo obscuro e sinistro, mostra Jojo, a trapezista que é a principal atração de um show de aberrações que toma lugar toda noite em um castelo soturno. Entre a imensa platéia, sedenta pelo desfile de bizarrices esta uma criatura que se faz presente apenas para admirar Jojo todas as noites. Talvez entendendo que a estrela do evento vive solitária e aprisionada, a criatura decide libertá-la, ao mesmo tempo que finalmente tenta aproximar-se de seu amor. No entanto, a paixão dos dois não passou despercebida pelo organizador da atração noturna e, assim, a fuga dos dois talvez tome rumos inesperados e drásticos.
Muito além da animação e estilo do curta, o que mais encanta é a trilha sonora, que lembra vagamente a de um dos meus curta-metragens preferidos dos últimos tempos, “Over Time”. Assista via este link do YouTube ou baixe através deste outro link.

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