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seteventos Posts

“Notas sobre um Escândalo”, de Richard Eyre. [download: filme]

Notes On A ScandalBarbara, uma professora já na casa dos 60 anos, desenvolve um interesse obssessivo pela sua nova colega de trabalho, Sheba, que é casada e tem dois filhos. Quando ela descobre que Sheba se envolveu com um aluno de 15 anos, usa deste conhecimento para aprofundar sua ligação com ela.
Antes de qualquer coisa, é bom pontuar que a maior – se não a única – crítica que o longa-metragem recebeu foi sobre a música de Philip Glass: segundo os críticos, a trilha sonora composta por Glass é demasiadamente intrusiva e onipresente, atrapalhando os acontecimentos do filme. Sem dúvidas, a música composta por Glass já teve este efeito negativo muito vísivel, como aconteceu no fraco “As Horas”, do diretor Stephen Daldry, mas não é o que aconteceu em “Notas sobre um Escândalo”: Richard Eyre utilizou a música da maneira mais habitual possível. O filme realmente tem um grande problema, mas ele é bem outro.
A caracterização da personagem de Cate Blanchett, que seria a catalisadora de toda a polêmica e conflito no argumento, é o grande equívoco do roteiro adaptado do livro de Zoë Heller: Sheba é desenhada de maneira muito fraca pela atriz – sem dúvidas sua pior interpretação até hoje -, mas o próprio personagem carrega culpa em si, já que o envolvimento de uma professora casada, com dois filhos adolescentes, com um aluno de 15 anos, tão ordinário quanto qualquer outro, nunca se torna crível para o público. O roteirista até tenta mas não consegue, em momento algum, fundamentar adequadamente a razão da paixão de Sheba, uma mulher madura, por um adolescente tão comum quanto qualquer outro e, com isso, quanto mais a trama se desenvolve, mais a personagem parece infantil e inverossímil – para não dizer ridícula e patética.
Não é de se estranhar, portanto, que o filme acabe mesmo se concentrando na personagem de Judi Dench – que tem desempenho exemplar no papel. Barbara é uma mulher possessiva, dominadora, egoísta e egocêntrica, e não consegue desenvolver relações afetivas – as poucas que tem – sem excluir estes elementos do seu caráter, deixando-se sempre levar por ilusões amorosas que só fazem alimentar sua falta de limites. Ao conhecer Sheba, e afeiçoar-se por ela, Barbara adiciona ao seu comportamento a perfídia e a sordidez, particularmente ao utilizar-se do segredo de Sheba para fortalecer seu contato com ela. Deste modo, a infeliz, solitária e amarga Barbara de Judi Dench e o esquadrinhamento de seu comportamento sedimentado, incansável, imutável e calculado acabam sendo os únicos atrativos de um filme que se propôs abordar uma polêmica que não soube retratar. Richard Eyre deveria se sentir imensamente agradecido por contar com uma personagem intrigante e uma atriz inspirada, a única motivação para o espectador manter-se assistindo seu longa-metragem. De outro modo, seu filme soaria tão insosso quanto o romance adolescente de Sheba.
Baixe o filme utilizando o link a seguir.

http://d01.megashares.com/?d01=89446ce

legenda (português):
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3109648

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Alamo Race Track – “Lee J. Cobb is Screaming A Lot” (dir. Comrad). [download: vídeo]

Alamo Race Track - Lee J. Cobb Is Screaming A LotTrês diferentes vídeos foram produzidos como clipes da música “Lee J. Cobb is Screaming A Lot”, da banda holandesa Alamo Race Track, para o Unheard Film Festival: um apresenta estranhas trocas com um peixinho dourado, outro é um video sobre junkies em um ambiente underground e, o melhor deles, é este da produtora CCCP, sobre um homem que, saturado com seu cotidiano insuportável, começa a dar gritos de horror e desespero – até que não consegue mais fechar a boca. Mas a garota por quem ele tem uma quedinha vai mostrar como resolver esse problema – muito divertido.
Baixe o clipe usando o link a seguir.

http://www.unheardfilm.nl/uploads/File/cccp2.mov

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Jay-Jay Johanson – The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known. [download: mp3]

Jay-Jay Johanson - The Long Term Physical Effects Are Not Yet KnownO voz do sueco Jay-Jay Johanson não assemelha-se à tonalidade de minha preferência, no que se refere à voz masculina: Johanson tem uma voz e maneira de cantar que lembra o britânico Morrisey, por exemplo. Contudo, no que tange aos arranjos de seu mais recente disco, The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known, as influências parecem ser outras: não fosse ali um homem cantado, com uma certa dose de lirismo distante, em certas faixas você acreditaria piamente estar ouvindo o mais novo álbum do Portishead, que não lança nada há dez anos. O mesmo negrume e a morbidez saudosista do conjunto britânico, com doses cavalares de baixos cavernosos, riffs de guitarra e pratos de bateria sampleados, além programação eletrônica que abusa do low-fi e de orgãos lúgubres, encontramos em “Jay-Jay Johanson Again” – na qual o cantor declara não tolerar mais insatisfações afetivas -, “Time Will Show Me” – em que Jay fala que segredos, no amor, não duram muito tempo – e na balada melancólica “Coffin” – sobre um homem que, perdido em uma ilha, também perdeu a sua companheira.
Mas o trip-hop cede lugar em muitas faixas à outras sonoridades, como quando os samplers e loops de pratos e bateria e a docilidade do teclado fazem o electro-jazz de “As Good As It Gets” – onde Jay diz ter dado vazão à nostalgia em uma noite de sono, ao lado de sua companheira – e como em “Only For You” – na qual um homem, para evitar o fim de sua relação afetiva, tenta convencer sua companheira de que fará tudo o que ela quiser, do modo que for – onde acordes lentos e tristes ao piano, com coro e programação eletrônica quase inaudíveis ao fundo, constroem uma melodia que surpreende pela estupenda beleza de sua simplicidade.
Em meio à atmosfera por vezes soturna do trip-hop, em outras com a melancolia do pop/rock, “Breaking Glass” – em que Jay afirma ser necessário esquecer os erros do passado para começar um novo futuro – rende-se à uma melodia pop menos complexa, com programação eletrônica e vocais bem menos audaciosos, que lembram os discos menos ambiciosos do Depeche Mode.
Apesar da aparência algo frágil e da voz delicada, que sugeriria um músico afeiçado ao pop mais desprovido de ambição, Jay-Jay Johanson ao que consta, nutre uma atração inegável pelo que há de mais sombrio melodicamente, regado por boas doses de pessimismo e descontentamento amoroso nos versos. E produto final são canções sensíveis e imensamente climáticas, que agradam em cheio quem não tem qualquer medo de experimentar nos seus ouvidos as belezas e prazeres da infortúnios amorosos.
Baixe o disco utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

senha: seteventos.org

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“O Corte”, de Costa-Gavras. [download: filme]

Le CouperetBruno é um executivo desempregado, já há dois anos, que trabalhava em empresa de produção de papel. Depois de tanto tempo fora do mercado, e de inúmeras tentativas frustradas em entrevistas, ele vê uma oportunidade do emprego que tanto deseja em um grande indústria papeleira. Contudo, há dois problemas: primeiro, o cargo não está vago; segundo, apesar de não existirem tantos candidatos aptos na ventura de alguém preencher a vaga, há alguns que são tão bons ou ainda melhores do que ele. Bruno decide então tomar medidas extremas: vai eliminar um por um, deixando por último o homem que ocupa atualmente o cargo, até que não reste outra opção se não ele próprio.
Costa-Gravas tem amor à polêmica, abordando assuntos bem espinhosos de maneira geralmente heterodoxa. Ele já havia ilustrado brevemente o quanto o desemprego desvirtua um homem em 1997, no filme “O Quarto Poder”, mas ali ele tratava mesmo da capacidade da mídia de formar opiniões e modificar a realidade ao seu bel-prazer, segundo seus interesses. A primeira vista, neste longa-metragem mais recente, o diretor parece aprofundar-se no efeito mais nocivo da globalização e da busca de eficiência e economia da iniciativa privada: o desemprego crescente e cada vez mais constante que se uniformiza por todo o mundo, sem exceção. Ao menos é isso o que nos indica o argumento básico e a construção dele em cima de personagens que partilham da mesma frustração, ansiedade e sensação de fracasso desencadeados pelo falta de trabalho. Contudo, se dedicarmos um tanto mais de atenção vamos perceber que, apesar de surgir em primeiro plano na trama do filme, o desemprego, suas causas e seus efeitos não são, na verdade, a cerne do filme, configurando-se novamente, como na película de 1997, em uma espécie de ignição da trama e fio condutor do argumento. O grosso da estória trata mesmo do quanto um homem pode afogar-se em sua ambição, ilusões e desejos, e de como a frustração destes pode radicalizar sua conduta,
Assim é o personagem de Bruno que, ao levar ao cabo seu plano de eliminar a concorrência, se vê apenas eventualmente assombrado por questões éticas e morais, encontrando mesmo, na maior parte do tempo, conforto, alegria e orgulho na forma como consegue fazer tudo sem ser descoberto. A medida que seu objetivo encontra-se cada vez mais próximo de ser realizado, sua relação com a vida, dramas e alegrias alheias, mesmo os de sua família, torna-se cada vez mais displicente, quando não aborrecida, enquanto sua cobiça, seu egocentrismo e sua vaidade, inversamente, se revelam cada vez mais. Não há como negar isto, devido à apenas um fato: durante todo o filme, Bruno cogita apenas uma vez um posto que não é exatamente aquele que almeja, rechaçando prontamente qualquer chance de aceitar um emprego de menor status, enquanto todos ao redor, incluindo sua esposa e seus “rivais”, conseguem encontrar a humildade necessária para aceitá-los.
É com uma abordagem menos pesada e pessimista, utilizando-se de humor-negro, ironia e alguma tensão, que Costa-Gravas consegue fazer com que o publico não torça contra o seu personagem principal, bem como considere consistente a maneira como, quase acidentalmente, os acontecimentos auxiliam os objetivos e o anonimato das ações do personagem. Não é, a meu ver, um filme superior ao excelente “Amén”, nem, como fizeram crêr os críticos, uma película que se debruça em dissecar um dos grandes males da vida pós-moderna – o desemprego – e tudo que, de alguma forma ou de outra, ele acaba gerando. “O Corte” é sim um filme acima da média – um bom thriller, muito bem conduzido, roteirizado e com excelentes atuaçõe -, mas a expectativa era maior do que a realidade da obra em si.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

http://www.megaupload.com/?d=LQ6XASH0
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legendas (português):
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3102046

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Acoustic Ladyland feat. Coco Electrik – “Cuts and Lies” (dir. Ben Rollason). [download: video & mp3]

Acoustic Ladyland feat. Coco Electrik - Cuts and LiesEstou divulgando menos pelo clipe em si, do que pela música. O vídeo tem personalidade, foi bem fotografado, com ótimos enquadramentos e edição elegante, mas é a música que salta aos ouvidos, uma faixa com batida gostosa, riffs de guitarras e baixos excelentes e um uso bacanérrimo de saxofones. A vocalista convidada pela banda Acoustic Ladyland, Coco Electrik, tem uma voz cheia de charme e altivez, dando aos versos um ar cool e classudo. É assistir ao vídeo e ficar louco para achar o mp3 da canção. Não quer ter o trabalho de procurar o arquivo? Sem problemas, também tratei de extrair o mp3 diretamernte do vídeo, para quem quiser enfiar isso logo num iPod, como eu fiz.
Baixe o video usando os dos dois links a seguir, segundo a sua preferencia pelo tamanho do download, e o mp3 vai logo depois.

grande: http://www.benrollason.com/newsite/video/secure/cuts_and_lies_hi.mov

pequeno: http://www.benrollason.com/newsite/video/secure/cuts_and_lies_lo.mov

mp3: http://www.gigasize.com/get.php/498459/08_Cuts_and_Lies_feat._Coco_Electri.mp3

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“Half Nelson”, de Ryan Fleck. [download: filme]

Half NelsonProfessor de escola primária americana, viciado em drogas, obtém um comportamento displicente com tudo em sua vida, que já se encontra bastante bagunçada. Uma aluna sua, que tem um irmão preso por tráfico, descobre o seu vício e acaba desenvolvendo estranha relação de amizade com ele.
Os críticos se impressionaram tanto com o curta-metragem “Gowanus, Brooklyn”, do diretor Ryan Fleck, que a pergunta mais frequente, feita por eles, era se o diretor transformaria a estória em um longa. Fleck não hesitou em seguir em frente e expandiu o curta, transformando-o em um filme que desenvolve um senso apuradíssimo de realidade sobre o seu argumento. O que mais impressiona aqui é a naturalidade com que Fleck e a co-roteirista Anna Boden despem a estória de qualquer sombra de clichê. Ao invés de uma escola depredada com alunos marginalizados, que escutam rap e hip-hop o tempo todo e falam como se estivessem em um videoclipe, e professores que se desdobram em esforços vigorosos e heróicos, temos um colégio de periferia sem recursos mas com ambiente saudável, abrigando alunos que tem a tranquilidade, o desinteresse e a curiosidade estudantil reais, bem como professores providos com inteligência e ânimo alterados pelo abatimento e alienação característicos do seu ritmo e condições de trabalho. A desmistificação dos esterótipos não para por aí: a própria periferia, seus habitantes e até o traficante de drogas são mostrados de forma humana e desprovida do maniqueísmo tão presente em produções que abordam o tema.
Ao desenharem o envolvimento do protagonista do longa, o professor Dan Dunne, com as drogas, os realizadores do filme decidiram não encenar o avanço do vício, mostrando a necessidade do consumo como já instaurada e limitando o seu efeito na vida e no comportamento de Dunne ao plausível. Deste modo Fleck e Boden desglamourizaram, com seu retrato, o uso de drogas e suas consequências, descrevendo tudo de maneira a evitar os excessos típicos que o cinema comete quando aborda o assunto: não se vê aqui o moralismo carola de “Réquiem Para Um Sonho”, muito menos os sedutores delírios visuais e narrativos de “Trainspotting”. Tudo ocorre dentro do que imaginaríamos ser possível para alguém com a personalidade pacata e serena do protagonista.
O contato que Dunne trava com a sua aluna, Drey, que exibe uma aproximação com o mercado das drogas, também é bem formulado: apesar de em alguns momentos Dunne tentar intervir abertamente no envolvimento de Drey com o tráfico, a relação de ambos é, em grande parte, de apoio velado, na maior parte mais baseado nas sutilezas silenciosas do que em discursos emocionados, o que faz com que a ajuda que ambos tencionem oferecer um ao outro tenha seus efeitos por caminhos tortos e não da maneira mais habitual.
“Half Nelson” se torna, assim, um projeto contundente pela inteligência de sua concepção, muito mais do que pelo argumento em si. Além da realização primorosa, também somos brindados com belas atuações, particularmente a de Ryan Gosling, excepcional no papel de Dan Dunne, e uma trilha sonora fabulosamente delicada, a cargo principalmente do projeto canadense de rock alternativo Broken Social Scene. É inteligência, elegância, charme e ousadia de sobra produzidos com muitos menos do que um milhão de dólares – que milagres fazem os diretores competentes, não?
Baixe o filme utilizando o link a seguir.

http://d01.megashares.com/?d01=c18f2bd

legenda (português):
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3101315

ATENÇÃO: o servidor Megashares limita o download de 250 MB a cada uma hora e meia mais ou menos. Ou seja, depois de decorrido este tempo, o download é interrompido e só poderá ser reiniciado depois do tempo que é informado na ativação do código, quando você poderá baixar por mais uma hora e meia o arquivo. Para baixar um arquivo maior do que este tamanho estipulado, burlando as limitações, siga estes passos:
-digite o código e clique em “activate”;
-clique com o botão direito do mouse sobre o link escrito “Click here to download”, copie o endereço de download e baixe o arquivo usando um gerenciador de downloads, como o Flashget [recomendado] ou DAP (se você não usar um gerenciador, não terá como continuar o download de onde parou);
-depois de encerrar o tempo limite de download, desligue o seu modem e religue-o, conectando-se novamente à internet. Se você não sabe como desligar o modem, reinicie o computador que o modem reiniciará junto;
-agora retorne ao endereço de download do Megashares e digite o novo código para reativar o seu download;
-inicie o gerenciador de download e recomece o download, que continuará de onde parou.

Refaça os passos de desligamento do modem e reativação do download na página do Megashares onde está o arquivo até terminar de baixá-lo.

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Metric – Live It Out. [download: mp3]

Metric - Live It OutMinha adoração por Emily Haines, que descobri no ano passado através do seu projeto solo, me fez temer o contato com a sua banda, digamos assim, oficial – o Metric. Por estar tão apaixonado pelas canções sorumbáticas e profundas, levadas ao piano, de Knives Don’t Have Your Back fiquei com receio de me decepcionar com o trabalho da banda e decidi não procurar canções deles tão cedo, fazendo-o apenas esta semana. Essa foi uma decisão acertada, já que a sonoridade da banda difere muito do trabalho mais pessoal da vocalista e, estando naquele momento tão ensoberbado, eu não conseguiria me afeiçoar e acostumar com a sonoridade mais agitada do Metric.
No álbum mais recente, Live It Out, Emily Haines demonstra à frente do Metric o infinito potencial de sua versatilidade, acompanhando guitarras no modo punk-rock com maestria tão fabulosa quanto fazia ao piano, no seu disco solo. “Handshakes”, que fala sobre o círculo vicioso do consumismo que sustenta a vida moderna, “Monster Hospital”, tratando da tentativa de lutar contra a opressão e “Patriarch On A Vespa”, que igualmente fala de opressão, mas daquela desenvolvida pela sociedade machista sobre as mulheres, são todas canções onde o Metric investe pesado neste estilo, elaborando arranjos quase frenéticos com uma profusão de guitarras ligeiras em riffs e distorções saborosas e bateria esmurrada com esmero. O vocal de Emily é completamente possuído pelo espírito do gênero, exibindo interpretações pujantes.
No entanto, a banda consegue também vestir-se de traquilidade, e ser tão boa nisso quanto nos seus momentos mais raivosos e barulhentos. O Metric de “Too Little, Too Late”, por exemplo, lembra muito o The Cardigans dos dois últimos discos, com seu baixo, guitarra e bateria desapressados e charmosos e com o vocal cheio de romantismo interpretando uma canção sobre o amor atribulado que as vezes vivemos, que nos faz mais mal do que bem, mas que, mesmo assim, não temos coragem de recusar. “Poster Of A Girl”, onde Emily canta sobre uma mulher que busca o amor, mas que acaba satisfazendo-se com os prazeres sexuais, sempre mais fáceis de se obter, continua promovendo uma melodia mais tranquila, mas a sua estrutura é mínima, feita de dois diferentes momentos que se sucedem durante toda a canção, com destaque para os riffs amenos da guitarra e a programação eletrônica graciosa e cintilante.
Assim, não bastasse o deleite que é descobrir as belezas do rock do Metric, a banda ainda serve para confirmar a suspeita de que Emily Haines e seus colaboradores estão dentro do que há de mais genial, genuíno e criativo no cenário atual da música, destacando-se ainda mais no meio alternativo/indie devido à enorme versatilidade dos membros que integram o conjunto. E eu levanto a bandeira: quero Emily Haines já para o posto de sacerdotisa do indie rock.
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[music]rapidshare.com/files/225717196/metric_-_live.zip[/music]

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Game Over Project – Pole Position (dir. Guillaume Reymond). [download: vídeo]

Game Over Project - Pole PositionO suíço Guillaume Reymond pretende, com o projeto Game Over, produzir mini-clipes inspirados em sequências de jogos clássicos de arcade. Os vídeos utilizam uma pessoa representando cada um dos pixels dos gráficos de 8 bits para montar a imagem como um todo, e depois centenas de fotos, o vídeo é editado em sistema stop-motion. O jogo “Pole Position” foi a mais recente escolhido do projeto, todo feito em um dia dentro de um teatro da Bélgica, no mês passado. Além dos pixels serem representados por pessoas, os sons do jogo também são feitos com a voz humana – uma doideira. Se quiser saber mais sobre o projeto, acesse http://notsonoisy.com/gameover/index.html
Baixe o vídeo utilizando o link a seguir.

http://www.gigasize.com/get.php/465011/GameOverProjectPolePosition.avi

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Joan As Police Woman – Real Life. [download: mp3]

Joan As Police Woman - Real LifeJoan Wasser é mais uma daquelas artistas americanas, possíveis apenas nesse mundo contemporâneo, que por não conseguir espaço em um mercado tão inflado, injeta suas composições e sua presença em diferentes e diversos projetos. O trabalho mais pessoal de Joan é feito na companhia dos músicos Ben Perowsky e Rainy Orteca, formando a banda que ganhou o nome de Joan As Police Woman. Com os dois amigos, Wasser promove uma fusão de rock com soul que desponta pela suavidade ao lidar com esse gênero hoje tão maltratado pelos artistas mais comerciais e de expressão mais popular. Isso se tornou possível porque, além de utilizar arranjos bem dosados, Joan Wasser não é dona de um vozeirão, algo tão comum e imprescindível para os grandes nomes do gênero, livrando sua música dos vícios e ranços que tornam o soul, na sua expressão mais contemporânea, tão enjoativo. O dueto “I Defy”, com Antony Hagerty, mostra isso muito bem: a faixa é uma canção de amor com piano, bateria e orquestração de metais refletindo toda a ginga deliciosa do soul, que floresce com mais força no vocal do convidado Hagerty, mas nunca ultrapassa os limites do bom senso. “Anyone”, em que Joan fala sobre como sente-se preparada para amar, já que encontrou quem tanto procurava, prossegue explorando o gênero, já que o vocal, o teclado e a orquestração de metais exalam o calor sôfrego e lânguido que marcam demarcam tão bem as fronteiras do soul.
Todavia, Joan As Police Woman é uma banda de rock indie por excelência e, sendo assim, não poderiam faltar canções que trafegam por este estilo. “Save Me” é uma delas: a canção, em que Joan declara negativas apenas para camuflar seu desejo e urgência amorosa, ainda preserva traços do soul, visível no uso do teclado Wurlitzer, mas promove uma mistura deste com o rock, devido ao piano e a bateria mais descompassados, e ainda adiciona uma pitada de folk, com os violinos que surgem no trecho final. As outras faixas que visitam o gênero são as que abrem e fecham o disco: na primeira, “Real Life”, em que Joan fala sobre a solidão sem seu companheiro, temos uma melodia que inicia um pouco fria, feita apenas pelo piano de acordes curtos, silenciosos e graves, mas revela-se inteiramente no refrão, onde o vocal ganha muito mais emoção e surge uma dose sutil de orquestração de cordas que consegue, mesmo com participação tão diminuta, iluminar toda a música; e a última, “We Don’t Own It”, que fala sobre amar alguém que parece não nos pertencer, percorre ainda mais os caminhos do rock, trazendo guitarra e bateria de acordes suaves, vagarosos e cíclicos, que se destacam pela enorme graciosidade.
São estas duas canções, talvez as melhores do disco, que deixam claro para o ouvinte de que nem sempre é necessário afogar a melodia com arranjos elaboradíssimos para atingir a sensibilidade tão desejada – a simplicidade, a delicadeza e a economia de recursos muitas vezes, são as melhores opções.
Baixe o disco utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

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http://www.gigasize.com/get.php/429098/realpolice.zip

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“Pecados Íntimos”, de Todd Field. [download: filme]

Little ChildrenUm homem e uma mulher, insatisfeitos com seus papéis em seus respectivos casamentos, aproximam-se de maneira inesperada em um subúrbio familiar americano. A volta ao bairro de um habitante que cumpriu pena por atentado ao pudor deixa os habitantes em estado de alerta.
“Pecados Íntimos” é o longa-metragem de Todd Field posterior ao elogiado “Entre Quatro Paredes”. Já que o argumento deste seu novo filme também retrata dramas familiares, nota-se a predileção de Field pelo assunto. Contudo, com a decisão de adaptar o livro de Tom Perrotta, o diretor ensaiou um passo além do que tinha dado em seu longa anterior, passando dos dramas de uma única família aos acontecimentos e personagens de um típico subúrbio dos estados unidos: a mãe hiper-protetora; as donas-de-casa que se pintam de moralismo, mas fantasiam e se ardem de desejo pelo vizinho galante; o marido que acha-se abafado e aprisionado pela liderança familiar da esposa, abandonando seus anseios da juventude em detrimento de tentar uma carreira mais respeitosa, sem sucesso; a mulher que nunca se adaptou ao perfil de esposa e mãe, empurrando com displicência exemplar ambas as funções; o homem que leva seu casamento à frente apenas pelo mero conforto das aparências, satisfazendo os seus anseios físicos fora dele e da maneira que acha mais cômoda e fácil, todos eles servem como analogia da sociedade americana como um todo e como uma tentativa de dissecar sua vida de aparências e falsos moralismos – e o diretor consegue formar este painel com o apoio do seu elenco, que forma um conjunto muito bem engrenado de atuações. Mas a maior ousadia de Todd Field reside em um único personagem desse microcosmo: o ex-presidiário que foi condenado por atentado ao pudor contra um menor de idade. A maneira como o personagem é abordado, consciente de seu desvio comportamental e de sua incapacidade de controlá-lo, é extremamente realista e audaciosa, pois afasta a possibilidade de recuperação do criminoso, influência direta da correção política e da pieguice que costumam infestar filmes do gênero.
Porém, a resistência do diretor ao moralismo e sentimentalismo mais pueril, que são o alvo da crítica do seu filme, não se mantém em pé até o fim, já que, nos últimos quinze minutos, Todd Field rende-se à tudo aquilo que combatia até ali, promovendo o epílogo dos principais personagens da maneira mais ordinária possível. Com isso, o diretor faz-nos crêr que todos os desejos reprimidos, fantasias e desvios não passam de experiências-limite que, no fim, servem apenas para mostrar o quanto a felicidade reside no terreno seguro da família.
Deste modo, Todd Field perdeu a oportunidade gigantesca de ser o autor de mais um longa-metragem excepcional, contentando-se em ensaiar ousadias que não atingem a plenitude. É um bom filme, mas a conclusão da película compromete o todo. Não há nada mais frustrante e lamentável do que isto: passar o tempo inteiro na expectativa da transgressão e testemunhar, no final, um atestado do moralismo mais simplista.
Baixe o filme utilizando os links de uma das fontes a seguir.

fonte 1:
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http://rapidshare.com/files/11430833/Little.Children.2006.DVDSCR.XViD.part5.rar
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fonte 2:
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legenda (português):
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3106865

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