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seteventos Posts

A Camp (Nina Persson & Mark Linkous). [download: mp3]

A CampEm 2001, antes de sua banda, o The Cardigans, embarcar na mistura de rock com uma pitada de country que resultou no emocionante disco Long Gone Before Daylight, Nina Persson já ensaiava em seu único – até hoje – projeto independente cujo estilo influenciaria a brusca mudança na sonoridade da banda sueca. Junto com a produção de Mark Linkous, do Sparklehorse, Nina compôs as canções do que foi simplesmente chamado de A Camp, um apanhado de canções por vezes agitadas, em outras melancólicas e sensíveis. O maior exemplo deste último estilo, presente no disco, é “Algebra”, em cujos vocais Nina atinge seu ápice emocional, cantando cada verso com imensa doçura e paixão. Com letras em que uma mulher conta como um homem, apesar da aparência contida e centrada, tinha seu coração “fora do peito” – tamanha era a maneira como não conseguia conter seu amor -, o violão dedilhado com suavidade e a bateria ao mesmo tempo forte e terna incrementam a docilidade da canção. “Frequente Flyer”, sobre uma mulher que não lamenta nunca conseguir ter um paradeiro devido à sua volubilidade afetiva, é igualmente grandiosa em sensibilidade e ternura, apresentando mais vocais delicados de Nina trabalhando perfeitamente com a melodia de bateria suavemente cadenciada e guitarras e teclados lentos e sôfregos. “Elephant”, que fecha o disco, prossegue remando nos infortúnios amorosos, já que em suas letras Nina reclama ter desperdiçado tanto amor com um homem que termina uma relação de uma forma tão sardônica. A bateria continua em uma cadência forte e lenta e os pianos e riffs de guitarra graves e dramáticos ganham mais importância à medida que a canção chega à sua apoteótica sequência final.
Como primeira representante do lado mais melodicamente agitado do disco, “Hard As Stone” surpreende com sua base de guitarras dissonantes e sua bateria agitada, forte e ligeira, tudo devidamente acompanhado pelo vocal algo irônico de Nina ao cantar versos que revelam o comportamento leviano e insensível de um conquistador barato. Os versos de “The Oddness Of The Lord” comentam brevemente a crença em algo superior, utilizando como melodia uma camada de ruídos de programação eletrônica e distorcões de guitarras, bateria e baixo.
Este ensaio delicioso para o que se sucederia na carreira do The Cardigans, infelizmente, não rendeu uma sequência até hoje – Nina voltou sua atenção para a banda, realizando com seus companheiros dois excelente discos. Ao contrário de muitos vocalistas e compositores, que sonham o tempo todo com vôos solitários, longe da proteção e segurança de seus conjuntos, Nina mostra encontrar satisfação dentro de sua banda de origem. Contudo, devido à qualidade do seu trabalho solo, não há entre os fãs quem não torça para que a artista sueca volte a arranjar um tempinho para compor preciosidades como “Algebra” e “Elephant”.
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“Motoqueiro Fantasma”, de Mark Steven Johnson. [download: filme]

Ghost RiderJohnny Blaze, jovem motoqueiro, faz inadvertidamente um pacto com o diabo para curar seu pai. Depois de quinze anos o diabo retorna, fazendo com que a noite Johnny torne-se um ser indestrutível. Seu objetivo: destruir, a mando do diabo, os quatro seres renegados que pretendem encontrar um contrato maldito de mil almas que dará o domínio da terra para aquele que o possuir.
O filme “Motoqueiro Fantasma” tem ótimos efeitos especiais e um bom ritmo de ação mas, peca em algo básico na construção de um filme: o roteiro. O diretor Mark Steven Johnson, que também se encarregou da função de roteirista, não deu muita atenção na composição da estória, criando um argumento que se sustenta em soluções simplistas que sacrificam a verossimilhança da estória, ou até mesmo optando por não explicar algumas coisas que exigiam um mínimo de justificativa. O maior problema esta relacionado ao interesse do diabo em ter servos – cavaleiros ou motoqueiros, o que quer que sejam: como nunca é explicado porque o próprio senhor das trevas não faz o serviço que designa a outros, a existência e necessidade deles perde muito do sentido – não seria difícil inventar qualquer desculpa que impedisse o diabo de agir por si só. Além disso, não há qualquer esclarecimento de como o tal contrato, tão desejado, permaneceu escondido por tanto tempo: se ele dava tanto poder aquele que o possuiria, por que o seu verdadeiro dono – o diabo, poderoso como seria – perdeu interesse por ele, voltando a lhe dar atenção apenas quando poderia ser tomado por outros? Um outro defeito na composição do argumento é a maneira como Johnny Blaze é relacionado com o Motoqueiro Fantasma, depois de sua última aparição “anônima”: em meio a tanta destruição, incluindo inúmeros automóveis, como uma placa de moto seria o suficiente para justificar sua culpa? Não faria sentido que ela estivesse ali, como tantas outras, por efeito de tudo o que foi demolido na passagem dessa entidade? Ou ainda: será que uma frágil placa de moto resistiria aos efeitos fantásticos da passagem do motoqueiro, quando nem automóveis estacionados e edifícios passaram ilesos? Há outros tantos furos no roteiro – o modo como o Motoqueiro mata os seres que buscam o contrato, especialmente o relacionado à água, é outro problema -, mas como o três acima expostos organizam a base do argumento, muito da história fica bastante comprometida. De bom, mesmo, só resta a atuação de Peter Fonda como o diabo, que mesmo com uma participação limitada consegue conferir alguma qualidade ao filme, sem cometer os exageros que este papel, sedutor como é, acaba sempre causando na interpretação dos atores – basta lembrar de Al Pacino em “Advogado do Diabo”.
Apesar do sucesso nas bilheterias, “Motoqueiro Fantasma” é a primeira adaptação dos quadrinhos – da atual colheita – que assisti e avaliei como suficientemente ruim. Um tantinho mais de atenção à história dariam um pouco mais de crédito ao filme e ao seu personagem principal – do jeito que ele está, o adorado Motoqueiro é tão bobo, cafona e desprovido de charme quanto as figuras barbudas e tatuadas que inspiraram sua existência.
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Mumm-ra – “She’s Got You High” (dir. Rich Lee). [download: vídeo]

Mum-ra - She's Got You HighCertamente inspirado no trabalho de Ron Mueck, o diretor Rich Lee fez para a banda Mumm-ra um clipe que cita o trabalho do artista australiano, mas que tem uma abordagem bem menos sombria do que a dele. Enquanto são observados por espectadores em um museu, os membros da banda, em miniaturas ou réplicas gigantes, mantém-se como atrações do local, até resolverem interagir melhor com o ambiente em uma performance da música “She’s Got You High”. Vídeo interessante que serve como veículo eficiente para lançar a música e a banda.
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“Babel”, de Alejandro González Iñárritu. [download: filme]

BabelDois garotos marroquinos, perigosamente lidando com um rifle pela primeira vez, um casal de turistas americanos, vivendo uma crise conjugal, uma babá, de origem latina, tentando comparecer ao casamento do filho, uma adolescente japonesa muda, em conflito silencioso com o pai – todos estes personagens, ocupando diferentes espaços e vivendo diferentes realidades, estão, em algum nível interligados por um incidente que que terá consequências para todos.
“Babel”, filme que fecha a trilogia desenhada por Iñárritu, sofre com as decisões equivocadas do diretor e seu roteirista, Guillermo Arriaga. Nos dois filmes anteriores, pelo fato de os personagens ocuparem o mesmo espaço geográfico, era desnecessário que eles se conhecessem antes do evento que os envolvia (como acontece em “21 Gramas”) ou mesmo que travassem algum tipo de relação após o evento que atingia a todos (como foi em “Amores Brutos”). Neste último longa-metragem, o diretor decidiu misturar as duas diferentes formas de abordar os personagens e desenvolver o argumento e, ainda, distribuiu os personagens em diferentes pontos do mundo, o que acaba por enfraquecer a fragmentação e a não-linearidade, tão bem arquitetada nos filmes anteriores. É por conta disso que o incidente, característica maior da trilogia, já não envolve todos os personagens e, consequentemente, eles não chegam a travar contato, mesmo que momentaneamente, tendo muitas vezes uma ligação indireta e fraca: um exemplo claro é a ligação dos personagens do núcleo japonês com o incidente, tão tola e desnecessária que fica muito difícil de aturar.
Mas, se evitarmos comparar este filme com os dois anteriores de Iñárritu ele acaba não sendo tão problemático, repousando na categoria dos filmes com qualidade regular – graças ao bom desempenho dos atores, à qualidade técnica e à direção competente. Porém, ainda vamos encontrar pelo menos uma característica incômoda, já que o grande diferencial que o diretor e o roteirista planejaram para este filme não tem qualquer efeito de importância para a trama: a impossibilidade de comunicação entre pessoas de diferentes línguas e culturas não apenas não acontece como não tem qualquer razão de ser no longa-metragem, já que os eventos da trama tomam lugar sem qualquer relação de causa desta falta ou dificuldade comunicativa e cultural.
A impressão que se tem, ao terminar de ver a película – que além de tudo é desnecessariamente longa -, é que tudo o que há de marcante e original nos filmes anteriores diluí-se demasiadamente em aqui, tornando o longa-metragem bastante insípido. Como disse minha melhor amiga, com a inteligência que lhe é tão cotidiana, “Babel” é o resto de história de “Amores Brutos” e “21 Gramas”.
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Thirteen Senses – Contact. [download: mp3]

Thirteen Senses - ContactThirteen Senses, banda britânica que surgiu na região de Cornwall, lança seu aguardado segundo CD agora, no próximo mês de abril. Contact traz um som razoavelmente mais agitado, com melodias mais encorpadas e presença menor do piano em algumas das canções. “Animal”, sobre desentendimentos e brigas afetivas, por exemplo, começa com um baixo grave, sendo logo tomada pela agitação dos acordes e golpes um tanto curtos e monotônicos, mas potentes, das guitarras e da bateria. “All The Love In Your Hands”, canção com letras simples sobre amor, divide a mesma agitação de “Animal”, mas possui uma bateria mais vibrante, visível mesmo sobre os riffs das guitarras em algums momentos, como no inicio da canção. “Follow Me”, faixa de lirismo simples, e “Final Call”, em cujas letras ouve-se o clamor de uma mudança no rumo que damos nas nossas vidas, tem estrutura melódica semelhante, com breve introdução feita em acordes no teclado e no orgão, logo suplantados por guitarras, baixos e baterias de rítmica coordenada, apresentando uma sucessão de harmonias intensas com outras mais brandas. “A Lot Of Silence Here”, com letra sobre conflitos amorosos, apresenta uma bateria lenta mas bem cadenciada no primeiro plano melódico da música, criando, em conjunto com a sonoridade do teclado, uma balada de sabor diferente das que costumamos ter da banda.
O piano só ocupa lugar de destaque em faixas como a música título do disco, de poucos e abstratos versos, onde seus acordes apresentam-se graves e fortes, mas acompanhados com igual ânimo pelas guitarras, baixo e bateria, bem como pelo lirismo dos vocais adicionais ao fundo. Contudo, é em “Sparks”, outra canção de versos abstratos e reflexivos, e em “Ones And Zeros”, que fala sobre como nos sentimos confusos com o estado em que nos encontramos, que o piano, no modo quase sinfônico como é utilizado, ganha verdadeira potência emocional, junto com a reverberação das guitarras, com o densidade ponderada da bateria e com a orquestração de cordas, utilizada na última faixa. A melodia e o andamento calculado das duas canções são os típicos da banda, mas é justamente pisando neste terreno seguro que o Thirteen Senses atinge o seu ápice no novo disco.
A banda nao escapou de sofrer algumas críticas com este novo álbum, como os comentários de que suas ousadias foram tímidas, e não superaram a similaridade com o trabalho anterior e com o estilo consagrado, e já meio desgastado, de bandas mais famosas – como Keane e Coldplay. Não se pode dizer que esta crítica é desarazoada, visto que esse é o caminho que está sendo trilhado por algumas bandas do indie rock – o tã-dã-dã-dã-dã-dã característico das pancadas no piano é prova instântanea disso. No entanto, mesmo que se considere o trabalho da banda como repetição de uma fórmula de sucesso, isso não desmerece o apuro da performance do grupo ao encarnar o estilo, e a manutenção da identidade da banda, paralelamente.
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Muse – “Invincible” (dir. Jonnie Ross). [download: vídeo]

Muse - InvincibleÉ com um clipe que lembra o vídeo “Twister”, de Goldfrapp, que a banda britânica Muse lançou o mais recente single de seu último disco. Em desses túneis do amor de parques de diversões, com barquinhos que correm por um canal, a banda viaja enquanto animações ao fundo recriam a evolução da humanidade, desde os primórdios até um vindouro e nada pacífico futuro – apesar de que a própria animação mostra o tempo todo, com muito bom humor, que a história da humanidade nunca foi muito pacífica mesmo. É um bom vídeo, mas o diretor Jonnie Ross só pecou ao não criar um modo de incentivar uma maior interação da banda com os eventos que se desenvolver ao seu redor – aí sim, o vídeo seria invencível, como diz o nome da música.
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“Mais Estranho Que a Ficção”, de Marc Forster. [download: filme]

Stranger Than FictionHarold Crick, um auditor da receita federal americana, de cotidiano extremamente metódico, repentinamente se depara com a voz de uma mulher que começa a narrar suas ações. Mesmo confuso, ele não consegue acreditar que isso seja fruto de sua imaginação ou de uma moléstia psíquica qualquer, imaginando que ele, repentinamente, virou o personagem de alguma estória sendo escrita e que, logo descobre, não terá um fim nada feliz para o seu protagonista.
O elenco e o roteiro são os grandes trunfos do filme de Marc Forster, o diretor do elogiado “A última ceia”. Will Ferrel, que usualmente participa de comédias menos ambiciosas e elegantes, conseguiu alinhar seu desempenho com a atmosfera tranquila e inteligente do longa-metragem, exibindo uma interpretação bem mais contida e minimalista do que é do seu costume. O restante do elenco também está no ponto: Emma Thompson, que está um pouco sumida dos cinemas há alguns anos, está perfeita no papel da reclusa, teimosa e algo arredia escritora Karen Eiffel; Maggie Gyllenhaal e Dustin Hoffman exibem muita simpatia em seus respectivos papéis e, como a assistente literária, Queen Latifah mostra que pode ir além dos personagens estereotipados que o cinema americano costuma lhe oferecer. Quanto ao roteiro, mesmo sendo basicamente mais uma história sobre a mudança de comportamento de alguém, ele foi desenvolvido com leveza e lógica, fazendo com que as mudanças não sejam excessivamente radicais, respeitando a natureza pacata do personagem – como podemos ver quando, depois de todas as experiências recentemente sofridas, Harry volta ao seu cotidiano, a única diferença é que, agora, sua relação com a vida é um tanto mais relaxada e desprendida. Além disso, há elementos que conferem charme adicional ao roteiro: as reações de Harry ao advento da repentina narração de seu cotidiano, a crise criativa de Karen, as piadas com o mundo da literatura e com o metaficional evitam que as pieguices comuns à argumentos do tipo tomem conta do longa-metragem.
Vale pontuar que as comparações deste longa com o filme “O Show de Truman”, fato que anda ocorrendo na internet, não fazem muito sentido: o filme de Peter Weir trata de um reality-show mega-produzido, desde o nascimento de seu protagonista; “Mais Estranho Que a Ficção” tem como seu diferencial um evento inexplicável e pouco natural – o fato de que uma pessoa passa a ter o seu cotidiano e o seu destino narrados, e de certa forma determinados, por uma escritora – característica que aproxima o longa-metragem do realismo fantástico. Outro ponto que fundamenta a comparação entre os dois filmes, o desempenho dos atores que protagonizam a história, também não são coincidentes: enquanto Jim Carrey, mesmo oferecendo uma boa atuação, não conseguiu desvencilhar-se do histrionismo, Ferrel conseguiu destacar-se neste filme justamente porque conseguiu domar esta tendência, ajudando muito na concepção da atmosfera de charme e sensibilidade do longa-metragem.
Comédias que conciliam uma idéia original e algo estapafúrdia com a emoção e a simplicidade de sua realização, sem comprometer, no fim, a sua qualidade, não são fáceis de se encontrar. Os diretores americanos sempre tentam atingir essa sintonia fina de inteligência, elegância e sensibilidade mas, na maioria das vezes, acabam fracassando por não encontrar o equilíbrio necessário na produção para evitar os excessos que os roteiristas cometem – como o pedantismo existente no argumento ou em traços da personalidade dos personagens -, que os próprios atores, sem as diretrizes corretas, acabam por fazer – como a tendência em carregar nas tintas do blasé, quando trabalham com personagens desse gênero -, ou que eles próprios permitem inserir – como a pieguice muitas vezes residente no roteiro, que poderia ser trabalhada e reduzida pelo diretor. Mas, felizmente, o excepcional trabalho de equipe do roteirista Zach Halm, do elenco de “Mais Estranho Que a Ficção” e do diretor Marc Forster evitou que todas as barbaridades citadas desperdiçassem uma idéia tão boa.
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Dolores O’Riordan – Are You Listening? [download: mp3]

Dolores O'Riordan - Are You Listening?Enquanto o The Cranberries encara uma pausa, declarada em 2003, alguns membros do grupo levam a frente seus empreendimentos solo. Noel Hogan está trabalhando no seu projeto, entitulado de Mono Band, mas é a vocalista do grupo que já está com o seu próprio trabalho engatilhado, pronto para ser lançado.
O seu primeiro disco solo, Are You Listening?, mantém sutis similaridades com o The Cranberries – impressão alimentada, talvez, pelos vocais inconfundíveis de Dolores O’Riordan -, porém as canções dela tem um uso muito mais ostensivo de guitarras nas melodias. A título de comparação, não seria um crime muito grande dizer que Are You Listening? soa como um To The Faithful Departed com aroma rock mais intenso e vibrante. Nesse clima mais trepidante estão as faixas “Stay With Me”, sobre alguém que implora para não ser abandonado, e “In The Garden”, sobre uma mulher que, ao olhar sua filha, diz já ter sido feliz um dia, ambas com uma mesma estrutura melódica, sucedendo momentos mais delicados onde, além do teclado discreto ao fundo, há a utilização de violão – no caso da primeira – ou piano – na segunda -, com outros repletos de energia e fúria, com acordes densos e graves de guitarra, golpes fortes na bateria e vocais onde Dolores usa a já conhecida extensão de sua voz, sem qualquer economia no volume de seus brados. Apesar de serem boas canções, elas tornam-se um pouco enjoativas, muito devido ao estilo próprio de composição de Dolores, que tem o costume de escrever poucos e curtos versos, repetidos inúmeras vezes no refrão.
Já nas baladas e canções com assinatura mais pop, Dolores sempre teve mais eficência na composição. A mais bonita do álbum é a última faixa: “Ecstasy”, canção de amor com as lamúrias e promessas de amor clássicas, tem instrumentação das mais tradicionais – guitarra, baixo, teclado e bateria -, mas e com o uso dela que Dolores obtém uma melodia sossegada e muito tocante. “Ordinary Day” e “Angel Fire”, ambas com letras sobre alguém mostrando a intensidade e extensão de sua paixão para quem ama, são baladas igualmente tranquilas, em cujas melodias a instrumentação de guitarra e bateria surge mais pacata, em conformidade com o uso mais aplicado da programação no teclado e com o vocal mais ao sabor do utilizado pela cantora na banda onde ganhou fama. Porém, “Accept Things”, onde Dolores fala sobre alguém que, aparentemente, finge ser seu amigo, tem momentos ocasionalmente mais eufóricos, já que o violão e teclado serenos e o lirismo do backing vocal, característico da cantora, ganham a companhia de guitarras e bateria de instrumentação mais marcada no refrão, além de um vocal mais encorpado.
Mas a compositora traz também no seu primeiro disco solo alguma faixas que fogem de uma definição clássica. A origem irlandesa de Dolores, por exemplo, é lembrada na harmonia da flauta e do piano de “Human Spirit”, canção com versos mais simples, que falam sobre a condição humana, uma das únicas no disco onde as guitarras não sacodem a melodia e onde um loop discreto de bateria eletrônica é utilizado, além da uso da bateria acústica. E “Black Widow”, feita para o filme “Homem-Aranha 2”, sobre uma mulher que espera, inutilmente, pelo seu amante, tem a sua idiossincrasia na mistura que faz de um piano de acordes graduais, agudos e sucessivos com guitarras rascantes e graves.
Apesar da conhecida beleza do vocal de Dolores, da coloração vivaz que as guitarras concedem às faixas, bem como da sua beleza, o disco sofre com a repetição de temas melódicos, deixando a impressão de que todas as músicas tem a mesma cara, mesmo que isso não corresponda a verdade. Dessa forma, as canções acabam um tanto cansativas depois de algumas audições – um mal que poderia ter sido combatido pela compositora se ousasse um pouco mais nas composições, tentando fugir da homogeneidade algo opaca do álbum.
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OBS: tive a idéia de procurar saber se o álbum de Dolores já estava disponível na web ao me deparar com a postagem do vídeo de “Ordinay Day” no single white male. Quem quiser ler o post que me inspirou basta acessa-lo aqui.

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Beth Orton – “Conceived” (dir. Lisa Joseph). [download: vídeo]

Beth Orton  - ConceivedA música “Conceived”, do último álbum da cantora britânica Beth Orton, é muito bonita, mas o vídeo é meio tolinho mesmo. Contudo, há de se admitir: o clipe é bem fofinho, cheio de fantoches e pelúcias animadinhas e eufóricas que contracenam com a cantora, transformando o vídeo em um momento, digamos, “Beth Orton em Vila Sésamo”. A blogueira do bárbaro CuteOverload.com ia ter faniquitos estrelados se visse um segundo sequer deste clipe. Vale pelo momento que os bichinhos “tocam” instrumentos musicais e pelo final, com o coelhinho voando pela tela do vídeo.
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Petra Jean Phillipson – Notes On: Love. [download: mp3]

Petra Jean Phillipson - Notes On: LoveNotes On: Love teve um gestação de oito anos. Pode parecer muito, pode soar como um exagero, mas a simplicidade nem sempre é fácil de se atingir. E, no caso específico deste disco, a simplicidade, o cuidado e o apuro na composição da sonoridade do disco são seus diferenciais. É esse trabalho tão criterioso que faz com que as canções compartilhem uma identidade similar, mas ao mesmo tempo soem diferentes – o que torna sua analise um tanto difícil.
“Independent Woman”, que declara em seus versos a dinâmica e as agruras de uma mulher sem lar e sem rumo certo, por exemplo, chama a atenção com sua sonoridade seca, de guitarra, violões e bateria que mantém uma ritmica constante, além dos vocais anasalados e altivos. Em “I Want The Impossible”, em que Petra lista seus desejos impossíveis, alucinados e luxuriosos, por sua vez, é a suavidade obscura, possível graças à guitarra de acordes agudos, ao bandolim arrepiante e ao violão quase surdo ao fundo, que salta aos ouvidos. “Billy Steaks”, sobre uma mulher que lamenta que seu amante esteja casando com outra, poderia bem ser uma canção do Led Zeppelin, tamanha a semelhança do vocal de Petra e da atmosfera criada pela instrumentação, particularmente o violão e a gaita. Já “I’m Lying”, cujas letras falam sobre uma mulher que tenta sustentar-se sã sem o seu amor e tem vocais e guitarras sorumbáticas e melancólicas, com bateria e frugalidades suavíssimas, quase inaudíveis, soa como um country cantado por uma Janis Joplin bem mais sutil e sóbria. “Play Play”, sobre a busca de algo que não reside no meio cosmopolita e no urbano, que começa igualmente sorumbática, porém mais soturna, graças aos acordes agudos recorrentes da guitarra, logo é tomada, no refrão, por uma melodia mais doce e instrumentação levemente mais intensa. A última faixa, “Cradle Of Your Smile”, é a mais intensa entre todas, no que tange a melodia, onde Preta Jean compôs um punk rock gracioso, sem a visceralidade simbólica do gênero. Nela, o vocal de Petra é mais delirante e sexy, conciliando, de uma só vez, amor e luxúria delicados mas também gritantes e urgentes. A música, especificamente, tem tonalidade dark, reforçada pelo trecho cheio de sussuros indistintos e sobrepostos, e conta com guitarras distorcidas e ruídos abafados ao fundo. O resultado é uma canção que cairia como uma luva para sonorizar, de maneira esplêndida, uma sequência perturbadora e intrigante de um filme de David Lynch.
O disco de estréia desta cantora e compositora americana, valeu todo o tempo e o esforço empregados. Petra Jean Phillipson buscou, todos esses anos trabalhando neste disco, uma produção que sentisse como sua e que lhe dissesse algo. E esse saldo final, que decifra dores e anseios amorosos, musicados de maneira obscura, delicada e lúgrubre, em canções que guardam em si semelhanças mas que apresentam diferentes nuances de uma mesma temática e atmosfera, era o que a artista tanto perseguia. Só tormara que a artista, que já anunciou estar planejando seu segundo disco, leve bem menos do que oito anos para sentir que seu próximo disco está no ponto.

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