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“Gritos e Sussurros” de Ingmar Bergman.

Viskningar Och RopKarin e Maria cuidam de sua irmã Agnes em seus momentos finais de vida, com a ajuda integral de Anna, a empregada desta família abastada.
Muitos críticos afirmam que “O Sétimo Selo” seria a obra-prima máxima de Ingmar Bergman. No entanto, que validade tem tal afirmação diante de um cineasta cujas obras são quase sempre geniais? “O Sétimo Selo” é apenas uma das grandes obras de Bergman, e “Gritos e Sussurros” é uma das suas obras-primas mais contundentes.
De estrutura teatral, mas tecnicamente luxuoso, o longa-metragem é um dos retratos mais cruéis do estertor físico e mental humano, um painel sem concessões da mesquinharia e egoísmo, mas também um testemunho da resignação, fé, compaixão e placidez espiritual. Explorando um pensamento cristão com destreza, o filme mostra a vida como palco do sofrimento e dos defeitos humanos mais condenáveis e a morte como o encontro com aquilo que define nosso destino inevitável, quer este encontro ocorra com resignação ou não. Enquanto Maria, mimada e fútil, e Karin, fria e distante, não conseguem estabelecer contato entre si como membros de uma mesma família e vivem uma vida de conformismo social, avaliando-se sempre como infelizes e incompletas, Agnes, mesmo com todas as crises de sofrimento físico e psicológico, exige muito pouco do que lhe resta de vida, desejando apenas algum companheirismo e um pouco de afeto. Como já se pode prever, suas irmãs nunca seriam capazes de lhe oferecer isto, uma vez que encontram-se ali apenas por conta da mesma formalidade social que as colocou em seus casamentos de aparência, e apresentam-se mais preocupadas com o que julgam ser seus dramas pessoais do que em auxiliar a diminuir o sofrimento da irmã. À Agnes só resta Anna, a empregada que, tendo há alguns anos perdido a única filha por conta de uma enfermidade, lhe oferece o conforto e amor maternal necessários neste momento, com implacável compreensão e afeto. O luxo e a impecabilidade técnica não são pura frivolidade ou esteticismo vazio do diretor. Para expressar esse mundo de aparências e convenções sociais, era mesmo necessário retrata-lo de maneira convincente, em todos os seus detalhes: o guarda-roupa esplêndido e inacreditável, a arquitetura soberba e a mobília irretocável só confirmam esta realidade tão cheia de cerimônias e frivolidades. O uso intenso de um tom de vermelho vivo nas paredes dos cômodos também tem seu objetivo: esta é cor do sangue, portanto cor que remete à vida – e não há como falar de vida sem falar também em morte.
Dois momentos no filme mostram o quão espetacular um cineasta pode ser. Primeiro, a longa seqüência que apresenta um dos momentos de maior sofrimento de Agnes, em que permanece horas com uma respiração cortante e ríspida. A cena é de uma agonia quase insuportável, e quem sobrevive a esta cena, por si só, pode considerar-se vitorioso como espectador de cinema. A segunda é a cena em que as irmãs Karin e Maria ensaiam, enfim, um entendimento e aproximação: é espetacular a consciência de Bergman de manter privado o conteúdo da conversa entre estas duas mulheres, substituindo-o por uma peça musical soberba e mantendo apenas a imagem das duas irmãs trocando carinhos.
Porém, o momento mais tocante do filme é mesmo a sua cena final, quando Anna nos apresenta uma lembrança de Agnes, registrada em seu diário: em um dos seus poucos momentos de tranqüilidade física, passeando no jardins da mansão da família em companhia de Anna e suas duas irmãs, ela reflete, mesmo consciente de sua situação terminal, o quanto sente-se feliz só por estar vivendo aquele momento de união com suas irmãs, a quem amava tanto. Tendo testemunhado, momentos antes, a indiferença de Karin ao seu amor e o nojo de Maria com a situação da enferma, é impossível evitar lágrimas nos olhos diante do testemunho da elevação espiritual de Agnes, do alto de todo o sofrimento pelo qual passava e passaria. Não há mais o que dizer depois disso – e Bergman, soberbamente genial, entende que só lhe resta encerrar o filme ali mesmo.

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Guys: Alex

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Minhas andanças pela internet sempre revelam surpresas. Em uma dessas recentes peregrinações me deparei com esse moreno que atende simplesmente pela graça de Alex. Alex, onde você mora, fofinho? Alex, onde você andou a minha vida toda? Alex, como você aguenta ser tão bonito? Aposto minha orelha esquerda que você precisa do apoio de uma alma caridosa e desinteressada para suportar esse fardo de ser lindo e charmoso. Aqui estou eu! Vou arrumar minha bagagem.
Porém, antes, devo dizer à todos que sim, Alex é um tipico morenão anglo-saxão com ar meio entediado, como bem observou um amigo internético. Contudo, o que eu tenho contra os morenões anglo-saxões algo entediados? Nada! Só tenho mesmo coisas à favor – e vinde à mim as criancinhas – opa! “Criancinhas”, aqui, é figurativo, heim!
Então, aproveite todas as fotos em que ele faz cara de entediado, de modelo da C&A ou qualquer outra megastore de roupas, de menino perigoso e de gatinho sem dono – sem dono, ao menos, até que ele me conheça melhor.
E eu realmente amo o DeviantART

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The Cranberries – Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We? [download: mp3]

The Cranberries - Everybody Else Is Doing It, So Why Can't We?O vocal de Dolores O’Riordan é a marca distintiva mais forte da banda irlandesa The Cranberries. Apesar das comparações feitas à época com a também irlandesa Sinéad O’Connor, a banda logo superou as críticas que apontavam similaridades entre seus trabalhos, e mostrou que sua música era muito distinta não apenas da grande cantora e compositora irlandesa, mas de todo o cenário musical da época. E isto não é nada difícil de perceber: com uma acústica exótica muito difícil de definir, onde até as guitarras soam como algo excepcionalmente estranho, as músicas de letras simples e sensibilidade acachapante que compõe o disco de estréia do Cranberries surpreenderam até ouvidos dos mais experientes.
“I Still Do” abre o disco marcando o terreno da banda: múltiplas camadas de vocais e backing vocals construindo uma reverberação distante, trabalhando em conjunto com guitarras e baixos de acordes dramaticamente esparsos e um piano profundamente minimalista. A letra, composta de uns poucos versos, fala da dor afetiva com a naturalidade de quem sofre por amor. “Dreams”, que continua investindo na temática lírica central do disco – as lamentações amorosas -, transformou-se em um sucesso estrondoso. Para entender o sucesso que o single fez, basta ouvi-lo: a música é uma balada pop que atinge o ouvinte como poucas, onde todos os instrumentos foram trabalhados de forma absolutamente integrada para construir uma melodia que desse apoio total ao vocal devassadamente em emotivo de Dolores. A música tem uma força tão impressionante que tornou-se um dos marcos maiores da identidade da década de 90 – não há como não mergulhar-se em lembranças da época ao ouvir “Dreams”. Em “Sunday” temos uma ligeira variação na melodia, deixando de ser preponderantemente melancólica para travestir-se de uma exaltação sutil e elegante – tudo por conta dos acordes marcantes do baixo e da beleza reluzente das cordas que compõem, particularmente, a abertura de tom contemplativo e o fechamento suavemente irascível da melodia. A letra de “Sunday” reflete os questionamentos de alguém que se sente rejeitado e retrata o comportamento inseguro e confuso de quem se vê em tal situação. A próxima faixa, “Pretty”, mostra como mesmo utilizando poucos recursos a banda consegue manter a sua sonoridade inovadora: a música esbanja simplicidade em seus poucos versos repetidos, que são um misto de ode e conclamação amorosa, e na sua melodia repleta de languidez, com sua base concebida no teclado idiossincrático, bateria e guitarras. “Waltzing Back” expressa em seus versos econômicos o temor de ter alguém retirado de nossa convivência. No entanto, a melodia não emoldura estas letras em uma sonoridade triste, mas o faz em tonalidades de urgência dramática e súplica furiosa, utilizando-se um teclado de acordes acúsiticos e os intrumentos básicos da banda, guitarra, bateria e baixo. Em “Not Sorry” os vocais de Dolores soam especialmente belos, trafegando entre o tom sussurrante e o brado mais lamuriante. As letras, em tom de confissão, falam sobre alguém que sofre, mas que ainda preserva seu orgulho. A melodia faz uso espetacular dos teclados, especialmente no refrão hiper-dramático, compndo sons reverberantes e distantes que se encaixam na expressão sofrida, mas altiva da vocalista. “Linger”, cujas letras tratam de alguém que declara àquele que ama que sente estar sendo enganado, é mais uma balada esplêndida, com guitarras e violões que constroem uma melodia pop muito bem estudada, de tonalidades nostálgicas absolutamente certeiras. As canções “Still Can’t” e “How” tem melodia semelhante, em ambas os instrumentos formam uma música forte, tempestuosa e urgente. As letras das duas canções também expressam sentimentos contíguos de estupefação e cólera em uma relação amorosa cuja dedicação nunca é recíproca. “I Will Always” e “Put me Down” também guardam semelhanças e complementam-se: enquanto uma fala de um amor que se encontra em seu limite, a beira do seu fim, a outra trata da decisão de abandonar uma relação que não traz mais o contentamento. A melodia de ambas é tranqüila e doce: com presença marcante de violões e teclados, e tonalidades contemplativas de bateria, baixo e guitarras, a música ganha cores mais dramáticas nos refrões, onde Dolores sempre demonstra toda a potencialidade e sensibilidade de seu vocal, especialmente nos vocais de fundo de “Put me Down” que tem algo de celestial e elevante.
O primeiro disco do The Cranberries foi o trabalho mais marcante da banda até hoje. O álbum seguinte consegue captar muito ainda da inovação sonora deste primeiro, mas a semântica composta de mágoa e ira afetiva das letas e as melodias reverberantemente tristes, repletas de nostalgia acústica e de cólera e orgulho afetivo atingiram a perfeição em Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We. Com o advento do terceiro disco, apesar de ser um bom trabalho, a banda já preferu abandonar a identidade que fazia dela um marco diferencial no mundo da música pop-rock. Resta, para aqueles que preferiam o som mais exótico inicial, apreciar os dois primeiros discos para saciar a vontade de escutar algo que foi tão inovador que jamais se repetiu novamente.
Sendo assim, baixe já o disco utilizando o link e senha abaixo.

senha: seteventos

ifile.it/l2059fr/thecranberries_-_everybody.zip

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Muse – “Starlight” (dir. Paul Minor). [download: vídeo]

Muse - StarlightO vídeo do mais recente single do novo álbum da banda britânica Muse não é nada de muito inovador, mas exerce seu efeito. Filmado em um enorme navio cargueiro, com a banda em cima de um heliporto, nos momentos de clímax da canção são expostas sequências norturnas onde a banda toca enquanto fogos de artíficio, ou sinalizadores náuticos – não sei ao certo – são liberados ao fundo. Não há nada de muito novo aqui, mas o vídeo não precisa fazer muito mesmo, já que a música “Starlight” é um espetáculo por si só – trate de baixar o disco Black Holes and Revelations logo aqui pelo blog, se você ainda não o fez.
Baixe o clipe pelo link a seguir:

http://rapidshare.de/files/28342377/Starlight.wmv.html

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Estréia: “Heroes” – Episódio piloto. [download: séries]

HeroesEita! E as séries dramáticas super produzidas e com elenco enorme e variado estão na moda desde o sucesso estrondoso de “Lost”. A mais nova candidata à adoração imediata do público é a ambiciosa “Heroes”, da rede de TV americana NBC. As semelhanças com o mega-hit do canal ABC não param por aí, a mais evidente, além do que já foi citado, é que os personagens estão ligados por algumas coincidências – que, claro, podem não ser apenas coincidências. Alguns já a criticam por achar que se trata de uma cópia-liquidificador de “Lost” com “X-men”. No entanto, mesmo considerando que a série se apropria dos elementos que atualmente arremessam seriados ao sucesso absoluto, isso não faz dela automaticamente uma obra ruim. “Lost”, como já discuti aqui mesmo no blog seteventos.org, também se apropriou de idéias anteriormente existentes. O segredo do sucesso da série está na forma como clichês e idéias pré-existentes foram transformadas e tratadas na construção do argumento e, em um do mais claros processos de antropofagia cultural na história da televisão americana, reverterem em uma obra com sua própria identidade. É cedo – apenas um episódio até o momento – para dizer que “Heroes” faz o mesmo, mas a impressão que fica é que os produtores vão trabalhar de maneira semelhante.
A estréia é apenas no dia 11 de setembro – opa, a data de lançamento é bem emblemática para uma série com esse nome, não? -, mas o episódio já vazou para a internet. E o primeiro capítulo é bastante promissor – fiquei animadíssimo para ver a sequência. Prefiro não revelar muito – como costumo fazer com minhas resenhas de filmes e até mesmo porque não há muito o que revelar sobre o capítulo: o piloto apenas apresenta o maior número de personagens possível e revela algumas das capacidade de cada um e um breve painel de seus dramas pessoais, bem como apresenta rapidamente um misterioso senhor que está tentando reunir informações sobre todos eles para propósitos não-altruístas e o seu oponente, o professor Xavier – ops! -, digo, o professor indiano. A abertura do capítulo – fenomenal – é claramente inspirada em uma das cenas mais famosas do mediano “Cidade do Anjos”, e repete-se com um climax absurdamente surpreendente no final do episódio. Com relação aos personagens, mesmo à primeira vista e sem a apresentação de todos os integrantes da estória, posso afirmar que, para uma primeira parte, eles cativaram bastante e os diversos mistérios que rondam a capacidade extraordinária de cada personagem, bem como o misterioso destino que eles juntos enfrentarão, consegue desperta a curiosidade do público. Entre os personagens, cuja extensão da capacidade mutante de alguns ainda não foi bem esclarecida, temos mais uma semelhança à moda “Lost”: assim como o Hurley daquela ilha perdida no oceano, o japonês que tem a capacidade de manipular o tempo e o espaço é a fonte de humor dos episódios – estranho como todo oriental aos olhos do ocidente, o cara é otaku e aficionado por quadrinhos. É ele, inclusive, que fica responsável pela citação, sem qualquer constrangimento, da fonte de inspiração maior do seriado, quando ele lembra em uma sequência um acontecimento relacionado à Kitty Pride, citando, inclusive, o número da edição de “X-Men” – número 143, para os que ficaram curiosos. Além do personagem que vai proporcionar a verve humorística dos episódios – se supõe, claro -, os outros também chamam a atenção: a líder de torcida dotada de invulnerabilidade não é apenas uma patricinha, ela tem lá seus dramas; a mãe solteira às voltas com um alter-ego violento no espelho é meio porra-louca; o pintor-vidente é um adicto algo masoquista, e os dois irmãos que se adoram mas não se entendem com facilidade, um enfermeiro altruísta e o outro um político supostamente egocêntrico, tem suas surpresas, particularmente no fim do episódio. O antagonista da trama deixou-me confuso, mas nada que dois ou três episódios não esclareçam. Caindo na mais desparatada superficialidade sobre os personagens, só o político, interpretado por Adrian Pasdar, tem seu charme para mim, até o momento – o irmão também não é de se jogar fora.
Obrigatória para qualquer um que ame seriados americanos, essa estréia é para ser acompanhada ansiosamente desde já, torcendo para que o seriado faça mesmo sucesso e ganhe fôlego para vencer o fantasma da primeira temporada. Se depender somente da dedicação da bárbara equipe do Lost Brasil, o sucesso já está garantido – à maneira do mega portal brasileiro sobre o seriado da ABC, “Heroes” também já tem espaço prometido na comunidade brasileira da internet. Então, agendem seus downloads e vamos preparar as dicussões.
E como seteventos.org é assumidamente a favor da divulgação de tudo o que tem qualidade na indústria cultural, aproveite o link abaixo e pegue já o badalado primeiro episódio de “Heroes”, no formato RMVB e já com legendas em português – eu amo a internet!

http://up-file.com/download/0bf811858393/Heroes.100.DVDSCR.rmvb.html

OBSERVAÇÕES:
Como baixar do UP-FILE:
a) procure, mais ou menos no meio da página, logo abaixo do logo do Firefox com Google Toolbar, três pequenos links azuis que parecem apenas propaganda. O último deles é o link que ativa a contagem regressiva. Clique nele;
b) após a contagem regressiva, que surge logo abaixo do mesmo logo do Mozilla Firefox, clique no texto “Click here to start download..”
c) salve o arquivo

OU simplesmente clique com o botão direito do mouse SOBRE ESTE LINK e selecione do menu “salvar destino/arquivo como..”

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Toni Collette & the Finish – “Beautiful Awkward Pictures” (dir. Nash Edgerton). [download: vídeo]

Toni Collette & the Finish - Beautiful Awkward PicturesDescobri esta manhã que Toni Collette vai lançar, junto uma banda chamada “The Finish”, um álbum. Não fazia idéia disso. Bem, já que tratei aqui de explicitar minha ignorância sobre o fato, me encarrego agora de ajudar a esclarecer ainda mais a situação para aqueles que, como eu, foram surpreendidos pela notícia. Apesar do álbum ainda não ter sido lançado, o vídeo do primeiro single, “Beautiful Awkward Pictures”, já foi feito, e a moça mesmo é que liberou o arquivo no “You Tube” – impressionante como em um espaço de apenas dez anos a internet transformou-se em um mídia poderosa, não?
O vídeo, inicialmente, tem aquele sabor “Yellow” de ser, e tanto a música quanto o curta foram criticados por alguns internautas em famosas comunidades de divulgação de vídeos na internet. Tudo bem: de fato a inspiração do vídeo é claramente “coldplayana”, digamos assim, mas não vi problema algum, ao contrário de todo mundo, em ela ficar parada, sem ação, diante do acontecido. E, uma vez que ambos somem no final do vídeo, imagino que tudo tenha sido meio que uma ilusão, ou então foram sobrepostos pela maré, o que deixa a estória do vídeo ainda mais intrigante e interessante. Eu, particularmente achei bem simpático, só me resta a dúvida sobre os dotes de Toni como cantora e compositora, dúvida esta que qualquer pessoa poderá solucionar tão logo o álbum vaze na net – eu já disse que a internet é mesmo uma mídia poderosa? 😉

Baixe o vídeo usando este link.

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Smashing Pumpkins – Adore. [download: mp3]

Smashing Pumpkins - AdoreA banda Smashing Pumpkins tem uma história de existência meio turbulenta e confusa, brigas internas levaram a banda a perder membros, que mais tarde retornarm depois de algum tempo. Tendo sido declarado o fim da banda depois do lançamento de Machina/The Machines of God. Neste ano foi declarado o retorno da banda, que grava neste momento um novo disco – resta saber quem é o Smashing Pumpkins agora, já que James Iha e D’arcy já declararam não estar interessados em fazer parte do retorno.
O início da queda da formação original da banda foi com o disco Adore, lançado em 1998. A mudança foi grande: com a demissão do baterista Jimmy Chamberlin na turnê que promoveu o disco Mellon Collie and the Infinite Sadness, a banda retornou como um trio, apresentando como membros apenas Billy Corgan, James Iha e D’arcy Wretzky. O álbum que este trio concebeu foi sutilmente influenciado pela eletrônica, porém ainda mais repleto de silêncios e soturnismos disolutos, algo que difere bastante da sonoridade primordialmente rock dos discos anteriores, onde as guitarras conduziam a melodia.
“To Sheila” abre o disco e dita as normas melódicas: quietude, placidez e beleza depressiva, atmosfera esta composta por alguns acordes de piano, riffs suavíssimos de guitarra e ainda mais discreta orquestração de cordas e harpas. As letras da música, que falam sobre como a paixão intensa por Sheila muda a realidade de seu amante, também seguem a tônica do disco, e são de um rebuscamento poético quase simbolista. Depois da refinamento sonoro da primeira faixa, a eletrônica mostra um pouco mais de seu influência no disco em “Ava Adore”, belíssima música em que a guitarras e a bateria – em boa parte sintetizada – surgem com presença mais marcante. Os vocais anasalados de Billy Corgan estão igualmente mais empostados em um formato mais rock nesta faixa, e as letras formam uma ode estranha à um amor de certa forma doentio e dependente. “Perfect” surge gostosamente ritmada, com bateria e eletrônica ritmada e esparsas guitarras de fundo; a letra, prossegue na temática do disco, sobre as reflexões de um homem ao declarar o fim de seu relacionamento afetivo. Em “Daphne Descends” temos uma eletrônica composta por ruídos chapados e camadas de instrumentos que confundem o ouvinte e compõem com exatidão a atmosfera das letras da canção, onde Daphne vê-se dominada por um amor contra o qual não consegue lutar. Com melodia brilhantemente emotiva, composta por violões e bateria melancólicos e sutis iluminuras eletrônicas – que constroem a sensação de distanciamento e perda -, “Once Upon a Time” seja talvez uma maneira de Corgan de exteriorizar o seu sofrimento pela perda de sua mãe, já que a letra fala justamente de um filho que já não consegue mais levar à frente a sua vida sem a presença daquela que o criou – a canção é uma das músicas mais lindas já gravadas pela banda. “Tear” é uma das canções mais emblemáticas deste álbum: sua música tem trabalhadíssima harmonia grandiloquente, que se dá ao luxo de ser pontuada por dois momentos de inquietante calma sonora, um deles logo após a abertura dramática, que é o tema que é extendido ao longo da canção. A letra, que trata do sentimento de desnorteamento diante da morte de alguém amado em uma fatalidade, é lírica ao extremo, digna de ser considerada um poema apócrifo do “Eu” de Augusto dos Anjos. E a tristeza, solidão e sofrimento prosseguem na letra de “Crestfallen”, que trata mais uma vez de uma relação afetiva turbulenta e apoiada na dependência mútua; sua melodia faz uso delicado de toda sua instrumentação, mas sua identidade é marcadamente sintetizada. “Appels + Oranjes” se utiliza do eletronismo sincopado que marca também a terceira faixa do álbum, e tem letras baseadas quase que totalmente em questionamentos reflexivos a vagos. “Pug” tem uma melodia desigual mais deliciosa, meio rock, meio eletrônica, com uso saboroso tanto de riffs de guitarra quanto de bateria eletrônica, assimo como acontece na esplêndida “Ava Adore”. As letras são forjadas no desejo intenso despertado por uma paixão devassante. Mais à frente temos, “Annie-Dog”, canção com melodia mais acústica, baseada quase que primordialmente em um piano de acordes graves e bateria econômica e com letra um pouco confusa, mas que novamente fala sobre o amor á uma mulher. “Shame”, “Behold! The Nightmare” e “Blank Page” por outro lado, utilizam-se de letras mais lineares – sendo que as duas últimas são um pouco mais elaboradas e poéticas -, compostas basicamente por versos de lamentação romântica. A melodia delas também investe em eletrônica e acústica simplificadas, onde tudo foi muito bem organizado para não escapar à atmosfera de melancolia romântico-saudosista das letras – “Blank Page” sendo a mais sorumbática e contemplativa das três. Porém, Adore guarda uma pequeno acalento para os que sentiram falta de composições que remetessem ao estilo que consagrou a banda: a suavidade cadenciada do piano, bateria e vocais em grande parte da melodia de “For Martha”, bem como o repentino soar seguro das guitarras, lembram muito algumas músicas do álbum anterior da banda, Mellon Collie and the Infinite Sadness.
Não há como entender porque um disco tão bem trabalhado não tenha feito sucesso entre os fãs do grupo, fracasso esse que, junto com as divergências internas, levou a banda a separar-se. A única resposta que imagino possível é a de que a maior parte dos fãs dos Smashing Pumpkins à época era feita não de fãs da banda propriamente dita, mas do rock guiado pelas guitarras do grupo. Desta forma, faz sentido que estes “fãs” tenham abandonado o Smashing Pumpkins em dretimemento de uma outra banda qualquer no estilo, tão logo tenham verificado a mudança de sua sonoridade. Isto é, no mínimo, uma tremenda limitação cultural desses fãs ocasionais da banda, uma vez que não possuem a maturidade e flexibilidade musical necessárias em sua personalidade para entender que todo artista vai apresentar mudanças em sua produção artística ao longo de sua carreira. Isto é inegável. Acorrentar-se à um único estilo é muito mais danoso aos que apreciam a arte do que àqueles que a produzem: o resultado disso, bem sabemos hoje, são pessoas que não tem qualquer tipo de conhecimento sobre o mundo exterior à seu micro-universo de preferências, sendo incapazes de compreendê-lo e avaliá-lo adequadamente. Os guetos musicais, culturais e comportamentais estão todos aí para nos demonstrar isso todo santo dia. Graças à tudo que é sagrado – não necessarriamente aquilo que é divino -, eu venci esta limitação tão logo a percebi insidiosamente querendo estar em minha personalidade. E “vive la différance!”

senha: seteventos.org

http://www.megaupload.com/?d=LIKV9K1Z

Para burlar o sistema de limite de download do Megaupload para o Brasi faça o seguinte:

no navegador Mozilla Firefox:
a) instale esta extensão para o firefox: http://addons.mozilla.org/firefox/59/
b) reinicie o neavegador
c) vá no menu “Ferramentas” > “User Agent Switcher” > “Options” > “Options” >, selecione “User Agents”, clique em “Add”
d) no campo “Description” digite (sem as aspas) “MEGAUPLOAD”
e) no campo “User Agent” coloque Mozilla/4.0 (compatible; MSIE 6.0; Windows NT 5.1; SV1; Alexa Toolbar)
f) dê “OK e “OK” novamente.
g) agora, quando quiser baixar algo do Megaupload, vá no menu “Ferramentas” > “User Agent Switcher” e escolha “Megaupload”. Depois disso você pode digitar o endereço do Megaupload para baixar o arquivo.

no navegador Windows Internet Explorer 7 (beta):
a) clique no menu “Iniciar”, “Executar” e digite (sem as aspas) “regedit”. Clique em OK
b) Navegue no menu lateral de pastas do editor de registro que você acaba de abrir usando o seguinte caminho:
HKEY_LOCAL_MACHINE>SOFTWARE>Microsoft>Windows>CurrentVersion>Internet Settings>User Agent>Post Platform
se você usa uma versão anterior do Internet Explorer, o caminho é o seguinte:
HKEY_LOCAL_MACHINE >SOFTWARE>Microsoft>Windows>CurrentVersion>Internet Settings>5.0>User Agent>Post Platform
c) clique com o botão direito do mouse sobre a coluna maior, à direita, e selecione o seguinte no menu do mouse que surgir: “Novo> Valor da sequência” e digite como nome do arquinho que surgir o seguinte: Alexa Toolbar
d) reinicie o navegador e agora acesso o enderelço desejado do Megaupload.

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Tori Amos – To Venus And Back. [download: mp3]

Tori Amos - To Venus And BackNo período das sessões de from the choirgirl hotel, disco soturno e intimista, e da turnê Plugged ’98, que teve enorme sucesso, Tori Amos resolveu colocar um fim na vida de solteira, casando-se com seu engenheiro de som, e conseguiu ter uma filha. Em uma artista cujo trabalho é altamente influenciado por acontecimentos de sua vida pessoal e de sua visão de mundo, isso não iria passar sem ter reflexos em sua música. Como a cantora americana entrou definitivamente em um período de tranquilidade e ausência de conflitos, esta calma e plenitude se refletiu na trabalho como um todo: os dramas pessoais, que antes envolviam cada disco tematicamente, agora cedem lugar a uma variação maior de temas mais universais e menos relativos tão somente à realidade de Tori.
O primeiro disco, entitulado “Venus: Orbiting”, traz músicas novas, enquanto o segundo disco, chamado “Venus: Still Orbiting”, traz as perfomances ao vivo mais esfuziantes da turnê de 1998. E é com “Bliss” (lançado como o primeiro single) que Tori Amos abre o disco de música inéditas. Com um piano bem menos retumbante e clássico, que disputa lugar na melodia em pé de igualdade com os outros instrumentos, também encontramos frugalidades eletrônicas que encorpam as cores opressivas de algumas canções do álbum, “Bliss” sendo uma delas. A letra, de dífícil compreensão literal até mesmo em inglês – uma das marcas da genialidade de Tori -, fala sobre como lutamos, muitas vezes sem sucesso, para superar as influências daqueles à quem descendemos – no caso específico da música, a figura paterna. “Juárez” amplia ainda mais a variedade temática do álbum, tratando do drama da exploração sexual, violência e assassinato de jovens mulheres na cidade mexican que dá nome a canção. A inspiração para a música surgiu quando Tori fez shows de sua turnê próximo à fronteira com o México. A melodia amplia a macabrez, medo e claustrofobia da letra ao aplicar um filtro no vocal da cantora, tornando-o mais sôfrego e perturbador. O piano, de um minimalismo excruciante, repete acordes curtos e breves durante toda a música, o que amplia muito mais o seu efeito do que se tivesse sido utilizada uma harmonia mais variada. A bateria e percussão são construídas em uma mistura de eletrônico e acústica, conferindo um ritmo fanstático à canção. A letra da belíssima “Concertina” fala de como, as vezes, podemos nos revelar diferentes de como normalmente somos, como se fossemos feitos de diferentes personalidades. A melodia investe em uma orquestração sintetizada de cordas e na mistura da acusticidade do piano com uma bateria de aroma eletrônico, fechando-a de maneira perfeita com o cantar extremamente doce de Tori na canção. “Glory of the 80s” é uma ode às cafonices da miscelânea cultural, bem como à ingenuidade que ainda sobrevivia na década de 1980. Figuras das mais exóticas e simbólicas habitam uma típica festa oitentista na letra da música. A melodia é sincopadamente pop, cheia de frugalidades eletrônicas que soam nostálgicas. Em seguida temos a beleza introvertida de “Lust”, cuja melodia é de uma espetacular sensualidade contida, mais uma vez misturando o som acústico do piano com uma bateria eletrônica extremamente minimalista – é nesta canção que sentimos mais a força do piano de Tori na música, fugindo da sonoridade mais contemporânea da cantora. A letra fala de como o amor nos transcende, misturando paixão e sexo, carne e espírito – é, no disco, o sinal mais claro da influência do casamento sobre o trabalho musical de Tori. Com melodia que segue o mesmo caminho trilhado na faixa anterior, apenas com o diferencial de construir uma sensualidade menos latente, mais sutil, “Suede” fala sobre o poder que as pessoas tem – particularmente as mulheres – ao construírem jogos de sedução. “Josephine”, uma das canções mais lindas já compostas por Tori, é de fazer chorar de emoção qualquer fã da bárbara compositora americana. A melodia da canção foi separada em dois canais: uma para a bateria – em delicado tom marcial – e outro para todo o restante. O resultado disso são duas versões para a mesma canção: a oficial, com a instrumentação completa, e outra sem a bateria – que mais tarde surgiu na internet como versão alternativa. Na canção, Tori explora sua voz com suavidade, deliciando o ouvinte com a beleza dos versos que falam sobre a primeira esposa de Napoleão Bonaparte – a música é explêndida, chegando a dar pena por ser tão curtinha. “Riot Poof” surpreende os fãs de Tori com sua sonoridade esquisita, que lembra um reggae eletronizado – e o mais próximo que consigo chegar de uma definição para melodia, cheia de eletronismos do teclado de Tori e nenhum Bösendorfer – para os leigos em Tori Amos, o piano retumbante da cantora. A letra preserva a esquesitice da melodia, sendo constituída por inspiradíssimos versos indecifráveis que falam sobre uma fictícia explosão da homossexualidade – especialmente a masculina – e o modo como os homens heterossexuais normalmente a recriminam. Mas nada no disco consegue ser tão experimentalista quanto a canção “Dátura”. A letra da música mistura uma lista enorme de nomes de plantas – Dátura sendo uma delas -, recitadas à esmo, com versos cantados em um tonalidade algo mântrica sobre Canaã. A melodia não é menos viajante, sendo dividida em dois momentos distintos, um onde vocais múltiplos de Tori se fundem à acordes cíclicos de piano e à bateria eletrônica e acústica compassadas, e outro, quase sem conexão melódica com o momento anterior, leva a melodia construída com sonoridades do teclado e bateria acústica para algo ainda mais transcendental, ampliando a encriptação de significados da canção. “Spring Haze” abandona as experimentações, voltando-se para uma construção melódica mais tradicional, e não por isso menos bela. O piano, assim como em “Lust”, ganha destaque novamente, tendo presença elevada na harmonia da canção, algo etérea e diáfana, como sugere o título. A letra fala exatamente disto, sobre como as coisas tendem a acontecer sem que percebamos que elas lentamente estão se formando e definindo nosso destino. E o primeiro disco fecha com a fantástica “1,000 oceans”, outra balada espetacular composta por Tori, com um piano arrepiantemente hiper-emocional. A compositora já explicou que a gestação da canção foi das mais difíceis, onde a melodia e certos trechos da letra surgiram em um sonho, pela madrugada, cantada por uma anciã africana. Ela levantou, gravou o que lembrava da música e ficou semanas tentando transforma-la em algo que não sabia ao certo o que era. A forma final da melodia e letras só surgiu quando seu marido, Mark Hawley, se sentiu profundamente ligado à canção, que de alguma forma amenizava o sofrimento pela perda recente de seu pai. E foi aí que Tori entendeu sobre o que era a música: a dor de perder alguém. É uma das canções mais acessíveis de Tori Amos, e certamente a música “mais fácil” do álbum de estúdio.
O segundo disco, “Venus: Still Orbiting”, composto de rendições ao vivo de canções de Tori na turnê do disco from the choirgirl hotel, inicia com um dos maiores clássicos da cantora, sempre presente nos seus shows: a poderosa “Precious Things”. E o Böse revela todo o seu poderio na gravação ao vivo, repleto de emotividade. A bateria, guitarra e baixos também estão perfeitos e acompanham com perfeição as loucuras improvisacionais de Tori nos vocais e nos acordes de piano. Em seguida temos “Cruel”, que é uma das faixas mais simbólicas da mudança de sonoridade na música de Tori Amos, iniciada em from the choirgirl hotel. Ao contrário da versão mais eletrônico-gótica feita em estúdio, “Cruel” ganhou dançante esplendor eletro-rock, particularmente na delirante sequência de improviso da performance ao vivo – e Tori improvisa como ninguém em seus shows. A terceira faixa leva o público ao delírio, pois é uma das canções mais adoradas de Tori, “Cornflake Girl”. E, como normalmente faz, é nesta faixa que Tori se mostra mais relaxada com o público, brincando desprentensiosamente com seus vocais. “Bells for Her” ganha, ao vivo, um piano mais sorumbático e pesado do que no álbum Under The Pink. “Girl”, por sua vez, preserva muito de sua identidade original, da forma como a conhecemos em Little Earthquakes, preservando a eletricidade dos acordes da guitarra e a presença inconfundível do piano. Na faixa seguinte, Tori toca um de seus esplendorosos B-sides, “Cooling”, explicando para o público, no seu típico informalismo, como ela “não quis” entrar em nenhum dos álbuns e preferiu sempre ser executada ao vivo. E é assim que ela mostra toda o seu apelo emocional, com voz e Bösendorfer tão somente. A próxima faixa capta o deslumbramento do público ao perceber, depois da introdução algo lúdica que Tori faz, que a canção executada seria a pequena mas sempre marcante “Mr. Zebra”. “Cloud on my Tongue” também é fiel à sua versão no disco, resumindo sua melodia aos belos acordes de piano. E mais um B-side revela toda a sua plenitude em uma versão ao vivo, retratada durante a passagem de som. “Sugar” ganha aqui uma sonoridade muito mais marcante do que a gravada em estúdio, com bateria e piano encorpados e inesquecívies vocais gritantes – amamos Tori mais ainda quando ela solta a voz com vontade. Depois desse delírio todo, ouvimos “Little Earthquakes” e “Space Dog”, ambas bastante parecidas com suas originais, ainda que adaptadas para execução ao vivo. A penúltima faixa é (The) Waitress, surgindo como uma perfomance “turbinada” da versão de estúdio, intercalando, à imagem daquela, momentos de calma com sequências de absoluta ira rock. É nesta faixa que Tori dá vazão total à sua habilidade improvisacional, construindo uma sequência final espetaculosa, explosiva e orgásmica – sim, ou aquele delírio vocal no final não é praticamente um orgasmo? Fechando este fantástico registro ao vivo, temos o último B-side gravado na passagem de som, “Purple People” (Christmas in Space). O que impressiona neste registro ao vivo da música é a forma como, mesmo preservando a maior parte da estrutura da música gravada em estúdio, Tori consegue conceber uma versão ainda mais plena de emoção e sensibilidade. Mais uma vez, o disco é fechado de maneira genial.
to venus and back foi o último trabalho de Tori com composições inéditas de sua autoria na gravadora Atlantic Records. E foi um presente e tanto de Tori para os seus fãs. Na sua primeira parte tivemos o ampliamento da pesquisa melódica iniciada em from the choirgirl hotel, e que foi aprofundada ainda mais em to venus and back: Orbiting. Aqui, o piano volta a emparelhar sua sonoridade com os outros instrumentos, sendo que até mesmo os vocais, algumas vezes distorcidos, cedem lugar para experimentalismos com frugalidades eletrônicas, criando uma atmosfera algo opressiva em algumas canções e compassivo-melancólica em outras. As letras da canções são tão audaciosas quanto a melodia que as completa, fazendo deste disco um dos mais liricamente complexos da cantora americana. A segunda parte do trabalho, por sua vez, faz o registro definitivo da energia da performance ao vivo desta esplêndida artista que, percebe-se, sente-se mesmo realizada neste momento de contato tão íntimo e emocional com aqueles que a idolatram. É uma obra fenomenalmente completa e imperdível. Baixe já o álbum duplo através dos links abaixo.

senha: seteventos.org

Disco 1: Venus: Orbiting
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http://rapidshare.de/files/29924919/tvab_venus_orbiting_02.zip.html
http://rapidshare.de/files/29927288/tvab_venus_orbiting_03.zip.html

Disco 2: Venus: Still Orbiting
http://rapidshare.de/files/29931050/tvab_venus_still_orbiting_01.zip.html
http://rapidshare.de/files/29932884/tvab_venus_still_orbiting_02.zip.html
http://rapidshare.de/files/29934686/tvab_venus_still_orbiting_03.zip.html
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“Chocolate”, de Lasse Hallström.

ChocolatEm um pequeno vilarejo da Espanha, onde a vida é ditada pelo prefeito carola, uma mulher, mãe solteira e nômade assumida, chega na cidade para montar sua “chocolateria” e choca a sizuda população com seu estilo de vida despreocupado e inconsequente. Porém, a medida que a população se rende aos encantos dos chocolate e à simpatia de quem os produz, todos começam a questionar suas vidas e começam a modificá-las.
“Chocolate”, de Lasse Hallström tinha razões suficientes para ser um bom filme: Um elenco de bons atores, com estrelas européias e norte-americanas, um diretor reconhecidamente adorado pela crítica e um estúdio e distribuidora que usufurem de muito prestígio na atualidade, desde a indicação de “O Paciente Inglês” para o Oscar. O problema é que “Chocolate” não é um bom filme.
Começando pelos aspectos menos problemáticos, o elenco até está bem, mas nenhum dos papéis é bom o suficiente para merecer qualquer destaque: até uma atriz excelente, como Juliette Binoche, não chama a atenção do público com sua atuação, já que um personagem como o seu não exige muito esforço do ator. A fotografia do filme dá para o gasto, e a cenografia faz o seu papel. Mas o maior problema é mesmo a estória de “Chocolate”. O roteiro, como vocês podem conferir na sinopse acima, tem uma estorinha tão prevísível, tão batida e repleta de clichês que qualquer expectador de cinema mais experiente já sabe o que vai acontecer no filme inteiro. Não bastasse isso, esse mesmo espectador via ficar com um gosto nada doce na boca, já que é impossível evitar uma certa sensação de dèja vú com o argumento do filme de Hallström, por demais semelhante à um clássico do cinema de arte europeu, “A Festa de Babette” e mesmo com o recente “Como água para chocolate”. E, além de tudo isso, “Chocolate” ainda carece de franqueza: porque tentar fazer o filme passar por um filme de arte, quando todo mundo percebe que um longa metragem cheio de estrelas e astros do cinema, bancado por um estúdio americano que de uma hora para a outra viu-se endinheirado, jamais seria um filme de arte ou mesmo uma produção “independente”? A razão, na verdade, é bem óbvia: porque o engodo tem efeito. A maioria massiva do público termina de ver o filme jurando que, agora, também aprecia cinema de arte – tenha santa paciência. Contudo, àqueles que tem uma maior percepção artística não vão deixar de notar um outro grande problema: o filme inteiro deixa patente uma produção apressada e descuidada. A cenografia não convence direito, soando tão falsa como numa produção novelesca da TV, e o descuido chega em níveis tão absurdos que, se você prestar atenção na parte superior da tela, vai descobrir uma participação especial no filme, não creditada entre os nomes do elenco: o microfone suspenso. É de cair o queixo a maneira como o dito instrumento faz um verdadeiro baile na tela, totalmente à vontade e com uma naturalidade ainda maior do que muitos dos atores em seus papéis. Isso é o sinal cabal de que o longa-metragem foi feito sem qualquer apuro e com enorme falta de cuidado e atenção. A impressão que fica é de que o diretor Lasse Hallström fez o seu filme em meio à outras atividades que julgava mais importantes no momento, enquanto tomava café, via TV ou conversava no telefone celular, concluindo-o de maneira absorta, como o faz um colegial qualquer com um trabalho escolar. No final, a verdade é uma só: todos queriam apenas fazer um falso filme de arte que enganasse o bastante apenas para angariar um bom dinheiro e algumas premiações. E isso, definitivamente, não é fácil de engolir, como o seria um chocolate.

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Elton John – “I want love” (dir. Sam Taylor-Wood). [download: vídeo]

Elton John - I want loveEste é um clipe estranho: um vídeo difícil de encontrar na internet – o que me levou à uma verdadeira peregrinação até chegar ao MSN e descobrir como baixá-lo de lá -, de produção enxutíssima, de um artista como Elton John, pelo qual já nutri algum gosto, mas que perdeu qualquer interesse para mim desde que começou a requentar músicas em funerais, com uma música que não é nada de mais…nada disso deveria chamar a minha atenção. Mas o charme aqui tem uma só fonte: a participação algo supreendente do ator americano Robert Downey Jr. E o mérito é todinho dele: de maneira despretensiosa, com um cantar algo murmurante, o ator vagueia por uma mansão incomodamente vazia e iluminada pela luz do sol, dublando a voz de Elton John em uma única tomada, sem cortes. Mesmo não sendo exatamente bonito, o rapaz – bem, ele já não é mais um rapazinho – é muito charmoso e, além disso, conta a seu favor o fato de ser um cara totalmente fora do padrão certinho e super-família dos astros americanos: ele já foi preso por uso de drogas e ainda foi confirmado como tendo distúrbio bipolar e ser maníaco-depressivo. E depois de anos de encrencas e um bom tempo na prisão, o cara ainda consegue angariar a simpatia do público, mesmo em um clipe simples e dublando uma música de Elton John! – isso é mais do que suficiente para mostrar que o rapaz tem grande carisma mesmo. Baixe já o vídeo pelo link abaixo.

http://rapidshare.de/files/29918493/I_Want_Love.wmv.html

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