Skip to content

seteventos Posts

“Sauna”, de Antti-Jussi Annila. [download: filme]

Sauna, de Antti-Jussi Annila

Eerik e Knut são irmãos e fazem parte de uma das duas comissões estabelecidas para definir as fronteiras pós-guerra entre Rússia e Finlândia em 1595. Apesar de todos os crimes que carregam do conflito, é um ato aparentemente sem consequências graves que começa a cobrir as suas vidas de um horror inimaginável.
Sendo apenas seu segundo filme lançado até o momento, “Sauna” é um espetáculo cinematógrafico primoroso e apurado do diretor finlandês Antti-Jussi Annila que desde sua cena introdutória intriga e arrebata pela imensa qualidade do conjunto composto pelo diretor e toda sua equipe. Do modo mais imediato, nota-se prontamente a sublime excelência dos componentes técnicos do longa-metragem, mas ao longo do filme percebe-se que aqui, ao contrário do que acontece em muitos longa-metragens de terror, a estética não é um artifício meramente gratuito ou explorado como um clichê ordinário, mas sim uma ferramenta de apoio inteligentemente utilizada pelo diretor para potencializar a trama de “Sauna”: a ambientação e cenografia irretocáveis, a trilha sonora formidável, os enquadramentos estudados e cuidadosos e a fotografia espetacular são todos utilizados em conjunto não apenas para construir e reforçar a atmosfera enigmática e sombria, mas para delinear esplendidamente os contornos da personificação do mal onipresente da trama. Exemplo disso é a espetacular caracterização da sauna que dá título ao filme como um casebre funesto e horripilante que levanta-se sobre um espelho d’água espectral dentro dos domínios do pântano.
E, por falar na história, é justamente o roteiro de Iiro Küttner que torna este um daqueles poucos filmes de horror que vão muito além da construção de um clima e de um argumento amedrontadores. A trama arquitetada por Iiro, que versa sobre um horror desconhecido e incompreensível que vai aos poucos perseguindo e cercando um grupo de homens em um ambiente soturno e desolado, parece à primeira instância pouco clara, pontuada que é por eventos e elementos extremamente bizarros que parecem não receber qualquer explicação, mesmo uma sobrenatural. Contudo, é somente depois de finalizado o longa e tendo analisado atentamente alguns elementos e falas que passam quase despercebidas durante o filme que se compreende que há uma ambiguidade complexa que acaba por dar margem à mais de uma interpretação possível para a natureza de sua história, a mais brilhante e mirabolante delas sendo uma alegoria das mais impactantes que tem como resultado um estudo magistral sobre culpa e punição que mesmo boa parte dos filmes de drama não costumam tratar com tamanha competência.
É claro que essa fuga do lugar-comum do gênero, por conta da história que não se permite decifrar pronta e completamente e pelo diretor não se entregar à violência gratuita, além do fato da produção não pertencer ao circuito mais tradicional do terror – o longa é fruto de esforços conjuntos entre a Finlândia e a República Tcheca -, acabou por relegar o filme ao conhecimento de bem poucos espectadores, e isso até mesmo entre os que tem o terror e suspense como suas preferências. Porém, é justamente este conjunto de características que tornam esta uma produção tão singular: seu objetivo está muito longe de simplesmente dar sustos e horrorizar com closes detalhados em tomadas de violência explícita. Annila sabe que pode bem mais do que isso, e igualmente pode o público – por esse motivo o diretor decidiu não menosprezar a inteligência da platéia e lhe entregar algo bem mais ambicioso, profundo e efetivo, resgatando, mesmo que apenas por pela breve duração de seu filme, a inegável superioridade dos longas de horror mais psicológico, gênero tão esquecido e relevado pelas platéias já há muito tempo em detrimento de espetáculos cada vez mais pueris de carnificina vulgar que só fazem manchar a reputação e dar munição àqueles que o consideram um gênero menor do cinema – ainda bem que sempre teremos diretores como Antti-Jussi Annila para provar com suas obras impressionantes o quanto isto não é verdade.

legendas (português):
http://legendas.tv/info.php?d=36df496eefb9c3e9592a834141d3cc8b&c=1

rapidshare.com/files/275473340/Sauna.2008.DVDRip.XviD-DOMiNO.part1.rar
rapidshare.com/files/275472131/Sauna.2008.DVDRip.XviD-DOMiNO.part2.rar
rapidshare.com/files/275478383/Sauna.2008.DVDRip.XviD-DOMiNO.part3.rar
rapidshare.com/files/275481442/Sauna.2008.DVDRip.XviD-DOMiNO.part4.rar

Escreva um comentário

“Cisne Negro”, de Darren Aronofsky. [download: filme]

Black Swan, de Darren Aronofsky

Nina, bailarina de famosa companhia de New York luta para encontrar a interpretação perfeita de dois dos mais famosos personagens do mundo do ballet enquanto, ao mesmo tempo, é aterrorizada por situações estranhas. Darren Aronofsky é um cineasta que costuma ter idéias promissoras e muito bem realizadas, porém, em algum ponto de sua execução o diretor americano acaba sempre cometendo equívocos que atrapalham o conjunto final do longa-metragem e frustrando, portanto, as expectativas do público. Foi assim com praticamente todos os seus filmes anteriores, sem dúvidas sendo o pior caso o de “A Fonte da Vida” – praticamente uma hecatombe. Todo o entusiasmo gerado por “Cisne Negro” me fez pensar que finalmente ele tinha encontrado a medida. Infelizmente, a tradição se manteve mais uma vez.
“Cisne Negro” é, como já poderia se prever, mais um filme de impecável realização na filmografia do diretor. Mas isso não é de causar surpresa alguma, já que Aronofsky é conhecidamente um daqueles cineastas que conseguem achar o tom certo para tramas de naturezas diversas que decidem abordar, o que se configura na principal contribuição para que seus filmes sustentem um clima sólido durante toda a sua duração e para lhe conferir a ótima reputação que detém estréia após estréia – reputação um tanto quanto exagerada, já que beira o hype que cerca David Fincher, por exemplo, mas na maior parte é justificável a celeuma em torno de Darren já que isso se deve à sua competência ao lidar com as diferentes camadas de uma produção cinematográfica, técnicas e artísticas, e conceber um todo mais coeso e coerente. Com o apoio da interpretação em grande parte física e gestual de Natalie Portman, a sedutora composição de Mila Kunis, a presença sempre magnética do francês Vincent Cassel, além da fotografia e cenografia frias e depressivas e da trilha sonora climática, o diretor consegue encenar com considerável precisão o avançar de um surto psicótico e paranóico em uma mulher de personalidade reprimida e fragilizada sem que ninguém, à exceção de seu ente mais próximo, se dê conta disso – algo, diga-se, bem comum de se ocorrer. Sob esse ponto de vista, o diretor obteve sucesso e atingiu plenamente seu objetivo.
Há, porém, dois pontos que mudam consideravelmente esta avaliação, ambos da ordem da promoção e também concepção do longa-metragem que acabam, em consequência, problematizando a trama por trair prováveis expecativas do espectador. O primeiro está relacionado ao gênero ao qual o filme foi enquadrado inicialmente, o terror. Aronofsky se utiliza de alguns artifícios do cinema de horror, mas eles não apenas não são suficientes para caracterizá-lo como pertencente ao gênero como são, a meu ver, um tanto desnecessários e desconcertados. Segundo, e em parte relacionado ao primeiro, o diretor de “Cisne Negro” parece ter considerado por algum tempo durante a produção do longa-metragem sustentar nele um caráter de mistério – e “Cisne Negro” até chegou a ser promovido com tais pretensões -, o que daria sustentação à utilização das poucas e frágeis sequências de horror, mas em cerca de 20 minutos de sessão do filme já não há, intencionalmente, qualquer segredo sobre a natureza dos estranhos eventos da trama e o público já se dá conta de que qualquer perturbação experimentada pela protagonista é fruto de seu crescente estado de desequilíbrio, o que torna o filme não mais do que o retrato do gradual avançar de um surto de ordem psicótica e a platéia, portanto, a sua testemunha silenciosa. Isso de modo algum faz deste um filme ruim, mas a meu ver o longa deixaria de ser apenas um bom filme e poderia se revelar uma experiência muito mais impactante se de fato a dúvida fosse seu elemento chave e toda a subversão comportamental perpretada por Nina não ficasse quase completamente no plano do delírio. Claro que por ser fruto de expectativa, isso não é inteiramente culpa de Aronofsky. Contudo, se desta forma considerado, o filme, que ainda assim não deixa de ser um êxito, o é sobre o alicerce de falsas ousadias escondidas sob um manto de ortodoxia dissimulada – bastava somente suprimir e inserir alguns elementos aqui e ali e o ballet mórbido de “Cisne Negro” seria convertido de um grasnido breve e tímido para um canto que ecoaria bem mais triunfante, trágico e perene.

OBS: legenda embutida em português

http://fileserve.com/file/GZ4v8cV/CisneNegroLeg.rmvb

1 Comentário

Joan As Police Woman – The Deep Field. [download: mp3]

No seu terceiro disco de material inédito, Joan Wasser, mais conhecida pelo codinome Joan As Police Woman, operou uma transformação em seu estilo musical difícil de definir com exatidão – não é algo radical, mas também não é suficientemente sutil para se poder dizer que suas composições continuam as mesmas. Talvez seja mais fácil dizer o que este álbum não é: The Deep Field não possui o lirismo cristalino de Real Life, nem a luminosidade aveludada de To Survive. Em sua nova empreitada sonora, a cantora americana resolveu tornar as coisas mais complexas, menos óbvias. Por esse motivo, suas composições agora soam mais livres, em alguns casos até enveredando na improvisação, que é o caso de “Flash”, cuja ambiência de percussão e vocais sutis e reverberações melódicas persiste por quase 8 minutos em um transe sonoro praticamente imutável, que insiste em resistir à evoluções previsíveis de sua harmonia. “Human Condition”, apesar de menos ambiciosa melodicamente, também evita promover modificações na delicadeza soul de seus vocais sutilíssimos e na melodia aquecida por um confortável calor. Igualmente alinhada com a atmosfera mais discreta destas músicas está a contemplação reflexiva da triste “Forever and a Year”, de vocal magoado e compasso sofrido em um lamento de dilacerar a alma lentamente.
Mas se algumas faixas são experimentais pelo seu ambient mood, outras o são por uma maior profusão instrumental, onde se encaixa “Nervous”, faixa de abertura com a cadência malemolente da guitarra, bateria e baixo, mas que ganha feições mais maciças quando o ouvinte é inadvertidamente encoberto na sua sequência final por uma lava de riffs de guitarra, tão rascantemente sensuais que tomam os ouvidos e comandam ao corpo dançantes ondas de lascividade. Mais à frente no disco, “Run For Love” também se adequa à essa feição, já que a levada sexy da bateria, os acordes cálidos do teclado e a guitarra àspera vão ganhando maior amplitude e interferência, além da adição de ruídos e vocais adicionais que “sujam” a melodia até formar uma massa sonora hipnótica.
As composições que são o legado sonoro do soul mais clássico, porém, não perderam o seu espaço: tanto o single “The Magic”, com gingado suavemente efusivo e dançante do conjunto bateria, guitarra e teclado, quanto as mezzo-baladas “Chemmie” de guitarra, bateria e orgão sinuosos e insinuantes, e “The Action Man”, com a voz ao mesmo tempo frágil e determinada de Joan sobre órgão, backing vocals e o tempero de alguns metais tão característicos do estilo, defendem no novo álbum aquilo que a artista vem fazendo tão bem desde a sua estréia: capturar o melhor do soul do passado filtrado pela sua personalidade musical alimentada por influências rock contemporâneas. Como resultado desta combinação de estilos, preferências e referências, temos um disco sofisticado e elegante que não se atém a definição de fronteiras e estilos, mas de ser o retrato de um momento musical ideal de uma artista pouco conhecida, mas que está indubtavelmente entre as mais talentosas de sua geração.

senha: seteventos

http://ifile.it/9foh8tk/police_-_field.zip

Escreva um comentário

“Como Terminei Este Verão” (dir. Aleksei Popogrebsky). [download: filme]

Kak ya provyol etim letom, de Aleksei Popogrebsky

Sergei e Pavel são dois metereologistas que trabalham em um ponto isolado do ártico russo cumprindo tarefas frequentes. Um evento inesperado, porém, vai alterar toda a rotina e a relação entre ambos.
Mais recente filme de um diretor de filmografia pouco extensa, “Como Terminei Este Verão” foi ganhador do Urso de Prata de excepcional contribuição artística e de melhor ator, prêmio este dividido entre os dois únicos intérpretes do filme, Grigoriy Dobrygin e Sergei Puskepalis. Filmado com extremo afinco e detentor de uma direção de fotografia irreprimível, é bastante justa a premiação pela beleza plástica e esmero técnico da produção – há, inclusive, planos abertos que remetem ao enigmático fulgor de pinturas impressionistas. O mesmo, porém, já não pode ser dito da dupla premiação dada aos atores: embora os dois russos tenham desempenho convincente e bastante competente, não acho que este seja um filme que justifique tal premiação – e isso, na verdade, nem se deve aos atores, mas ao argumento do filme. Escrito pelo diretor, “Como Terminei Este Verão” se resume às rotinas de trabalho de Sergei e Pavel que, a certo ponto, são alteradas por uma tragédia relacionada ao primeiro, fato este que adiciona uma tensão intermitente a relação já fria e distante entre ambos. Argumentos áridos como este já resultaram em filmes dos mais consagrados do cinema russo, onde a direção encontrou modos de converter a natureza pacata e estanque da trama em seu maior elemento de interesse, transformando tais elementos em aprofundamento da dimensão humana e amplificando os sentimentos dos personagens de modo indireto. O diretor Aleksei Popogrebsky se propõe a a fazê-lo, mas a impressão que se tem é que o cineasta não estava tão certo se realmente era este seu objetivo, já que o filme permanece o tempo todo reticente no tom da narrativa, nunca decidindo entre esta abordagem mais introspectiva e a rítmica e despojamento do cinema comercial mais contemporâneo. Toda essa hesitação só acaba por acentuar o considerável vazio argumentativo, algo que já é intensificado pelo desnecessário prolongamento da história, que tem quase duas horas de duração. É só depois do “turning point” da trama, que o diretor consegue adicionar uma dose de relevância ao seu longa-metragem ao mostrar que o destino dos protagonistas poderia bem ser outro tivessem eles desmanchado a mútua falta de comunicação e aspereza na relação entre ambos, algo que ensaia acontecer, mas não ocorre devido aos receios de um e pela introversão de outro. A esta altura, porém, não é mais possível conquistar suficientemente a atenção do espectador: ironicamente, a consideração deste pelo longa-metragem já encontra-se tão fria quanto a desolada paisagem do filme russo – meia-hora a menos de duração e o diretor e seus protagonistas terminariam este verão bem mais aquecidos.

furk.net/df/e3095d675f85cfa9

legenda (português):
http://legendas.tv/info.php?d=43870aacea3158d35c91591a2663d716&c=1

Escreva um comentário

“Os Amores Imaginários”, de Xavier Dolan. [download: filme]

Les Amours Imaginaires - Heartbeats, de Xavier Dolan

Francis e Marie, dois amigos que moram em Montreal, se encantam por Nicolas, jovem que surge no círculo de amizades de ambos, e pouco a pouco o encantamento cria uma silenciosa erosão na relação de ambos.
O que impressiona de imediato neste segundo longa-metragem de Xavier Dolan é que com apenas 21 anos o jovem canadense já tenha definido uma estética firme, sólida e apurada como poucos cineastas. Ao co-produzir e encarregar-se da direção, roteiro, concepção de figurino, cenografia e edição da película, Dolan manteve absoluto controle sobre componentes essenciais para elaborar sem interferências a atmosfera repleta de elegância, charme e uma doce e delicada nostalgia que encobre o filme do início ao fim. A despeito de fascinar, porém, a beleza plástica engendrada pelo diretor tem seus reveses: como todo cineasta em início de carreira que tenta se impor, Dolan peca pelo excesso ao tingir constantemente seu filme nas matizes e texturas de seu olhar embebido em beleza. O uso ostensivo de câmera lenta combinado à uma trilha sonora composta por peças eruditas e canções indie e pop nostálgicas e contemporâneas que amplificam o efeito da imagem tornam, a certa altura, a estética previsível, quando não esvazia-a de sentido, mesmo tendo o cineasta justificado o efeito superficializante de sua estética como reflexo deste mesmo estado das emoções de seus personagens. Porém, os reveses do visual do filme, mesmo intoxicado pela própria beleza, não se constituem no seu maior problema, mas sim o seu conteúdo.
Com a atonicidade da dinâmica de sua história, parece evidente que com seu “Os Amores Imaginários” Dolan presta uma homenagem à uma faceta da Nouvelle Vague, impressão esta reforçada pela estética do filme. Retratos da rotina nada extraordinária de romances, incluindo triângulos amorosos, eram uma das temáticas caras ao movimento do cinema francês, porém, nos clássicos do gênero o seu grande diferencial não eram comumente os acontecimentos da trama, mas seus agentes: os personagens. E esta é exatamente a fraqueza de Dolan: ao invés de uma pessoa repleta de magnetismo, fascinante e sedutora, alguém que poderia despertar paixões inconsequentes a ponto de atribular amizades até então inabaláveis, o jovem que coloca silenciosa e traiçoeiramente os amigos Francis e Marie como adversários que disputam a sua atenção é o exato oposto disso: uma figura sem encanto, opaca e até um tanto infantil – nem é preciso dizer que assim, boa parte da razão de ser do filme deixa de existir. Mas também os protagonistas da trama falham em despertar o completo interesse pelo longa: há uma certa artificialidade presente nos dois personagens que não permite à platéia que desenvolva o necessário nível de empatia para que a trama ganhe importância.
Ironicamente, porém, são os interlúdios reflexivos que pontuam por três vezes a trama – sequências em que amigos dos protagonistas trocam experiências e impressões sobre relações afetivas, em tom informal e semi-documental – que acabam trazendo mais sagacidade e sensibilidade à “Os Amores Imaginários”. É da boca destes jovens homens e mulheres que surgem os comentários mais realistas e precisos sobre as dificuldades amorosas. E, como se isso não fosse o bastante para eclipsar os protagonistas, é entre estes personagens absolutamente periféricos que encontra-se a jovem stalker de lisos cabelos escuros e óculos de resina que se constitui na mais divertida e espontânea das figuras do filme, e talvez não por um acaso, o abre: ao contrário da trama dos protagonistas, seus comentários e observações cheios de ironia e auto-depreciação elegantes captam completamente a atenção do espectador ao ponto de você quase esquecer que este não é o foco principal do longa canadense, o que é realmente uma pena – tivesse o filme se centrado na presença cheia de graça e inteligência destes personagens ocasionais da trama, as atribulações e acidentes afetivos não pareceriam tão pueris quanto o fazem parecer a trinca de protagonistas. Do jeito que está, a credibilidade dos dramas dos amores de Xavier Dolan não vai mesmo além de sua imaginação.

legenda (português):
legendas.tv/info.php?d=8d338c0ebee73fdf25a09231305bbe93&c=1

hotfile.com/dl/80111438/f75a4d1/Heart_beats.part1.rar.html
hotfile.com/dl/80111973/fadda0a/Heart_beats.part2.rar.html
hotfile.com/dl/80112923/0d87ad1/Heart_beats.part3.rar.html
hotfile.com/dl/80111364/92cc728/Heart_beats.part4.rar.html

1 Comentário

Melissa Auf der Maur – Out Of Our Minds (+ 3 faixas bônus). [download: mp3]

Melissa Auf der Maur - Out of Our Minds

O novo e tão adiado álbum de Melissa Auf der Maur, lançado no primeiro trimestre deste ano, é o contraponto musical às duas outras partes do projeto Out Of Our Minds (ou apenas “OOOM”): um curta-metragem de 30 minutos e uma graphich novel completam o trabalho concebido pela artista que mistura fantasia, vikings e viagens no tempo. Parece um tanto descabido, não? Pois bem, devo confessar que desde a verdadeira overdose de álbuns conceituais lançados por Tori Amos nesta década, alguns deles excelentes, outros apresentando-se um tanto confusos e forçados, acabo preferindo a simplicidade objetiva dos discos que se contentam tão somente em ser um apanhado de músicas bem trabalhadas e embaladas em um visual caprichado. E como aconteceu com alguns destes últimos discos de Tori Amos, a faceta conceitual de Out Of Our Minds, em si, não apenas é difícil de se apreender como na verdade não representa ganho algum às canções, e assim sendo, penso que o melhor é avaliar o disco pelo seu caráter musical apenas, descartando qualquer conexão ou relação necessária com o conceito criado por Melissa.
Avaliado sob esta abordagem, Out Of Our Minds mostra-se um belo trabalho, com uma atmosfera mais estudada do que a do álbum de estréia: aqui, a cantora e compositora canadense mostra que não tem qualquer preocupação em sustentar o tempo todo uma sonoridade pretensamente rockeira, preferindo seguir seu instinto. Faz sentido: cartilhas são para iniciantes ou os que não tem confiança e segurança suficiente. E é assim que a cantora abre o disco com “The Hunt”, uma faixa instrumental em que bateria, baixo, guitarra e o eventual aporte dramático de um piano sucedem-se sobre o pulso do baixo marcado pela batida do coração até serem suplantados por vocalizações da artista, que fecham a canção com o suspense de uma caçada, como sugere o título. A faixa que dá nome ao álbum vem em seguida, guiada pela frequência irresistível dos acordes de guitarra e uma bateria de toques equilibrados, tem no verso “If you’re listening/You’re a dreamer/So come in/Come sit by my fire” o convite irrecusável para o ouvinte acompanhar a cantora canadense em seu tão aguardado lançamento. “Isis Speaks”, com letras que retratam o delírio da cantora com uma figura feminina, chega com riffs cristalinos de guitarra, em uma melodia em que bateria, baixo e vocais relacionam-se de modo mais homogêneo. Entra “Lead Horse”, uma faixa instrumental algo monotonal, mas que faz uma boa transição para o segundo grupo de canções do álbum, entre elas “22 Below”, que apoiada por acordes taciturnos de guitarra, canta uma condenação à mesquinharia humana com vocal melancólico e por volta de sua metade é revertida por um interlúdio de guitarra intenso que lança a canção ao ar e coloca-a num vôo melódico hamonioso que a encerra. Abandonando o clima da faixa anterior, em “Meet Me On The Dark Side” Melissa faz o público saborear um pouco de seu pop/rock, guiando seu baixo em uma cadência charmosa para fazer abertura para as notas maciças da guitarra, os vocais com coloração mais macia e temperar a melodia com um punhado de acordes de cravo que coroam a música com uma dose de elegância. “This Would Be Paradise” é a terceira e melhor faixa instrumental do disco, e traz como único elemento vocal o trecho de um discurso do reverendo canadense Tommy Douglas – que comenta epistolarmente a contradição entre o potencial intelectual do homem e sua enorme tendência a agir de modo estúpido – acompanhado por uma melodia que mistura a sonoridade sempre folk de uma autoharp à uma camada generosa de acordes de baixo e sintetizações, tudo evocando a imagem de uma paisagem que vai se revelando pouco à pouco destruída e arrasada. “Father’s Grave”, dueto com Gleen Danzig, é mais uma música de tonalidades depressivas e tristes, e não à toa, visto que, entre as notas graves da guitarra e baixo e o andamento pesado da bateria, o lamento de Melissa e seu convidado versa sobre uma garota que precisa de apoio para chegar ao túmulo de seu pai – é praticamente uma marcha fúnebre. Mas a tristeza não dura muito, pois “The Key” é outra canção com melodia pop/rock sólida, conduzida pelo pulso quente e firme da guitarra, do baixo e dos vocais e uma bateria que sabe se colocar no momento exato que a música pede. “The One”, penúltima faixa do disco, prossegue pelo mesmo ritmo, com um instrumental de guitarra, baixo, bateria e vocais que compõe um todo consistente, mesmo não fugindo muito da sonoridade de um single tradicional. Fechando Out Of Our Minds, em “1000 Years” Melissa Auf der Maur dedilha seu baixo com um gingado incrível, sutilmente sensual, acompanhado pela bateria e pela guitarra e banhado por um vocal irretocável, que flutua entre diferentes registros e impressões de sentimentos. Vocalizações esplêndidas, ao final da canção, remetem à atmosfera idílica da faixa instrumental que abre o disco, faixa que após alguns instantes de silêncio surge como hidden track, reinterpretada em uma tecitura erudita ao piano e encerrada pela cantora lançando a pergunta “is it better to be further away or close?” Bem, Melissa, depois de mais um bom disco, cheio de belos momentos, eu digo: close, Melissa! Very, very close!

senha: seteventos

ifile.it/7fsa4h2/auf_-_out.zip

Escreva um comentário

“A Passagem”, de Marc Forster. [download: filme]

Stay, de Marc Forster

Sam Foster, psiquiatra, assume o caso de um homem amargurado e transtornado depois que a encarregada do tratamento se afasta por questões pessoais. Inicialmente contrariado, Henry Letham, o paciente, logo mostra seu apego por Sam, que não muito depois começa a se sentir envolvido em eventos incomuns relacionados à Henry.
Filme imediatamente anterior à “Mais Estranho que a Ficção”, no longa-metragem “A Passagem”, o diretor Marc Forster traz novamente personagens que atravessam juntos uma trama pontuada por elementos que destoam do plano real – porém, diferentemente do filme seguinte, onde desde o início se tem a certeza sobre o que está ocorrendo, é a dúvida que envolve o espectador neste longa-metragem com roteiro escrito por David Benioff. O texto mergulha o psiquiatra de Ewan MacGregor pouco a pouco nos aparentes devaneios do paciente com tendências suicidas de Ryan Gosling, homem torturado pela culpa relativa à um acidente que pode ou não ser real tanto quanto os distúrbios que o psiquiatra começa a vivenciar, todos relacionados ao paciente e aqueles que são de suas relações. Dando apoio à estes componentes que contrariam a percepção da realidade, além do trabalho excepcional dos protagonistas Ewan McGregor e Ryan Gosling, que projetam a alma torturada e a certeza fragilizada de seus personagens, respectivamente, e da presença magnética de Naomi Watts, a fotografia com contraste forte e ostensivo uso de halos luminosos e a edição que funde a cenografia de uma cena à seguinte e amplia a desorientação narrativa materializam fenomenalmente a sensação de incerteza do médico, levando esta sensação também ao público, que se vê o tempo todo intrigado por micro-flashes repetitivos de um evento que pode ser ilusão ou lembrança, “déjà vus” misteriosos de acontecimentos aparentemente sem importância e episódios bizarros. A narrativa, assim, ao mesmo tempo que é linear, avança entrecortada por uma série de sequências, eventos e falas que negam a veracidade do que está sendo visto, interrompendo a compreensão da narrativa com um pulso contínuo de dúvida cujos elementos não necessariamente se interligam, o que torna difícil, durante a desenrolar da trama, materializar uma teoria suficientemente sólida que negue ou confirme a realidade do que se vê. É só na surpreendente e emocionante conclusão da história, após alguns instantes que o espectador leva pondo em ordem o que está ocorrendo, que é elucidada a dinâmica da trama e sua razão de ser, revelando que a narrativa obtusa e todo o exercício de estilo exposto na edição e fotografia que se vê durante todo o filme não é maneirismo gratuito, e sim um trabalho muito bem pensado que tenta “fotografar” um mecanismo complexo de um evento cujo retrato é certamente impossível de se obter, mas que nas mãos de Forster e seus colaboradores tornou-se o mosaico impressionante de um momento único e definitivo na vida de um ser humano. É mais um pequeno brilhante longa na filmografia de um diretor um pouco irregular, como muitos em Hollywood. Porém, como costuma acontecer, são cineastas com filmes bem menos intrigantes e relevantes que recebem todo o hype de público e crítica – se é que estes foram um dia relevantes.

legendas (português):
legendas.tv/info.php?d=28b66f1c7fde469199a2a6cbd0e04b76&c=1

http://hotfile.com/dl/69966664/975dca7/Staoy.2005.DvDrip.AC3-aXXo.part1.rar.html http://hotfile.com/dl/69966862/b576bf7/Staoy.2005.DvDrip.AC3-aXXo.part2.rar.html

3 Comentários

Ida Maria – Katla. [download: mp3]

Ida Maria - Katla

Não se engane ao ouvir “Quite Nice People”, a primeira faixa de Katla, segundo disco da norueguesa Ida Maria: apesar da toada de vocal tranquilo, violão e piano adocicados e bateria leve, a garota gosta mesmo é das farpas rockeiras que nascem a partir da faixa seguinte, “Bad Karma”. Sem medo de uma overdose melódica, Ida esguela-se nos versos da canção para acompanhar sua guitarra rascante e a bateria firme e não faz muito mais no refrão além de “la-la-las” em meio à riffs caudalosos de sua guitarra. Parece simples demais? Pode ser, mas a garota sabe fazer isso muitíssimo bem. Já na faixa seguinte, “10000 Lovers”, Ida brinca ainda mais com a música, numa espécie de rock de cabaret de ritmo gingado e guitarras malemolentes, atacando a melodia com uma fartura de vocais e backings que transformam a canção em um imenso desatino boêmio. O cio da norueguesa nas letras de “Cherry Red” são apenas a verbalização do que já ocorre no pulso bem marcado da melodia pop cheia de marcações de bateria e vocais lúdicos com gritinhos delirantes – mas a garota não acha isso suficiente, e ainda enfia um interlúdio intencionalmente esteoretipado de chanson française para escancarar um pouco mais o teor sexual da faixa – doida! E se havia alguma dúvida até este ponto de que Ida se diverte muito com sua música, ela sucumbe diante da sandice “I Eat Boys Like You For Breakfast”: possuída pelo espírito de uma mariachi inconsequente, a menina põe no menu de suas personalidades musicais a latina vingativa com seus vocais poderosos em meio ao arranjo de metais, da guitarra, do baixo e da bateria sangrando uma salsa turbinada pela frequência rockeira da cantora. E como quem já prevê questionamentos depois de tanta traquinagem, a guria se despe da latina e põe trajes de uma PJ Harvey em seus melhores dias de improvisação para quase dez minutos de guitarra, baixo, bateria e vocais em jam session de rock lânguido, sôfrego e melindroso em “Devil”. E como não pensar que Ida Maria sofre de transtorno de personalidade múltipla se a cadência melancólica do piano, bateria e baixo e a tonalidade dos vocais de “My Shoes” vertem discretos vapores do charme de Fiona Apple em início de carreira? Mas a evidente ninfomania musical da norueguesa não tem limites e ainda leva a garota a rasgar seu vocal em um blues-rock na faixa bônus, que ela começa soltando um “I’m gonna behave” no microfone – não, Ida: para nosso deleite, assim como o vulcão islandês que estampa a capa do seu disco, esperamos que você continue não se comportando.

senha: seteventos

ifile.it/ybca8pj/te_-_katlo.zip

1 Comentário

“Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”, de José Padilha.

Tropa de Elite 2, de José Padilha

Capitão Nascimento, após uma operação polêmica no presídio de Bangu I, mas apoiada pela população, acaba ganhando um alto cargo na Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. É de lá que ele planeja atuar de modo mais efetivo contra o crime da cidade – logo, porém, descobre-se que o oficial não estava tão atento às mudanças na dinâmica do crime na cidade quanto pensava.
No início, a notícia da sequência de “Tropa de Elite” me soou bastante mercenária, derivada que foi do sucesso da primeira instância da história. Certamente que esta deve ter sido a motivação inicial, pra não dizer a principal, mas ao contrário do que normalmente acontece no cinema comercial, o diretor José Padilha e sua trupe de colaboradores e roteiristas não deixaram de dar toda a atenção à qualidade na segunda empreitada contra o crime carioca do já icônico Capitão Nascimento – pelo contrário, o empenho da equipe foi tanto que “Tropa de Elite 2” consegue o impensável: supera a primeira parte da saga do oficial do BOPE. Porém, isso só foi possível devido à mudanças na essência do argumento da saga de Nascimento – algo que, certamente, não vai agradar à uma parcela considerável do público do primeiro filme.
Em “Tropa 1”, eram as atividades do BOPE no combate à criminalidade do Rio de Janeiro, bem como a considerável ilustração dos imensamente rígidos métodos de treinamento e seleção de soldados do grupo que integravam o cerne argumentativo do longa-metragem. Por consequência disso, o filme resultou em um excelente longa-metragem de ação explosiva e desenfreada, agrandando públicos dos mais variados tipos – mas ele não ousava ir muito além disso. Em “Tropa 2”, porém, com a saída de Nascimento do comando do BOPE para atuar na Secretaria de Segurança, o grupo de operações especiais perde o protagonismo em detrimento do registro desta nova esfera de atuação do capitão, o que, consequentemente, diminuiu consideravelmente o teor de ação da trama para dar espaço na história à ilustração das relações políticas e de poder e de suas várias imbricações, artimanhas e obscenidades morais e éticas decorrentes. Com essa narrativa mais reflexiva e abrangente, há grandes chances que os fãs do clássico cinema de ação, público este que compõe boa parte dos entusiastas do primeiro filme, considere “Tropa 2” um tanto mais chato e monótono que a primeira parte. Porém, este roteiro sensivelmente mais rico, que amplia a abordagem dos mecanismos e da dinâmica do crime do seu micro-foco, a sua porção mais visível, ordinária e imediata, para o macro-foco, dissecando o “backstage” da criminalidade, as suas ramificações além das fronteiras do subúrbio e da própria polícia, a exploração constante do crime pelos detentores do poder e, ainda, a potencialização da importância ficcional de Nascimento para a mudança da natureza do crime nos subúrbios e favelas da cidade do Rio de Janeiro, torna esta segunda parte bem mais relevante do ponto de vista crítico.
A mudança de abordagem também trouxe para a superfície um elemento que foi pouco explorado no primeiro filme: a instância humana da trama. Enquanto em “Tropa 1” toda a carga emocional era derivada da adrenalina das incontáveis sequências de ação e suspense que ocupavam grande parte do longa, nesta segunda parte ela muda de natureza e ganha maior destaque ao ter como origem os problemas familiares de Nascimento, que tenta levar à frente a relação bastante desgastada com o seu filho. Deste modo, a contínua sensação de tensão, que sufocou grande parte do lado humano do filme anterior, cede mais espaço para o retrato da vida pessoal conturbada de Nascimento, explorando mais intensamente a emoção do público, que acaba, assim, tendo uma ligação mais pessoal e profunda com a história e com seu protagonista – e aqui, claro, deve-se fazer dizer que isso também se deve, e muito, à atuação impecável de Wagner Moura.
“Tropa de Elite 2” é um longa-metragem claramente amadurecido: se o primeiro filme registra a ferida no corpo, o segundo retrata o vasto processo de infecção generalizada que se dá a partir do combate ineficiente contra esta. Com a equipe de produção estabelecendo como meta tornar tanto a trama como seu principal personagem mais densos e complexos, Nascimento muda e torna-se mais humano e realista ao ter alargada, pela experiência que vive no filme, a sua compreensão da criminalidade tão mais quanto o próprio retrato do crime na cidade do Rio o é, fazendo crível a transformação de um policial que vê o inimigo apenas na crime rotineiro e seus agentes mais aparentes para um homem abalado e perdido ao ser surpreendido pelo tamanho e alcance opressivos desta criminalidade, que se regenera à cada derrota sofrida. Porém, o choque sofrido é o baque necessário, pela tradição das sagas do cinema, antes de um epílogo triunfal ou shakespeareano – a saber, a morte do protagonista, o que, no caso deste filme que retrata tão bem a realidade carioca, seria o mais provável. Por esse motivo, talvez seja mesmo “Tropa de Elite 2” a conclusão mais adequada para a saga do oficial do BOPE: é melhor deixar Nascimento perdurar no imaginário coletivo em sua interminável e difícil luta contra o que ele chama de “sistema” do que encerrar sua carreira sacrificando-o no correr desta batalha – é um tanto menos realista e épico, mas acho ser mais justo para um personagem que já entrou para a história como uma dos maiores criações do cinema contemporâneo do nosso país.

1 Comentário

Lykke Li – “Get Some” (single + 1 faixa). [download: mp3]

Lykke Li - Get Some

Lykke Li, que chamou a atenção com sua mistura de pop, indie e folk no belo álbum de estréia Youth Novels, se prepara para lançar seu segundo disco em breve e, como um petisco de luxo para seus fãs, a artista liberou no seu site oficial o download gratuito de uma faixa que já está pronta e de mais um B-side. O single, “Get Some”, tem na impecável ginga da sua base percussiva todo o charme e balanço sedutores do pop cintilante cheio de calor e animação que foi o grande trunfo do seu debut. As letras completam o serviço e coroam a glória pop da canção: embaladas por várias camadas do vocal da cantora, sempre cheio de charme e com aquela levíssima pitada blasé que é uma das marcas da cantora, Lykke compara-se à uma prostituta por estar envolvida em uma relação amorosa um tanto egoísta e utilitária. Já, “Paris Blue”, o B-side que acompanha o single, é fruto da faceta indie-folk da garota sueca: com interpretação melancólica em um lamento amargurado da cantora à cidade de Paris, a faixa é feita de esparsos acordes sôfregos de violão, um orgão de notas apagadas e sofridas ao fundo e uma percussão lenta e opaca, que parece carregar todo o peso do mundo.
Bela idéia da menina liberar duas faixas de atmosferas completamente opostas, já que além de aplacar bem a ânsia dos fãs pelo novo material a ser lançado, “Get Some” e “Paris Blue” também servem de cartão de visita “dupla-face” para os que ainda não conhecem a artista, apresentando eficientemente a sua já conhecida flexibilidade musical. Então, clique aqui para fazer download – basta preencher o cadastro rápido no mailing list da cantora para receber no seu e-mail o link de download das faixas. Se preferir, ambas as músicas também estão disponíveis para serem ouvidas via streaming neste outro link. Bom proveito!

agradeço o toque do @fuckbubbles no Twitter sobre a liberação do single!

2 Comentários