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Tag: cinema

“Últimos Dias”, de Gus Van Sant. [download: filme]

Last DaysJovem músico sai de clínica de tratamento e ruma, através de uma floresta, até sua mansão mal-conservada. Lá chegando ele tenta isolar-se dos amigos que ocupam a casa e evita contato com seu agente, sua gravadora e até um detetive, que o procuram para que dê continuidade as turnês de sua banda. Livremente baseado nos últimos acontecimentos da vida de Kurt Cobain, vocalista do grupo Nirvana.
Desde 2002, Gus Van Sant redirecionou sua carreira para o rumo independente e alternativo que teve no início, voltando também o seu olhar para as atribulações juvenis urbanas. Por isso, não é surpresa alguma o seu interesse em biografar os últimos momentos de vida do rockeiro Kurt Cobain, ícone do rock grunge dos anos 90 que encerrou ele mesmo sua vida com um tiro na cabeça – sem considerar, claro, as inevitáveis teorias de homicídio dissimulado.
Por ser substancialmente uma biografia, assim como também o era “Elefante” – mas que o era muito mais de um evento em si do que de personagens -, o diretor decidiu manter a abordagem adotada no filme anterior, ficcionalizando a superfície mais aparente de sua história, através da modificação de alguns personagens e acontecimentos, mas mantendo intacta, na essência do evento e de seus protagonistas, a fidelidade com os acontecimentos reais. Desta forma, se os afazeres, o comportamento e as atitudes modorrentas de Blake no filme reproduzem com algum apuro as de Kurt Cobain, então a pergunta feita na filme por Kim Gordon para ele deixa de ser uma dúvida e passa a ter um caráter incontestável de afirmação: Blake/Cobain era um cliché do rock. Para piorar, ao importar, junto com o modo de compor a história, a técnica narrativa singular do filme anterior – que guarda semelhanças com a tradição documental – Gus Van Sant transforma o estigma da juventude transviada em algo ainda mais pueril do que já é: ao contrário do que aconteceu em “Elefante”, onde esta técnica ajudou a trazer ainda mais a superfície a natureza e a multiplicidade do evento narrado, o encadeamento improvisado de ações cotidianas, que tomam o lugar do roteiro, a edição que prolonga as sequências, evitando ao máximo os cortes nas cenas, a câmera que quase não produz closes, preferindo perseguir os passos do protagonista da sequência de maneira distante, e o silêncio que tem maior preponderância do que as falas – quase sempre irrelevantes – só faz tornar ainda mais visíveis e intensos o vazio, a ausência de sentido e a obviedade presentes no evento e no personagem que são a razão de ser de “Últimos Dias”.
Penso que o desnudamento do lado mais pessoal e íntimo de um ídolo, via de regra, não traz qualquer benefício: não apenas lhe destitui esse caráter sempre interessante mas acaba também revelando que, na realidade, eles podem ser o tipo de pessoa para quem não dispensaríamos a menor atenção e apreço. Infelizmente, para os fãs de Kurt Cobain, esse é o único mérito do filme de Gus Van Sant.

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“Transformers”, de Michael Bay. [download: filme]

TransformersEnquanto no Oriente Médio uma base americana é atacada por um helicóptero que se transforma em um imenso robô desconhecido, o jovem americano Sam, depois de algum esforço e com a ajuda de seu pai, compra um velho e estranho carro esportivo. Na verdade o carro é outro destes estranhos robôs, designado para estabelecer contato com Sam para obter um artefato que está em sua posse e é o mote de uma guerra entre duas diferentes facções destes imensos robôs alienígenas: os Autobots, que tentam defender o universo – e a Terra – dos planos perigosos da outra facção, os Decepticons.
Michael Bay é um dos diretores mais desprezados pelos críticos de cinema americanos pela sua capacidade de conceber sequências de ação esquizofrênicas e pífias e seu tratamento muito além do superficial com todos os outros aspectos de um longa-metragem. Ao ser designado como diretor da versão live-action de “Transformers”, adorado desenho animado dos anos 80, os fãs destes personagens ficaram um tanto temerosos e os críticos vislumbraram um desastre eminente. E Michael Bay foi fiel à seu estilo e não decepcionou – no sentido de que as péssimas expectativas acabaram mesmo se concretizando.
O argumento e a trama do filme que acabaram sendo adotados foram concebidos graças a uma idéia básica do produtor executivo, Steven Spielberg: “tudo é sobre um garoto e seu carro”. Junte à esta “brilhante” abordagem a pretensão cômica rasa e o descaso de Michael Bay com tudo o que possa tornar seu longa mais denso e sério e a desgraça está feita. Como se um filme que se ocupa em seu roteiro em empilhar por duas horas e vinte minutos as aspirações adolescentes americanas mais cretinas já não fosse ruim o suficiente, ainda temos o elenco do longa-metragem, que consegue fazer com que os personagens já caricaturais e rasos se tornem uma afronta à qualquer noção de complexidade e inteligência da raça humana: o jovem protagonista irrita até quando está parado e não abre a boca, seu pretenso par romântico, a gostosa da escola que não entende porque se sente atraída pelos lindos e imbecis atletas estudantis (hã? sexo, talvez?), torna seus irreais conhecimentos de mecânica automotiva ainda menos intoleráveis do que sua presença, a hacker de plantão, loira e linda, dá tanto embasamento à sua artificialidade que é deixada de lado no meio do filme e a platéia sequer se dá conta disso, e o protagonista do núcleo militar da trama, o lindo loiro Josh Duhamel, torna ainda menos natural os seus inacreditáveis conhecimentos em anatomia bio-mecânica extraterrestre – não sabia que os militares americanos aprendiam esse tipo de coisa no seu treinamento…
Diante disso tudo só nos restam as máquinas, certo? Tirando-se o fato de que estes personagens foram concebidos pelos mesmos roteiristas responsáveis pelos protagonistas terráqueos, e dessa forma eles reproduzem nas maquinas uma parte razoável da estupidez dos personagens humanos, ainda há algo que se salvou, graças aos senhores detentores da engenharia digital. Ao contrário do que vem se tornando cada vez mais frequente no cinema, o tratamento digital utilizado no filme materializa como real algo que jamais poderia o ser: os Autobots e os Decepticons não apenas foram caracterizados em cada minucioso e ardiloso detalhe, tanto no que se refere ao menor movimento quanto nos mais engenhosos e elaborados, como também toda a interação destes personagens com o ambiente e com os atores torna-se altamente convincente desde o primeiro segundo de animação – os esforços em efeitos visuais mais impressionantes que já conferi no cinema americano em muitos anos.
Se tivesse lido o perfil do filme no Wikipedia, teria refletido melhor sobre a noção do perigo que eu estaria enfrentando e não teria ido ao cinema. O único feito de Bay, que foi tornar mais interessante a transposição visual das máquinas do que a existência da humanidade, não é forte o bastante pra evitar você se sentir um idiota por estar vendo aquilo. No fim, você acaba achando até compreensível o desejo dos Decepticons de aniquilar a humanidade – se eles fizessem isso com uma parte razoável dos cineastas americanos, seria até um favor.
Baixe o filme utilizando os links a seguir e tente uma das legendas disponíveis.

OBS: links funcionais mas não testados.

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legendas disponíveis (português) [via legendas.tv – necessário registro]:

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“O Quarto do Filho”, de Nanni Moretti. [download: filme]

LaGiovanni, psicólogo que tem consultório em sua casa, vive uma vida pacata com seus dois filhos, Andrea e Irene, e sua esposa, Paola. Certo dia, seu filho é acusado de, na companhia de um outro amigo, ter roubado um artefato do museu de sua escola. Giovanni quer acreditar na inocência do filho, mas sente que ele pode ter realmente feito o roubo. Apesar disso, Giovanni lida com tranquilidade com a situação, e fica a espera de que o filho lhe conte a verdade, por bem e por confiança. Contudo, uma tragédia impede que isso aconteça.
Nani Moretti trata, neste filme, do sofrimento de uma família pela perda de um dos seus membros. Apesar de não parecer, a primeira vista, este é um tema difiícil de ser explorado: dependendo da abordagem da diretor, da concepção do roteiro sobre o tema e do estilo adotado pelos atores, o resultado pode ser um filme que descamba para o sentimentalismo mais fácil e ordinário, a pieguice mais insuportável e cafona. Para nossa sorte, este não é um destes casos: Nani Moretti, que é responsável não apenas pela direção, mas compôs o roteiro com a ajuda de Linda Ferri e Heidrun Schleef e ainda encarna o protagonista, consegue guiar o tema com delicadeza e cautela, explorando emoções genuínas e naturais nos seus personagens que nunca soam “over” – mesmo quando o sofrimento transborda nos personagens, em atitudes destemperadas mas inteiramente compreensíveis diante dos acontecimentos, ele sempre é crível e comedido, o que espelha diretamente a personalidade desta família tranquila, organizada, serena e cúmplice. Inteligente também é o olhar de Moretti sobre a dinâmica do comportamento das pessoas ao enfrentarem uma perda como esta: algumas pessoas podem se expressar melhor em confissões verbais de dor e agonia, outras só o conseguem fazer através de gestos gentis e sutis, outras ainda aliviam seu afobamento em momentos de rebelião e protesto – isso depende muito da natureza de cada pessoa e de seu estado, mas a comunicação e a exteriorização deste sofrimento, mostra ele, é o passo primeiro para lidar com isso.
O diretor italiano também consegue, sem a necessidade de extender a duração do filme, mostrar como as pessoas precisam, na impossibilidade de reestabelecer internamente o equilíbrio familiar, do contato de alguém externo à ela, que os lembre e os conforte na recordação de quem se foi, ajudando todos a selar este período dramático e a retomar suas vidas.
Contudo, o maior mérito do filme, a meu ver, é o modo perspicaz com que Moretti e seus colegas roteiristas desenham as consequências posteriores à um trauma familiar deste tipo: apesar de que, passado o período de luto e dor, muitas vezes, a vida segue adiante para os que ficaram, exatamente da maneira como era, em outras isso não é mais possível, e algo muda dali em diante – e, dentro desta família, agora com apenas três pessoas, esse é o modo do psícologo encarar a vida após a morte de alguém que tanto ama.
Como vocês poderão se dar o prazer de observar, “O Quarto do Filho” é um dos filmes mais tocantes e equilibrados ao lidar com o tema da morte dentro do seio familiar. Apesar dos depoimentos que tive sobre a qualidade do filme, não deixei de me surpreender com a beleza e o bom gosto com que o tema é tratado e com a condução confiante do cineasta. Provavelmente, este longa-metragem permanecerá insuperável como o momento mais brilhante de toda a carreira de Moretti, um filme que, com economia de recursos e tempo, consegue delinear com precisão a dificuldade humana em ter consciência plena de seu mais pesado fardo.
Baixe o filme utilizando os links a seguir e a senha para descompactar o arquivo.

OBS: links funcionais mas não testados.

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senha: www.cithiz.com

legendas disponíveis (português):
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“Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”, de Tim Story. [download: filme]

Fantastic Four - Rise of The Silver SurferFaltando dois dias do casamento de Reed Richards e Susan Storm, um estranho ser intergalático chega ao planeta e começa a preparar a Terra – o que causa diversos desastres ao redor do planeta – para a vinda daquele a quem serve, um poderoso ser que cruza o universo e destrói planetas por onde quer que passe.
Quando soube que os produtores do primeiro filme do Quarteto Fantástico pretendiam trazer para o segundo longa dois dos personagens mais clássicos do universo do quarteto, o arauto Surfista Prateado e seu senhor, Galactus, fiquei muito animado: mesmo que o primeiro filme não tenha exatamente feito jus ao adjetivo “fantástico”, e limitando-se ao fato de que estamos falando de cinema pipoca – cinema comercialíssimo sem maiores ambições e pretensões além do lucro certo -, a adoção destes dois personagens poderia ser a garantia de um argumento bem interessante ou, pelo menos, de sequências com algum impacto visual, já que o surfista, e ainda mais Galactus, são dos personagens de concepção e natureza das mais arrojadas no mundo dos quadrinhos. Mas Tim Story superou-se: se o primeiro filme foi um tanto ruim, este foi um desastre inevitável.
O maior e mais evidente problema de todos é o gosto do diretor e de seus três roteiristas e argumentistas, Don Payne, John Turman e Mark Frost, pelo cômico: passa-se mais tempo fazendo piadinhas e gracinhas durante todo o filme do que desenvolvendo a história proposta, que é abordada tão sem vontade que, pode-se dizer, surge apenas como se fosse “intervalos” para os momentos “cômicos”. O mote para a maior parte das piadinhas é o casamento dos personagens Ioan Gruffudd e Jessica Alba, que ainda foi usado para dar vazão a pretensão malfadada em tecer críticas à exploração da fama pela mídia e pelas próprias celebridades, mas a vontade dos produtores em fazer gracinha parece não conhecer limites, já que o narcisismo exacerbado do Tocha Humana de Chris Evans – que está estonteantemente lindo, diga-se – também é explorado ad nauseum, tornando ainda mais vazio o longa-metragem. Assim, os produtores conseguiram retirar qualquer sombra de impacto que o filme poderia ter, deixando evidente para o público que eles – os produtores – não estão interessados em arquitetar histórias suficientemente densas, com tensão mais palpável e peso mais sombrio, e abordar os personagens de maneira bem mais séria. Tão evidente quanto este problema é a atuação fraquíssima dos atores, que parecem nem se esforçar para dar alguma veracidade ou impor algum respeito aos seus personagens. É certo que nenhum deles é realmente famoso pelos seus dotes em interpretação – particularmente Jessica Alba -, mas penso que isso seja consequência indireta da abordagem decidida pelo diretor, seus roteiristas e os produtores do filme – isso se os atores não receberam diretrizes claras para ter tal desempenho. Além desses dois aspectos que já reduzem drasticamente as chances de termos um filme ao menos divertido, Tim ainda consegue destruir os maiores atrativos desta sequência: a estréia de Surfista Prateado e Galactus no cinema. A primeiro foi quase completamente gerado em computação gráfica, o que resultou em uma das experiências mais pobres com esta técnica – ficou parecendo a estatueta do Oscar -, visto que até o personagem gerado por computador conseguiu ter desempenho pífio, e o segundo, Galactus, foi uma decepção ainda maior: virou uma nuvem de fumaça intergalática que lança tentáculos sobre o planeta para sugar sua energia. Dizem que isto foi um subterfúgio utilizado pelo diretor para não revelar a concepção visual do personagem no cinema, já que pretendem abordar o personagem de forma mais completa no filme do Surfista Prateado (sim, eles não perdem tempo), mas isso também deixa espaço para concluirmos que ou eles não faziam idéia de como transpor visualmente esse personagem magnânimo para o cinema ou o estúdio não quis bancar sua concepção para não gerar mais gastos no projeto – qualquer que tenha sido a razão, eles conseguiram, com isso, frustrar todo o público das salas de cinema que tem um mínimo de conhecimento sobre o mitologia que cerca os personagens do Quarteto Fantástico nos quadrinhos.
Ah, claro, já foi anunciado que vamos ter uma terceira sequência da franquia – depois de um início morno e uma continuação gelada, o que mais de bom podemos esperar de “Quarteto Fantástico 3” além de umas poucas sequências que criam uma desculpa qualquer para colocar Chris Evans com o tentador dorso nú diante dos espectadores? Não há dúvidas: Tim Story e Hollywwod não estão satisfeitos com o massacre promovido neste segundo filme. Vamos rezar para que uma temeridade qualquer tire Story e seus fiéis roteiristas do caminho do Quarteto – quem sabe eles não tem sua energia vital sugada pelo verdadeiro Galactus, furioso por ter sido reduzido à uma manifestação climática das mais enfadonhas?
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

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legenda (português) [via legendas.tv – necessário estar registrado]:
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“O Retorno”, de Andrei Zvyagintsev. [download: filme]

VozvrashcheniyeDois garotos russos se deparam, repentinamente, com a presença do pai que nunca viram, a não ser por uma velha foto. Sem qualquer informação sobre onde ele esteve por tanto tempo, os garotos são autorizados pela mãe a acompanha-lo por alguns dias em uma viagem. Apesar de Andrey, o filho mais velho, procurar ser o mais solícito e simpático possível ao homem que seu mãe declarou ser seu pai, Ivan, o caçula, não consegue aceitar seus modos rudes e a sua presença, depois de tanto tempo de ausência, e promove conflitos constantes com ele. Essa relação problemática vai modificar a vida dos garotos para sempre.
Andrei Zvyagintsev faz um filme russo por natureza, compondo um longa-metragem com uma atmosfera silenciosa, sisuda e pesada, fotografia irretocável e imagens cuidadosamente planejadas – qualquer dúvida das ambições “tarkoviskianas” de Zvyagintsev seria pura ingenuidade ou falta de conhecimento sobre o cinema não-americano. É certo que entre os dois “Andreis”, o diretor estreante e o cineasta genial, há toda uma filmografia de distância, e o sincretismo e simbolismo do cinema deste último dificilmente ganha paridade com algum cineasta contemporâneo, mas Zvyagintsev consegue constituir seus próprios méritos, mesmo que sua técnica, algumas vezes, irrite um pouco por parecer colada demais ao estilo de Tarkovsky, a ponto de nos questionarmos se ele tem realmente qualquer intenção de assumir-se como legítimo herdeiro da tradição de um dos maiores cineastas da história.
Não quero dizer com isto que o filme seja ruim, pois ele possui qualidades inquestionáveis. Uma das coisas que mais se destacam no longa-metragem é o fato de que, ao utilizar-se de um argumento extremamente seco, Zvyagintsev mostra que este não precisa ir mesmo muito além de dar base à interpretação do atores que, ao retratar o embate entre dois garotos que aprenderam a conviver sem seu pai e a vontade deste de impor sua presença de forma tão repentina, sem nenhum afeto e com modos excessivamente rudes, autoritários e alguns rompantes de violência, conseguem de forma excelente compor nas cenas conflitos tão genuínos que causam incômodo sincero no espectador – metade do interesse possível por este filme reside no que estes atores e o diretor conseguem criar a partir do roteiro árido. É notável também a estética apurada do cineasta que, apoiado no diretor de fotografia de sua confiança, consegue compor imagens de beleza inquestionável e que suscitam uma poética e simbologia que tem seu valor e efeito. No entanto, é nessa altura mesmo que Zvyagintsev começa a incomodar pela natureza de suas ambições. O diretor decidiu preservar no argumento – a cargo de Vladimir Moiseyenko e Aleksandr Novototsky – as questões em aberto e, apesar da desnecessidade mesmo de qualquer resposta para elas, visto não serem essencias para a apreciação de um filme mais baseado em sentimentos e conflitos humanos, me pergunto sobre a verdadeira necessidade de sua existência. Além disso, as imagens de forte teor estético e ainda maiores ambições simbólicas, como as sequências que retratam as duas torres vistas durante o filme, funcionam bem, mas ao mesmo tempo, e novamente, parecem por demais criteriosas em sua existência dentro do filme – talvez eu esteja sendo excessivamente implicante ao querer achar defeitos, mas a verdade é que essas duas características me soam um tanto intencionais demais, como a querer que estas ajudem a atestar uma genuína atmosfera de filme de arte europeu ao longa-metragem. O mais simples, talvez, fosse não recorrer muito a elas, visto que o trabalho conjunto do argumento e dos atores satisfaz plenamente ao espectador.
Apesar de eu terminar implicando um pouco com esta estréia de Andrei Zvyagintsev, não há como negar que o diretor é dos mais apurados tanto na sua abordagem estética quanto no concepção do tema que aborda no longa-metragem, conduzindo muito bem os atores e deixando o espaço necessário para que eles mesmos explorem as emoções da natureza desta história. Vamos aguardar os próximos projetos deste cineasta e atestar se ele realmente ambiciona adotar um cinema de composição nada trivial ou se prefere, com o tempo, concentrar-se em dissecar emoções e conflitos humanos sem, necessariamente, apoiar-se na estética e na simbologia mais sincrética, como fez tão bem Thomas Vinterberg em seu soberbo “Festa de Família”.
Baixe o filme utilizando os links de uma das fontes a seguir.

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“Guardiões da Noite”, de Timur Bekmambetov. [download: filme]

Nochnoy DozorAo tentar obter os serviços de ocultismo de uma senhora para que sua esposa volte, Anton acaba descobrindo que não é um humano normal e integra um mundo dividido em duas partes: os guardiões da noite, seres da luz, e os guardiões do dia, seres da escuridão. Ambos os lados trabalham, cada qual em seus turnos, para evitar excessos e preservar uma trégua que foi estabelecida pelos líderes de ambos os lados há séculos atrás. Mas os atos de Anton estão prestes a desfazer esse equilíbrio.
Definitivamente, o cinema comercial do século XXI não tem mais fronteiras definidas. “Guardiões da Noite” só é russo por ser falado, primordialmente, na língua desta terra, já que todo o resto passaria muitíssimo bem por cinema americano: o uso constante de efeitos especiais, as tomadas esvoaçantes, a fartura de câmeras lenta e acelerada, a estilização da fotografia e da edição, o ritmo frenético e esquizofrênico e o roteiro adaptado, cuja mirabolância catastrófico-messiânica urbana está tão dentro do que já foi padronizado no gênero fantástico que a trama poderia ser ambientada em qualquer grande espaço urbano do mundo, tornando sua origem russa apenas acessória para agregar-lhe quase obrigatoriamente um status cult. Copiada a fórmula do cinema americano, consequentemente, seus problemas também tendem a ser carregados junto: os efeitos especiais, particularmente os digitais, surgem um tanto desnecessários e gratuitos um bocado de vezes – eu chamaria isso de síndrome CSI, ou seria síndrome dos irmãos Wachowski? -; as sequências de ação constantemente tomam espaço do aprofundamento da trama e do desenvolvimento dos personagens e o frenetismo da edição faz uma simulação um tanto excessiva do universo videoclípico. Ainda assim, a trama básica do filme, que ao modo americano, não poupa as possibilidades de extender-se por mais um ou dois capítulos (como de fato aconteceu com o livro em que é baseado o filme), é razoavelmente mais interessante do que boa parte do que é lançado anualmente pelos americanos nos domínios do gênero fantasia. Como diversão e passatempo, “Guardiões da Noite” cumpre o seu papel tão bem quanto qualquer arrasa-quarteirão americano abastado mas, como também acontece com a maior parte deles, o esquecemos de modo tão automático quanto qualquer afazer mais trivial, logo que finde o seu último minuto.
Baixe o longa-metragem utilizando o link a seguir.

http://www.megarotic.com/pt/?d=T2W5DJQ4

OBS: infelizmente, só encontrei link para o filme em cópia dublada. Se encontrar outra posto por aqui.

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“Número 23”, de Joel Schumacher. [download: filme]

The Number 23Walter Sparrow, funcionário do controle de animais com vida pacata e confortável, perde a noção de realidade e começa a agir de forma paranóica depois que lê o livro “O Número 23”, com o qual se deparou por mera casualidade.
Joel Schumacher é um diretor cujo melhor resultado obtido foi o filme “Tempo de Matar”, baseado no tenso romance de John Grisham. Tirando-se este longa-metragem excelente, o diretor sossobra entre produções lamentáveis – alguém ai lembra dos dois filmes do homem morcego dirigidos por ele? – e filmes interessantes e bem feitos – como o clássico thriller “Linha Mortal” e “8MM”, única coisa boa que Nicholas Cage fez depois de ter ganhado um Oscar. Seu mais recente longa-metragem lançado por aqui, “Número 23” se encaixa neste último caso.
As coisas que mais incomodam, dentro dos aspectos problemáticos de “Número 23”, são as inseridas pelo diretor e seu roteirista como tentativa de conferir à produção algum caráter distintivo: as referências diretas as histórias de detetive e ao cinema “noir” – fruto da história do livro que Walter lê durante toda a duração do longa-metragem – soam artificiais e tolas, pois não possuem densidade suficiente dentro do argumento do roteirista Fernley Phillips. Mas questões exteriores as tentativas de estilo do filme também resultaram em problemas razoáveis: a trama principal do longa-metragem – ou seja, os acontecimentos não-fictícios da vida do protagonista – parece um tanto amadora, já que a medida que o filme avança ela vai paulatinamente tornando-se mais forçada e fácil; as relações entre os personagens também careceram de um pouco mais de aprofundamento, sendo que a química entre Jim Carrey e a atriz Virginia Madsen nunca chega a atingir o nível ideal. Dos elementos que conferem qualidade ao filme temos a boa interpretação de Jim Carrey – em um papel que distancia-o definitivamente de qualquer parentesco com a gênero cômico -, a essência da trama básica, que consegue segurar o interesse do espectador até sua conclusão – mesmo que, como já foi dito acima, ela não chegue a convencer de todo – e a crescente e bem delineada obsessão do protagonista com o enigma que insiste em tentar desvendar.
Porém, o mais interessante de tudo acaba sendo o modo como os defeitos e qualidades do filme não apresentam-se suficientemente intensas para qualifica-lo de modo categórico como um filme bom ou ruim – apesar das críticas americanas terem sido impiedosas com o resultado final de “Número 23”. Ao fim de tudo, a única coisa que este longa-metragem consegue afirmar de fato é o quanto Joel Schumacher permanece como um “operário” dos mais clássicos da indústria cinematográfica americana: se recebe um material excepcional em suas mãos, consegue superar sua falta de predicados para que a trama não sofra com o caráter um tanto ordinário de seu trabalho; se obtém um material fraco e derrapante, acaba descortinando suficientemente tudo o que lhe desmerece como cineasta. Via de regra, Scuhmacher amaina um pouco suas falhas intrínsecas, criando, na maior parte das vezes, filmes que mergulham na abordagem mais tradicional possível cujo resultado é uma diversão com defeitos bem aparentes.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

http://rapidshare.com/files/35142840/Liczba_23__The_Number_23_.part1.rar
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http://rapidshare.com/files/35161359/Liczba_23__The_Number_23_.part3.rar
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legenda (português):

http://legendas.tv/info.php?d=43d3b36c8b99a68e3cfc62496545398c&c=1

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“Obrigado Por Fumar”, de Jason Reitman. [download: filme]

Thank You For SmokingVice-presidente da associação dos estudos do tabaco, Nick Naylor trabalha para dissuadir a visão negativa das pessoas sobre o fumo e a sua indústria e, de forma indireta, persuadir as pessoas a tomar parte no vício. Separado e com um filho extremamente observador e curioso, Nick resolve passar mais tempo ao lado do garoto – isto é, fazer com que o filho o acompanhe em sua mais recente missão para a indústria do cigarro: fazer com que Hollywood volte a divulgar o fumo como um símbolo de status e prazer.
Aaron Eckhart está ótimo a frente do elenco deste filme no papel do irônico e astuto Nick, o lobista cujo trabalho divide-se um dois diferentes modos de agir: na camada mais pública e aparente, Nick surge como o porta-voz de uma instituição – sustentanda pelo conglomerado do cigarro – que procura colocar em dúvida as afirmações dos males do fumo à saúde humana fazendo uso de uma retórica caleidoscópica que confunde os detratores do cigarro para que as certezas deles tornem-se dúvidas e, consequentemente, as suas ganhem validade sem precisar defender abertamente este hábito como algo positivo e saudável; por baixo dos panos, por sua vez, Naylor trabalha para ampliar o número de consumidores do cigarro, usando o caixa bilionário desta indústria para, por exemplo, “convencer” outra indústria, a do cinema, a divulgar para o seu imenso público uma imagem positiva e prazerosa do hábito de fumar.
Se pararmos para pensar, o cigarro aqui poderia ser substituído por tantos outros itens, mostrando que o roteiro deste longa-metragem, adaptado pelo diretor diretamente do livro de Christopher Bucleky, é muito menos sobre uma indústria específica e muito mais sobre o modo de agir destas poderosas companhias para defender e ampliar, a qualquer custo, o consumo de seus produtos no voraz mercado mundial. Pensado desta forma, o filme tem muito mais relevância do que simplesmente atracando sua razão de ser à uma sátira sobre o detratores e defensores do tabagismo – o que já seria bem interessante, mas o limitaria à um campo específico. A agilidade de Jason Reitman na condução e na edição confere ainda maior tenacidade ao tom irônico e satírico de seu filme e a destreza crítica do roteiro. “Obrigado Por Fumar” é um bom empurrão para fazer mais aparente a carreira do novato Reitman que, até então, na sua diminuta filmografia, não tinha produzido nada digno de nota. Hollywood, sempre atenta em assimilar os talentos que despontam de última hora, com certeza, não vai deixar este passar batido.
Baixe o filme utilizando o link a seguir.

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(legenda em português embutida)

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“Paris, Je T’aime”, (direção coletiva). [download: filme]

Paris, Je T'aimeDezoito histórias de cinco minutos, cada uma ocorrendo em um canto diferente de Paris e não necessariamente relacionadas entre si, formam, em conjunto, o longa-metragem “Paris, Je T’aime”, idéia e conceito dos franceses Tristan Carné e Emmanuel Benbihy, respectivamente. A natureza deste longa-metragem torna impraticável uma homogeneidade em termos qualitativos, já que alguns dos curtas que o integram, se não são realmente ruins e equivocados, soam um tanto previsíveis: com “Porte de Choisy”, o diretor de fotografia Chistopher Doyle procura mimetizar o magnetistmo das estorias delirantes de Jean Pierre-Jeunet, mas seu sucesso não vai além da questão estética; Vincenzo Natali, igualmente capricha no visual de “Quartier de la Madeleine”, mas seu conto de humor-negro sobre um homem que encontra uma vampira parece um videoclipe teen; os diretores Joel e Ethan Coen fazem uma caricatura de seus próprios trabalhos com o segmento na estação de metrô de “Tuileries”, cujo artificialismo exagerado dos maneirismos visuais mais irritam do que divertem; Walter Salles e Daniela Thomas, por sua vez, também recorrem a essência dos seus maiores êxitos, mas ao invés de utilizar a paródia como tom, o fazem como quem apresenta um cartão de visitas, tornando a crítica social de ambientação (sub)urbana – que fez a fama da dupla – ecoar com certa obviedade. Por sorte, há mais segmentos bons do que ruins. Para alguns deles, o charme ficou por conta dos diretores e roteiristas utilizarem-se do elemento surpresa como atrativo: tanto o breve conto de amor entre uma jovem atriz e um estudante de línguas cego do distrito de “Faubourg Saint-Denis”, dirigida por Tom Tykwer, a estória escrita e dirigida por Alfonso Cuarón, que sustenta-se no diálogo dúbio entre um homem de meia-idade e uma jovem francesa em “Parc Monceau” e o flerte entre um jovem artista e um belo funcionário de uma casa de artigos para pintura de “Le Marais”, a cargo do diretor Gus Van Sant, escoram-se de modo compentente em um elemento chave que destrincha o entendimento do evento e que era responsável por, intencionalmente, causar confusão no espectador. Porém, os curtas mas simples, que contentam-se apenas em contar sua breve história, são os que conseguem melhor captar a idéia básica que deu vida à “Paris, Je T’aime”: o encontro acidental entre dois solitários parienses, em meio à seu cotidiano anestésico no trecho “Montmartre”, dirigido e co-estrelado por Bruno Podalydès; o rapaz que, em “Quais de Siene”, de Gurinder Chadha, encanta-se por uma simpática garota mulçumana, mesmo sutilmente receoso da óbvia diferença cultural; a delicada mistura de história de amor à primeira vista e crítica social, em “Place des Fêtes”, de Oliver Schmitz, emocionam pela maneira com que o amor é abordado pelo modo que seus personagens são tomados por ele. Mas é o último segmento do longa-metragem, o conto solitário “14th arrondissement”, dirigido por Alexander Payne, em que uma funcionária do correio americano narra sua estadia de uma semana em Paris, que o público testemunha a melhor, mais sincera e mais emocionante homenagem de amor à cidade luz. Não se engane pelo início algo ordinário do segmento – a história ganha emoção cada vez maior à medida que avança para o seu fim.
Ainda que, em alguns momentos, a única coisa que una as histórias seja apenas o seu cenário, o saldo final de “Paris, Je T’aime” é muito positivo: todos os diretores, cada um à seu modo, tentam expor a fascinação que o mundo tem pela capital francesa, que acaba realmente atraindo gente não muito diferente de grande parte dos personagens que povoam este filme. Alguns diretores, inevitavelmente, fracassaram, da mesma forma como muitos dos que buscam uma vida melhor em Paris também fracassam. Mas, aqui, ao menos, os êxitos brilham bem mais do que os insucessos.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

primeira parte:
http://d01.megashares.com/?d01=5d9b2af

segunda parte:
http://d01.megashares.com/?d01=3896cff

legenda (português):
http://legendas.tv/info.php?d=5b9e410ddbcc9aa937ce0d908067912c&c=1

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“A Fonte da Vida”, de Darren Aronofsky. [download: filme]

The FountainEm três diferentes épocas, um homem empreende uma busca impossível: Tomas, no século XVI, procura, a mando de sua rainha e objeto de amor, a árvore da vida, que lhes conferiria vida eterna; no tempo presente, o cienstista Tommy busca incansavelmente a cura para o agressivo tumor cerebral que cada vez mais reduz o tempo de vida de sua esposa, Izzy; em um futuro distante, Tom, a bordo de uma bolha espacial, tenta alcançar uma nebulosa distante, onde acredita que uma estrela morta recobre as forças de uma árvore que leva junto e que, consequentemente, traga novamente à vida a mulher que sempre amou.
Hugh Jackman e Rachel Weisz tem atuações comoventes e, com certeza, foram os únicos acertos do terceiro longa-metragem do diretor Darren Aronofsky, o cineasta mais hyped dos últimos tempos. A princípio, o filme parece interessante, mas a medida que avança ele revela-se uma das coisas mais confusas e pretensiosas que já se ousou produzir. Sem qualquer resquício de dúvida, o maior problema do filme é a tendência quase infantil de Aronofsky em querer basear toda a existência de seus projetos – e assim guiando toda a composição do roteiro – em uma mensagem. Com “a mensagem” explícita de seu longa imediatamente anterior, “Réquiem para um Sonho”, Darren mostrou ser um dos integrantes mais moralistas da nova seara de cineastas; com “A Fonte da Vida”, contudo, Aronofsky obteve mérito ainda maior, já que, agora, ele é também o diretor mais brega e piegas desta geração recente: como negar tal afirmação se os temas que justificam este seu filme mais recente são coisas como a aceitação da morte como parte fundamental da vida, a morte como ponto de partida para outro plano existencial, ou ainda a eternidade da vida através do amor? As tentativas de trazer reflexões filosóficas e transcendentais profundas, bem como as atitudes e soluções visuais assumidamente zen-budistas que lhes dão apoio, tornam a meia hora final do filme tão constrangedora que chega a dar vergonha assistir aquilo na companhia de mais alguém. A Warner, uma das distribuidoras e produtoras do filme, quis ser inteligente ao reduzir o orçamento pela metade, mas teria sido muito mais se tivesse cancelado o projeto, nos poupando de tamanha temeridade e, de lambuja, evitaria desperdiçar um dinheiro considerável. Espera-se que depois dessa imensa ego-trip que é “A Fonte da Vida”, Darren Aronofsky, que expôs a imensidão faraônica de seu ego ao declarar sua intenção de redefinir o conceito de ficção-científica com este filme assim como aconteceu com “2001: Uma Odisséia no Espaço”, esteja com sua bolinha bem baixa em Hollywood – o que nos garantiria alguns anos para respirar aliviados sem o medo de que algo tão pretensioso quanto este filme surja em uma prateleira de vídeo-locadora.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

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legenda (português)
http://legendas.tv/info.php?d=22441bc08e5869659a0abc0e1665e922&c=1

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