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Tag: pop europeu

Goldfrapp – Seventh Tree. [download: mp3]

Goldfrapp - Seventh TreeDepois de dois álbuns que deitaram, rolaram e esquadrinharam tudo o que possa ser imaginado dentro dos domínios do electro-pop e glam, o duo britânico Goldfrapp fez o que seria mais sensato e mais natural no seu futuro novo disco, Seventh Tree: Alison e Will voltaram sua atenção ao passado, revisitando parte da fabulosa sonoridade esquecida do primeiro disco, Felt Mountain, tentando atualiza-la e fundi-la com toda a experiência recente dos dois últimos lançamentos, Black Cherry e Supernature. Assim, este quarto disco possui uma identidade híbrida, já que em algumas faixas, como “Clowns” – um folk com vocal ininteligível e violões e orquestração de cordas de um frescor campestre -, “Eat Yourself” – que igualmente se baseia em violão e cordas, o primeiro trajado em doçura e nostalgia, as últimas vestidas em elegância e placidez, além da inserção ocasional de esparsos acordes de guitarra e de apresentar vocais sutilmente amargurados – e “Cologne Cerrone Houdini” – cuja música é feita de baixo e bateria de toques espaçosos ao fundo enquanto cintilações da programação eletrônica saltitam aqui e ali e violinos curtos e agudos pontuam a melodia -, a dupla ocupa-se em emular a sonoridade por vezes obscura, em outras coruscante, do álbum de estréia, enquanto em outras – como se pode conferir claramente na música luminosa de “Caravan Girl”, com samplers de pratos resplandecentes, piano e baixo de toques galopantes, bateria de ritmo firme e sintetizações brilhantes e em “Happiness”, com bateria, baixo e sampler de sax em compasso conjunto e bem marcado, pinceladas de samplers e sintetizações frugais e vocais doces e macios – o vigor pop e eletrônico dos dois discos anteriores é retomado de modo bem menos selvagem e subto, com ambiência muito mais pop do que eletrônica. A única faixa do disco que soa estranha àquilo que os fãs do Goldfrapp já viram a dupla fazer até hoje é “A&E”, devido à sua melodia mais tradicional, onde violões, bateria, programação no teclado sutil e mesmo o vocal sensível trabalham de forma a construir uma música que surpreende pela sua linearidade, de um pop simples e direto como dificilmente pensaríamos Goldfrapp se dar ao prazer de fazer um dia – pense em algo como Dido e você vai entender mais ou menos o que eu quero dizer.
Seventh Tree funciona muito bem, seja como um disco que suaviza os contornos da parafernália sexy e explosiva de Black Cherry e Supernature, seja como uma tentativa de tornar mais comercial a fabulosa idiossincrasia sonora obscura de Felt Mountain – é um mergulho da dupla em oceanos mais tranquilos, menos quentes do que recentemente foi feito, menos profundo e introspectivo do que antes fora.

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P.S: Agradeço ao pelo toque!

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Coco Electrik – Army Behind the Sun. [download: mp3]

Coco Electrik - Army Behind The SunO duo de electro-pop britânico Goldfrapp tem há pouco mais de um ano a companhia de Coco Electrik, uma banda novata disposta a tomar um pouco do espaço da dupla no campo dos sons cheios de glamour e gingado. Apesar de muitas vezes faltar à Coco – cujo nome verdadeiro é Anne Booty – um bocado da inventividade e charme que Alison Goldfrapp e Willl Gregory tem a esbanjar, ela e seus companheiros de trabalho conseguem, em alguns momentos, compor faixas de ambiëncia deliciosa e sinceramente irresistível em seu álbum de estréia, Army Behind the Sun. E para primeiro single do disco, Coco escolheu o cover dançantemente nostálgico que fez de “Sex Shooter”, canção famosa do filme “Purple Rain”, de Prince. A versão de Coco apela para seu vocal sexy e petulante, com fartas doses de loops de palminhas, frugalidades eletrônicas inundando o refrão e sampler de baixo e beat eletrônico guiando o ritmo libidinoso da música. A faixa seguinte, “Paint It Red”, investe em uma sonoridade mais doce, fazendo melhor proveito da melodia com assobios e com o uso certeiro de alguns acordes sampleados de guitarra e de baixo, que acolchoam a melodia e amaciam o tecido para a entrada do registro vocal um tantinho mais agudo de Coco. Em “Dance To Cash”, Coco investe, com a ajuda de sua banda, em uma sonoridade muito mais encorpada, intencionalmente suja por várias camadas de riffs transbordantes de guitarra, que duela com a pressão do beat eletrônico e do vocal multiplicado e repleto de soberba de Anne Booty – soa próximo das faixas mais esquizofrênicas de Shirley Manson e seu Garbage. Mas a mistura electro-pop administrada em todo o disco por Anne Booty e seus comparsas atingem refinamento máximo mesmo é na combinação de batida eletrônica seca e chicoteante e baixo de acordes graves e sensuais que inunda o fundo de “Pussyfooter”, faixa recheada ainda por samplers e loops que fazem cintilar a melodia. Depois de se lambuzar inteira no pop e no disco, com pitadas de glam rock, a banda ainda faz por bem experimentar um bocado com vocais dissonantes, samplers e distorções das mais diversas na penúltima faixa, “Fall Into My Party”, criando um todo caótico bem à moda do que faz o Planningtorock.
Army Behind the Sun, ainda que soluce por conta de alguns equívocos e chatices em uma ou outra música, reserva alguns momentos realmente deliciosos com faixas que invadem qualquer ambiente com fartas doses de luxúria e hedonismo descompromissados – Anne tem que polir em boa medida muito do que fez em algumas das melodias que compõe, mas já consegue dar uma idéia, neste álbum de estréia, de quantos coelhos dançantes podem ser tirados de sua cartola.

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Tanita Tikaram – Sentimental. [download: mp3]

Sentimental - Tanita TikaramContrastando diretamente com a opulência instrumental e o transbordamento pop de The Cappuccino Songs, o mais recente álbum de Tanita Tikaram, Sentimantal, aproveita do anterior apenas o desprendimento suave dos vocais bem colocados, deixando a impressão de uma vontade consciente da artista de que este novo disco soasse como o exato oposto do lançado em 1998: no lugar da quandriloquência e do extravasamento, quietude e instrospecção. Foi neste clima de intimidade que nasceram as melhores canções do disco, “My Love”, com versos que lamentam uma relação que, ao perder sua força e sua franqueza, só faz causar enorme sofrimento, e “Play Me Again”, em que a cantora suplica de forma contida por afeto. Em ambas as músicas, acordes desmesuradamente plácidos e estudados de piano, bateria leve e cautelosa, guitarras tímidas e quase desapercebidas e notas arredondadas e calmas de orquestrações de cordas e metais enfatizam fabulosamente o vocal de discreta gravidade de Tanita.
Mas, apesar do que faz crer o seu título, o disco não mergulha a todo momento em versos e harmonias sofridas e melancólicas. Mesmo que não sejam exatamente registros de alegrias e deleites, faixas como a classuda e delicadamente sexy “Got To Give You Up” e a balada “Something New” – na qual a cantora, cansada de relações que só a desgastam e não lhe fazem jus, reclama por um amores mais sinceros – suplantam a tristeza com melodias que transpiram esperança e contentamento recatados.
Neste trabalho, cuja sonoridade macia, acústica e intimista é comparável à do fenomenal álbum Birds, de Bic Runga – não por um acaso, já que sua sessões de gravação seguem a mesma proposta, fazendo a captação de som de todos os intrumentos ao mesmo tempo – o tempo mostra que é um remédio implacável e abençoado para alguns artistas: Tanita Tikaram revela em Sentimental como amadureceu suas composições, ao mesmo tempo abandonando a musicalidade áspera e exótica de seus primeiros trabalhos e peneirando sem piedade todos os excessos dos mais recentes. Seu esforço trouxe a vida um disco tão de tecitura tão coesa e sólida que conseguimos exalar docilidade e calor em cada verso e nota de suas canções.

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Björk – Volta (+ 3 faixas alternativas). [download: mp3]

Björk - VoltaSe as críticas a frugalidade de The Beekeeper, de Tori Amos, me soam bastante exageradas, eu não me atreveria a tentar amaciar qualquer uma que surgisse sobre Medúlla e Drawing Restraint 9, já que neles Björk passou um tanto além da conta, tornando-os, na maior parte do tempo, de dificílima digestão. Quando decidiu preparar um novo disco, a islandesa, sentindo-se um tanto cansada de tornar sua música cada vez mais idiossincrática, resolveu investir em algo que não pusesse a experimentação acima da beleza melódica e lírica. Assim nasceu Volta, que como o American Doll Posse de Tori Amos, também funciona, coincidentemente, como um verdadeiro cruzamento de todas as experiências que Björk agregou ao longo de sua carreira. Apesar de “Pneumonia”, que clama a superação das tristezas na vida, ser uma das faixas do disco que sofre influência quase somente dos dois mais recentes disco de Björk – já que ela adota o mesmo exotismo sonoro dos últimos trabalhos, sendo composta apenas de vocal e orquestração de metais lentos e consternados – em outras a introspeção é suplantada por uma sonoridade que conhecemos mais do início da carreira solo da artista. Não é difícil sentir isso em “Vertabrae by Vertabrae”, que recorre as experiências de Selmasongs e Drawing Restraint 9 mas desfaz-se das agudezas resultantes da contaminação pelo trabalho de Matthew Barney e retorna à vivacidade dos primeiros anos: apesar da orquestração de metais, da percussão e dos versos abstratos citarem muito das duas trilhas sonoras feitas por Björk, a base eletrônica levemente suja e os vocais remetem ao calor de discos como Homogenic e Post. Já que falei de Homogenic, “Declare Independence”, um brado eletrizante contra a dominação, não deixa de ser uma Pluto-punk: ela conta com costura melódica feita por samplers de guitarras dissonantes – o que lhe confere uma tecitura punk-rock ruidosa -, além de percussão e bateria eletrônica sincopadíssima e uma introdução composta de sirenes de navio. Por sinal, depois que se escuta todo o disco, percebe-se que o ruído de navios é um recurso recorrente em Volta, já que a faixa inicial, “Earth Intruders”, há quase um minuto e meio de ruídos ambientais indistintos de um porto – marulho e, novamente, sirenes de navio sendo os mais perceptíveis – na sequência final. A música, que fala sobre uma invasão e ataque de seres alienígenas, tem a energia fulgurante de Debut e Post, com sua mistura de eletrônico e percussivo lembrando “Army of Me”, mas difere-se desta justamente porque grande parte de seus samplers e loops tem muito de acústico. A agitação prossegue de forma semelhante em “Wanderlust” (sobre a compulsão de abandonar-se em viagens oceânicas), que possui forte base de samplers e loops e nova experimentação com ruídos que fecham a música com uma transposição das sensações presentes nas letras para os sons – a diferença é que aqui Björk investe também em uma histérica orquestração de metais para a melodia. “Innocence”, que fala do quanto podemos controlar e conviver com a inocência e o medo, tem base construída sobre uma eletrônica prolixa, com um pulso constante de samplers e loops de piano e ruídos indistintos, incuindo aí um sampler vocal – a única sombra de Medúlla nesta faixa.
Depois de alguns anos aumentando gradualmente o nível de experimentação de sua música, não seria muito difícil prever que, em dado momento, a cantora e compositora voltasse sua atenção para algo menos diletante, na tentativa de relaxar novamente seu processo criativo. Faz todo sentido que isso tenha acontecido agora, uma vez que, durante essa longa fase experimental, possivelmente, Björk esgotou o uso de toda e qualquer excentricidade existente – pelo menos por algum tempo. Isso torna este projeto o mais comercialmente ambicioso da artista – o que, por sinal, foi assumido pela própria gravadora em sua campanha de promoção do disco.
Baixe o disco utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

versão de 128kbps:
senha: seteventos.org
http://www.gigasize.com/get.php/1231166/zutzut.zip

versão de 320kbps:
senha: seteventos.org
http://www.gigasize.com/get.php/1257387/vrumvrum.zip

faixa extra (128kbps) – “Earth Intruders (Mark Stent Extended Mix)”:

http://www.gigasize.com/get.php/1257635/12_Earth_Intruders_Mark_Stent_Exten.mp3

faixa extra (128kbps) – “Innocence (Mark Stent Mix)”:

http://www.gigasize.com/get.php/1257634/13_Innocence_Mark_Stent_Mix.mp3

OBS: o arquivo de 128 kbps inclui três versões alternativas de faixas já presentes no disco: “I See Who You Are (Mark Bell Mix)”, “Earth Intruders (Mark Stent Extended Mix)” e “Innocence (Mark Stent Mix)”. O arquivo de 320kbps não possui as duas últimas, dentre estas 3 faixas, com esse bitrate alto, por isso elas estão disponíveis para download separadamente.

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Jay-Jay Johanson – The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known. [download: mp3]

Jay-Jay Johanson - The Long Term Physical Effects Are Not Yet KnownO voz do sueco Jay-Jay Johanson não assemelha-se à tonalidade de minha preferência, no que se refere à voz masculina: Johanson tem uma voz e maneira de cantar que lembra o britânico Morrisey, por exemplo. Contudo, no que tange aos arranjos de seu mais recente disco, The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known, as influências parecem ser outras: não fosse ali um homem cantado, com uma certa dose de lirismo distante, em certas faixas você acreditaria piamente estar ouvindo o mais novo álbum do Portishead, que não lança nada há dez anos. O mesmo negrume e a morbidez saudosista do conjunto britânico, com doses cavalares de baixos cavernosos, riffs de guitarra e pratos de bateria sampleados, além programação eletrônica que abusa do low-fi e de orgãos lúgubres, encontramos em “Jay-Jay Johanson Again” – na qual o cantor declara não tolerar mais insatisfações afetivas -, “Time Will Show Me” – em que Jay fala que segredos, no amor, não duram muito tempo – e na balada melancólica “Coffin” – sobre um homem que, perdido em uma ilha, também perdeu a sua companheira.
Mas o trip-hop cede lugar em muitas faixas à outras sonoridades, como quando os samplers e loops de pratos e bateria e a docilidade do teclado fazem o electro-jazz de “As Good As It Gets” – onde Jay diz ter dado vazão à nostalgia em uma noite de sono, ao lado de sua companheira – e como em “Only For You” – na qual um homem, para evitar o fim de sua relação afetiva, tenta convencer sua companheira de que fará tudo o que ela quiser, do modo que for – onde acordes lentos e tristes ao piano, com coro e programação eletrônica quase inaudíveis ao fundo, constroem uma melodia que surpreende pela estupenda beleza de sua simplicidade.
Em meio à atmosfera por vezes soturna do trip-hop, em outras com a melancolia do pop/rock, “Breaking Glass” – em que Jay afirma ser necessário esquecer os erros do passado para começar um novo futuro – rende-se à uma melodia pop menos complexa, com programação eletrônica e vocais bem menos audaciosos, que lembram os discos menos ambiciosos do Depeche Mode.
Apesar da aparência algo frágil e da voz delicada, que sugeriria um músico afeiçado ao pop mais desprovido de ambição, Jay-Jay Johanson ao que consta, nutre uma atração inegável pelo que há de mais sombrio melodicamente, regado por boas doses de pessimismo e descontentamento amoroso nos versos. E produto final são canções sensíveis e imensamente climáticas, que agradam em cheio quem não tem qualquer medo de experimentar nos seus ouvidos as belezas e prazeres da infortúnios amorosos.
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Mika – Life In Cartoon Motion. [download: mp3]

Mika - Life In Cartoon Motion.O glitter pop inglês ganhou um reforço com a estréia do britânico de origem libanesa Mika e do seu álbum Life In Cartoon Motion. O disco sofre dos excessos dessa vertente do pop/rock, mas a produção caprichada acerta mais nas canções que tem pretensões mais simples. Abre o disco o hit que lançou o cantor, “Grace Kelly”, de melodia com direito à piano, guitarra, bateria desmedidamente extravagantes, bastante condizentes com o uso nada econômico que Mika faz de falsettos escandalosos e de empostação “cool” no vocal. Na letra, Mika cita as personas de Grace Kelly e Fred Mercury como os exemplos de comportamento para lidar com um amor que sofre excessos de orgulho e vaidade. A faixa seguinte, “Lollipop”, mantém a atmosfera absolutamente festiva com uma música que utiliza um piano e metais bem marcados e programação eletrônica complementar, além de uma pletora de vocais de fundo, incluindo aí vocais infantis, que incrementam o tom lúdico da canção. Utilizando a insaciável vontade de comer doces na infância como analogia, vemos Mika falando nos versos desta faixa sobre como aprendeu desde cedo que os exageros podem fazer com que o amor deixe você “pra baixo”. Depois da festividade das faixas anteriores, temos uma sutil mudança em “Relax, Take It Easy” para um pop dançante mas suave, isso graças à programação eletrônica e aos vocais, ambos charmosíssimos, lembrando muito os grandes sucessos dos britânicos da dupla Erasure. A canção fala sobre tentar relevar as dificuldades da vida e do amor quando não temos uma solução em vista. Mais à frente temos a episódica “Billy Brown”, onde Mika conta a estória de um homem que tinha uma vida de casado muita tranquila, até apaixonar-se por outro homem, sofrendo atribulações daí em diante devido ao conflito existente entre o que queria viver agora e o que vivia até então. A melodia tem coloração mais triste, porém ainda animada com seu piano, bateria, arranjos de metais e vocais um tantinho mais comedidos. “Happy Ending”, que fala sobre um homem que tenta levar a vida à frente criando a ilusão de que seu grande amor não acabou, tem instrumentação e orquestrações tradicionais, mas é a canção mais bonita do disco, dentro do clima proposto desde o início, trazendo uma sequência final com uma produção excelente nos vocais de fundo. No entanto a maior surpresa do álbum e a melhor música é a faixa escondida depois de “Happy Ending”: fugindo de forma radical do estilo preponderantemente frugal-histérico, “Over My Shoulder”, em cujos versos um homem reflete sobre seu constante sofrimento, tem melodia triste, pesada e melancólica à base do vocal em falsetto de Mika e de acordes sôfregos e ponderados ao piano.
Life In Cartoon Motion não está alinhado com o meu gosto devido aos rompantes do extravasamento glitter, mas é justamente a capacidade de fazer algo interessante dentro do estilo que mostra que Mika conhece o chão em que está pisando. E apesar do que imaginamos que seja Mika, a faixa escondida deixa no ar uma pergunta: teria ele coragem de subverter o suposto rumo de sua carreira em um segundo disco, com mais músicas de enorme beleza melancólica como esta? Como eu gostei mais deste breve instante de dor e tristeza de Mika, à la Rufus Wainwright, tenho que confessar que estou torcendo para que isto aconteça.
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Nouvelle Vague. [download: mp3]

Nouvelle VagueNão costumo me interessar por projetos que tem por base reinterpretação de canções ou de clássicos, ainda mais se eles são guiados por DJs ou derivados. Porém, ao saber há alguns meses que a francesa Camille Dalmais tinha participado do primeiro álbum de um famoso e elogiado projeto dentro do gênero, tratei de obter logo o disco. O grupo em questão é o Nouvelle Vague, organizado por dois produtores franceses, que faz novas versões de músicas, preferencialmente as lançadas nos anos 80 por bandas pertencentes aos movimentos do new wave e punk, particularmente. Interpretadas por um verdadeiro elenco de cantoras, as canções ganham arranjos inspirados na bossa nova brasileira, ganhando ainda tonalidades góticas electro-pop. A canção “Just Can’t Get Enough”, do Depeche Mode, por exemplo, perdeu seu caráter technopop e foi transformada num samba-bossa delicioso, cheio de manha e charme. Irresistíveis arranjos dentro do estilo são mesmo a tônica do álbum, como em “This is Not a Love Song”, do Public Image Limited (dissidente do Sex Pistols), e na doce melancolia de “In a Manner of Speaking”, do Tuxedomoon, cantada com perfeição pela excelente Camille Dalmais. O samba-bossa ganha cores mais delicadas e introspectivas, quase sonoramente utópicas, nas canções “Making Plans for Nigel”, do XTC, e de “I Melt With You” (em interpretação irretocável da cantora francesa Silja), do Modern English. Contudo, há espaço para variações melódicas ainda maiores, fusões do ritmo brasileiro com a suavidade do pop, como em “Friday Night Saturday Morning” do The Specials, com o folk-rock como pode ser visto em “Wishing (If I Had a Photograph of You)”, do Flock of Seagulls e com algo que lembra o punk-rock, como em “Guns of Brixton” (em mais uma participação brilhante da francesa Camille), do The Clash e “Too Drunk to Fuck”, do Dead Kennedy’s.
O diferencial de um projeto como este, entre tantos outros que tem objetivo semelhante, é o fato de que muitas vezes a nova versão da canção retrabalhada se iguala em qualidade à original, quando não a supera por completo: isso é fácil de notar, pois as canções, que pertenciam originalmente a movimentos musicais hoje bem datados, renovam-se e recuperam toda a força graças ao esforço do Nouvelle Vague. Além disso, contribui para a qualidade o ecletismo na interpretação das canções e o fato de que os produtores Marc Collin e Olivier Libaux não restringem seus arranjos ao inicialmente proposto – o ritmos de vanguarda brasileiros -, experimentando com outros estilos até encontraram uma identidade própria para cada música. É um disco imperdível, obrigatório principalmente para os pós-modernos de plantão.
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Tanita Tikaram – The Cappuccino Songs. [download: mp3]

Tanita Tikaram - The Cappuccino SongsNão sou exatamente um fã de Tanita Tikaram: a maior parte de suas composições são de um folk tão desigual e estrambólico que fica muito, mas muito difícil passar de uma faixa para a outra, tentando achar algo que agrade dentro de todo um disco. Com Lovers in the City, de 1995, a cantora e compositora alemã iniciou uma mudança em sua música que tornou suas canções bem menos bizarras. Assim, ao me deparar, lá em 1998, com o disco The Cappuccino Songs, eu já conhecia a sonoridade amoníaca de Tanita mas, olhando a simpatíssima capa deste seu novo – à época – álbum, me senti compelido a arriscar. E, ao fazê-lo senti-me estupefato, tamanha a surpresa ao constatar a mudança absurda na sonoridade de suas composições. Tanita Tikaram simplesmente pulou de um extremo para o outro, jogando do topo de um arranha-céu toda a esquisitisse folk que tinha criado e mergulhando num projeto de música pop até o último fio do seu cabelo. O disco é tão repleto de orquestrações de cordas, de acordes algo óbvios de piano, de backing vocals e letras românticas que chega, em alguns momentos, e soar um pouco cafona e piegas – mas nem por isso deixa de ser um belo disco de música pop. Qualquer pessoa que tenha ouvido alguma coisa composta por Tanita antes do álbum Lovers in the City já vai se assustar com a faixa de abertura, “Stop Listening”. A música já começa com uma introdução grandiosa e ligeira de sua onipresente orquestração de cordas, que cede logo o lugar à voz grave e macia de Tanita. Uma percussão suave acompanha a sua voz, até que as cordas tomem novamente a melodia, junto com um piano de acordes melosos mas perfeitos dentro da música, que então sucede momentos mais calmos e outros de absoluta quandriloquência melódica. O lirismo excessivo da melodia é reflexo da letra, que trata da turbulência de sentimentos e desejos paradoxais em uma relação afetiva. “Light up My World” utiliza a base orquestrada de forma mais comedida, dando mais destaque à tecitura acústica do violão, à percussão suave, à bateria complementar e ao vocal de tonalidades românticas. A letra fala sobre um amor do passado, um relacionamento que apesar de ter chegado ao fim ainda fascina e apaixona. “Amore Si”, que questiona em suas letras se o amor está sempre atrelado à dor e ao sofrimento, é uma das melhores faixas deste álbum: a melodia é perfeita, com um piano de acordes doces e melancólicos, uma percussão luminosíssima, orquestrações na medida exata e um violão que completa a música em momentos decisivos. O vocal de Tanita, que foi mixado em várias camadas da melodia, entoando diferentes versos ao mesmo tempo, fecha o trabalho iniciado pela instrumentação de maneira esplêndida – tente ouvir apenas uma vez, sem voltar a faixa outra vez (é verdadeiramente impossível). “Back in Your Arms”, assim como a primeira música do disco, utiliza um pouco excessivamente a orquestração na melodia, bem como um teclado mínimo – ainda bem – e um backing vocal tão batidos que deixa um gostinho um pouco ordinário à canção. No entanto, graças aos vocais delicados de Tanita e à sequência final do trabalho de orquestração, a música consegue cativar. Na letra Tanita suplica sentir, ao menos uma vez mais, todo o conforto de um amor perdido. A faixa subsequente, a música-título do disco, retrata em sua letra episódica um flerte despretensioso em uma cafeteria, que se converte na esperança de ser o amor de toda uma vida. A melodia é composta de um trabalho cuidadoso de programação eletrônica, que ganha no refrão a companhia do teclado de acordes sutis e da orquestração de cordas complementar. O vocal e vocais de fundo da própria Tanita, adocicados e suplicantes, são acompanhados por uma ou outra fala em italiano, o que confere uma atmosfera cotidiana e cosmopolita à canção. “I Don’t Wanna Lose At Love” destaca-se pela sua orquestração de cordas de intensa beleza folk, o que faz de certo modo a canção fugir um pouco da intensidade pop do disco, apresentando também uma programação eletrônica feita de loops usuais que misturam-se à melodia de forma bastante homogênea. Na letra da música, vemos o desejo de conquistar o objeto de uma paixão algo platônica. Em “I like this”, o vocal da cantora apresenta-se entre o sussurrado e o sentimental, e em cuja melodia temos como destaque, à semelhança de outras faixas, uma bela fusão de programação eletrônica mínima e orquestração de cordas sobressaltante, com participação importante de ótimos acordes ao violão. “I knew you” fecha o disco escancarando, sem vergonha e com vontade, uma descarada inspiração latino-americana – acordes de piano, violas, violinos, vocais e backing vocal estão todos mergulhados num tcha-tcha-tcha animadíssimo e requebrante. A letra simples fala da constante prática de disfarçar sentimentos a atitudes e uma relação afetiva.
Parece evidente que a idéia deste disco foi tentar amenizar os aspectos mais idiossincráticos da música de Tanita Tikaram, tentando torná-la popular da maneira que ela nunca foi – isso ficou evidente até mesmo na sua maneira de cantar, já que seus vocais soam nitidamente menos abrasivos, bem mais suaves e macios. O mais estranho nisso tudo é que mesmo a empreitada não tendo obtido sucesso, a cantora decidiu manter as modificações no seu estilo, como se pode observar em seu mais recente lançamento, Sentimental – um disco que funciona como uma versão mais polida deste aqui. Porém, mesmo com alguns excessos de floreamento pop, The Cappuccino Songs é um bom disco, delicioso de se ouvir sem muito pretensão e com algumas faixas preciosas. Não deixe de arriscar, como fiz eu, atirando totalmente no escuro ao comprar este CD, há oito anos atrás – mal não há, já que aqui você vai obter as músicas todas de graça.
Baixe o disco utlizando o link abaixo e a senha para abrir o arquivo.

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Björk – Vespertine. [download: mp3]

Bjork - Vespertine

Bjork - Vespertine
Com o devassamento emocional de “Dançando no Escuro”/Selmasongs, Björk enveredou ainda mais dentro da introversão artística e lançou uma de suas maiores obras-primas, o álbum Vespertine. Absurdamente celestial, o disco traz Björk entre murmúrios e gritos nos vocais, acompanhada sempre de instrumentos que enlevam a melodia e as letras em um interminável lirismo. “Hidden Place”, que foi lançado como o primeiro single, é uma das músicas símbolo do projeto: com letras que falam sobre uma paixão tão intensa que inspira uma união algo corpórea, a melodia traz delicados loops e ruídos eletrônicos e um belíssimo coro em um cantar enlevante, ambos guiados pelo cantar de Björk, por vezes suave e em outros desbravador – uma canção soberba. Com versos onde uma mulher revela as intimidades de seu deliciamento amoroso e sexual com seu amante, a artista islandesa infurna-se em enorme introversão e minimalismo em “Cocoon”, já que a melodia é feita apenas dos vocais sussurante da cantora e da delicadíssima programação de ruídos eletrônicos. Logo temos “It’s Not Up To You”, cujas letras revelam o inevitabilidade dos acontecimentos, mostrando que mesmo o que é bom pode acontecer à revelia de nossa vontade e esforço. A melodia mistura o minimalismo da programação eletrônicas feita de loops de ruídos com a grandiosidade celestial da orquestração de cordas, das harpas e coro islândes, todos em perfeita simetria. “Undo”, com letras que tematizam o suave esmaecer de nossas lutas e resistências íntimas, é mais uma faixa que abusa com maestria da mistura de minimalismo e grandiosidade: vocal transbordando suavidade, programação um pouco mais solta, harpas fulgurantes desde a metade inicial e mais tranquila da melodia, e o coral da islândia em uma participação fabulosa na sequência final da canção – um inevitável derramar de lágrimas é bem compreensível ao ouvir esta música, tamanha a perfeição de sua beleza. Com uma melodia constante em uma esplendorosa caixa de música, devidamente acompanhada pelo vocal quase carnal de Björk, por vezes multiplicado, acordes de harpa dedilhados pela fabulosa Zeena Parkins e programação eletrônica complementar, “Pagan Poetry” é exatamente o que revela seu título, poesia em estado puro, onde a cantora compôs versos inundados em sentimento e paixão. Marcando o fim da metade inicial do álbum, temos a instrumental “Frosti”, onde Björk utilizou-se apenas da caixa de música para compor melodia emocionalmente frenética. “Aurora”, com letras que derramam-se sobre o sentimento de perplexidade diante da beleza da aurora e da neve, traz a primeira participação da dupla Matmos, compondo uma base de ruídos eletrônicos mais encorpada e loops de sons captados de coisas bem pouco ortodoxas, como o som do pisar na neve, por exemplo. A composição de acordes da harpa e da caixa da música completam a sonoridade, que é fechada com o vocal mais solto e volumoso de Björk. “An Echo, A Stain” combina a base eletrônica bem composta de Matmos, a usurpante orquestração de cordas, a harpa episódica de Zeena Parkins e o coral de mulheres esquimós em uma melodia algo soturna, que sustenta uma sensação de soturno suspense cinematográfico durante toda a sua duração. A razão para tanto talvez seja o fato de que a letra da música traz versos que revelam sensações baseadas na leitura da peça “Crave”, da complexa escritora britânica Sarah Kane. “Sun in My Mouth” inicia com versos do poeta E.E.Cummings, e prossegue em letras de intensidade poética que não deixam muito à dever ao escritor inglês. A música foi composta utilizando acordes de harpa, celeste e programação eletrônica sutil, com enorme complementação melódica da orquestração de cordas. “Heirloom” tematiza sobre imagens idílicas de sonhos orínicos sobre maternidade e tem a melodia cuja programação eletrônica é a mais encorpada de todo o disco, toda baseada na canção “Crabcraft”, originalmente composta por Martin Console. “Harm of Will”, com letra composta em parceria com o roteirista e cineasta indie Harmony Korine, é uma ode ao músico Will Oldham. A melodia é uma das mais tristes do álbum, sentimento este despertado principalmente pelo vocal sensível de Björk e a orquestração de cordas e o coro enormemente melancólicos. “Unison”, com versos que celebram de maneira emocionanete a união e contentamento obtidos através da compreensão e entrega mútuos, fecha o disco com lirismo exobirtante: a programação eletrônica, composta em parte pela dupla Matmos, preenche os poucos espaços deixados pelo vocal luminosíssimo de Björk, pela melodia espetaculosa da harpa e pela participação mais grandiosa do coro de vozes no disco – a sequência final, que reúne de maneira fabulosa todos os elementos, é intensamente lacrimejante. A música é tão indescritivelmente bela que, se fosse intepretada com toda a pompa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, arrebataria as almas de todos os presente diretamente para o paraíso.
Brotando do traçado delineado na trilha sonora que Björk criou para o filme de Lars Von Trier, Vespertine é um composto sonoro pulsante de sensações, algo difícil de explicar epalavras. É, talvez, o último disco perfeito da cantora islandesa, visto que a idiosincrasia sonora, utilizada com tanta cautela aqui, foi aglutinada e multiplicada em Medúlla e absurdamente extremada na trilha sonora de “Drawing Restraint 9”, resultando em dois discos difícies e excessivamente experimentais. Com a dilvugação da notícia de que nada menos que 7 faixas do próximo disco da artista contarão com produção da praga norte-americana que atende pelo pseudônimo de Timbaland – responsável por ter transformando todas as listas possíveis de “mais pedidas” em um intragável desfilar de rappers e R&B girls protagonizando vídeos ou fazendo participações -, a probabilidade de que a cantora possa ter pulado do extremo do experimentalismo para o extremo do populismo musical não deve ser descartada. Porém, em se tratando de Björk, podemos nos surpreender com um disco que desperte paixão tão imediata quanto foi com Vespertine. É esperar para ouvir.

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The Cardigans – Gran Turismo. [download: mp3]

The Cardigans - Gran TurismoGran Turismo é um álbum bastante rítmico, mas sua essência é algo seca, fazendo o uso mínimo de acústica – há total ausência de orquestrações dessa ordem aqui -, ou mesmo transformando os intrumentos que tem esta sonoridade num som mais chapado. Isto não é, de forma alguma, uma crítica. A banda The Cardigans construíu no seu álbum de 1998 melodias sincopadas idiossincráticas: assim como o The Cranberries no seu álbum de estréia, difícil achar uma ourtra banda que tenha feito um disco com uma identidade tão própria como este quarto lançamento da banda sueca.
O disco abre com a maravilhosa “Paralyzed”, que em seus versos fantásticos descreve de maneira precisa como o amor é um sentimento que devassae e desestrutura a realidade de quem o atravessa – o verso “This is where your sanity gives in and love begins” é simples, mas absurdamente efetivo. A melodia é a outra faceta fantástica da canção: como na maior parte do disco, é concebida uma batida seca e fugaz, que mistura o sintético e o acústico, e obtem-se uma base sincopada irresistível. A guitarra aqui servem de fundo harmônico, mesmo em sua construção minimalisticamente distorcida, e são usadas para dar apóio ao vocal totalmente cool de Nina Persson. “Erase/Rewind” continua com bateria sincopada, mas traz as guitarras mais para frente na harmonia, além de alguns acordes de violões e teclados que agora fazem o papel de fundo que a guitarra fazia na faixa anterior. Como sinaliza o título, a música traz versos simples que falam sobre a mudança de planos sobre aquilo que afirmamos. “Explode” tem letras e vocais de melancólia e desesperança afetiva, apesar do companheirismo também confesso nelas. A música, em si, compõem-se em uma balada linda, com bateria desnudada de acústica me primeiro plano e novamente com as guitarras – pra lá de sonoramente metalizadas – compondo um acompanhamento da emotividade do vocal de Nina, particularmente no refrão. A próxima faixa, “Starter”, tem breve introdução de teclados nostálgicos e deixa mais visível a mistura de bateria acústica e eletrônica, trazendo as guitarras de riffs breves no refrão e acordes levemente esparsos no restante da melodia. As letras falam sobre como as ações do passado persistem em exercer sua influência e mostrar-se presentes mesmo quando decidimos deixar tudo para trás e ensaiar um recomeço. “Hanging Around”inicia-se com um ruído sintetizado mínimo, e logo mostra os acordes deliciosos da guitarra e apresenta a bateria bem composta e com som propositalmente abafado. Não faltam também frugalidades esparsas na percussão e nos teclados e baixos, onde tudo acaba se misturando – bem ao gosto da banda – na parte final da melodia. As letras tratam de como, as vezes, tentamos mas não conseguimos compor uma identidade e acompanhar quem amamos – um dos meus versos preferidos deste disco está nessa música: “I hang around for another round until something stops me”. Em seguida temos “Higher”, linda balada repleta de suaves vocais de fundo, que ajudam a montar o painel de tristezas amorosas e da tentativa de elevação das letras. A melódia da canção se baseia em instrumentação sutil, com guitarra e baixo de acordes leves e espaçosos, bateria minimalista e teclados de apoio. “Marvel Hill” tem versos simplísticos que falam sobre como sempre buscamos algo só para nos sentirmos insatisfeitos e desejar muito mais. A melodia é uma das mais idiossincráticas do disco, fazendo uso eventualmente estranho de melodias secas, metálicas e algo “sujas” da guitarra e dos teclados e com uma bateria eletrônica mais evidente sobre a acústica. “My Favourite Game” é o grande hit do disco, merecidamente: a música, que tem letras de fúria e revolta amorosa, tem melodia pop/rock irresistível, com um riff certeiro de guitarra que pontua a música, bateria acústica muito e bateria sintetizada que incorpa muito bem a sonoridade da canção – o ápice rock do álbum. “Do You Believe” tem apenas 8 versos, que questionam as crenças ingênuas do amor, mas é tremendamente deliciosa em cada um deles. Guitarra, baixo e bateria acústica/sintetizada encorpam a sonoridade cadenciada que introduz a música e surge toda vez que some o vocal de Nina Persson; um orgão ao fundo faz o acompanhamente das letras nos momentos mais tranquilos, quando a vocalista entoa os versos em tom de descrença. “Junk Of The Hearts”é mais uma balada linda da banda, onde violões dão o ar da sua graça para adoçar a melodia desta música algo melancólica – isso praticamente no fim do álbum -, acompanhando o bela trabalho da bateria, baixo e teclados, que ajudam a compor o cenário de tristeza, e que ganha força com riffs mais viçosos de guitarra no refrão. O vocal de Nina é triste e afetuoso, transmitindo com precisão o lamento afetivo que compõem as letras. Por último temo “Nil”, uma pequena peça instrumental concebida toda com o teclado, cuja melodia é calma e algo depressiva – é linda e, com certeza, renderia ainda mais com um vocal de Nina em tom baixo.
Com certeza, depois do sessentista Life e do pop/rock de First Band on the Moon, a banda inovou ainda mais o seu trabalho com esse álbum, jogando pela janela a indentidade que, à época, a crítica musical construia da banda, vista como um grupo de musicalidade composta basicamente por uma nostlagia pop festiva dos anos 60. É certo que mesmo os discos anteriores tratavam do sofrimento amoroso, mas em “Gran Turismo” a banda começa a fazê-lo com sinceride emocional, transmitindo nas melodias exatamente a dor que se encontra nas letras. O disco foi um marco no trabalho de composição da banda, influenciando definitivamente tudo o que seria feito posteriormente. É obrigatório para qualquer pessoa que queria conhecer, a fundo, esta fantástica banda sueca.
Sendo assim baixe o disco pelo link a seguir e utilize a senha para extrair os arquivos. Bom proveito!

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