Pular para o conteúdo

seteventos Posts

“Obrigado Por Fumar”, de Jason Reitman. [download: filme]

Thank You For SmokingVice-presidente da associação dos estudos do tabaco, Nick Naylor trabalha para dissuadir a visão negativa das pessoas sobre o fumo e a sua indústria e, de forma indireta, persuadir as pessoas a tomar parte no vício. Separado e com um filho extremamente observador e curioso, Nick resolve passar mais tempo ao lado do garoto – isto é, fazer com que o filho o acompanhe em sua mais recente missão para a indústria do cigarro: fazer com que Hollywood volte a divulgar o fumo como um símbolo de status e prazer.
Aaron Eckhart está ótimo a frente do elenco deste filme no papel do irônico e astuto Nick, o lobista cujo trabalho divide-se um dois diferentes modos de agir: na camada mais pública e aparente, Nick surge como o porta-voz de uma instituição – sustentanda pelo conglomerado do cigarro – que procura colocar em dúvida as afirmações dos males do fumo à saúde humana fazendo uso de uma retórica caleidoscópica que confunde os detratores do cigarro para que as certezas deles tornem-se dúvidas e, consequentemente, as suas ganhem validade sem precisar defender abertamente este hábito como algo positivo e saudável; por baixo dos panos, por sua vez, Naylor trabalha para ampliar o número de consumidores do cigarro, usando o caixa bilionário desta indústria para, por exemplo, “convencer” outra indústria, a do cinema, a divulgar para o seu imenso público uma imagem positiva e prazerosa do hábito de fumar.
Se pararmos para pensar, o cigarro aqui poderia ser substituído por tantos outros itens, mostrando que o roteiro deste longa-metragem, adaptado pelo diretor diretamente do livro de Christopher Bucleky, é muito menos sobre uma indústria específica e muito mais sobre o modo de agir destas poderosas companhias para defender e ampliar, a qualquer custo, o consumo de seus produtos no voraz mercado mundial. Pensado desta forma, o filme tem muito mais relevância do que simplesmente atracando sua razão de ser à uma sátira sobre o detratores e defensores do tabagismo – o que já seria bem interessante, mas o limitaria à um campo específico. A agilidade de Jason Reitman na condução e na edição confere ainda maior tenacidade ao tom irônico e satírico de seu filme e a destreza crítica do roteiro. “Obrigado Por Fumar” é um bom empurrão para fazer mais aparente a carreira do novato Reitman que, até então, na sua diminuta filmografia, não tinha produzido nada digno de nota. Hollywood, sempre atenta em assimilar os talentos que despontam de última hora, com certeza, não vai deixar este passar batido.
Baixe o filme utilizando o link a seguir.

http://www.megaupload.com/?d=9BT78GGR
(legenda em português embutida)

1 comentário

Air Traffic – “Shooting Star” (dir. Terri Timely). [download: vídeo]

Air Traffic - Shooting StarO vídeo da canção “Shooting Star”, da banda Air Traffic, que ainda vai lançar seu álbum de estréia, Fractured Life, em julho deste ano, não é nenhum grande arroubo de inventividade, mas a sonoridade da banda também não é nenhuma novidade – alguém aí lembraria de Keane, Coldplay, Thirteen Senses, Death Cab For Cutie? No entanto, ambos são bons: o vídeo é muito bem feito, apresentando a banda de forma bastante competente em meio a objetos arremessados, ao mesmo tempo que um casal vive seu amor em meio a objetos que flutuam, e a canção é um indie rock marcante e vigoroso. Vale para conhecer a banda antes de seu lançamento oficial.
Beixe o vídeo utilizando este link.

1 comentário

“Lost”: 3ª temporada (ciclo final). [sem spoilers]

Lost - 3ª Temporada - Ciclo FinalE encerrou-se o ciclo final da 3ª temporada de “Lost”. A retomada da série, que teve uma interrupção de quase dois meses depois do 6° episódio, teve alguns engasgos em capítulos que diziam quase nada, mais especificamente nos chamados “episódios de transição”, que tiveram a função de interligar deslocamentos de personagens, ações de naturezas diferentes ou o encerramento de um período de atividade para a retomada de outro. A meu ver, estes foram os episódios mais problemáticos e, possivelmente, os mais desnecessários: na essência, os episódios 9, “Stranger in a Strange Land”, 17, “Catch-22” e 18, “D.O.C” tem conteúdo fraco e desinteressante – quase uma enrolação -, fazendo-me acreditar que teria sido melhor deslocadar, encaixar e sintetizar em outros episódios as poucas sequências que apontam para novos acontecimentos ou revelações. O episódio de número 14, “Exposé”, que marcou o fim de dois personagens que foram apresentados nesta mesma temporada e que, a bem da verdade, sequer foram abordados, não foi exatamente ruim pelo seu conteúdo, já que a trama foi muito bem costurada e desenvolvida, mas pelo fato de que serve unicamente para encerrar a história de personagens que não foram, em momento algum, enraizados na mitologia da série e para também aparar arestas que ficaram aparentes, como a relacionada à personagem Sun – e que, novamente, poderia muito bem ter sido encaixada em outro capítulo.
Mas, considerando-se a equivalência entre erros e acertos, o saldo foi muitíssimo positivo. Alguns dos mistérios introduzidos na primeira temporada foram mesmo retomados e, em parte, elucidados. Digo em parte porque, por exemplo, apesar de a causa dos eventos que ocorrem com mulheres grávidas na ilha não ter sido elucidada, seu destino, dependendo da origem de sua gravidez, foi revelado – e, consequentemente, acabou sendo explicado o interesse do grupo dos “Outros” no processo da gravidez. Outro importantíssimo dado, que foi sugerido no primeiro ciclo desta temporada, ressurgiu de maneira sombria e dúbia nos últimos episódios: tanto o norteamento das ações dos “Outros” quanto os estranhos eventos da ilha podem ter uma causa, ou até um agente causador, central – e ele tem até um nome.
As novidades, então, foram razoavelmente numerosas e ousadas. Muitas delas tomaram lugar dentro dos eventos ocorridos nos já famosos flashbacks – traços dos mais simbólicos da dinâmica deste seriado. Personagens pertencentes ao chamado grupo dos “Outros” tiveram seus próprios episódios de lembrança, o que possibilitou aos produtores explicar a presença destes na ilha e sua origem, o comportamento irregular de alguns deles e pelo menos indicar o porque de seu posicionamento de franca oposição aos sobreviventes do vôo 815 da Oceanic – o que está diretamente relacionado ao misterioso agente que torna possíveis os estranhos eventos da ilha. Além disso, novas relações entre os personagens foram reveladas para o público em flashbacks mas, não necessariamente, reveladas para os próprios personagens: dúvidas e dívidas que Sawyer tinha deixado de cobrar no seu passado tiveram o conhecimento do seu personagem, mas a relação de Claire com mais alguém na ilha foi mostrada apenas aos espectadores, sem que a própria garota tenha se dado conta disso.
Mas a mais chocante e surpreendente revelação tomou lugar mesmo nos dois últimos episódios da temporada e pode mudar radicalmente o que pensávamos ser o destino da trama do seriado e de seus próprios personagens. Esta revelação tem direta relação com os já citados flashbacks, tão tradicionais no conceito de “Lost”. De acordo com o que foi mostrado, podemos concluir algumas coisas: primeiro, podemos não ter mais flashbacks em “Lost”, ou tê-los com muito menor frequência; segundo, podemos ter o conteúdo destes flashbacks parcialmente alterados, já que, daqui pra frente, a sua substância pode envolver muito mais os eventos da ilha do que poderíamos imaginar; podemos não ter mais flashbacks simplesmente porque eles serão substituídos por outro recurso que envolve revelações dos personagens – e eu não poderia ser mais explícito aqui sob pena de revelar o grande evento do final desta terceira temporada -; quarto, podemos nem mesmo ter mais episódios de “Lost” dentro da situação que tivemos até hoje; quinto, podemos, por fim, prever os eventos básicos que tomarão lugar na quarta temporada e, até mesmo, o que poderá ser o argumento base da quinta temporada e das subsequentes.
Por último, os rumos e ações de alguns personagens na próxima temporada, se não foi revelado, foi ao menos sugerido: Sawyer, Locke, Jack e Kate – estes dois últimos de forma impressionante – já tem apontados seus papéis no próximo ano da série – e nenhum deles, de diferentes modos, vai ter um desenrolar muito positivo.
Vai ser difícil aguentar 9 meses para acompanhar a sequência de uma série que, em meio há alguns solavancos, muitos deles fruto de planos, tramas e personagens abortados, conseguiu, pela 3ª vez, construir um desfecho surpreendente. Ansiedade maior do que esta que se encontra o público só há aquela de já ter conhecimento sobre quando “Lost” chegará ao seu fim, com a sexta e última temporada, em 2010. Algumas pistas sobre a conclusão da série, inegavelmente, já foram deixadas nos dois últimos episódios desta terceira temporada, mas, apesar da curta duração dos próximos anos, de apenas 16 episódios cada, quem duvida que eles não virem “Lost” do avesso, como foi feito com o esquema dos flashbacks nestes mesmos dois últimos capítulos?

1 comentário

Jason Collett – Idols Of Exile. [download: mp3]

Jason CollettOs membros do Broken Social Scene são tantos que não é surpresa alguma você você se deparar acidentalmente com algum álbum solo de um de seus integrantes. Foi assim que acabei conhecendo o disco Idols Of Exile, de Jason Collett – por um acaso mesmo, já que estava apenas vasculhando a lista de artistas do selo Cityslang, que lançou o disco da artista sobre quem falei aqui semana passada, Justine Electra. O trabalho de Collett sugere várias influências e semelhanças casuais com outros artistas que já ouvi. O colorido intenso das melodias de “I’ll Bring The Sun” – que fala sobre um homem que mantém uma relação à distância com uma mulher muito diferente dele e de sua própria realidade -, com violões de acordes rápidos e bateria ritmada, além do refrão com vocais esfuziantemente multiplicados, e “These Are The Days” – com letras tratando do cotidiano difícil de um casal que sempre está a beira de separar-se -, cujos violões e coro da palmas formam o corpo da canção e concedem-lhe uma tristeza calma e quente, mais confortante do que sofrida, sugerem as composições nem sempre alegres mas animadas do álbum solo de James Iha, ex-Smashing Pumpkins. Já na segunda faixa do disco, “Hangover Days”, onde vemos um homem que só consegue entender a amor que sentiu depois que ele terminou, um dueto com a sempre fabulosa Emily Haines, tanto no vocal de Jason Collett, como na melodia folk-rock do violão, do ocasional solo de guitarra e da bateria, é impossível não lembrar das composições mais seminais de Bob Dylan.
Porém, a música de Jason Collett, mesmo que guarde sempre algumas feições similares e difusas com outros artistas, também tem caráter musical próprio. É o que sentimos na história de um homem que ruma à uma cidadezinha apenas para observar silenciosamente a distância quem ama, na brilhante canção “Parry Sound” e na sua melodia melancólica de violão e bateria de candência lenta e arrastada. Pode-se sentir pontadas das composições emotivas de Damien Rice ali, mas tanto o vocal aveludado de Jason quanto os acordes de guitarra e os sopros dos metais que escutamos no fim da canção retiram grande parte desta impressão. A road-song “Tinsel And Sawdust”, na qual Jason põe o pé na estrada, deixando para trás um amor que julga não ter dado certo, tem um quê do mais acústico do Smashing Pumpkins, por exemplo, mas guarda mesmo em si é o folk distante e arredio de Collett na presença do violão econômico e nos vocais ao modo sussurrado. E como se soubesse que, inevitavelmente, teria suas canções comparadas às de artistas que o influenciram, Jason ainda achou tempo para brincar com as temática recorrentes e o modo de composição de grande parte dos artistas do rock na meta-analítica “Pink Night” cuja melodia, não poderia deixar de ser, tem cheiro inegável de country-rock e blues. É, de fato, um moço bem espirituoso.
Baixe o disco utilizando link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

senha: seteventos.org

http://www.gigasize.com/get.php/-1100259759/jason_-_exile.zip

Deixe um comentário

Blonde Redhead – “Top Ranking” (dir. Mike Mills). [download: vídeo]

Blonde Redhead - Top RankingMike Mills não teve dúvidas: para o clipe da faixa “Top Ranking”, disponível no último álbum da banda Blonde Redhead, colocou uma modelo em uma sala iluminada de tonalidades claras e mandou ela fazer intermináveis poses, editando o vídeo com exatamente um segundo de cada uma das inúmeras poses que a garota tratou de fazer. O resultado é um tanto estranho, mas pra quem já espiou os álbuns de fotos dos usuários do Orkut, soa como uma paródia daquilo que se costuma ter por lá. Espie você mesmo e veja se não é isso que vem a cabeça em grande parte do vídeo.
Baixe o clipe utilizando este link.

Deixe um comentário

“Paris, Je T’aime”, (direção coletiva). [download: filme]

Paris, Je T'aimeDezoito histórias de cinco minutos, cada uma ocorrendo em um canto diferente de Paris e não necessariamente relacionadas entre si, formam, em conjunto, o longa-metragem “Paris, Je T’aime”, idéia e conceito dos franceses Tristan Carné e Emmanuel Benbihy, respectivamente. A natureza deste longa-metragem torna impraticável uma homogeneidade em termos qualitativos, já que alguns dos curtas que o integram, se não são realmente ruins e equivocados, soam um tanto previsíveis: com “Porte de Choisy”, o diretor de fotografia Chistopher Doyle procura mimetizar o magnetistmo das estorias delirantes de Jean Pierre-Jeunet, mas seu sucesso não vai além da questão estética; Vincenzo Natali, igualmente capricha no visual de “Quartier de la Madeleine”, mas seu conto de humor-negro sobre um homem que encontra uma vampira parece um videoclipe teen; os diretores Joel e Ethan Coen fazem uma caricatura de seus próprios trabalhos com o segmento na estação de metrô de “Tuileries”, cujo artificialismo exagerado dos maneirismos visuais mais irritam do que divertem; Walter Salles e Daniela Thomas, por sua vez, também recorrem a essência dos seus maiores êxitos, mas ao invés de utilizar a paródia como tom, o fazem como quem apresenta um cartão de visitas, tornando a crítica social de ambientação (sub)urbana – que fez a fama da dupla – ecoar com certa obviedade. Por sorte, há mais segmentos bons do que ruins. Para alguns deles, o charme ficou por conta dos diretores e roteiristas utilizarem-se do elemento surpresa como atrativo: tanto o breve conto de amor entre uma jovem atriz e um estudante de línguas cego do distrito de “Faubourg Saint-Denis”, dirigida por Tom Tykwer, a estória escrita e dirigida por Alfonso Cuarón, que sustenta-se no diálogo dúbio entre um homem de meia-idade e uma jovem francesa em “Parc Monceau” e o flerte entre um jovem artista e um belo funcionário de uma casa de artigos para pintura de “Le Marais”, a cargo do diretor Gus Van Sant, escoram-se de modo compentente em um elemento chave que destrincha o entendimento do evento e que era responsável por, intencionalmente, causar confusão no espectador. Porém, os curtas mas simples, que contentam-se apenas em contar sua breve história, são os que conseguem melhor captar a idéia básica que deu vida à “Paris, Je T’aime”: o encontro acidental entre dois solitários parienses, em meio à seu cotidiano anestésico no trecho “Montmartre”, dirigido e co-estrelado por Bruno Podalydès; o rapaz que, em “Quais de Siene”, de Gurinder Chadha, encanta-se por uma simpática garota mulçumana, mesmo sutilmente receoso da óbvia diferença cultural; a delicada mistura de história de amor à primeira vista e crítica social, em “Place des Fêtes”, de Oliver Schmitz, emocionam pela maneira com que o amor é abordado pelo modo que seus personagens são tomados por ele. Mas é o último segmento do longa-metragem, o conto solitário “14th arrondissement”, dirigido por Alexander Payne, em que uma funcionária do correio americano narra sua estadia de uma semana em Paris, que o público testemunha a melhor, mais sincera e mais emocionante homenagem de amor à cidade luz. Não se engane pelo início algo ordinário do segmento – a história ganha emoção cada vez maior à medida que avança para o seu fim.
Ainda que, em alguns momentos, a única coisa que una as histórias seja apenas o seu cenário, o saldo final de “Paris, Je T’aime” é muito positivo: todos os diretores, cada um à seu modo, tentam expor a fascinação que o mundo tem pela capital francesa, que acaba realmente atraindo gente não muito diferente de grande parte dos personagens que povoam este filme. Alguns diretores, inevitavelmente, fracassaram, da mesma forma como muitos dos que buscam uma vida melhor em Paris também fracassam. Mas, aqui, ao menos, os êxitos brilham bem mais do que os insucessos.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

primeira parte:
http://d01.megashares.com/?d01=5d9b2af

segunda parte:
http://d01.megashares.com/?d01=3896cff

legenda (português):
http://legendas.tv/info.php?d=5b9e410ddbcc9aa937ce0d908067912c&c=1

6 Comentários

Justine Electra – Soft Rock. [download: mp3]

Justine Electra - Soft RockA australiana de nascença e alemã de criação Justine Electra foi uma das estréias européias das mais elogiadas em 2006. Ainda assim, ela permanece quase uma completa desconhecida, mesmo na internet e nos circuitos mais indies, onde o último grito alternativo nunca passa despercebido. Estranho, já que ela é uma compositora inventiva e sofisticada, como podemos perceber pelos variados estilos das melodias presentes em Soft Rock: enquanto “Fancy Robots”, em que a cantora clama pela vinda de robôs imaginários, é uma balada pop/rock com vocal adocicado, violão de coloração folk a programação eletrônica – que preenche todos os espaços restantes da canção – que deixam um gosto de anos 90 no ouvido, “Blues & Reds”, onde a cantora reclama de um papagaio de pirata que vive à sua sombra, tem nos seus ruídos e estalos low-fi, samplers de gaitas e violões abafados algo de blues e de country e “Calimba Song”, por outro lado, radicaliza ao utilizar unicamente o instrumento que lhe dá nome para a melodia de uma canção que fala sobre as amarguras da paixão. Mas os ímpetos mais experimentais, que não se resumem à “Calimba Song”, conseguem deixar espaço o bastante para outros em que a audácia foi um pouco mais balanceada.Em “Killalady”, com guitarra de acordes minimalistas e espaçados, saxofone de notas graves e vocais que constrastam o sensual e apaixonado ao fundo com o suave e resignado no primeiro plano – e recorda o momento em que surge a paixão mas não deixa de citar coisas que irritam as garotas – e “Autumn Leaves” que alterna delicadamente, com a ajuda de texturas hipnóticas no violão e na programação eletrônica, um verso quase mântrico com um vocal melancólico onde momentos doces do passado, intensamente marcados pela alternância sazonal, ganham vida, Justine Electra consegue desenha melodias que unem a ânsia avant-garde com a linearidade harmônica menos intrincada.
A hibridez evidente de Soft Rock deixa claro tanto o desejo quase declarado da artista de ser enfileirada entre os últimos e mais genuínos representantes do que há de mais cult, quanto o potencial comercial que poderia ser mais explorado para a divulgação de Electra. Porém, não hã porque se iludir: as chances de Justine ganhar no mundinho mais antenado e sequioso pela experimentação a popularidade de uma artista como Björk são ínfimas. O mais provável é que ela atinja a mesma divulgação de artistas mais alinhados ao seu estilo, como a namoridinha do indie, a adorável americana Cat Power.
Baixe o disco utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

senha: seteventos.org

http://www.gigasize.com/get.php/-1100734668/electrasoft.zip

1 comentário

Metric – “Empty” (dir. Jaron Albertin). [download: vídeo]

Metric - EmptyMinha adorada e idolatrada Emily Haines, à frente de sua empreitada coletiva, o Metric, é retratada em alguns breves momentos no vídeo que o diretor Jaron Albertin fez para o single “Empty”, do último disco do grupo. Para o clipe, o diretor decidiu retratar vários aposentos de uma casa, todos com sua mobília e objetos bagunçados e jogados por todos os lugares. Os objetos vão lentamente retornando aos seus lugares, só então descobrimos que os membros da banda estão espalhados por cômodos da casa – a inspiração vem de outros vídeos, com certeza, mas a idéia foi muito bem reciclada.
Baixe o vídeo utilizando o link a seguir.

http://www.rokkit.tv/mysql/755.mov

Deixe um comentário

Juliette and The Licks – Four on the Floor. [download: mp3]

Four on The Floor - Juliette And The LicksA banda formada pela também atriz Juliette Lewis exala aroma rock tanto em sua atitude quanto na musicalidade – o que, já há algum tempo, não é necessariamente algo coincidente. Juliette encarna nos vocais e na performance toda a ousadia e audácia de uma legítima representante do movimento – algo que o público já poderia vislumbrar mesmo em suas performances como atriz. As composições de Lewis para sua banda também respondem perfeitamente ao gênero, sempre velozes e furiosas. “Smash and Grab” já abre o disco em velocidade acelerada, com bateria, guitarra, baixo e vocais tão adrenalínicos quando a busca desenfreada e inconsequente por amor e emoção que os versos retratam. A faixa seguinte, “Host Kiss” traz uma parede de guitarras sobre bateria cadenciada e vocal sexy e rascante para sonorizar a letra que mostra uma mulher cuja volúpia e sede sexual excedem as de seu companheiro. “Killer” dispara com rapidez ainda maior seus acordes de guitarra e golpes de bateria, tornando a letra, que compara a voracidade de um homem por mulheres à de um assassino por vítimas, ainda mais frenética, alucinada e irônica. “Bullshit King”, que fala sobre as armadilhas de um homem cheio de charme mas que não vale nada, também investe na rapidez da bateria e das guitarras, mas o delicioso riff utilizado fora do refrão da música dá uma maior elasticidade as guitarras na melodia. Diferentemente de grande parte do disco, “Get Up”, uma ode ao rock e à luta pelo que tanto queremos na vida, tem melodia menos ácida e mais sinuosa, com guitarras de acordes malemolentes e espaçados e bateria gingada que lembram o blues rock do Rolling Stones.
Neste segundo disco, Juliette e sua banda dão uma amostra do quanto merecem ser citados como representantes dignos do rock, sem qualquer perigo de estarmos ratificando algo que é fruto puramente de um produtor esperto e de uma artista com intenções puramente lucrativas: ela compôs, em parceria com membros da banda, todas as canções do álbum, fez a produção executiva e ainda foi co-responsável pelo arranjo e mixagem de uma das faixas do disco. Se alguém aí ainda nutre algum tipo de dúvida sobre a autenticidade do trabalho da banda, experimente baixar o disco – mas prepare a salinha pra sacudir muito o esqueleto.
Baixe o disco utilizando o link a seguir e a senha para descompactar os arquivos.

senha: seteventos

ifile.it/izm6hpq/juliette_-_floor.zip

1 comentário

“A Fonte da Vida”, de Darren Aronofsky. [download: filme]

The FountainEm três diferentes épocas, um homem empreende uma busca impossível: Tomas, no século XVI, procura, a mando de sua rainha e objeto de amor, a árvore da vida, que lhes conferiria vida eterna; no tempo presente, o cienstista Tommy busca incansavelmente a cura para o agressivo tumor cerebral que cada vez mais reduz o tempo de vida de sua esposa, Izzy; em um futuro distante, Tom, a bordo de uma bolha espacial, tenta alcançar uma nebulosa distante, onde acredita que uma estrela morta recobre as forças de uma árvore que leva junto e que, consequentemente, traga novamente à vida a mulher que sempre amou.
Hugh Jackman e Rachel Weisz tem atuações comoventes e, com certeza, foram os únicos acertos do terceiro longa-metragem do diretor Darren Aronofsky, o cineasta mais hyped dos últimos tempos. A princípio, o filme parece interessante, mas a medida que avança ele revela-se uma das coisas mais confusas e pretensiosas que já se ousou produzir. Sem qualquer resquício de dúvida, o maior problema do filme é a tendência quase infantil de Aronofsky em querer basear toda a existência de seus projetos – e assim guiando toda a composição do roteiro – em uma mensagem. Com “a mensagem” explícita de seu longa imediatamente anterior, “Réquiem para um Sonho”, Darren mostrou ser um dos integrantes mais moralistas da nova seara de cineastas; com “A Fonte da Vida”, contudo, Aronofsky obteve mérito ainda maior, já que, agora, ele é também o diretor mais brega e piegas desta geração recente: como negar tal afirmação se os temas que justificam este seu filme mais recente são coisas como a aceitação da morte como parte fundamental da vida, a morte como ponto de partida para outro plano existencial, ou ainda a eternidade da vida através do amor? As tentativas de trazer reflexões filosóficas e transcendentais profundas, bem como as atitudes e soluções visuais assumidamente zen-budistas que lhes dão apoio, tornam a meia hora final do filme tão constrangedora que chega a dar vergonha assistir aquilo na companhia de mais alguém. A Warner, uma das distribuidoras e produtoras do filme, quis ser inteligente ao reduzir o orçamento pela metade, mas teria sido muito mais se tivesse cancelado o projeto, nos poupando de tamanha temeridade e, de lambuja, evitaria desperdiçar um dinheiro considerável. Espera-se que depois dessa imensa ego-trip que é “A Fonte da Vida”, Darren Aronofsky, que expôs a imensidão faraônica de seu ego ao declarar sua intenção de redefinir o conceito de ficção-científica com este filme assim como aconteceu com “2001: Uma Odisséia no Espaço”, esteja com sua bolinha bem baixa em Hollywood – o que nos garantiria alguns anos para respirar aliviados sem o medo de que algo tão pretensioso quanto este filme surja em uma prateleira de vídeo-locadora.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

http://rapidshare.com/files/23447401/tf-fico.part1.rar
http://rapidshare.com/files/23447592/tf-fico.part2.rar
http://rapidshare.com/files/23447654/tf-fico.part3.rar
http://rapidshare.com/files/23447736/tf-fico.part4.rar
http://rapidshare.com/files/23447829/tf-fico.part5.rar
http://rapidshare.com/files/23448028/tf-fico.part6.rar
http://rapidshare.com/files/23448122/tf-fico.part7.rar
http://rapidshare.com/files/23448345/tf-fico.part8.rar

legenda (português)
http://legendas.tv/info.php?d=22441bc08e5869659a0abc0e1665e922&c=1

2 Comentários