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Gotye – “Heart’s A Mess” (dir. Brendan Cook). [download: vídeo]

Gotye - Heart's A MessO diretor Brendan Cook faz para o músico belga Wally DeBacker, radicado na Austrália, uma animação estranha para a canção “Heart’s A Mess”. Com uma pitada breve do visual do longa “The Wall”, que resultou da parceria do Pink Floyd com Alan Parker, o vídeo mostra criaturas mecanóides marchando por um planeta cinza e escuro. Pode não ter lá muito sentido – e de fato não tem -, mas dentro desta seara de clipes cuja idéia não reflete muita coisa relacionada à musica ele é excelente, apresentando uma animação estilizadíssima e bastante simpática.
Baixe o clipe utilizando o link a seguir.

http://www.gotye.com/img/heartsamess/Gotye-HeartsAMessHiRes.mov

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Mika – Life In Cartoon Motion. [download: mp3]

Mika - Life In Cartoon Motion.O glitter pop inglês ganhou um reforço com a estréia do britânico de origem libanesa Mika e do seu álbum Life In Cartoon Motion. O disco sofre dos excessos dessa vertente do pop/rock, mas a produção caprichada acerta mais nas canções que tem pretensões mais simples. Abre o disco o hit que lançou o cantor, “Grace Kelly”, de melodia com direito à piano, guitarra, bateria desmedidamente extravagantes, bastante condizentes com o uso nada econômico que Mika faz de falsettos escandalosos e de empostação “cool” no vocal. Na letra, Mika cita as personas de Grace Kelly e Fred Mercury como os exemplos de comportamento para lidar com um amor que sofre excessos de orgulho e vaidade. A faixa seguinte, “Lollipop”, mantém a atmosfera absolutamente festiva com uma música que utiliza um piano e metais bem marcados e programação eletrônica complementar, além de uma pletora de vocais de fundo, incluindo aí vocais infantis, que incrementam o tom lúdico da canção. Utilizando a insaciável vontade de comer doces na infância como analogia, vemos Mika falando nos versos desta faixa sobre como aprendeu desde cedo que os exageros podem fazer com que o amor deixe você “pra baixo”. Depois da festividade das faixas anteriores, temos uma sutil mudança em “Relax, Take It Easy” para um pop dançante mas suave, isso graças à programação eletrônica e aos vocais, ambos charmosíssimos, lembrando muito os grandes sucessos dos britânicos da dupla Erasure. A canção fala sobre tentar relevar as dificuldades da vida e do amor quando não temos uma solução em vista. Mais à frente temos a episódica “Billy Brown”, onde Mika conta a estória de um homem que tinha uma vida de casado muita tranquila, até apaixonar-se por outro homem, sofrendo atribulações daí em diante devido ao conflito existente entre o que queria viver agora e o que vivia até então. A melodia tem coloração mais triste, porém ainda animada com seu piano, bateria, arranjos de metais e vocais um tantinho mais comedidos. “Happy Ending”, que fala sobre um homem que tenta levar a vida à frente criando a ilusão de que seu grande amor não acabou, tem instrumentação e orquestrações tradicionais, mas é a canção mais bonita do disco, dentro do clima proposto desde o início, trazendo uma sequência final com uma produção excelente nos vocais de fundo. No entanto a maior surpresa do álbum e a melhor música é a faixa escondida depois de “Happy Ending”: fugindo de forma radical do estilo preponderantemente frugal-histérico, “Over My Shoulder”, em cujos versos um homem reflete sobre seu constante sofrimento, tem melodia triste, pesada e melancólica à base do vocal em falsetto de Mika e de acordes sôfregos e ponderados ao piano.
Life In Cartoon Motion não está alinhado com o meu gosto devido aos rompantes do extravasamento glitter, mas é justamente a capacidade de fazer algo interessante dentro do estilo que mostra que Mika conhece o chão em que está pisando. E apesar do que imaginamos que seja Mika, a faixa escondida deixa no ar uma pergunta: teria ele coragem de subverter o suposto rumo de sua carreira em um segundo disco, com mais músicas de enorme beleza melancólica como esta? Como eu gostei mais deste breve instante de dor e tristeza de Mika, à la Rufus Wainwright, tenho que confessar que estou torcendo para que isto aconteça.
Baixe o disco utilizando o link abaixo e a senha para descompactar.

senha: seteventos.org

http://www.gigasize.com/get.php/3195519788/mika_cartoon.zip

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“A Dama Na Água”, de M. Night Shyamalan. [download: filme]

Lady In The WaterZelador de condomínio da Philadelphia é salvo por uma mulher estranha ao quase afogar-se em uma piscina. A jovem afirma ser uma espécie de ninfa que tem a missão de revelar-se para uma pessoa em especial daquele local, ocasionando na vida desta pessoa uma mudança que afetará o futuro de inúmeras outras. Como ela está sendo ameaçada por criaturas inimigas, que tem a finalidade de não permitir que ela complete sua tarefa, o zelador terá que confiar em mais pessoas para ajudar a ninfa.
O filme tem, no seus últimos minutos, uma tomada brilhante: a cena em que a narf Story é levada pela águia gigante é camuflada pelo enquadramento da câmera, já que o ponto de vista obtido é o do fundo da piscina, revelando apenas uma vaga silhueta do acontecido sob a tremulação da água. Como esta é, ao mesmo tempo, uma das cenas mais esperadas pelo espectador e o clímax do filme, o fato de o diretor não entregar ao público o que ele vinha esperando o filme inteiro é algo realmente surpreendente.
Mas é só isso. Todo o restante do filme é um enorme painel de equívocos que, ao invés de despertar interesse e simpatia no espectador acaba mesmo gerando é frustração e irritação. O problema todo do filme reside no roteiro, de autoria do próprio produtor/diretor Shyamalan: tanto com relação ao argumento quanto ao “desenho” dos personagens o diretor pecou pelo exagero e falta de bom senso.
O equívoco que reside no argumento é fácil de perceber: partindo do mal-entendido de que em se tratando de fábula tudo é aceitável, Shyamalan delineou o argumento do filme com um estória tão estapafúrdia que, admitamos, conseguiu o feito de criar uma fábula inverossímil – e eu que pensava que isso não seria possível. A raiz do problema é que, para que os eventos nada-realistas de uma fábula se tornem concretos e passíveis de aceitação, todos eles devem estar fundamentados em razões e motivações que concatenam-se dentro dos acontecimentos ao longo do filme. E justamente isto o diretor não se deu ao trabalho de fazer, contentando-se com uma introduçãozinha com animação de bonecos de palito que tenta explicar alguma coisa mas não chega em lugar nenhum. Um segundo problema relacionado à este, que tive contato em comentários na internet, é que Shyamalan simplesmente contraria em seu filme a lógica de uma fábula: ao invés de criar uma maneira de visualmente contar a estória e a lógica dos eventos por ele criados, o diretor encheu o roteiro de diálogos que tentam se encarregar deste trabalho, tornando o filme inteiro uma sequência de conversas que, não apenas aborrecem pelo didatismo artificial mas também porque elas não satisfazem o seu pretenso propósito.
Os problemas que residem nos personagens pioram ainda mais a situação do roteiro e do argumento descabido do filme – obviamente por serem eles os agentes dos eventos da estória. Shyamalan tentou, de uma vez só, atingir vários objetivos com o “desenho” da personalidade e dos atos de seus personagens: primeiro, tentou satirizar a estrutura das fábulas, com suas figuras mais recorrentes; segundo, tentou compor um microcosmo da América contemporânea, com imigrantes que se viram como podem, bichos-grilos e os sujeitos que passam o dia se inteirando sobre os perigos do terrorismo tentando conviver em um espaço coletivamente compartilhado; terceiro, quis obter charme cult com um ou outro personagem bizarro, como o rapaz que exercita apenas um lado do corpo; quarto, vislumbrou até mesmo criticar a atitude arrogante e esnobe dos críticos de cinema, através do personagem que pertence à essa profissão. Para sua infelicidade, ele não conseguiu obter sucesso em nenhuma das frentes que tentou atacar, falhando em todas as tentativas devido à superficialidade de todos os personagens que criou. Se tivesse se contentado em satisfazer apenas um propósito talvez tivesse mais sorte.
Contudo, a explicação para esse imenso equívoco que é “A Dama Na Água” reside no personagem que M. Night Shyamalan resolveu interpretar no seu filme. Diferentemente de seus longas anteriores, onde fazia apenas uma ponta casual, aqui o diretor criou um personagem que participa mais ativamente dos eventos do filme. Isso não seria um incômodo tão grande não tivesse ele a idéia de colocar tanta importância no papel que desempenharia, fazendo de si mesmo a grande razão dos esforços da protagonista e o ponto de encontro da trama do filme. A pretensão estereotipada do seu papel é tanta que ele acaba mesmo sendo importante no projeto, mas apenas para torná-lo ainda pior do que já é, ao contrário do que imaginava Shyamalan.
Chega-se ao fim do filme, com muito custo, e fica claro na cabeça de qualquer espectador mais antenado que ele é resultado unicamente do fato de Shyamalan ter acreditado no discurso da indústria americana, que o anunciava como o cineasta mais inovador e revolucionário dos últimos anos. Só um ego muito inflado pela presunção e sem ninguém por perto para impor limites e filtrar excessos, como acontece com uma criança mimada, explicaria esse amontoado de clichês, estereótipos e tropeços que é “A Dama Na Água”.

Baixe o filme usando os links a seguir e a senha informada.

http://www.megaupload.com/?d=B5Y27OVX
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senha: tlhp@uds

legenda (português):
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3092018

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The Horrors – “Gloves” (dir. Daniel Wolfe). [download: vídeo]

The Horrors - GlovesO vídeo da canção “Gloves” é puro estilo, adicionando na sonoridade punk-rock da banda The Horrors contornos dark-góticos. O diretor fez um excelente trabalho: caprichando na uso fotografia, dos enquadramentos e movimentos ágeis da câmera, da edição neurótica e da cenografia esplendorosa – o clipe foi gravado em uma estação de tratamento de esgoto abandonada, da época da Inglaterra vitoriana. Além disso tudo, fica a observação de que a direção de elenco foi igualmente excepcional: Wolfe conseguiu injetar uma atmosfera cool-descolada-pós-moderna com a platéia de figurantes sem fazer das fórmulas mais batidas hoje em termos de videoclipe – como garotinhas se agarrando e criaturas de óculos escuros dentro de um ambiente fechado. Ponto para Daniel Wolfe, que entendeu direitinho para quem ele estava trabalhando.
Baixe o vídeo utilizando o link abaixo.

http://www.partizan.com//partizan/media/clips/688.mov

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The Killers – “Read My Mind” (dir. Diane Martel). [download: vídeo]

The Killers - Read My MindClipe do mais recente single do segundo disco da banda de Las Vegas. O clipe é bonitinho, com a banda passeando e fazendo gracinha pelo que parece ser o Japão, mas carece bastante de originalidade e charme, já que a diretora caiu na asneira de fazer uso dos maiores esteriótipos do alto oriente – como colocar os membros da banda vestidos de gueixa e enfiar alguém fantasiado de uma figura fofa qualquer que pareça ter saído de uma animação japonesa. Mas vamos combinar que, apesar dessas bobagens, o Brandon Flowers fica uma gracinha de bigode e cabelo curtinho, não é?
Baixe o arquivo utlizando o link a seguir.

http://d.turboupload.com/d/1515153/TheKillers_ReadMyMind.wmv.html

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Pepsi – “Pinball” (dir. Traktor). [download: vídeo]

Pepsi - PinballMais um daqueles comerciais bacanérrimos da Pepsi: neste vídeo um sujeito toma uma latinha de Pepsi e acaba sendo arrastado por uma bola gigante de Pinball, pontuando no jogo enquanto barbariza pela cidade inteira. A maneira cuidadosa como foi feita a mistura dos efeitos digitais e do cenário e figurantes reais é fantástica. A canção utilizada, um rock cantado em francês, também confere enorme charme ao vídeo.
Baixe o arquivo usando o link abaixo.
http://stashmedia.tv/feed/pepsi_pinball_60.mov

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“Uma Verdade Inconveniente”, de Davis Guggenheim. [download: filme]

An Inconvenient TruthO filme reúne dados resultantes de pesquisas científicas, em uma apresentação feita pelo ex-vice-presidente americano Al Gore, procurando chamar a atenção sobre o quanto o aquecimento global está ocorrendo de forma cada vez mais acelerada e sobre como as suas consequências irreversíveis tomarão lugar muito antes do que imaginamos.
O documentário de Davis Guggenheim alterna a palestra de Al Gore com imagens e cenas de suas viagens por vários países onde a apresentou, estórias e acontecimentos familiares e com fatos de sua trajetória como senador, vice-presidente americano e candidato à presidência. Al Gore apresenta com muita clareza, com pouquíssimos momentos mais técnicos, a conclusão do seu acompanhamento dos estudos e pesquisas sobre as origens e efeitos do aquecimento global sobre o clima, geografia e futuro do planeta, pontuando também o seu efeito altamente nocivo na economia, no aumento da miséria, no surgimento de novas epidemias – bem como na piora das atuais – e no agravamento da extinção das espécies animais e vegetais. A idéia de investir em um formato mais híbrido, que não se concentra apenas na palestra, procurando humanizar e tornar confiável o seu protagonista, é visivelmente inspirada no marketing político – o que não deveria surpreender ninguém, visto ser Al Gore ser um -, mas ajuda também a tornar o documentário menos aborrecidamente técnico e estático, suavizando o seu andamento e conferindo-lhe temporalidade e dinâmica.
Apesar de muito elogiado, o filme também foi alvo de críticas, levantadas particularmente por políticos e jornalistas. A minoria destas críticas pergunta sobre a necessidade de, em alguns momentos do filme, expor a parcialidade da visão de Gore sobre acontecimentos e figuras do mundo da política. Há de se questionar o direito de Gore em abrir espaço para isso em um documentário que se propõe a esclarecer (ou lembrar) o público sobre uma questão que ultrapassa as fronteiras da crença ou ideologia política – isso é compreensível e razoavelmente sensato. Porém, mesmo podendo questionar a validade desse direito, há de se admitir também que Al Gore foi sincero o bastante para afirmar, em vários momentos do filme, que isso também é uma questão política – o que é mais compreensível ainda.
Uma outra parte das críticas questiona a validade de um documentário cujo conteúdo apresentado foi formulado sobre as conclusões não de um cientista, um estudioso no assunto, mas de um leigo, que tão somente reuniu pesquisas e informações científicas. Claro que Al Gore não tem formação no assunto, mas a luta pela consciência ecológica e ambiental não é perpetrada tão somente pelos estudiosos, mas também por porta-vozes. Grande parte do ativismo consciente e responsável no mundo, inclusive do ambiental, é feito por pessoas que não são estudiosos atestados. Desmerecer o esforço e trabalho destas pessoas só porque o conteúdo de seu ativismo não é fruto direto de sua própria reflexão é esnobismo leviano. A história do mundo não é feita só pelos que produzem o conhecimento, mas também pelos que lutam para que todos reflitam e façam uso dele.
Mas, o que mais impressiona é que a maior parte das críticas formuladas digam ser puro exagero – quando não sensacionalismo – declarar que o aquecimento global seja fruto da ação humana – particularmente da ação humana norte-americana – questionando a veracidade dessa afirmação. Dentre todas as três críticas feitas ao longa-metragem, essa é a única que realmente não dá para engolir, muito menos tolerar pacificamente. Mesmo em pleno século XXI, com o noticiamento maciço de toda uma miríade de catástrofes climáticas e ambientais, escancaradamente causadas pela ação do homem – o que está mais do que claro para qualquer ser humano que não tenha algum nível de retardamento mental -, é impossível aceitar que alguém creia ser isso invenção ou devaneio científico. E eu não consigo decidir o que é mais desprezível: se é o fato de essas pessoas fazerem tais afirmações movidas pela ignorância ou se é por fazerem isso puramente por interesses escusos e extremismo político.
“Uma Verdade Inconveniente” não chega a ser um um filme brilhante, mas está bem acima da média pelo modo claro, objetivo e inteligente que Al Gore combina as pesquisas mais recentes e dados nunca antes divulgados ao público geral, finalizando em um alerta muito bem embasado e verdadeiramente aterrorizante – e se o espectador ainda se dispor à uma pesquisa em fóruns, portais de cinema e blogs, o filme ainda tem o mérito de apontar a existência (e insistência) da mais estapafúrdia ignorância humana – aqui no Brasil, inclusive. Meu único pesar com relação à essa gente cretina é que provavelmente elas já terão sido devoradas pelos vermes antes de o planeta ter o prazer de ele mesmo dar o troco.
Baixe o longa-metragem utilizando uma das fontes a seguir.

fonte 1:
http://d01.megashares.com/?d01=a54a06a

fonte 2:
http://rapidshare.com/files/1994143/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part1.rar
http://rapidshare.com/files/1994136/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part2.rar
http://rapidshare.com/files/1994142/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part3.rar
http://rapidshare.com/files/1994152/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part4.rar
http://rapidshare.com/files/1994161/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part5.rar
http://rapidshare.com/files/1994259/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part6.rar
http://rapidshare.com/files/1994133/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part7.rar
http://rapidshare.com/files/1992696/An.Inconvenient.Truth.DVDRip.XviD-DiAMOND.part8.rar

legenda (português):
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3086248

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Damien Rice – 9 (+1 faixa bônus). [download: mp3]

Damien Rice - 9Damien Rice, o cantor e compositor irlandês, tem auxílio constante da mesma equipe de músicos desde a sua estréia, o que fez seu trabalho ser, não-oficialmente, resultado do empenho de uma banda, e não de um artista solo. A participação crucial e ininterrupta de Lisa Hannigan no vocal e da violoncelista Vyvienne Long dedilhando o violoncelo, por exemplo, corroboram esta caracteristica de Rice. Ainda assim, todo o esforço e comando criativo é dele, e é exatamente isto que nos impede de nomear este grupo como uma banda. Isso chega mesmo a ser palpável ao escutar suas canções: sente-se com facilidade que a unidade algo melancólica e irascível delas é resultado da personalidade arredia e meio porra-louca de Damien Rice. 9, seu segundo álbum, não fica atrás de O no paralelismo das sensações de vigor e tristeza. “Me, My Yoke And I”, é a música do disco que retrata com mais clareza esse aspecto: os vocais bradam continuamente versos abstratos, uma imagem pujante da revolta, melancolia e fúria afetiva, onde guitarras e bateria trabalham em uma melodia de digressões e distorções robustas de volume intenso. Semelhante em estrutura melódica também é “Rootless Tree”, que utiliza violão, violoncelo, baixo, bateria e guitarra, sendo que estes dois últimos avolumam-se ainda mais no refrão, assim como o vocal maciço de Rice. Na letra, o cantor exige que os erros antes cometidos sejam esquecidos por sua amada, e que ela permaneça junto à ele, mesmo que o fator que os una seja o ódio.
A intensidade na mudança de atmosfera e humor melódico é a marca maior das composições de Damien Rice. Em “Elephant” temos uma bela amostra disto: a música, que quase ganhou o título “The Blower’s Daughter Part 2”, é feita de dois momentos instersectos: de início temos uma melodia mais acústica, silenciosa e sofrida, à base de violões e violoncelo discreto, para então estravasar-se em um climax de instrumentação e vocais mais encorpados. Nos versos temos um homem que confessa seu sofrimento para a mulher que o abandonou, afirmando que mesmo a lembrança dela, que ainda persiste como uma presença dolorosamente palpável quase física, deve acabar. Mesmo com esse temperamento difuso de suas canções, há espaço para climas consistentes. “Sleep Don’t Weep”, onde vemos um homem que confessa sua fragilidade e declara que seus dias foram feitos apenas de dor, possui uma persistência na melancolia suave do violão, piano e vocais de Damien e Lisa, ganhando logo a companhia de bateria, violoncelo e orquestrações ainda mais graciosas.
Esse caráter tão difuso, por mesclar melodias resignadas e ternas com momentos de exaltação e cólera, sustentando ao mesmo tempo uma coesão lírica e sonora tão potente é que faz de Damien Rice ser um músico tão insólito no cenário mundial – auxiliado igualmente pela sua fobia aos excessos da fama e da popularidade.

senha: seteventos

ifile.it/ztgeryh/rice_-_nine.zip

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Piana – “Something’s Lost” (dir. Thomas Hilland). [download: vídeo]

Piana - Something's LostNão é sempre que um video de atmosfera transcendental e viajandona soa natural. Thomas Hilland conseguiu fazer isso em um vídeo para a cantora japonesa Piana (pseudônimo de Naoko Sasaki): utilizando-se do bucolismo invernal daquela parte do oriente, bem como fazendo-se valer da imbatível dupla preto & branco, Hilland concebeu um clipe que retrata Piana, cantando em sua língua materna, como um ser absurdamente etéreo – se eu estivesse andando na rua e visse, por acidente, essa japonezinha linda flutuando à metros de altura, com ares de Virgem Maria, não acharia estranho. E, não sei se concordam comigo, mas o meu preconceito línguístico diz que ela ia ganhar mais uns pontos se cantasse em inglês – os ocidentais são fogo, né?
Baixar o vídeo pelo link a seguir.

http://www.partizan.com/partizan/media/clips/678.mov

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Franz Ferdinand – “Outsiders” (dir. Steven Huber). [download: vídeo]

Franz Ferdinand - OutsidersUma prisão. Até aí tudo bem. Mas uma prisão onde de animais que passam o seu tempo livre dançando? Essa animação bizarra – aliás, ser bizarro é sina das animações – é o vídeo da faixa “Outsiders” da banda Franz Ferdinand. Não é um vídeo brilhante, mas casa bem com o “mood” nostálgico da ótima faixa do segundo disco – ao contrário das críticas na internet, que afirmavam que este clipe não casa nem um pouco com o trabalho dos britânicos. Assista e decida por si mesmo.
Baixe o vídeo utilizando o link a seguir.

http://extreme.colonelblimp.com/radar/RD_huber_franz.mov

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